A vida de Hans se resumia em acordar cedo, ir pra maldita escola, lugar que ele mais odiava no planeta, graças a sua aparencia: Pele palida, cabelos pretos meio oliosos ,corcunda e um pouco gago (é Deus nao foi nada bom com ele) ele era o garoto mais excluido da face da Terra. Logo depois voltava pra casa, onde seu padrasto sempre o esperava com alguma desculpa para espanca-lo.Era atormentado o resto da tarde pela dor e pelos seus meio irmaos que sempre o sacaneavam trancando no armario ou coisa do tipo.

          Com certeza voce nunca vera ninguem mais triste que o pobre Hans Finn, ele passava o tempo que nao estava sendo zoado no quarto chorando, mas nao tinha coragem de se cortar, tinha medo da dor, medo da vida, ele era um simples rato assustado trancafiado no seu quarto sozinho.

        Um dia foi a gota d'agua. Entrou no seu quarto com uma faca. Nao sabia o que ia fazer, mas fez.

-Adeus, fucked off life. - E tudo que viram depois foi o fio vermelho escorrendo por baixo da porta do quarto trancado

Mas diferente do que se pensa, aqui que começa nossa historia.

***

Depois de muito tempo, Hans nao sabia ao certo quanto, ele abriu os olhos. Se sentia com um frio que nunca havia sentido antes. Tambem sentia muito medo, muito mais medo que seu padrasto ou seus colegas. Se sentia leve e tonto.

-Onde estou? -perguntou e ouviu seu eco. Nao estava em lugar nenhum, simplesmente isso, como se estivesse em uma pagina em branco. Sentou e começou a chorar com o rosto entre as maos.

-Garoto, voce nao cansa de chorar nao? - Depois de uns 10 minutos um cara que era impossive adivinhar a idade, com uma roupa preta, mas com aparencia humana de um garoto bonito. Hans ao olhar teve o impulso de gritar mas a voz nao saia, começou a chorar de medo de novo.

-AAH Para de chorar! Putz. Nao tenha medo, se eu estou aqui é um bom sinal pra voce, se fosse meu pai voce tava morto. -Silencio.

-S-s-eu pai?

-Olhaaa ele sabe falar! É, a morte, e sim A Morte é homem. Mas ele ia te levar para um lugar ruim...Eu nao, eu vou te levar pra longe dessa sala. - O jeito que ele falava dava segurança e Hans nao aguentou, começou com as perguntas desesperadas.

-Onde eu estou? Eu morri? Por que fiquei aqui sozinho até agora?Porque voce vai me ajudar? -Voltou a chorar.

-Ou ou ou CALMA. Voce esta na sala reservada para casos especiais. E sim, voce fez o maior pecado que é possivel : Se matou. E sei la porque voce ficou sozinho, porque eu quis?! E se nao quizer minha ajuda pode passar o resto da sua eternidade aí sozinho.

-N-nao quis dizer isso...

-Otimo, mas alguma pergunta? - Hans fez mençao de falar - NAO? QUE BOM. Entao vamos!

-Er...

-Nananinao, sem mais perguntas, tique taque, a hora das perguntas acabou. E a de chorar tambem.

       Sairam sem perceber da sala do nada e entraram em um corredor escuro, onde haviam almas perdidas vagando. Hans ficou com muito medo e o novo guia riu

-Ha, medroso. Ta com medo de que? Voce tambem é uma, só nao esta condenado a Sala de Espera Eterna, deu sorte, já marquei sua audiencia.

-Voce é o que, senhor?

-O que? Seu anjo, voce devia saber. - Hans olhou para as roupas jovens e pretas do anjo. Para o cabelo moicano e a aparencia de moleque. Ficou calado e o anjo riu de novo.

-Aqui, chegamos. - Chegaram em um precipicio. Hans olhou as aguas geladas e as pedras pontudas que havia no fundo e tremeu. o Anjo pulou, mas claro, sabia voar.

-Eeii e eu? Se eu pular eu vo virar merda.

-Pode pular, precisamos pular, as audiencias agora sao la embaixo, no inferno, graças ao diabo que deu chilique. - Ouviu-se trovoes e raios. -Opa...Vamos logo, pula, voce é uma alma e eu estou aqui pra te proteger.

Hans pulou e sim, caiu nas pedras e quase morreu de dor. Se já nao estivesse morto poderia ter morrido.

O anjo o conduziu pelo inferno, que era como um escritorio num predio estilo Empire States. Chegaram numa sala de audiencia como as humanas, tirando as ilustres criaturas la presentes.