Revenge escrita por Brunna C


Capítulo 2
Effy




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–Di Voltei - Effy olhou no relógio na parede e viu que era quase onze horas.

–Effy por onde você esteve?

–Desculpa Di, eu sei que você...

–Ei Elizabeth, como anda? Muitas drogas em uma noite?

–Claro querido irmão, afinal me espelho no irmão mais velho – Deu um sorriso sarcástico e saiu andando em direção ao seu quarto

–Você consegui né?

–O que? Estou tentando ser um irmão legal caralho!

–Tenta menos tá legal?

–Foda-se, vou trabalhar!

–Effy quer café? – Seu grito ecoou sobre a casa.

–Trás aqui pra mim?

–Levo

–Traz o seu também.

Ele sorriu.



–Fiz panquecas de chocolate.

–Você sabe mesmo como me agradar né?

–Café no quarto? – Ele se perdeu por um momento em seus pensamentos – você fazia isso quando tinha medo de algo.

–É.

–O que foi pequena?

–Eu sei o que realmente aconteceu Grandão.

–Do que você tá falando?

–Da morte da mamãe, foi o Matt que colocou fogo na casa.

–Effy não é assim...

–Então como foi? Me explica, eu quero mesmo saber, por que ele colocou fogo na casa? Foi um acidente? Por que não é o que tá escrito nos jornais da época – Ela se levantou e pegou uma caixa dentro de uma gaveta, sentou sobre a cama e abriu, dentro havia varias fotos e reportagens sobre o ocorrido. Diniz olhou rapidamente e focou os olhos na irmã, segurando a sua mão.

–Quer mesmo saber?

–Quero.

Ele respirou por um momento – Era uma quinta-feira, e como sempre todos estávamos jantando juntos na mesa, Matt comeu rápido apenas pra sair da mesa, ele não gostava de ficar com a gente, depois do jantar cada um foi pro seu quarto, mamãe te colocou na cama, me deu boa noite e colocou a Yasmin no berço, e foi se deitar. Algumas horas depois eu acordei sentindo cheiro de álcool , fui ver o que era, e eu vi – ele fez uma pausa e fechou os olhos tentando amenizar a dor da lembrança – eu vi o Matt tacando álcool na casa, eu perguntei o que ele estava fazendo, e ele disse que era uma brincadeira, eu era uma criança, era inocente então eu voltei a dormir. Depois disso só me lembro do papai com você no colo e me puxando pelo braço para fora da casa, com a fumaça eu acabei desmaiando e acordei no hospital algum tempo depois.

– Foi ele então? Ele colocou fogo na casa mesmo? Por que? Por qual razão?

–Eu não sei, eu tento descobrir isso desde sempre, mas ele não fala. Effy não deixa ele saber que você sabe entendeu?

–Porque ?

–Não confio nele Effy, mas não temos para onde ir, nem aonde viver, só não conta, entendeu?

–Tudo bem – Ela se inclinou para frente da cama e abraçou o irmão – Eu te amo grandão!

–Eu te amo mais pequena!


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Effy se levantou algumas horas depois, estava com os olhos inchados e um pouco doloridos, se sentou na cama e pegou um cigarro na gaveta do criado mudo, se encostou na cabeceira da cama e pegou o celular.

–Atende, vai atende.

–Effy, o que deseja?

–Me encontra na praia em uma hora, e leva as drogas com você.

–Meio cedo pra isso acha não querida?

–Cala boca e faz o que eu to falando caralho!

–Calma gatinha, em uma hora estarei na praia no lugar de sempre.

–Beleza- Ela desligou o celular e jogou sobre as cobertas amarotadas, olhou em volta e viu que seu quarto ainda era da maneira que seu pai havia feito um dia, com moveis brancos, papel de parede de flores e bonecas, cortinas rosas, um grande espelho que cobria uma parede para ela dançar – O espelho, tinha me esquecido porque ele foi colocado ali – As lembranças começaram a cobrir sua memoria, lagrimas caiam descontroladamente sobre seu rosto, no espelho a imagem de uma garota com uma roupa rosa, uma sapatilha branca e um laço na cabeça, segurando sua cintura uma linda mulher de cabelos escuros e longos- Lembra mamãe ? A primeira vez que eu fui dançar balé, a senhora me segurou na cintura e eu fui girando, e você me disse “Filha você pode voar dançando, basta ser com a alma” – Os olhos de Effy estavam fixos em um ponto do espelho, como se ali estivesse novamente a cena dela e da sua mãe, como se ela pudesse viver o passado novamente.



–Di vou sair- Effy já estava descendo as escadas, pensando que o irmão não iria lhe incomodar com perguntas.

–Vai aonde?

Ela estava errada -Na casa da Nichi.

–A Nichi esta na Florida com os pais dela – Ele se encostou na ponta da escada e a encarou – Aonde você vai?

–Vou me encontrar com uns amigos Di.

–Não gosto deles, você sabe que eles não te fazem bem.

–Não começa, por favor.

Ele a segurou pelo braço e a puxou pra perto dele- Effy para eu te imploro, para com isso.

–Parar com o que? – Ela se soltou das mãos dele e saiu sem olhar pra trás. Sabia que seu irmão estava entristecido com o que ela estava fazendo, mas era seu refugio, era a sua saída, a sua maneira de se esconder do mundo, de esconder a dor e a falta que seu pai lhe fazia. Effy acendeu um cigarro e foi andando até o local marcado.



–Olha quem chegou bem na hora.

–Cala a boca e me da isso logo.

–Calma gata, eu vou te dar, cadê a grana?

Effy pegou um bolo de dinheiro dentro no bolso e entregou para o ele – Ai, o preço de sempre.

–Esta aqui – Effy tentava não olhar muito para ele, Tadeu era o tipo de cara que olhava fixamente para o peito da garota e não se importava mais com nada, vivia mascando um chiclete, ele cheirava a cocaína e vodka, seus cabelos eram escuros e suas roupas de marca, cada dia da semana usava um carro diferente, tudo o que importava era dinheiro, droga era uma diversão, não era um traficante, vendia só pra algumas pessoas, aquelas que eram mais próximas de uma amizade, de família rica sempre teve tudo o que quis, até se enrolar com as drogas.

–Falou – Ao se virar Effy ouviu uma voz diferente vindo de trás dela

–Ei Effy – Ela se virou rapidamente, viu um homem de cabelos pretos e olhos escuros, pele bronzeada e braços fortes – Vai ter uma festa na avenida principal com o Beco 95 logo menos, aparece por lá. – O rapaz sorriu e virou as costas.

Ela se virou e continuou andando, pegou o telefone e começou a pensar pra quem ligar primeiro – Naomi, to chegando ai na sua casa, vou ligar pra Anne subir ai , tchau – logo em seguida ligou pra Anne e disse pra ela as encontrar na casa da Naomi, ainda eram 5 da tarde, o sol brilhava e destacavam mais os olhos azuis dela, alguns passavam e olhavam, outros simplesmente ignoravam a presença dela na rua, algumas meninas faziam comentarias, outras olhavam e tinham inveja de quem ela era.

Passou em frente a uma lanchonete, aonde ia toda semana com seus antigos amigos, olhou pelo vidro e viu que eles estavam lá dentro sentados naquela mesma mesa, continuou olhando imaginando que Gab devia estar pedindo um grande pedaço de torta de limão com suco de morango, Jas um pedaço de torta com um guaraná diet, Yago um x-bacon bem gorduroso com um copo e milk-shake. Ao lembrar disso se pegou sorrindo olhando os três – Talvez eu sinta falta da calmaria que isso era.

–Então por que não entra e pede um bolo de prestigio com chocolate quente?

Ela se virou e viu Le parado de braços cruzados atrás dela – Você se lembra – ela sorriu meio constrangida.

–Claro – ele a abraçou por trás – e lembro também que toda vez você pegava uma bolinha ali – apontou para uma maquina cheia de pequenas bolinhas, de diferentes cores e desenhos.

–É, e você pedia água com gás e torta de frango- Ela fez uma careta- Nunca achei uma combinação muito boa – Os dois riram e ela se virou de frente com ele – Não fui a única que mudou Le, todo mundo ali mudou também.

–É? Isso eu duvido um pouco, olha bem, Yago continua o mesmo magrelo com cara de nerd de sempre, Gab o mesmo conquistador barato que fica com todas, e a Jas a mesma menina quieta que não tira a cara dos livros.

–Ai que você se engana.

–Porque?

–Porque Jas está tendo um caso segredo com o Freddie, aquele meu amigo.

–Uau, é um pouco impossível imagina a Jas tendo um caso, ainda mais com alguém que tem uma filha.

–É – Effy segurou na mão dele e continuou andando na rua – Ela é baba da filha dele, e acabaram se conhecendo e agora eles ficam juntos secretamente – um riso ecoou no ar.

–Se é secreto como você sabe? – O tom da sua voz era de curiosidade, mas seu rosto não mostrava expressão alguma.

–Eu vi eles juntos, há um mês mais ou menos, teve uma festa no kilik, e eu fui ao banheiro, a hora que entrei vi eles se pegando

Ele fez uma cara de espantado e arregalou os olhos – Uma festa? Uau !

–Como eu disse, não fui a única que mudei.

Ele sorriu – Le eu vou ficar aqui.

–Tudo bem, eu vou na casa do Tony pegar algumas coisas pra festa de hoje, te vejo lá certo?

–Beco 95 com a principal?

–Exatamente – Ele foi se afastando – Te amo sempre.

–Te amo sempre mais.

Ela correu até a porta e apertou a campainha – o Senhora Carla como está?

–Bem minha querida, Naomi e Anne já estão lá em cima, suba.

–Obrigada- Correu até o quarto, bateu na porta e entrou – Oi Gente – Ela jogou sua bolsa no chão e se jogou na cama- estão prontas pra festa de hoje?

–Aonde? – Naomi saiu de dentro do guarda roupa cheia de roupa pendurada pelo braço.

–Beco 95 com a principal – Anne estava deitada de cabeça pra baixo quando respondeu, Effy a olhou – Que ? Meu namorado me ligou falando.

–Que belo namorado, me vendeu drogas a menos de uma hora– Ela pegou um pacotinho no bolso da sua calça e mostrou – Falando nisso, quem é o amigo dele? Que estava com ele agora de pouco??

–Como ele era?

–Alto, moreno, olhos escuros, bonito, forte, gatissi...

–Andrew.

–Como?

–É o Andrew, só pelo “Bonito e forte” já sei – Naomi estava apenas de calcinha e sutiã agora- Naomi joga tudo dentro do guarda roupa e vem aqui.

–Não, quero achar aquela blusa preta, aberta nas costas.

–tá em casa comigo.

–Desde quando? – Naomi se jogou em cima da Effy- Quando você usou aquela blusa?

–Não lembro, sai de cima de mim.

–Vadia que pega minhas roupas.

Elas riram – Quando Nichi volta?

–Final das férias Anne, ela disse que aquele lugar é entediante, tadinha.

Effy estava deitada em uma parte da cama com um ursinho no colo, pensava em dizer as amigas a verdade, mas não contou nem pro seu melhor amigo, pra que contar pra elas? O que elas iriam ajudar? Em nada, iria olhar e falar “Nossa Effy, que triste, como você está?”. Effy passava a mão no ursinho se lembrando de quando Yasmin jogou um urso parecido com aquele da janela do carro, lembrou-se do seu pai parando e correndo no meio da rua para pega-lo - Queria que a Yasmin estivesse aqui – As palavras saíram quase como um suspiro, mas as meninas olharam para ela.

–Quem é Yasmin Effy? – Seus olhos se encheram de lágrimas e ela se levantou da cama em um salto, olhou para as duas, riu e se lembrou de que nunca contou seu passado para aqueles amigos, que eles não deviam saber de nada, era melhor que não soubessem.

– Ninguém de importante!


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