Greco-romana: O Segundo Lado escrita por P3RC4B3TH


Capítulo 13
Hora de abrir o jogo




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Quando acordei fui para a fila do banheiro. Lottie estava atrás de mim e ela quis saber o que tinha acontecido comigo e Tresh na noite passada. Contei tudo a ela, inclusive a parte dos botões.

–Olha, você não tem que ficar preocupada, foi o que você mesma disse. Vocês são um casal e isso acontece com casais. Uma hora ou outra ia acabar acontecendo.

–Eu sei Lottie, mas eu fiquei nervosa.

–Também é normal. Não pense muito nisso, se não você encana e fica ruim. Acontece.

–Isso já aconteceu com você e com o Louis?

–Claro. Romana, estamos juntos à um tempo, só nos vemos nas férias e ainda somos da mesma coorte. É só ligar uma coisa a outra.

Depois de ter conversado com ela me senti melhor, mas ainda não sabia se ia falar sobre isso com Tresh.

Quando terminei de usar o banheiro guardei minhas coisas e fui para fora. Tresh e Jay já estavam me esperando.

–Bom dia, gente!

–Bom dia. – Jay disse.

–Bom dia. – Tresh pegou na minha mão e começamos a andar.

Eu e ele estávamos calados e Jay notou.

–Porque ninguém está falando nada? Aconteceu algo que eu deva saber?

–Nada! – Eu disse rapidamente.

–Sério? A expressão de vocês dois não me fala isso. É bom me contarem.

–Talvez depois. – Disse Tresh.

Andamos mais um pouco.

–Jay, pode nos dar licença? Preciso conversar com a Romana.

–Eu sabia! Negócio é o seguinte, eu vou querer saber disso. Ham! – E ele saiu andando.

–Sobre ontem, isso acontece, certo? E ia acabar acontecendo, né?

–Sim. Desculpe se fui rápido de mais.

–Tudo bem. – Falei.

–Então, sem problemas?

–É. Acontece. Caso aconteça de novo, não precisamos ter essa conversa. Quer dizer, somos namorados então tudo bem.

–Ta, sem problemas.

–Foi divertido. – Eu ri.

–Você estava me deixando animado. Droga de botões!

–Realmente.

–Mas talvez da próxima vez eles não nos atrapalhe.

–Vai tirar os botões?

–Não, vamos tirar as calças, mesmo. – Ele começou a rir e eu fiquei vermelha.

–Tresh!

–Não podia perder essa. É só uma brincadeira. – Ele me abraçou.

–Jay vai querer saber, então...

–Você conta.

Depois do café da manhã fomos resignados a mais tarefas. Ficamos o ultimo horário de treino junto. Tresh estava lutando, eu e Jay fomos conversar.

–Fala o que aconteceu entre você e o senhor delícia.

–Ok. Bem, eu e ele meio que...ãn...nos amassamos.

–O que? Pelos deuses! Detalhes, vai conta.

Contar as coisas para Jay é tipo ser entrevistada por uma revistada de fofoca. Quer saber até a causa que levou a ação acontecer.

–Foi o que Tresh disse, talvez depois vocês estejam sem a calça. Ai o botão não atrapalha. – Havia contado o que Tresh havia dito para mim.

–Para com isso, engraçadinho. Você e Fred já se amassaram?

–Altas vezes. – Ele riu.

–E...?

–E querida, que menino! Enfim, não façam o que não querem. Não façam simplesmente porque acham que devam fazer isso. Já conversaram sobre isso?

–Sobre fazermos isso? – Isso, no caso, transarmos.

–É.

–Não. Sinceramente, não vou fazer isso tão cedo. A menos que role.

–Está certa...

Uma neblina foi se formando ao nosso redor, e aos poucos a imagem de Fred Surgiu. Mensagem de Íris.

–Príncipe, você lembrou de mim! – Jay se perdeu em um lindo sorriso.

–Oi, princesa! Eu estou com saudades sua! Oi, Romana.

–Fala, broto. – Jay me olhou com uma expressão de ‘porque raios broto?’

–Como vão às coisas ai, Sunshine?

–Bom, no geral estamos nos saindo bem. Não é chato, mas nada se compara a nossa terra ai em Long Island. – Jay assumiu sua voz de homem. – E ai?

–Tudo nos trilhos. O pessoal aqui mandou um oi para todos vocês. – Fred disse.

–Manda oi para eles também. – Jay disse.

–Me desculpe ter entrado em contato só agora. Não tinha dracmas. Mas arrumei o suficiente para nós falarmos mais três vezes. – Fred disse.

–Não tem problema, o importante é que não se esqueceu de mim. Tem novidades?

–Sim. Tyler e Verona se beijaram. Parece que todo mundo está arrumando uma tampa para a panela.

–Isso é bom! Vou querer saber sobre isso depois. – Eu estava feito a paisagem ali, pois era a conversa entre eles, então, fui a vela.

A imagem começou a embaçar. O tempo estava acabando.

–Sunshine, eu entro em contato depois. Se cuide, certo?

–Tudo bem. Se cuide também e não se esqueça de mim.

–Nem que você queira. Tchau Romana, lembranças ao Tresh.

–Claro, tchau.

Jay ficou super feliz de ter visto Fred, isso fez muito bem a ele.

Ainda tivemos um tempo restante, então decidi fazer uma coisa que não fazia à um tempo. Fui para o estábulo para pegar um cavalo. Jay tinha ido lutar.

–Ei, lembra de mim? Já subi em você, garoto. – O cavalo relinchou. Ele era marrom com uma mancha branca no rosto. – Pois é, voltei. Vamos dar uma volta.

Circulei o Campo Marte apenas andando com o ele. Vi o paradeiro de Tresh e fui para perto dele.

–Ual! Onde arrumou ele?

–Estábulos. – Disse.

–A é, você monta.

–Não é aquelas coisas, mas talvez sirva em alguma fuga.

–Não tem graça. Porque nunca montou no acampamento meio-sangue? Digo, com os cavalos normais.

–Não sei. Mas aqui eu montei. É bom lembrar que isso é bom. Quer vir?

–Com você?

–É, a menos que queira que um dos Lares conduza o cavalo.

–Nem pensar. Você não mede perigos, e depois daquela vez não quero que conduza nada comigo ao seu lado.

Ele se referiu a uma vez em que peguei um pégaso. Tinha dito a Tresh que não sabia fazer aquilo e ele me acompanhou. Era mentira. Eu fiz altas manobras com o pégaso, voei o mais alto que o cavalo alado conseguia e a toda velocidade.

–Esse não tem asas, Tresh.

–Mesmo assim. Eu era gordo e fiquei enlouquecido. Não é porque mudei de forma que isso vai mudar.

–Mas Tresh...

–Sem chance. Não vou montar, a menos que eu controle.

–Nem pensar.

–Sinto muito, nada feito...

–Você ainda monta! Que irado! Aceita me levar? – Era Craig. Antes, alguma das vezes eu e ele cavalgávamos, era divertido.

–Eu estava indo com ela. – Tresh disse.

–Ãn? – Ele tinha acabado de dizer que não iria. Saquei que Tresh ficou com ciúmes.

–Vamos Romana. – Ele subiu fazendo uma cara de esnobe para Craig.

–Tem certeza? – Falei.

–Romana, sabe que não sou mole. Meninas, sempre achando que somos frouxo. – Tresh fingiu não estar com medo. – Por favor, - ele segurou em minha cintura sussurrando – não corra. Eu só te peço isso.

–Tchau Craig. – Falei.

No começo andei devagar para dar confiança a Tresh, ele relaxou.

–Isso é relaxante. – Ele disse.

–Tresh?

–Sim?

–Se eu fosse você, eu segurava.

–Porque? O que vai fazer? Romana...

–Relaxe, vou te mostrar uma das melhores sensações que conheço.

–Me disse isso da outra vez.

–Se não segurar vai cair...

–Romana, por favor!

– Relâmpago, correr! – Ele tinha esse nome pois era um dos cavalos mais rápidos.

Senti as mãos de Tresh travarem com toda força em volta de minha cintura. Ele debruçou a cabeça em meus ombros. Olhei para trás um momento e ele estava com os olhos fechados. Não deixei de sorrir.

Relâmpago corria rápido mas não era com toda sua velocidade. Percorremos todo o Campo Marte, passamos no meio de faunos ( sátiro para os gregos), atravessamos os corpos de alguns Lares, interrompemos lutas e ainda tínhamos o vento batendo em nosso rosto. Era maravilhoso!

–Tresh? – Falei gritando.

–O que?

–Abra os olhos!

–Não posso!

–Confie em mim, lembra? Abra os olhos.

Mas... – Ele se calou, mas percebi que estava com os olhos abertos.

–Grite! – Falei.

–O que?

–Grita, tipo assim. – Dei um grito. Aquilo era uma sensação formidável.

Tresh fez o mesmo e em questões de segundos ele estava de olhos abertos, todo relaxado e gritando como um bobo. Isso me fez feliz, pois Tresh de certa forma superou um pequeno trauma, no qual eu coloquei e no qual havia acabado de tirar.

Diminui a velocidade e voltamos para o estábulo com Relâmpago. Tresh estava falando de como ele tinha adorado a sensação.

Quando descemos do cavalo as pernas de Tresh bambearam um pouco.

–Está tudo bem? – Falei.

–Se está? Eu estou incrível. Foi de mais! – Ele estava com um lindo sorriso e todo animado.

Eu o abrasei, ainda segurando as rédeas.

–Obrigada por confiar em mim. Sei que a culpa foi minha por não querer mais montar.

–Não fica brava comigo se te contar algo?

–Depende. – Olhei séria para ele.

–Não queria montar mais com você. Não quis te magoar contando isso. Está brava?

–Eu sei que não. Me disse isso, lembra? ‘Sua maluca! Não sou preparado para isso! Saia de perto de mim e de preferência com esse cavalo voador junto!’. – Lembrei o que ele tinha dito.

–Você me deixou com medo.

–Eu sei. Mas tirei esse medo, certo?

–Certo. Quando vamos fazer isso de novo?

–Vou pensar em uma próxima. – Guarde Relâmpago e fomos comer.

Logo após do almoço a tarde passou rapidamente.

Antes da janta tomei uma decisão. Era chegada à hora de abrir o jogo com os meninos. A verdadeira razão pela qual fugi do acampamento Romano.

Jantei com toda a pressa possível, a comida descia pesada, mas eu estava nervosa, nem liguei para isso.

–Chame Brayan. – Falei para Tresh quando a hora do jantar acabou.

–Porque?

–Se perguntas. Me encontrem a onde eu estiver sentada, Jay estará comigo. – Tresh estava confuso, mas não perguntou.

–Porque estamos afastado de todos? – Brayan perguntou quando chegou e notou que eu e Jay estávamos longe de todos.

–Hora de termos uma conversa de gente grande. - Disse.

Tresh e Jay entenderam, mas Brayan ainda boiava no assunto.

–Brayan, espero que você seja um homem e entenda as coisas. Vai escutar coisas não tão legais sobre meu passado.

–Romana, o que...? – Eu o interrompi.

–Meninos, vou contar a razão pela qual sai daqui. E também pela qual Octavian quer minha cabeça.



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