Quem sabe eu ainda sou uma garotinha

Esperando o ônibus da escola sozinha

Cansada com minhas meias três-quartos

Rezando baixo pelos cantos

Por ser uma menina má

Malandragem - Cássia Eller

Talvez, Nova York não seja tão ruim, pensou Annabeth olhando por cima dos óculos de sol para o motorista de táxi gato que segurava uma placa com o seu nome. Pele morena, olhos azuis intensos e cabelo castanho, o único problema era o terno cobrindo o restante da visão.

Ela suspirou acenando para o motorista ajudá-la com as malas.

Não havia muitas malas para serem carregadas, deixara a maioria das suas roupas em Londres porque era apenas uma questão de tempo para voltar para lá. E o primeiro passo para isso é deixar uma primeira impressão bem impactante!

Annabeth Chase estava vestida para matar. Usava um sobretudo vermelho sangue, cobrindo as peças que usava por baixo, uma meia calça preta com rendas, e um salto alto aberto mostrando a tatuagem que tinha no pé esquerdo. O cabelo loiro solto de modo sexy e a boca carnuda contornada pelo batom vermelho. E, como sempre, um cigarro Marlboro entre os lábios.

– A senhorita deseja algo antes de irmos à mansão? - indagou o motorista colocando a última mala dentro do porta-malas do carro.

– Você.

Dylan, apelido carinhosamente de motorista gato, arregalou os olhos para a loira perplexo e gaguejou:

– C-como?

– Você, é o algo que desejo. - explicou Annabeth segurando o queixo dele. - Agora, pode me levar até a mansão Jackson.

***

Annabeth colocou a cabeça sobre a janela para poder olhar melhor a cidade. A maioria das pessoas diria que Nova York é grandiosa, e de fato tinham coisas grandiosas para serem vistas, porém como em qualquer cidade havia prédios comerciais, trânsito de carros e pessoas. E nesse momento tudo o que ela via eram carros e mais carros.

Lembrava dos amigos que deixara em Londres. Júniper com suas roupas e pensamentos hippies, Ethan Nakamura imitando a Mizaki Mei por não ter um olho, e Grover que sempre acabava correndo nu pelo campus da escola. Era isso que ela queria, precisava ver a bunda branca do Grover novamente.

– Delícia!

Ela estava acostumada com o assédio do público masculino, e do feminino também, porém virou a cabeça procurando quem fizera o "elogio" e ficou impressionada. O cara com certeza era um filhinho de papai. Dirigia uma Porshe Conversível preta enquanto ouvia a banda de Punk Rock The OffSpring. Aparentava ter cerca de dezesseis ou dezessete anos. Os músculos saltando pela camisa do Ramones, o cabelo era extremamente preto e rebelde caindo sobre o rosto com uma displicência sensual, seu queixo quadrado como o de um galã de novela, e o que mais cativou a loira foram os olhos verde-mar.

Annie teria ficado babando, mas era Annabeth Chase e nunca corria atrás de homem nenhum, eles é que corriam atrás dela. Ela só fingiu mandar um beijo e ao final fez um gesto obsceno, popularmente conhecido como "vai tomar no orifício anal".

– Se você vier comigo. - respondeu o cara com um sorriso torto e safado.

O transito finalmente andou e o gostoso da Porshe acelerou deixando o táxi onde a loira estava para trás.

***

A mansão Jackson ocupava um quarteirão inteiro, em Manhattan.

Era uma típica mansão. A arquitetura era clássica, tudo beirando o antigo. Eram cinco andares construídos em mármore, as janelas entalhadas e com as cortinas de seda ao vento, a porta dupla de entrada era de madeira e haviam desenhos mitológicos entralhados no mármore branco. Ao redor da mansão tinha um jardim e um caminho asfaltando entre ele para que os carros chegassem até a casa, a piscina olímpica ficava aos fundos. A loira ficou encantada, ela adorava arquitetura desde pequena e imaginava ela trabalhando em um projeto como aquele.

Poseidon Jackson e Atena Olimpons esperavam-na no hall de entrada.

Atena continuava igual ao que Annabeth lembrava. Os cabelos castanhos presos em um rabo de cavalo bem alinhado, os olhos acinzentados e críticos bem maquiados, e as feições femininas perfeitas como se alguém a tivesse desenhado. Ela vestia roupas sociais, camisa branca de seda, calça social preta e um salta scarpin.

Annie não sentia mínima vontade de abraçar a mãe, mas mesmo assim o fez. Ela sempre impunha padrões os quais a loira nunca se enquadraria, criticava tudo o que a filha fazia e nunca parecia contente com nada. E depois do dia fatídico ela praticamente despachara Annabeth para Londres.

Poseidon Jackson conseguia ser ainda mais bonitão pessoalmente. A pele bronzeada quase em tom dourado, os olhos eram tão verdes quanto o oceano poderia ser, o cabelo estava descuidado assim como a barba por fazer. Ele vestia-se informalmente com uma camiseta verde do Green Peace, bermuda e chinelos.

– Seja bem-vinda, Annabeth. - cumprimentou o coroa bonitão apertando a mão da loira - Percy, desce aqui! Esse garoto escapa que a gente nem vê, estava aqui agora a pouco.

Ela forçou a memória para lembrar quem seria esse Percy.

Ele tem um filho da sua idade, acredita?

A ideia de ter um não a agradava em nada, mesmo sabendo que seria apenas meio-irmão e que morariam naquela casa gigantesca, onde era difícil se toparem toda hora. E essa ideia a desagradou ainda mais quando viu Percy Jackson.

Perseu Jackson aparentava ter cerca de dezesseis ou dezessete anos. Os músculos saltando pela camisa do Ramones, o cabelo era extremamente preto e rebelde caindo sobre o rosto com uma displicência sensual, seu queixo quadrado como o de um galã de novela, e o que mais cativou a loira foram os olhos verde-mar. O gostoso da Porshe, era, na verdade, seu meio irmão.

– Você? - indagaram em uníssono.

– Vocês se conhecem? - indagou Poseidon tentando compreender o que acontecia.

– Ele me assédio no caminho para cá.

– Ela me mandou tomar no cú!

Continua ...