— Isso é uma promessa, não é? - Perguntou uma garotinha entre lágrimas. - Iremos ficar juntos para sempre, não é?

— Claro sua boba. - Disse um garotinho que estava abrasando a menina de cabelos rosas. Ele se afasta um pouco dela. - É a nossa promessa! - Ele a puxa e sela os seus lábios nos dela. O selo da promessa...

...

Era primavera em um parque infantil, uma garota de longos cabelos rosas, olhos dourados e pele branquinha, trajava um vestido branco de alcinha, em volta de sua cintura, uma fita de cetim na cor rosa. Suas mãos de frente para o seu corpo, segurava uma mala.

— É aqui que começa, não é? A jornada do meu desejo... - Sorriu.

Mesmo não lembrando do rosto ou nome daquele que fez uma promessa, mesmo assim, ela iria procura-lo. Este foi o trato que ela fez para poder vim a Terra. Ela perdeu completamente sua memoria. Apenas sabe que tem que encontrar ele.

Sem motivo algum, sorriu e confirmou com a cabeça. Iria procura-lo logo! Mas por onde começaria? Olhou para os lados e começou a caminhar...

Lá estava ela, caminhando entre os bairros, até ver uma mulher de terninho com dois sacos de lixo em mãos, a mesma corria.

— Desse jeito perderei a hora!! - Correu em direção a garota de cabelo rosados. E sem querer, esbarra nela. - Desculpa!

— Não tem problema... - Disse ela enquanto observava a mulher correndo. Depois de algum tempo, ela percebe um grande saco ao seu lado. - Ela deixou cair... - ela se abaixa e pega a sacola. - Onde eu devo colocar isto?

Novamente a garota olha para os lados, e vê um pouco distante, mais sacolas daquelas. Sorriu e foi na direção das sacolas. Quando a mesma parou de frente para as mesma, viu um placa escrita: "Por favor, jogue o mínimo de lixo possível!"

Ficou encarando o saco em suas mãos e os de sua frente, até ouvir barulho dos corvos. Ela virou-se, olhou para os pássaros pretos que estavam parados nos fios dos postes, e então, ela abriu o saco com um grande sorriso.

— Aqui bichinhos! - Exclamou com o saco aberto em direção a eles.

O resultado foi que todos os corvos voaram em sua direção, e ela, correu para se salvar. Além de não se lembrar de nada, não sabia de absolutamente nada deste mundo!

Depois de um longo percurso de tanto correr, finalmente, ela consegue se livrar dos pássaros negros. Parou para descansar um pouco, sentou-se de frente a uma loja, soltou um longo suspiro. Mas, ela não iria parar por ai, ela continuaria a procurá-lo! Dois rapazes saem da loja e param de frente para ela.

— Ei, você... - Chamou o primeiro, fazendo a garota os olharem. O mesmo tinha cabelos castanhos e olhos da mesma cor, usava uma jaqueta vermelho vinho e uma camisa branca por baixo, trajava uma calça jeans. - Está sozinha?

— Quer tomar algo com a gente? - Perguntou o segundo. Cabelos loiros escuro, olhos castanhos, ele usava um casaco moletom laranja, uma calça também jeans e em sua cabeça, havia um boné vermelho.

— Tomar? - Repetiu inocentemente.

— Tem um lugar muito legal naquela esquina. - Disse o primeiro.

Tava na cara que eles estavam dando em cima dela. Mas ela, era muito inocente para perceber isso!

— Mesmo? Muito obrigada! - Disse animada se levantando e fazendo uma referencia de agradecimento.

— Então vamos. - Falou o segundo.

— Hai! - Confirmou ela os acompanhando. Estava tão animada que nem percebeu uma pedrinha no caminho, e acabou se atrapalhando toda, derrubando os garotos a sua frente. Levantou-se e correu na direção dos rapazes que estavam caídos. Se abaixou-se entre eles - Vocês estão bem? Se machucaram?

— Sua desgraçada, o que pensa que está fazendo? - Perguntou o garoto da jaqueta vermelha, virando o rosto raivoso para encará-la.

Virou-se para ela e a pegou pela gola do vestido, levantando e a mesma também. Levantou a outra mão, a garota fechou os olhos e virou o rostos.

— Foi você que pediu! - Exclamou o garoto.

A garota gritou assustada. Estava com os olhos fortemente fechados. Esperava pelo o pior, só que não veio, apenas ouviu gemidos de dor. Aos poucos seus olhos dourados foram abrindo e a vista dos dois rapazes deitados no chão. Também um terceiro garotos de cabelos azulados, e olhos safiras havia parecido, o mesmo trajava roupas pretas (N/A:. A do anime mesmo), ele estava parado de frente aos rapazes.

— Garotos irritantes! - exclamou irritado, enquanto com uma mão fechada batia na palma de sua outra mão.

— Ela já tinha namorado! - Falou um dos garotos enquanto corria.

Ele observou os garotos correrem. Depois de vê-los sumirem de sua vista, deu as costa para a garota de cabelos rosados, e voltou a caminhar. Ela ficou olhando aquele garoto, quando o viu andando, levantou-se e parou atrás do mesmo.

— Ei, - chamou animada. - Obrigada...

— Não fique toda mole porque uns cara te deu conversa. - Disse ele parando e a olhando de perfil.

Aquele sorriso demorou alguns segundos para sumir, até que ela percebeu o que ele quis dizer com aquilo.

— Eeehhh?!— Ficou completamente corada. Depois sua expressão foi para irritada. - Isso não é verdade!

Então, aquele garotos de olhos safiras partiu. a deixando sozinha. E novamente, ela foi a procura de seu único motivo de estar ali. Caminhou por horas, até ver muitas gentes reunidas em apenas em um único lugar. parecia algum evento ou festival. Ficou parada de frente a entrada onde havia uma placa grande e bem decorada, nela dizia: "Bem-Vindos Ao Festival de Cerejeiras"

— O que será que é isso? - Murmurou pra si mesma. - Tem muita gente por aqui...

Ela entrou e viu várias e várias barraquinhas. Muitas árvores sakuras, e bastante gente. Não custava nada olhar algo diferente, certo? Adentrou naquele ambiente, observava cada coisa, até mesmo as pétalas das cerejeiras que dançavam ao toque suave do vento. Estava admirada com aquilo tudo.

Uma bola vermelha para diante dos seus pés.

— Moça, pode jogar para cá? - Perguntou um dos garotinhos.

— Claro! - confirmou a garota. Se abaixou e pegou a bola. - Lá vai.

Ela leva a bola atrás de sua cabeça, abre um grande sorriso, e joga a bola. Os garotinhos fica olhando para onde a bola ia, até que ela acerta certeiro uma das barraquinhas, derrubando tudo. Rapidamente ela corre até o dono.

— Desculpa! - Pediu enquanto se curvava.

— Não tem problemas. - Disse ele limpando as coisas.

— Desculpa mesmo! - continuou com o corpo curvado.

— Eu estava com poucos ajudantes... - comentou o moço.

Ela ergueu o seu corpo e olhou o homem.

— Deixe-me ajudá-lo! - Pediu. - Vou pagar com o trabalho. - disse confiante.

E sem mais e sem menos, o dono deixou ela ajudar. Ela carregava bandeja com vários pratos sujos, levava os pedidos para os clientes. Ela estava mesmo disposta a ajudá-lo. Mesmo por ter derrubado as coisas sem querer... Mesmo atrapalhada daquele jeito, ela conseguia atender todos os pedidos com um belo sorriso no rosto.

— Uma cerveja, por favor. - Pediu ela ao seu "chefe"

— Saindo. - confirmou o homem. - Meu ajudante teve que sair mais cedo. Você está ajudando muito.

— Mesmo? - Perguntou bem animada. - Fico feliz de poder ajudar!

— Ei, meu hotpot¹ ainda não está pronto? - perguntou um dos clientes

— Saindo! - Disse ela.

—Aqui está. - O homem entrega uma bandeja a ela com um prato.

ela o pega e vai até o moço que pediu e o entrega o seu pedido.

— Desculpe, mas poderia me ajudar a colocar os ingredientes? - Perguntou gentil. - Obrigado. - então, voltou a conversar com seus amigos.

E agora? O que ela iria fazer? A mesma nem sabe quais são os ingredientes!

— Eu vou colocar os ingredientes... no hotpot?! - murmurou pra si mesma. Encarava aquela tigela.

Então, pegou o que viu pela frente. Um prato com legumes e jogou tudo na tigela.

— Não pode colocar os ingredientes antes da água ferver - Exclamaram os homens.

Parecia que ela não os ouviam. Novamente pegou outro prato com carne e colocou na água fervente. O chefe estava desesperado vendo aquela cena!

— Não pode colocar a carne agora!! - Disse o chefe. Até que viu a garota misturando leite. - Ei, por que diabo você está colocando leite?!

— É que leite faz bem! - Respondeu com um grande sorriso, enquanto o cliente do pedido via tudo aquilo.

— Sem chocolate!!! - Gritaram os homens vendo ela com uma barra grande de chocolate, ela estava preste a jogá-lo.

— Doce vai melhorar seu humor! - Disse sorrindo e colocando o chocolate.

— Natto² não! - Pediu entre choro o cliente.

A "gororoba" vermelha que ela fez, parecia ter vida, enquanto borbulhava. O que ela pensa que está fazendo?!

Todos encarava assustado pra aquela coisa.

— Parece uma imagem do inferno. - comentou um dos clientes.

Suspirou triste. Realmente, ela deu tudo de si para fazer alguma coisa boa. Mas parece que tudo foi em vão...

— Mas seria um desperdício não experimentar... - Disse o dono do pedido, com uma grande gota em sua cabeça. Pegou seus hashis, pegou um bolinho de carne, talvez. E levou até a sua boca, e todos presente ali, o encarava. - Hã? Está gostoso.

Então, um outro cliente fez o mesmo e confirmou. ela havia feito um milagre? Então todos experimentaram. E todos estavam gostando daquela "gororoba" estranha

— Mocinha, este será o nosso prato especial! - Disse o chefe

— Muito obrigada. - Disse agradecida.

Ela passa a tarde ajudando o moço da barra, até que o festival acaba. Ganhou comida como pagamento.

Já era noite, e ela voltou a caminhar pela a praça, até vê uma senhora com um carrinho de bebê, e o mesmo choramingava sem parar. Então, ela foi até lá.

— Não chore. - dizia a senhora enquanto balançava o brinquedinho do bebê.

— O que foi? - Perguntou a garota de cabelos rosados.

— Ele não para de chorar...- disse a vovó.

A garota olhou para a criança que chorava, se curvou um pouco para ficar próxima a ele, colocou as suas duas mãos na própria bochecha, fazendo brincadeiras. Só que de vez fazer o bebê rir e parar de chorar, fez ele abrir a boca e chorar mais ainda! Ela queria animar o garoto ou assustá-lo?

— Desculpa! - Pediu olhando para a senhora

— Não se preocupe, a culpa não é sua. - Disse a mulher.

— Mas...

— Ele sempre fica assim durante a noite. - Disse a senhora novamente balançando o brinquedo. - Sempre trago ele pra cá, para não incomodar os vizinhos. Ele não pega no sono antes de cansar de chorar.

— Sei...

— A mãe passava muito tempo com ele... - continuou a vovó. - Quando chorava, ela cantava uma música até ele parar.

— Onde ela estar? - Perguntou a garota preocupada.

— Trabalhando muito para sustentar o bebê. - Ela olha para a garota de cabelos rosas. - É por isso que preciso cuidar muito bem dele. Tentei cantar, mas ele não parou de chorar...

— Deixa eu tentar. - Pediu a menina. - Vou cantar para ele. Posso não conseguir cantar igual a mãe dele, mas... - Ela olha para o bebê que ainda chorava sem parar.,

— Por favor. - Pediu a senhora.

— Certo! - Exclamou animada. Ficou de frente do bebê. Respirou fundo. Quando viu uma pétala da árvore sakura que estava atrás de si, fechou os olhos.

(N/A:. Tradução da música Ashita Kuru Hi— O Dia Que Está Por Vir. )

http://www.youtube.com/watch?v=Zq0JN1jZQbU

As flores que florescem na primavera, se espalham pelo céu de verão
Dentro do meu coração, elas estão gravadas e brilhando
A chuva cai de manhã, mesmo nos dias em que eu fecho minhas janelas
Transbordando dentro do meu peito, está a luz que vem acima das nuvens

E finalmente o bebê havia parado de chorar. Enquanto cantava, as pétalas dançava ao vento e as pessoas se reuniam ao redor deles. Ela cantava como um verdadeiro anjo. Com o seu gentil e doce coração de anjo.

Uma pessoa bem distante dali, encostado em uma árvore, escutava claramente, aquela voz doce que ecoava. Sorriu, sabia muito bem de quem era.

Alegrias e tristezas, eu abraço todas elas e continuo a caminhar
A minha mão e a sua mão, estão segurando uma a outra bem forte
O outono está a margem do lago, o inverno está escondido na ponta dos galhos
Existe uma gentileza infinita nas profundezas deste mundo
Quando a noite vier, eu farei uma prece para ele
Quando o amanhã que está vindo a chegar, quero recebe-lo em paz

As pessoas se sentiam aquecidas por cada palavra que saia da boca daquela garota. Era tão bom ouvi-la cantando... Parece que cantar, era sua especialidade. Sem dúvida alguma, cantar era a coisa que ela sabia fazer perfeitamente.

Uma voz me chamando de tão, tão longe me guia
Como se sorrisse, como se cantasse, o som ecoante do vento
Alegrias e tristezas, eu abraço todas elas e continuo a caminhar
A minha mão e a sua mão
Estão segurando uma a outra, bem forte..

Quando a música acabou, aplausos foram ouvidos, e ela abriu os olhos. E então, por fim, ela percebeu que estava com várias pessoas ao seu redor.

— Bem, eu... - ela olhava para os lados.

— Foi lindo. - elogiou a vovó. - E ele parou de chorar.

Então, a garota de cabelos rosados, levou a sua atenção para o carrinho, e viu o bebê com as mãozinhas levantadas e sorrindo.

— Que bom. - disse ela.

— Graças a você. - Disse a vovó.

— Cante de novo! - pediu uma das mulheres que a ouviu cantando.

— Sim, cante mais - Desta vez foi um homem.

As pessoas ficaram em cima da pobre garota, que não sabia o que fazer com os pedidos.

— D-Desculpa, mas... - Ela abaixou a cabeça. - Tenho que fazer algo muito importante...

Finalmente, eles concordaram. E a deixaram em paz. Ela se despediu do bebê e da vovó, e voltou a caminhar, a busca do seu desejo. Ela não desistiria nunca. Custe o que custar!

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Hotpot:. também chamado de nabe, é uma espécie de foundue chinês

Natto:. é uma comida japonesa feita de feijão fermentado com uma bactéria especial