Quando eu te conheci

Foi um sonho ou era verdade?

Fechei meus olhos quando eu vi você

Meu coração bateu forte quando eu te encontrei.

O grupo de garotos seguia em frente. Eram cinco, no total.

Chovia fortemente.

O que guiava era o líder, um garoto assustador de cabelos negros. Ele se mantinha em silêncio. Gajeel Redfox fazia jus ao título não oficial de líder. E não era de seu feitio falar antes e agir depois.

Em seguida, vinham três garotos. Sol, apelidado assim, não fora chamado de mais nenhuma outra coisa, que tinha cabelos verdes, tingidos, obviamente, e olhos negros. Quem estava do seu lado era Totomaru, um esquisito que tinha uma fascinação por fogo, o garoto era tão estranho que metade do seu cabelo era preto, e a outra metade, branco. Por último na segunda fileira, restava Aria, um grandalhão meio lento, que reprovara cinco vezes. Porém, forte, era temido.

E atrás do grupo vinha uma garota. Seu cabelo era azul-marinho, seus olhos escuros, andava olhando fixamente para o chão. Segurava um guarda-chuva. Ela suspirou. Não sabia quando pararia de chover. Mas tudo bem, sua vida não existia sem chuva.

Eles iam seguindo o caminho para a escola quando pararam em um sinal. Gajeel reclamou um pouco e socou o poste mais próximo. Os outros três fizeram companhia as reclamações.

Juvia queria se sentar e ver a chuva cair. Estudava na Phantom Lord, uma das escolas de Tóquio mais bagunçadas. Os alunos eram encrenqueiros, todos, sem exceções. Mas eles não eram como a escola Fairy Tail, ah..., não chegavam nem perto disso.

Ela olhou os garotos e ficou aguardando. Gajeel começara a dar ordens.

“O que eu faço aqui?” se perguntou.

Nunca fora muito sociável, nunca tivera nenhuma amiga, quem via de fora achava que a garota sofria problemas como depressão e baixa alto-estima. Talvez sofresse. Mas ela não estava nem ai.

Lembro que se juntou ao *Element Four, que deveria ser Five, mas, apesar de Gajeel mandar em tudo, ele não se considerava dentro do Element Four*. Para ele, os garotos e Juvia nada mais eram que simples baderneiros, e disso a Phantom Lord estava cheia.

Lockser percebeu que eles já atravessaram a rua e a esqueceram completamente.

Saiu correndo.

Não poderia chegar atrasada outra vez. Estava em seu limite.

Correu mais rápido ainda. A chuva fazendo barulho enquanto os pingos caiam no guarda-chuva. Estava ficando cada vez mais forte.

Seguindo, Juvia esbarrou em uma garota de cabelos loiros. Ela vestia o uniforme da Fairy Tail, camiseta branca, uma gravata vermelha, saia escolar com pregas vermelha e preta e um colete preto. Juvia olhou para seu vestido roxo, desgastado. Na Panthom eles não tinham uniforme.

– Gomen ne! – pediu a garota. Juvia acenou com a cabeça e seguiu em frente. Já tinha passado a Fairy Tail, aquela garota estava tão atrasada quanto ela. Juvia conseguiu chegar na escola e entrou molhando tudo. A garota estava encharcada e encharcou Juvia quando esbarraram.

Não tinha problema, afinal, era água.

Os professores, para variar, não foram ouvidos. Totomaru contava às garotas da sala suas aventuras inventadas. Sol não fechava a boca. Ninguém o fazia, tirando o Gajeel e ela.

Juvia olhou a pintura desgastada. Phantom Lord era uma escola que ganhava bem até, mas ninguém ali observava ou fazia algo a respeito.

Ela suspirou uma, duas, três vezes.

As horas se arrastavam lentamente.

O sinal tocou e Juvia pegou seu guarda-chuva. Havia esquecido os materiais. Foi cercada na saída por garotas do primeiro ano. “Novatas” pensou Juvia, revirando os olhos.

– Lockser-san? – chamou uma das garotas, a loira. Eram duas, uma de cabelo cinza e a outra loira.

Juvia não sabia como a conheciam. Não importava.

– Sim?

– Po-po-poderia entregar isso ao Gajeel-kun? – perguntou a loira. Ela estendeu uma carta e Juvia a pegou. Lockser assentiu.

– Tudo bem. – respondeu e saiu dali.

Abriu a carta, meio ansiosa. Era o que imaginara, uma carta de amor. Juvia colocou em um lixeiro próximo. Gajeel não ligava pra isso. Nenhum deles. Era mais fácil assim.

Juvia saiu, sozinha. Novamente, não a esperaram.

Caminhou olhando pro chão, ainda estava chovendo.

E então ela caiu em cima dele. Foi dessa maneira que se encontraram. Juvia tropeçara no moreno e caíra com ele. Ficaram a dez centímetros um do outro. Os dois respiravam ofegantes. Juvia se levantou e saiu correndo, na direção contrária.

Seu coração... Seu coração batia rápido. O que estava acontecendo com ela? Juvia colocou as mãos no rosto e estava quente.

Será que isso é amar?

Tinha sido amor à primeira vista, à última vista, às vistas de todo o sempre

Vladimir Nabokov