Revenge escrita por Brunna C


Capítulo 1
Effy e Diniz




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Sentada ao lado da cama Elizabeth pensa em como chegou aquele ponto, o dia esta com um tom de cinza, não havia nuvens no céu, o sol não chegou a brilhar, na janela algumas pequenas gotas de chuvas batiam fazendo um som até que musical, as folhas das árvores balançam fortemente, mostrando o poder do vento do lado de fora.

Elizabeth tentava lembrar quem  ela era há anos atrás, e como chegou naquela situação, como chegou ao ponto de ficar debilitada a sentir o vento? Como não poderia mais sair dali, a pergunta que ficava em sua mente era como ia viver assim? Se tinha alguma maneira de sobreviver aquilo, por vezes ela preferiria ter morrido naquele acidente, pois perdeu a vida mesmo estando viva, pelo menos era o que pensava.

Dois Anos antes

Sempre que ela passava os olhares se voltavam para um mesmo ponto, para uma mesma pessoa, de cabelos pretos longos, pele clara e olhos azuis, um rosto marcado com a perfeição, mas ao longo daquele ano foi marcado com efeitos do mundo, piercings, fortes maquiagem escondiam seus profundo olhos cor de mar, suas roupas normais passaram a ser  metade do que eram, ao invés de acordar todas as manhãs em sua cama, acordava na rua, drogada, cheia de machucados, sem saber o que aconteceu na noite passada, diziam que sua dignidade estava escondida em algum lugar, seus antigos amigos ainda acreditavam nisso, mas ela dizia que havia morrido a muito tempo, que a vida era bela como era.

-O que é aquilo exatamente? -  Elizabeth estava deitava a beira da praia, olhando para o céu, as nuvens pareciam dançar, como em um musical, as nuvens eram pessoas dançando, e o vento cantava em seu ouvido.

-São apenas nuvens Effy.

-Estão dançando Le, olhe – Ela apontou para uma nuvem qualquer – ela parece estar nos braços de alguém, e ele a está guiando de um lado para o outro, como se fosse valsa.

-Sua imaginação é fértil – Ele suspirou fundo, olhou para ela e apreciou o quão bela ela era, o quão perfeita era mesmo naquela situação – com as drogas ficam mais ainda.

-Algo bom em ser viciada, viver no mundo do “faz de conta” .

-Não era melhor um livro então? -  Ela só olhou e não respondeu, passou a mão sobre o rosto dele e voltou a olhar para o céu e rir.

Le era melhor amigo de Effy desde criança. Eles haviam crescido juntos, tinham dado o primeiro beijo juntos, tinham sido namorados aos 12 anos, algo que durou dois anos, mas acabou logo quando  a mãe dele morreu de câncer, ele se mudou para o outro lado do país e o namoro não durou mais do que dois meses. Depois de um ano e meio ele voltou, e encontrou Effy da maneira que estava, não era mais uma menina inocente, era uma mulher sem limites, sem medo, mesmo assim ficou do lado dela, sabendo que aquilo uma hora ou outra iria passar, que era a fase, era o choque de realidade que a vida tinha lhe dado, era uma menina de dezesseis anos ficando órfã, tendo apenas o irmão de vinte e cinco e outro de dezoito para ser criada.

-Vamos embora?

-Quero dormir aqui, vendo as nuvens dançar – Effy sorriu e olhou para Le – fique aqui comigo?

Ele não podia deixar ela ali sozinha – Tudo bem, mas só dessa vez está bem?

Ela fez sinal com a cabeça sinalizando que sim, ele sabia que era mentira. Effy chegou mais perto de Le e se aconchegou em seu peito.

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- Matt aonde ela foi?

-Sei não, cansei de ligar e nada dela atender – Matt olhou para trás e viu a expressão de preocupado do irmão – Diniz você sabe que ela sempre faz isso, já esta cansado de saber, e ainda fica preocupado?

-Claro, ela é minha responsabilidade Matt, nossa responsabilidade, você parece não perceber isso.

-Percebo, mas relaxa, Le mandou mensagem falando que está tudo bem com ela, que ele vai ficar com ela essa noite.

-Onde eles estão?

-O que?

-Eu quero saber onde eles estão Matt, eu vou busca-la agora.

-Não, você não vai – Matt se levantou da cadeira e foi em direção ao irmão mais novo- eu sei o que ela esta passando, eu tinha a idade dela quando a mamãe morreu, eu era o adolescente da casa se lembra do que aconteceu? – Ele fez uma pausa e passou a mão sobre a cabeça – tenha calma, ela vai ficar bem, não adianta ficar assim agora Di, ela sabe o que esta fazendo, e infelizmente não mandamos nela ainda.

-Sei muito bem o que aconteceu com você, afinal fui eu que sofri as consequências dos seus atos, eu cuidei da Effy, do pai e da Yasmin, e você vem me falar que você sabe o que ela esta passando? Eu sofri as consequências e era apenas uma criança, então cala essa maldita boca porque você não sabe o que ela está passando.

Diniz bateu a porta do seu quarto ao entrar, ficou andando de um lado para o outro como se fosse ajudar em algo fazer aquilo, parou em frente a porta do guarda-roupa e deu um murro, segurou sua mão com a outra mão e se jogou na cama, sua mão agora doía, mas não era uma dor comparada aquela que tinha tido a anos na morte da sua mãe, se sentou na cama e se pôs a chorar – Caralho Effy atente, vai atende “Oi aqui é a Effy deixe seu recado após o, a vá se fuder” – ele soltou um suspiro e jogou o celular contra a parede – Aonde você está ? – colocou as mãos sobre a cabeça e se deitou novamente.

Em meio aos poucos barulhos da casa, Diniz ouviu passos vindo em direção ao seu quarto – Di? – Matt deu três batidas na porta –Di Por favor preciso da sua ajuda, Di abre essa merda dessa porta eu preciso da sua ajuda caralho – Ele encostou a cabeça na porta e deu um pequeno chute- Sei que fiz merda, sei que acabei com tudo, me desculpa tá? Não queria colocar tudo pra cima de você, você não tinha idade pra cuidar de tudo sozinho – Ele se encostou na porta e sentou –  eu não posso fazer nada está bem? Eu não posso simplesmente voltar ao passado e consertar as coisas, eu – Nesse momento a porta se abriu e Matt viu Diniz parado atrás dele.

-Você não pode o que Matt? Você quer voltar naquele dia pra que? Pra colocar fogo na casa novamente? Pra ver a mamãe morrer novamente e nossa irmã mais nova ter queimaduras horríveis a ponto de não conseguir respirar? É isso que você queria mudar?

-Sim

-Você é um desgraçado

Diniz passou pelo irmão e saiu de casa, foi andando até o parque que havia a alguns quarteirões dali, sentou em um banco e se pós a chorar – Effy – gritou uma vez –Effy cadê você? – suas palavras eram para ser gritos, mas sua voz não saia. Pegou um cigarro no seu bolso e o acendeu, fumou um, depois outro, mais um. Olhou em direção a uma árvore e foi até perto dela, olhou bem perto e viu as letras “ MEDY” – Você escreveu isso aqui mamãe, assim que a Yasmin nasceu, queria que você ou o papai estivessem aqui, Effy precisa de vocês, eu preciso de vocês-  Sentou encostado na árvore e fechou os olhos, por um momento pode estar naquele dia, naquele momento em que sua mãe escreverá seus nomes ali.

“ – Josh traga a Effy aqui

-Estou indo querida.

-Effy, essa é sua irmã mais nova, Yasmin.

Effy sorriu e delicadamente passou as mãos sobre a cabeça de Yasmin, o quarto estava claro, com as cortinas aberta, fazia dias que a pequena criança havia nascido, mas só agora os irmão conseguiram vê-la. Effy a olhava estranhamente, sentada ao lado da cama do hospital – Mamãe, é uma boneca? – seu sorriso era delicado, seus olhos claros e seu cabelo liso e escuro, sua timidez só se desfazia junto a sua família, longe era uma menina quieta que brincava sozinha de boneca.

-Não querida, ela é de verdade, ela é sua irmã mais nova.

-Uau – seus olhos se arregalavam ao olhar para a criança no colo da mãe.

-Diniz, Matt venham ver sua irmã – Diniz se aproximou rapidamente, ficando encantado com a irmã.

-Outra mãe? Serio? Quer ter mais quantas? – Matt estava encostado na parede na frente da cama, com os braços cruzados e uma cara de poucos amigos.

-Não terei mais nenhum, eu te prometo.

-É, eu que te prometo que não terá mais nenhum mesmo!

-Matt olha como fala com a sua mãe! – Seu pai chegou mais perto dele e lhe segurou pelo braço – ela não pode se estressar.

-Foda-se , quero que ela e essa maldita criança morram, nossa vida já não era boa sem ela, agora imagina ter que ficar ouvindo choro de criança toda madrugada, inferno – Matt empurrou seu pai e tentou se livrar das fortes mãos que seguravam seu braço.

-Cala a boca seu filha da puta – Um tapa fez barulho sobre o quarto, e todos ficaram aterrorizados, a criança começou a chorar, Diniz correu ao lado da Effy e a abraçou – Nunca mais fale isso seu merda! Caia fora daqui!

Matt saiu do quarto deixando um grande silencio.

-Diniz pegue as coisas da sua mãe, vamos pra casa.

Elena pegou no braço do marido tentando acalma-lo - Vai ficar tudo bem, tudo vai voltar ao normal logo- o marido sorriu e lhe deu um beijo na testa.

Poucos minutos depois eles estavam no carro indo para a casa, ao passar por um parque a mãe pediu para parar, ela desceu com a recém nascida no colo e foi até uma árvore, pediu um estilete ao marido e deu a criança para ele segurar – aqui para sempre será lembrado a vida de vocês quatros “MEDY” –Diniz veio por trás e abraçou sua mãe “eu te amo mamãe” , eram as palavras mais sinceras que ele poderia dizer aquela hora, Effy fez a mesma coisa que o irmão.”

Seus olhos estavam cheios de lagrimas, mas sua boca se formava em um sorriso, a lembrança sustentava sua alma, lhe fazia sentir vivo, fazia anos que sua mãe e sua irmã haviam morrido, havia anos que ele não ouvia a voz da sua mãe lhe confortando, tudo o que pedia em seus sonhos era ouvir um “eu te amo filho”.

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-Le acorda – Effy lhe deu uma cotovelada na costela e levantou.

-Bom dia também Effy- com a visão ainda meio embaçada por causa do sol Le viu Effy sair correndo, tirando a roupa e entrar no mar, ele sorriu lembrando da garota que um dia conheceu .

Ela ficou na água por um tempo, e depois voltou apenas de calcinha e sutiã e deitou nos seus braços – Sabe porque Le?

-Porque o que?

-Porque disso tudo, de não ir pra casa, de viver drogada.

-Por que?

-Porque eu não aguento olhar pra ele, eles acham que eu não sei de nada, mas eu sei.

-Sabe do que Effy?

-A morte da mamãe, quem colocou fogo na casa, papai tinha uns papeis guardados e eu encontrei depois da morte dele, e descobri quem matou minha mãe e minha irmã.

-E quem foi?

Ela se levantou um pouco e se inclinou por cima do rosto dele – Eu te amo pra caralho.

-Eu também te amo- Ele a conhecia bem pra saber que aquele não era um assunto que ela queria falar.


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