I Said Goodbye escrita por Wenddy
Notas iniciais do capítulo
O terceiro capítulo, enfim... desculpe a demora... :)
espero que gostem...
Lá fora, a neve continuava a cair.
Andei até a porta da entrada da pequena casa feita de madeira, ninguém havia sequer notado. Todos continuavam nos mesmos movimentos, sem qualquer suspeita. Era a hora.
Eu ainda me lembrava de quando ainda era pequena e mamãe dizia que no inverno não podíamos sair, pois era muito frio e perigoso lá fora.
Lentamente deslizei para fora da casa, abrindo a porta sem qualquer ruído.
Ela também dizia que mesmo que as coisas estivessem difíceis, no próximo verão tudo melhoraria novamente.
Segui até chegar ao fim da varanda fria, em direção ao grande pátio branco - forrado de neve.
E que no próximo verão guardaríamos mais alimentos, mais roupas, mais lenha...
Pisei no chão fofo da neve, afundando minhas botas pretas. Se eu ficasse parada muito tempo eu ficaria atolada, então sempre procurava não pisar muito pesado e não demorar muito para dar o próximo passo.
Mas, isso nunca acontecia... e meus irmãos sofriam e choravam de fome... e eu me sentia cada vez mais um estorvo.
Rapidamente cheguei até perto da grande floresta de pinheiros, que ficava uns 500 metros de casa. Lá o chão parecia não estar tão "inundado" pela neve, parei para descansar.
Então precisava acabar com isso... eu não trabalhava, não fazia nada, só comia e ocupava lugar, cama, espaço, numa casa pequena e nada acolhedora, muito menos confortável.
Minha respiração estava ofegante e o peito doía a cada inspirada de ar. Talvez fosse melhor não respirar... mas meu instinto de sobrevivência me fazia quebrar essa regra. Sentei ao pé de um grande pinheiro.
Logo a fome viria mais ainda, logo estaríamos sem água, sem lenha, sem nada. Logo meus irmãos berrariam incessantemente, logo minha mãe passaria a chorar todas as noites...
Saquei a pequena pistola calibre 38 que meu pai guardava no fundo da pequena gaveta do criado-mudo. Olhei-a encarando-a cruelmente.
Eu não aguentaria mais, tudo de novo, tudo igual, tudo exatamente igual.
Passei os dedos trêmulos por sua superfície metálica, úmida e gelada.
Tudo isso se tornara tão insuportável... tanto que eu esperara ansiosamente o momento certo, o momento onde não atrapalharia ninguém, onde ninguém notaria, o momento... perfeito.
Engatei a arma, que já se tornava pesada em minhas mãos, escorregando com a umidade excessiva. Posicionei-a rente ao lado direito de minha cabeça, pouco acima do ouvido, na testa. Senti o cano gelar o local.
Não, eu não queria mais tudo isso pra mim... e esse peso, de ser mais uma, de ser um estorvo... não...
Preparei para disparar a arma.
Adeus...
Ouvi a porta de madeira abrir num estrondo. Eram mamãe e papai, rostos assustados, pareciam extremamente preocupados e ligeiramente arrependidos.
Logo em seguida, ouvi-os gritarem num coro, chamando meu nome. Desesperados e aflitos.
Pressionei o gatilho.
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