Finalmente o dia passou rápido e eu me atirei na cama, pensei demais no que talvez ele quisesse me falar. Será que ele queria dizer que não gostou de mim, que me achou idiota e que era pra me afastar dele? Ou talvez ele sentiu algo quando me viu assim como eu senti quando vi ele? Não, talvez ele queria pedir ajuda no conteúdo de Matemática pelo o que percebi ele não estava se dando muito bem. Fiquei ali deitada pensando em tudo quando percebi meu despertador tocava já era de manhã. Levantei-me e fui me arrumar, me olhei no espelho meus cabelos tinham passado por um tornado e minha cara estava mais lavada do que o normal. Coloquei minhas roupas simples de sempre e fui para escola.

Entrei no ônibus com meus fones de ouvido no nível máximo quando Lucas sentou-se ao meu lado eu o encarei com a cara pior do que a da minha professora de Geografia quando se irrita.

- Incômodo? Disse ele com aquela preocupação na voz.

- Não, pode ficar. Eu falei virando me para a janela.

- Hm, vejo que não está muito bem. Aconteceu alguma coisa? – Disse ele novamente preocupado.

- Não. Só estou com muito sono.

- Se precisar estou aqui ta? Ele disse me dado um abraço.

Era a primeira vez que eu abraçava um garoto, era o  primeiro garoto que se importava comigo, eu deveria ter cuidado de quando tivesse meus ataques de ciúmes ou de depressão acabar o magoando e o perdendo era o único amigo que eu tinha la, o único em que eu podia confiar.

Falando dele ele era muito lindo, tinha a mesma idade que eu, era loiro, com os olhos castanhos, bem baixinho e irritante. Mas eu gostava do seu jeito, de sempre surgir quando eu precisava. De ser assim meio louco, sabe conheci ele esses dias mas parece que o conheço a muito mas muito tempo.

Chegamos na escola, ele foi lá com os amigos dele ( inclusive com o Gustavo).  E eu voltei a andar sozinha pelos corredores quando sem querer acabei me batendo com tudo na Natasha derrubei minha mochila no chão e meu caderno de músicas voou longe.

 - Escuta aqui garota- Disse ela me empurrando pra trás. – Olha por onde anda.

- Desculpe, estava meio distraída- Falei a fuzilando com os olhos.

- Cara feia pra mim é fome- Disse ela zoando da minha cara.

- Cara feia pra mim é a sua. – Sei que eu sou tímida, mas odiava aquela garota desde o primeiro momento que a vi. Ela ajuntou meu caderno do chão e começou a foliar.

- Não toca no meu caderno, ele é meu. – Disse com voz brava.

Ela olhou para o caderno e começou a arrancar as folhas.  

- Para, Natasha para. NÃO. – Eu me atirei no chão ajuntando as folhas que caíam as lágrimas em meus olhos já escorriam pelo meu rosto. Eu gritava para ela parar, mas ela continuava rasgando e dando  risada.

- Nathasa, você pirou? Olha o que você está fazendo. Para. – Gustavo gritou com ela arrancando o caderno de sua mão. – Pede desculpas pra ela.

- Não vou me rebaixar a esse nível- Dizendo isso ela saiu de lá desfilando.

Gustavo me deu a mão para eu levantar, eu tentava virar minha cara para ele não ver que eu estava chorando.  Ele ajuntou as folhas que restavam no chão e me entregou:

- Devia ser muito importante pra você. Sinto muito.

Apenas acenti com a cabeça para baixo tentando engolir as lágrimas ele pegou na minha mão e disse que já ia. Eu estremeci com o toque de seus dedos no meu.

Ah esse momento, Luas já vinha correndo em minha direção. Me deu um abraço forte e longo. Eu já chorava em seu ombro, ele passava acariciava meus cabelos e sussurando disse:

- Calma, to aqui. Calma, ela vai pagar. Vou matar ela por você, não chora.

- Como não vou chorar, se ela destruiu tudo o que eu mais amava, o que anos eu demorei pra construir. – Disse soluçando entre uma lagrima e outra.

Ele passou a mão em meu rosto enxugando minhas lágrimas, sorriu pra mim e falou:

- Você é forte, e muito talentosa, consegue reescrever e escrever tudo de novo e novas músicas eu acredito em você.

Dizendo isso deu um beijo em minha testa, eu estava mais calma. Dei outro abraço forte nele e fomos embora dali.

- Você não vai conseguir o Gustavo, ele é meu, meu,meu.

- Acorda, Acorda você é muito fraca para um garoto como ele.

- Acorda.

Natasha dizia isso em meu sonho, acordei assustada dentro do ônibus, estava escorada no ombro de Lucas ele sorriu ao me ver.

- Hey, acordou?

- Estamos no ônibus?

- Sim indo pra casa, você cochilou, vi que estava cansada e deixei dormindo.

- Ah, obrigado. – Falei meio zonza. Olhando em roda pois arrecem tinha acordado.

- Vou descer, tchau. -Disse Lucas já descendo do ônibus.

Quando ele ia descer eu gritei:

- Lucas!!

- O que?

- Você é o melhor amigo do mundo.

Ele sorriu  e eu acenei pelo vidro.