Violet Hill [HIATUS INDEFINIDAMENTE] escrita por Black


Capítulo 5
Perguntas sem resposta


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas...Bom esse capítulo eu nem mandei para Reet betar, mas agradeço sempre a ela. Acho que Violet Hill não estaria nem postada se ela não tivesse me ajudado, bem ela está com uns problemas e eu espero muito que eles se resolvam...Obrigado Reet



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O cheiro de café recém-feito pairou no ar, o que era um fato muito estranho. Levando em conta que eu nem sabia ferver água, mas se eu continuava deixado na minha velha cama, quem já teria feito o café?

Com um pouco da minha lerdeza matinal, demorei alguns bons minutos para ligar os fatos, se eu continuava no aconchego das minhas cobertas, Violet deveria estar acordada.

Sai da cama, vestindo uma camiseta que encontrei jogada na tralha que estava o meu quarto, se aquilo poderia ser chamado de quarto. Desci as escadas e novamente o mesmo cheiro que café pairava por toda a sala de visitas.

A simples imagem, de uma mesa de café da manhã fez meu estomago roncar. É realmente eu estava com fome, e não havia ingerido nada saudável nas últimas horas. Claro se você for um bêbado com apenas 15% de funcionamento do fígado, uma dose de tequila seria muito saudável.

A cozinha diferente do restante da casa, parecia ter sido limpa, ou parcialmente. As cadeiras não estavam mais sobre a mesa, que nesse momento se encontrava arrumada.

– Nossa – avistei a monstrinha perto da pia.

– Achei que essa seria a maneira certa de retribuir um favor.

– Onde você arrumou tudo isso? – perguntei abobado, eu nem tinha ido a um supermercado.

– Muitas coisas estavam nos armários – apontou para os grandes e antigos armários da minha mãe – A comida eu tomei a liberdade de comprar.

– Obrigado – me sentei.

– Não se acostume Sattle – trouxe o bule com café – Não sou legal com as pessoas, esse é só um meio de retribuir um favor.

Lembre-se Evan, ela só está te tratando bem pela noite de ontem. Claro que era só por isso, afinal a troco de que Violet Trent seria legal comigo? Mas o que se passou pela minha cabeça ontem? Trazer uma completa estranha para dentro da minha casa.

Ela poderia muito bem ser uma ladra, ou vendedora da Polishop e até mesmo uma contratada do meu pai, para terminar de ferrar com a minha vida. Claro, Don Sattle adoraria me ver rastejando aos seus pés, pedindo desculpas e inflando ainda mais o seu ego.

– Então, você não acha que me deve algumas explicações?

– Não devo – disse firme – Mas levando em consideração seu ato de ontem, acho que estou tentada a tentar responder. Comece.

Fora ser chave de cadeia e antissocial, ela ainda era irônica e sempre tinha resposta na ponta da língua. Arrumei-me na cadeira e a olhei, com seus cabelos roxos e os olhos gélidos se passaria fácil, fácil por uma maníaca fugida da clínica.

– Bom, por que você é considerada chave de cadeia? – acho que dentre as muitas perguntas, essa era a que mais me intrigava.

– Digamos que só idiotas andem comigo Evan, esse termo “chave de cadeia” é bobagem. Eu só fiquei algumas noites lá e nem foi por um caso tão sério.

Maníaca fugida da clínica? Não, estava mais para assaltante depravada.

– Uhum, e você faz o que? Estuda e seus pais? Olha eu não quero ser chato nem nada, mas o estado que você está, não é lá um dos melhores Violet.

– Não se preocupe com meus pais, eles não estão aqui para isso. E fique tranquilo Sattle, não vai sobrar nada pra você. Só esperei até agora para agradecer, apesar de gostar de ser sem educação com a maioria das pessoas – levantou pegando sua jaqueta – Acho que já agradeci pela estadia, até Evan.

Eu sei que deveria te lá impedido de sair por aquela porta, sem antes exigir mais respostas. Mas o que eu poderia fazer? Violet parecia o tipo de garota que não gostava e não iria responde lás.

Essas respostas foram no mínimo inúteis. Ela não voltaria tão cedo, como fez questão de deixar claro nada vai sobrar pra você, como se isso fosse de longe a melhor noticia que eu recebi.

Eu sei que deveria estar pensando num modo de ganhar a aposta com meu pai, mas não. Eu estava sentado, enquanto o mundo a minha volta continuava seguindo, e sabe por que tudo isso? Pois a minha curiosidade sempre venceu. E como agora não poderia ser diferente, eu queria – e ainda quero- desvendar os segredos de Violet Trent.

Estranho isso, enquanto eu poderia estar curtindo a minha liberdade, vendo os desenhos legais que passam na Nickelodeon, eu estava pensando o quão misteriosa uma pessoa pode ser.

Pois era isso que Violet era, misteriosa e aparentemente, tinha um imã para confusões, tirando o fato de ter dezessete anos e fumar. Ah claro, sem citar que ela sabia cozinhar - isso se fazer café fosse cozinhar - admito que esse fato me surpreendeu muito. Afinal quem em sã consciência imaginaria que a garota do cabelo roxo, se viraria na cozinha?

Acho que fique pensando muito sobre o assunto, pois já era a segunda fez que meu telefone tocava e eu não tinha escutado nem a primeira.

– Alô.

Por que tanta demora Evan? – sério? Não eram nem oito da manhã!

– Eu estava ocupado – disse suspirando.

Já chegou a Hove? – que tipo de motorista meu pai pensava que eu era? É lógico que eu já tinha chegado.

– Já – fui breve, tentando acabar com o assunto.

Shadow vai ai hoje, pedi a ela que arrumasse a casa e abastecesse à dispensa – ótimo, menos trabalho para mim – Não se acostume. Espero que esteja contente com a sua decisão.

– Mais feliz impossível - disse com ironia.

OK – e desligou.

É meu pai não ligava muito para mim, teoricamente tudo que importava para ele era: dinheiro, sua empresa e claro, me transformar em sua cópia fiel. Coisa que se dependesse de mim, não teria êxito. Tudo que eu menos queria no momento era ser igual a Don Sattle.

Seria uma pena abandonar aquela mesa de café, mas foi exatamente isso que eu fiz. Saindo alguns segundos depois pela mesma porta, onde alguns minutos atrás o monstrinho passou.

A pior parte disso tudo, era tentar achar alguém que você não sabia onde morava e pior, você não era considerado um amigo íntimo para ter o número do celular. Triste isso, eu sei.

Uma, duas, essa já era a terceira esquina que eu virava a procura dela. Evan seu idiota, ou você é daltônico para não ver o cabelo roxo ou só burro, por não levar em conta a possibilidade dela já estar em casa!

Maldita consciência! Só fica perturbando a hora que eu não preciso, mas sério como eu não vi aqueles cabelos roxos cor de repolho, andando ou correndo por ai?

– Sério, se você virar essa cabeça mais uma vez, vou jurar que está me perseguindo Sattle – e para minha surpresa, o monstrinho ou a monstrinha estava ali.

– Ah oi Violet – disse a primeira coisa que me veio à cabeça, mesmo que isso fosse muito idiota.

– Você já me disse oi hoje – se aproximou – Então, tá fazendo o que aqui?

– Eu?

– Não – sorriu sarcástica – O macaco extraterrestre de jaqueta de couro. Claro que é você idiota.

– Nossa nem parece com a garota que me disse obrigado hoje de manhã.

– Eu avisei, não espere muita gentileza da minha parte – se virou, para continuar seu caminho.

– Espera – pedi.

– Que foi?

– Séria muita burrice da minha parte, se eu pedisse pra te acompanhar até a sua casa?

– Burrice não, só falta do que fazer mesmo – suspirou – Se eu falar não, você vai obedecer?

– Não – sorri e comecei a andar, ao seu lado.

O caminho foi completamente silencioso, sei que não devia esperar muita coisa dela, mas sei lá podíamos conversar. Não éramos melhores amigos ou conhecidos, éramos apenas pessoas estranhas que por ironia de algo maior, entraram uma no caminho da outra.

– Você não vai falar nada? –perguntei.

– Não gosto de fazer perguntas – abaixou a cabeça.

– Mas eu adoro – disse – Então, mora sozinha?

– Moro – respondeu baixo, como se aquilo fosse uma informação confidencial.

– Já terminou os estudos? Ou ainda está no ensino médio?

– Eu já terminei.

– Uhum interessante – menos mal, eu acho. Pelo menos ela estudou.

– Minha vez – fitou meus olhos – Por que está sendo legal comigo Sattle?

Essa era uma pergunta que eu mesmo queria saber a resposta, passei toda a noite de ontem pensando na melhor maneira para explicar meu “ato de solidariedade”. Eu nunca fui muito de me importar com as pessoas, não depois que ela se foi.

– Se eu falasse que não sei o porquê, você acreditaria?

– Acredito em muitas coisas – parou repentinamente.

– É aqui que você mora?

– É – nem era um lugar tão feio assim.

Era uma casa, estilo aquelas de madeira antigas. Ficava mais retirada do resto de Hove, com uma floresta atrás, e até que era um local legal.

– Acho que agora é a hora que eu digo tchau, certo? – não esperava por um convite para entrar, não mesmo.

– Exatamente – deu alguns passos, como se fosse entrar em casa.

– Espera – segurei seu pulso.

– Que foi agora? Eu já agradeci pela estadia Evan e pode ficar tranquilo, não pretendo te incomodar mais.

– Não é isso – cocei a nuca – É que, bem tem muito tempo que eu não venho em Hove, e você parece morar aqui há muito tempo.

– Fala de uma vez.

– Preciso de alguém para me mostrar como as coisas estão – ótima desculpa Evan. Melhor que a outra.

– Eu tenho cara de guia turístico? – perguntou, com ironia. Como sempre.

– Eu só achei que seria divertido, digo não tenho muitos amigos aqui mesmo.

– Sério que você quer ser meu amigo? Olha a sua volta Evan, as pessoas fogem de mim. Devo parecer com o próprio capeta.

Acho melhor eu voltar para casa e desistir dessa ideia de tentar entender Violet Trent, isso daria uma boa tese na faculdade. O que se passa na cabeça de pessoas antissociais e com cabelo cor de repolho roxo.

– Ok. Tenho um tempo livre – suspirou – Sexta às 16 horas, está bem?

Assenti, enquanto a via entrar e sorri involuntariamente. Eu consegui uma empregada e comida, ainda teria de brinde um tour por Hove e lógico, mais uma chance de entender o ser patologicamente instável. É a sorte deve ter ficado do meu lado.

Pelo menos dessa vez.


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Notas finais do capítulo

Então será que eu consigo dez comentários ou a primeira recomendação de VH com esse capítulo?Bom se vocês tiverem dificuldade de compreender a Violet, me perguntem por MP ou review ok? Eu explico diretinho.Até....