Lolita Trickster escrita por Wingates, Isamu H Ikeda


Capítulo 5
"Masa... Masako!"


Notas iniciais do capítulo

Vale pedir desculpas pela demora? (e que demora, hein...)
Realmente ficamos muito tempo sem trabalhar na fic, problemas técnicos, sério. Mas voltamos com tudo! Logo, logo o próximo capítulo virá! (Dessa vez não vamos deixar passar de um mês sem atualizar, deee verdade!) ♥



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A uma distância segura, Yukari e Kuina observavam a sua obra de arte (Niou) andando lado a lado de um Akaya que mais parecia um pimentão. As pessoas os encaravam, mas não se podia saber se era por causa da aparente beleza ou bizarrice que era Masaharu naquela ocasião.

– Que ridículo, tá todo mundo olhando... - Niou reclamou sussurrando para o amigo.

Senpai... Se você está assim, imagine eu! E você é está muito mais alto... Isso é... Estranho!

– Mas você não tá de vestido, Akaya...

– E daí?! Eu não queria ser visto com você... Digo, ser visto com alguém de vestido que não fosse a Amane!

– Mas foi você que concordou com essa ideia maluca! Nem tente se fazer de vítima!

– Mas... Mas...!

O celular de Akaya tocou, era Yuka. Provavelmente querendo dar dicas.

– O que é?

– Vire à direita.

– Por quê?

– Vire logo, seu besta.

– Argh, tá bom...

Eles a obedeceram. A garota sabia se camuflar quando preciso, mas do mesmo modo ela estaria atenta a qualquer coisa que pudesse dar errado. Por isso Niou estava parcialmente tranquilo.

– Hey... Mas aqui é...!

Akaya ficou paralisado, estavam próximos do café onde sua querida Amane trabalhava. Se passassem pela frente, com certeza ela os veria.

– Agora vai e boa sorte! - disse Yuka.

– Yuka, você me pa...!

Tarde demais, a priminha linda dele havia desligado.

– E então... o Café dos pais da Ayanami-san é daqui a poucos metros, né? Ei, por que você tá tão pálido? - Niou percebeu que o amigo já nem piscava mais.

– Eu... Eu... Isso é mesmo uma boa ideia?!

– Akaya... Eu não me vesti assim e saí na rua assim pra que você inventasse de desistir de tudo agora! Nós vamos até lá e vai ser agora! - vendo que Kirihara pudesse dar para trás com o plano, Niou tratou logo de sair puxando o amigo até o estabelecimento em que deveriam entrar.

– Está bem... Mas, se algo acontecer me ajude!

– Te ajudar!? O que pode acontecer de ruim com você? O perigo vai ser comigo!Euestou de vestido!

– Comigo não importa, eu só não quero ferir os sentimentos da Amane!

Naquele momento, Niou parou imediatamente. Foi isso mesmo que ele ouviu? Akaya estava colocando os sentimentos de outra pessoa acima dos seus próprios? É, definitivamente, Ayanami não era só "outra pessoa" para Kirihara. E naquele instante ele teve certeza de que fazer aquilo pelo amigo realmente valeria a pena (e o vestido apertado, diga-se de passagem). Olhando para Akaya, Niou apenas sorri de lado e diz:

– Relaxa, vai dar tudo certo. Vamos entrar logo, então.

– Seja o que Deus quiser...

Puri.

E os dois entram.

***

Logo que acordou naquela manhã de domingo, Ayanami simplesmente encarou o relógio com desânimo e mergulhou a cabeça no travesseiro. Além da escola e dos treinos de tênis, a garota também ajudava na cafeteria de seus pais, aA-Café*. Todos os dias ela auxiliava em todos os serviços da loja, desde a limpeza até a preparação dos doces e dos salgados – tinha um talento nato para a culinária, principalmente quando se tratava de guloseimas e de sobremesas. “Todos os dias” incluía o domingo, para a infelicidade da garota. E como seus pais estavam viajando, ela sabia que teria que se multiplicar em três para dar conta de tudo.

Entretanto, não era exatamente isso que estava lhe causando aquela vontade mórbida de permanecer na cama pelo resto do dia. Continuava preocupada com Akaya, lembrando-se do episódio da noite passada. O garoto ainda não havia telefonado nem dado nenhum sinal de vida. Respirou fundo, sentindo-se péssima.

Esperou por longos dez minutos, e decidiu se levantar. Olhou para seu celular que estava em cima da escrivaninha, e a primeira coisa que pensou foi: ligar para o Akaya. Agora.

A vontade veio, a coragem não. Não saberia o que dizer e acabaria se perdendo nas palavras, tinha certeza disso. Desistiu da ideia e foi se arrumar.

A caminho da cafeteria, torcia para que seu telefone tocasse, mas desde que havia saído de casa (o que já fazia aproximados dez ou quinze minutos) nada acontecera. Tentou abstrair. Quando chegou à loja, trocou de roupa e começou a fazer todos os serviços antes de efetivamente abri-la.

Nos domingos o movimento no estabelecimento era quase nulo. Podia-se ouvir claramente o tic-tac do relógio, o que acabava se tornando irritante. Naquele momento, havia dois clientes na loja – um casal –, mas logo Ayanami ouviu o barulho característico do sininho que denunciava a entrada ou a saída de alguém na cafeteria assim que a porta era aberta. Quando se virou para ver quem era, assustou-se:

– A... Akaya!? E... Quem é ela? – a garota estava assustada e surpresa. Em poucos segundos, ficou também confusa.

– Masa... Masako! Ahahaha! – por pouco, Niou não se delata. Masako, uma contraparte feminina para o nome Masaharu. Esperto, não? Talvez.

– Que fofa! - ela sorri. Era incapaz de destratar alguém, mesmo que talvez estivesse sentindo algo estranho em relação à "garota". - Mas eu não sabia que em Osaka tinha lolitas... E eu sei que isso não tem nada a ver, mas você me lembra alguém... - cerrou os olhos, sua cabeça caiu um pouco para o lado e ela tentou lembrar, encarando Masako por alguns segundos.

– Err... Bom, eu tenho parentes aqui, então deve ser por isso!! - ele respondeu tentando ainda ser convincente o suficiente para que nada desastroso acontecesse depois.

Akaya a essa altura estava em prantos. Queria sair dali, correndo, pegar um trem e depois um avião e talvez um foguete para além de plutão.

– Ah, entendi! - sorriu. - Akaya, tá tudo bem?

–Ahn, ah! Sim, sim... Só estou um pouco cansado...

– Cansado? Mas por quê? Quer que eu traga um chá? Vai te fazer bem! - naquele momento, ela esquecera completamente que Masako estava ali. Só de ver que o namorado não estava bem, Ayanami imediatamente esquecia o mundo para cuidar dele.

Aquele jeitinho meigo e zeloso da menina era o que encantava o garoto de cabelos bagunçados, então começou a sentir-se mal por estar fazendo uma coisa daquelas apenas por causa de ciúmes.

– Ah, mas está tudo bem. Obrigado por se preocupar, mas estou bem, não quero te dar trabalho no meio do Café...

– Você não me dá trabalho, seu bobo. Vem! - e sorrindo, ela pegou a mão do namorado e puxou-o para os fundos, levando-o até a cozinha.

Niou ficara para trás, como uma árvore plantada no chão e criando raízes.

– Ela me ignorou.

Na cozinha, a garota indica uma cadeira em que Akaya poderia se sentar enquanto ela preparava o chá.

– Espera só um minutinho, tá? Já já o chá fica pronto! - ela pôs-se a esquentar a água e escolher o sabor da bebida que ia preparar.

Ah! Como Amane era um anjo! E Akaya teria que admitir, ela também daria uma ótima esposa. Escolheu um chá de morango. Em alguns instantes, estava pronto. Ayanami colocara um pouco em uma xícara e entregou-a a Akaya, pegando uma cadeira para se sentar na frente dele.

– Aqui. Espero que esteja bom... - ela lhe dá a xícara timidamente.

– Obrigado... - ele recebeu sem jeito e um silêncio instalou-se entre eles.

Nenhum dos dois teve a coragem de tocar no assunto "ontem à noite" ou até mesmo no que procedera àquilo. Ambos carregavam um enorme peso no peito. Akaya, por agora estar arrependido no plano em que se metera. E Ayanami, por ter quase a certeza de que tinha feito algo errado, e que desde que mostrara a carta de Sanada ao namorado, tinha magoado o garoto profundamente.

– Você... devia tomar cuidado nos treinos... talvez esteja cansado por causa disso, né? - Amane resolveu falar, antes que aquele silêncio os matasse.

– Um pouco, mas ainda preciso me dedicar mais...

– Mas você precisa descansar, Akaya. - ela o encarou com olhos preocupados, uma feição triste.

– Não faça essa cara... Não combina com você...

– Mas... é que eu me preocupo tanto com você, Akaya... Você sabe que pode me dizer se tem algo de errado. Tá tudo bem mesmo?

Antes que ele pudesse falar alguma coisa, Masako, vulgo Niou, entrara cuidadosamente no local para avisar que havia uma mulher no balcão, bastante impacientente querendo saber onde estava sua encomenda.

– Ahh! A encomenda da Miwa-san!! Desculpa, Akaya! Tenho que atendê-la! Você pode voltar e se sentar em alguma mesa com a Masako-san! Eu prometo que vai ser rápido, tá? - falou tudo tão depressa que quase se atropelou com as palavras. Além de estar confusa até aquele momento, desesperou-se por ter esquecido que uma cliente importante viria buscar dois bolos naquela tarde. Saiu correndo da cozinha. - Obrigada, Masako-san!

– De nada! - Niou voltou sua atenção para Akaya, que não parecia nada bem. - Hey cara, tudo bem?

– Não, não tá nada bem. Ela... ela ia chorar, Niou-senpai. - falou enquanto encarava a xícara vazia.

Niou suspirou fundo e foi até o amigo, abaixou-se (afinal, Akaya é baixinho), tocando no ombro do garoto e sorriu.

– Calma... Se não quiser mais continuar a brincadeira a gente termina aqui.

Depois de atender a cliente no balcão, Ayanami percebera que tanto Akaya quanto a suposta Masako ainda não tinham retornado. Foi até a cozinha, mas nem se deu ao trabalho de entrar; ao aproximar-se da porta, ouvira a sentença da "garota". Ficou ainda mais confusa e perdida. Fechou os olhos e encostou-se na parede, esperando ter alguma ideia sensata naquele momento.


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