O Baile De Máscaras escrita por Crush Instant


Capítulo 10
No Hospital


Notas iniciais do capítulo

Estamos definitivamente na reta final da fic :(
Tipo, acho que falta só mais uns três ou quatro capítulos pra acabar... Mas enfim, aproveitem o capítulo



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Nunca senti nada pior do que estou sentindo agora. Minhas pernas pesavam que nem chumbo, mas corri até ele, no chão, me ajoelhei do seu lado e comecei a soluçar descontroladamente. Ele estava estirado no chão, a perna virada em um ângulo estranho, e embaixo de sua cabeça saia sangue, muito sangue. Ver ele desse jeito, jogado assim no chão, foi a pior sensação que já tive, parece que alguém tinha arrancado o meu coração e arremessado ele a um metro e meio de distância. A dor era tão grande, e aumentava quando eu pensava na possibilidade de ele nunca mais abrir os olhos. Eu não posso deixá-lo morrer, não posso viver sem ele, não posso!!!
           Cheguei mais perto de seu nariz e percebi que ele ainda respirava bem fraco, mas respirava. Coloquei dois dedos no seu pulso e ele ainda tinha batimentos, e um alívio momentâneo se apossou de mim. Mas eu tinha que ser rápida, antes que fosse tarde demais. Afrouxei sua gravata, para que ele respirasse melhor, e nessa hora, as pessoas começaram a se aproximar, inclusive a Mari e o João, que quando me viram jogada no chão, vieram correndo ver o que estava acontecendo.
 - Manu, o que aconte... – começou ela, mas parou quando viu que era o Arthur no chão, todo ensanguentado.
 - Chama uma ambulância Mari, rápido – eu disse, entre soluços
 - Não precisa, eu já chamei – disse uma voz desconhecida – me... me desculpe por ele, não sabia que tinha uma festa aqui, achava que estava todo mundo em casa, logo hoje. Eu não o vi. – disse o motorista do carro, com cara de culpado.
 - Não... não foi culpa sua, fui eu que o fiz ficar parado no meio da rua.
 - Isso não interessa agora – disse a Mari – a ambulância chegou
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           Eu estava sentada em uma cadeira, na sala de espera, impaciente por notícias. Não aguento mais esperar sentada e começo a andar de um lado pro outro da sala, desesperada. A mãe da Arthur estava sentada do meu lado, e estava tão angustiada quanto eu, segurando um lenço de papel. Minhas lágrimas caiam livremente pelo meu rosto, não me dava ao trabalho de enxugá-las, mais lágrimas iriam cair. Depois do que pareceu ser uma eternidade, o médico sai da sala de cirurgia e se aproxima de nós. Paro de súbito, e olho para o médico. A mãe de Arthur, Dona Paula, olha pra ele também, cheia de esperança, e pergunta:
 - Como está meu filho, doutor?
 - Não sei como te dar essa notícia, senhora, mas... seu filho não sobreviveu a cirurgia. Sinto muito. – disse o médico, se afastou e foi embora.
            Meu mundo caiu. Olhei para a mãe dele e a abracei. Começamos a soluçar alto, e todo o hospital olhava pra nós. Eu não aguentaria viver sem ele, cai no chão, em posição fetal, e chorava mais e mais. A dor no meu coração era imensa e nunca iria passar.
         Minha mãe se aproxima e coloca a mão na minha cabeça
 - Filha, você precisa levantar, acorda filha, acorda...
Acorda...

            Abri meus olhos e estava na sala de espera de novo, mas em vez da sala de cirurgia, estava na frente do quarto 394, encolhida em uma das cadeiras. Minha mãe passava a mão na minha cabeça.
 - Acorda Manu, a Paula disse que você pode entrar para vê-lo. – disse ela, com voz de preocupada. Graças a Deus aquilo não passou de um pesadelo. Respirei aliviada. Limpei meu rosto e olhei para a porta do quarto dele. A Dona Paula estava na frente do quarto, sorrindo.
 - Ele vai ficar bem – disse-me ela. – ele machucou a cabeça, mas não foi nada grave, só quebrou a perna. Ainda não acordou, mas se quiser vê-lo...
 - Quero sim. Obrigada Dona Paula – eu disse, passando do seu lado. Ela olhou nos meus olhos e me abraçou como se dissesse “eu não te culpo pelo o que aconteceu com o meu filho, foi um acidente”. Sorri como forma de agradecimento e entrei no quarto, e ela fechou a porta. Estávamos só nós três lá dentro.
            Quando o vi naquela cama de hospital, com a perna engessada e com vários fios saindo do seu corpo, desacordado, desatei a chorar novamente.
 - Me d-desculpa A-Arthur – tentei dizer, entre soluços – foi t-tudo c-culpa m-minha, se eu n-não t-tivesse te c-chamado...
 - Não querida, não foi sua culpa – disse Dona Paula, passando o braço por meus ombros
 - Foi sim! Eu o c-chamei, ele p-parou no meio da rua, f-ficou p-parado lá, não v-vimos o c-carro chegando, já era t-tarde d-demais... – eu disse, entre soluços.
 - Olhe pra mim, Manuela – disse ela, pegando o meu queixo e virando o meu rosto para que eu a encarasse. – não foi culpa sua! Não foi culpa de ninguém! Não importa o que aconteceu, só importa que agora ele está bem, ele vai ficar bem, sem sequela nenhuma! Eu não a culpo, e sei que ele não a culpará! Eu que sou a mãe e você que está desesperada? – ela disse, rindo.
 - Eu o amo tanto Dona Paula, e só descobri o quanto o amo esta noite – eu disse, abraçando-a de novo.
 - E ele te ama também, querida, não duvide disso! Agora chega de chorar, uma garota bonita como você não pode ficar chorando. Vamos fazer assim – ela começou, soltando-se do meu abraço e olhando pra mim, com as mãos na cintura – tenho que cuidar do Thiago, o irmão do Arthur. Ele só tem 6 meses e eu ainda o amamento, não quero trazê-lo aqui, então não vou poder ficar aqui com o Arthur. Volte pra casa, troque essa roupa, deve estar desconfortável, e volta pra cá, fique com ele. Eu sei que não sairia daqui mesmo que eu ficasse.
 - É sério Dona Paula? Vai me deixar ficar?
 - Vou sim. Mas vá pra casa, troque de roupa. Eu falo com a sua mãe. – ela sorriu bondosamente pra mim, saímos do quarto e ela foi conversar com minha mãe. Avisto a Mari e o João há alguns passos de mim, e caminho até eles, ainda limpando as minhas lágrimas.
 - E ai, como está o Arthur? – perguntou a Mari.
 - Ainda desacordado – respondi – mas sem lesões ou sequelas. Só uma perna quebrada.
 - Ah, graças a Deus! – disse João. Ele era um dos melhores amigos de Arthur, e realmente parecia feliz.
 - Quer ir vê-lo? Acho que a Dona Paula não vê problemas...
 - É, vou tentar – disse ele, e então se afastou, me deixando sozinha com a Mari. Olhei pra ela e novamente as lágrimas começaram a escorrer do meu rosto. Ela viu e me abraçou.
 - É t-tudo c-culpa minha M-mari! – eu comecei, e então contei toda a história, e a idiota me vem com um:
 - Eu já sabia de tudo isso, Manu. Sabia que Arthur era o V., sabia que ele te ama há muito tempo, sei de tudo. Quando me contou que tinha um admirador secreto, quando li as mensagens, a primeira coisa que eu fiz foi ligar para o Arthur. Pra oferecer ajuda.
 - Ajuda? – perguntei, surpresa.
 - Sim, ajuda. Como sabia que Arthur te amava, também sabia que você também o amava. Sempre o amou, mas nunca admitiu, nem pra si mesma. Ou você realmente achava que esse ciúme todo que tem dele é só ciúme de amigo?
            Ela tinha me pegado de surpresa. Depois de pensar muito em tudo o que aconteceu aqui no hospital, percebi que era realmente isso. Nunca quis admitir que amava Arthur, mas agora não podia mais negar.
 - Eu fui uma burra por não ter percebido, por não ter admitido, por ter machucado ele com cada príncipe estúpido que eu tentava encontrar, quando ele estava do meu lado, o tempo inteiro...
 - Manu, nem tudo é como a gente acha que é. Você se enganou com muitas pessoas, com você mesma, deveria aprender a conhecer as pessoas antes de julgá-las. Principalmente a Bia. Ela nunca namorou o Arthur, ela estava o ajudando com o plano. Ela ama o Diego. Eles namoram, sabia?
 - Eles namoram? Mas o que foi... – comecei
 - Foi tudo parte do plano. Quando o Arthur acordar, a gente te explica. Agora você precisa dormir...
 - Não vou conseguir dormir. A mãe do Arthur me deixou ficar aqui com ele, e é o que vou fazer. Sinto-me tão culpada...
 - Por mais que a culpa não seja sua, se eu estivesse no seu lugar, também me sentiria. Então vai pra casa trocar de roupa, ou espera passar a noite inteira com esse vestido?
 - Já estava indo fazer isso. – eu disse. Ela sorriu, acenou e foi pra perto do João, que estava entrando no quarto do Arthur. De relance, vi a aliança, e sorri. Pelo menos essa noite foi perfeita pra uma de nós duas. 


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Notas finais do capítulo

Quem morreu do coração? aushaushaushuash
Reviews?



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