Eles apareceram num lugar grande e bonito. Agora era manhã, Percy não entendeu, há menos de dois segundos era noite.

-Que lugar é esse? – Perguntou Percy – Annabeth está aqui?

-Quem...? Ah! Não, seu tolo, é claro que não! – Disse Manigold impaciente – Este é o Santuário. É aqui que Atena vive, assim como o Mestre do Santuário e seus Cavaleiros. Oitenta e oito ao todo. Apenas doze de ouro. Venha, vou apresentá-lo para você.

  Percy andou ao lado de Manigold. Depois de ver o Olimpo, o Acampamento Meio-Sangue e o Acampamento Júpiter ele achou que não havia coisas mais bonitas, mas aquilo era lindo. Havia doze Casas antes de chegar ao Templo de Atena, onde havia uma estátua gigante de Atena, parecida com Atena Parthenos, deduziu Percy, e todas as doze casas eram templos enormes, maiores que a Casa Grande no Acampamento Meio-Sangue. Era semelhante ao Olimpo que Annabeth reconstruíra, ela respeitara a decoração de mármore branco e ouro, já o Santuário era feito em pedra e ouro, bronze e prata. Annabeth adoraria aquele lugar.

-Este é o Templo de Peixes, o último deles. Somos todos responsáveis por proteger Atena, então, qualquer invasor teria de passar por todos nós. Embora Albafica de Peixes, Asmita de Virgem e Aldebaran de Touro tenham partido. – A voz do Cavaleiro soou triste, mas ele deu uma risada e murmurou: Que cara é essa, rapaz? Vamos conhecer meus coleguinhas de trabalho, vamos resgatar sua namorada e Atena, fique calmo.

 Percy estava se afeiçoando ao homem, ele tinha um jeito brincalhão, mas Percy sentiu que ele tinha um bom coração. Eles estavam atravessando a Casa de Libra quando Manigold se interrompeu e disse:

-Este é Dohko da Casa de Libra – Manigold apontou para um homem musculoso com fartos cabelos, castanhos e desgrenhados.

- Olá - Disse Percy. Ele apertou a mão do Cavaleiro, que era asiático também, ele quase quebrou a mão de Percy – Sou Percy Jackson.

 Dohko tinha uma armadura ainda mais legal que a de Manigold. Ele tinha um escudo em um dos braços e duas coisas semelhantes a lâminas nas costas, também douradas. O homem tinha incontáveis músculos e um rosto duro, porém com rugas nos cantos dos olhos e da boca que o denunciavam como um homem sorridente.

- Olá – Disse Dohko. – Ele é seu novo pupilo, Manigold?

-O que? Quem? Não! – Disse Manigold como se aquilo fosse uma piada – Ele é filho de Poseidon. Não vê que ele não possui cosmo, ainda que seja poderoso?

-Filho de...? – Dohko olhou para Manigold com uma cara de tédio, como se aquilo fosse normal. – Qual é a brincadeira agora, Manigold? Não queremos brincar, Atena foi seqüestrada e temos de resgatá-la.

-Não, sério, Dohko. – Mangold se virou para Percy e disse: Mostre a ele.

 Percy entendeu, virou-se para um rio que corria a alguns metros e usou de seu poder para controlá-lo. O rio ficou suspenso no ar por alguns segundos e depois se despejou com um estrondo e Percy convocou uma onda para dar um efeito maior.

-C-Como é possível? – Dohko estava com os olhos arregalados. – Menino, preciso de você para...

-Não. – Disse Percy. – Eu preciso de vocês. Preciso salvar minha namorada e a mãe dela, Atena.

-Mãe dela...? – Dohko fez uma expressão séria – Tudo bem Poseidon, mas Atena... Não permitirei que diga tal coisa dela.

-É sério, Dohko. – Interveio Manigold. – A garota é filha de Atena. Eu senti.

Dohko hesitou, mas disse por final:

-Tudo bem, vou acreditar em você, Manigold. Afinal, você cumpriu sua missão? Localizou o espectro?

-Melhor que isso: Eu o vi. Ele é Ayacos de Garuda, está bem forte. Presumo que Hades o tenha dado força extra.

-Força extra? – Dohko franziu o cenho.

-Sim, ele tem mais poder que o normal. Com um estalar de dedos raptou a menina. Mas eu lancei minha armadilha, já havia localizado aquele cosmo, então, estava preparado. Botei um pedaço da minha armadura na garota. Ele caiu na armadilha.

-Armadilha?! – Percy estava estupefato. – Vocês usaram a Annabeth como armadilha?

-Não faríamos isso se não pudéssemos resgatá-la. – Prometeu Dohko.

-Espero que sim, espero mesmo que sim. Se eu não reencontrar Annabeth de novo, eu juro, eu acabo com vocês. – Disse Percy, confiante. O dois cavaleiros se entreolharam e murmuraram algo como: “Tema” mas Percy não deu atenção. – E então? O que estamos fazendo parados?!

-Sim, sim. Claro! – Disse Dohko. – Ele me lembra o Tenma demais – Disse virando-se para Manigold, que riu e pôs a mão no queixo o coçando. – E então? Pode rastreá-lo? – Perguntou Dohko a Manigold.

-Com certeza! – Respondeu o Cavaleiro de Câncer. – Vamos.

 Manigold estendeu o braço esquerdo e Dohko tocou nele, os dois olharam para Percy e disseram quase que juntos:

-E então? Não vem?

-C-Claro. – Gaguejou Percy.