Eu estava ao um fio pra desabar. Quando criança sempre pensava que qualquer um podia ter a sua felicidade ou então apenas um final feliz.

Hoje começo a pensar que onde quer que eu decida ir, a felicidade sempre vai achar um jeito de desviar do meu caminho.

Olhei o horário no computador da biblioteca da escola e me assustei já eram 18 horas, sai da minha ultima aula 16h20min e corri pra cá. Cicppf (Curso Intensivo, Curso profissionalizante, Curso Pré- Faculdade). Era o anuncio que eu mais esperava, se eu passasse na prova do Cicppf não precisaria fazer o 3º colegial e se eu conseguisse um lugar nessa instituição e minhas notas alcançassem o mais alto nível, além do ano de curso concluído era só mais um ano de faculdade, sendo que eles davam meia bolsa, e pronto.

Mas, o problema era o pouco tempo, e a falta de recurso que precisava para estudar pra essa tal prova que muitos a batizavam de “Sicária”.

Logico que nenhuma prova é capaz de matar um ser humano, mas se caso eu não conseguisse seria uma morte pra mim porque mataria o meu único sonho que não era muita coisa: Ser independente. Depois que isso acontecer sumiria dessa cidade infeliz, na verdade não é a cidade que é infeliz sou só eu mesmo, mas se eu permanecesse aqui nunca que meu sonho ia poder ser realizado.

Já tinha entrado no site da escola e tinha copiado tudo que era pra estudar e só de olhar tive uma arritmia. São 13 matérias com 23 conteúdos cada, e no dia que eu for pesquisar os assuntos que teria que estudar pra cada conteúdo ficaria traumatizada.

Uma coisa eu tinha certeza, descansar só depois que estiver dentro dessa bendita ou maldita, não sei ainda estou pra saber, instituição.

Saindo da escola sabia que chagaria muito tarde pra ajudar Kate na cozinha teria que compensar em outras atividades.

Acho que já estava a uma ou duas esquinas pra chegar na maior mansão até enxergava um pouco o “palácio” e vi o idiota Cullen sair indo direção ao seu carro que estava estacionado do lado externo da garagem acho que nem preciso colocar o adjetivo ‘enorme’ né.

O Fato é que quando eu viro em uma esquina pra ter acesso às portas do fundo da mansão ele me ver ele corre rápido pra me alcançar, olho pra ele meio indignada pela atitude do imbecil. Atravessa quase um quarteirão só pra me irritar.

–Hey!!! Ladra miserável ta ouvindo não é ta moca agora!?

Eu não vou parar. Não posso me abalar...

Ele me agredia verbalmente.

Apressei o passo, mas ele me alcançou.

–Eu quero meu dinheiro. Agora!!!!

Ele falou com ódio inumano. Os olhos brilhando de raiva e os dentes serrados travando o maxilar.

Empurrou o meu ombro que dei dois passos pra trás.

Assustada demais pra falar algo ele segurou o meu braço com muita força.

–Eu não quero saber onde ou o que você fez, mas eu quero o meu dinheiro!!

Ele me sacudia, meu braço ardia de dor e percebi que se eu não fizesse nada o próximo passo seria me agredir.

–Que dinheiro!! Eu não sei de dinheiro nenhum... Você viu que devolvi pra sua namorada.

Eu falava com desespero, mas de um modo calmo e essa minha atitude o fez ficar com mais ódio se possível.

Ele começou me arrastar pra detrás da mansão onde ficavam os quartos, eu começava a ficar com muito medo e tentei me livrar do seu aperto extremamente forte.

–Eu sei que você pegou o meu dinheiro que estava na estante que você dizia limpar ontem a noite...

A raiva dele fazia com que ele falasse baixo, com tom de ameaça.

–Sabia que você é muito burra pra pensar que eu não iria descobri!! Vai AGORA me mostrar onde você escondeu esse dinheiro.

Arrastou-me ate onde ficava o meu quarto, chegando lá jogou meu corpo contra uma cadeira a força foi tão grande que depois de bater minha cabeça em umas das pontas da cadeira fui ao chão com tudo junto dela.

Ele espalhava as poucas coisas que eu tinha organizado no peque quarto.

– Vai da uma de doente mental agora?! Vamos diga onde esta!

Ele se aproximou de onde eu estava caída, levantei com dificuldade me afastando pra que ele não me machucasse.

–Eu não peguei seu dinheiro!!

Choraminguei com medo. Ele apertou as minhas bochechas com uma mão colocando força fazendo que minha cabeça levantasse sentir gosto de sangue na boca. Eu tentava me livrar, mas isso fazia com que ele colocasse ainda mais pressão, meus dentes feriam minha bochecha e quando ele viu o sangue escorrer pelo canto da boca me jogou com tudo na parede onde bati minha cabeça brutalmente....

Perdi o folego.

–Fala onde esta!

Gritou

–Juro que não vi dinheiro lá. Nunca roubei nada. Não foi eu que peguei. Por favor!

Eu chorei, não sabia como falar pra ele que mesmo precisando de dinheiro nunca que pegaria nada de ninguém principalmente dinheiro. Até quando uma pessoa me dava alguma coisa com eu não posso retribuir eu negava.

Depois de alguns minutos quando ele revirou tudo até mesmo os bolsos dos meus poucos jeans ele chutou uma mesinha onde tinha dois livros e o despertador cairam todos no chão.

–Vou te dar uma semana...

A ameaça era perceptível nos olhos e na sua voz.

–Quero esses seis mil na minha mão. Se esta assustada com que fiz aqui, você não imagina o que mais posso fazer com raiva... Terça-feira se não me devolver esse dinheiro além de colocar você na rua, faço você ir conhecer o inferno!! Nojenta Swan.

O Cullen não sabe que eu já tinha conhecido dois infernos, o orfanato e o restaurante da Emily.

Não sabia o que iria fazer. Realmente acho que pra não desabar, sou muito mais forte que um dia imaginei. Não podia sair daqui ate terminar os estudos e poder encontrar um emprego pra pagar um aluguel.

Levantei-me do chão com a intenção de organizar o quarto e ir tomar banho, mas o cheiro de sangue e a dor em minha cabeça fez enxergar tudo escuro e ir novamente ao chão.