Love To Death escrita por pink unicorn


Capítulo 1
Chapter One


Notas iniciais do capítulo

Hihi, PDV do Nico, ok?
LEIAM MEU PERFIL SEU DIVOS ♥



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Eu estava caminhando pelo Elísio. Lá costuma ser bem agradável, um dos únicos lugares onde eu tenho paz no mundo inferior. Conversei um pouco com Beckendorf, encontrei Silena regando algumas plantas, mas Luke não estava lá. Eu o procurei em todos os lugares que ele costumava frequentar, mas não o achei. Apenas vi uma garota de longos cabelos castanhos caramelo trançados para o lado, ela vestia um esvoaçante vestido branco sem mangas que ia até o meio da coxa.  Ela chutava algumas pedrinhas, como se estivesse insatisfeita com o Elísio, o que eu pensei ser impossível.

- Droga... – Ela murmurava. Notei que uma flecha prateada se projetava em seu peito, bem no lugar onde estaria o coração. Me aproximei dela, devagar.

- Está tudo bem? – Ela parecia ter se assustado, pois recuou e pôs a mão no peito.

- Você está louco, filho de Hades? – Ela disse, tirando a flecha do peito. Seu corpo não era sólido, mas a flecha sim.

- Desculpe se te assustei. – Eu disse. – Mas você não parece satisfeita em estar aqui. É o melhor lugar do mundo inferior.

- E não estou! – Ela disse. – Eu não deveria estar aqui.

Ela suspirou.

- Por quê? – Eu pedi.

- Eu sou uma traidora. Nem tive uma morte heroica para pertencer a esse lugar.

Quando ela disse a palavra “traidora” eu logo pensei que ele estivesse ao lado de Cronos na guerra, que havia acabado há pouco meses atrás.

- Sim, você entendeu. Eu estava do lado de Cronos. Ou Luke, como preferir. – Ela disse. Me perguntei se ela conseguia ler pensamentos e se sabia o que eu estava pensando. – Sim, eu sei ler pensamentos, mas só como fantasma. E obrigada.

Ela corou (se é que fantasmas podem corar) e eu corei também. Eu estava pensando no quanto ela era bonita. E parecia muito frágil também.

- Mas...por que você acha que não merecia estar aqui? – Perguntei.

Ela hesitou. Seu olhar me pareceu um pouco triste.

- Eu já disse. Me juntei ao exercito de Cronos. Luke me persuadiu. – Ela corou (novamente, se é que fantasmas podem corar). – Ele disse que...não deixaria ninguém me machucar. E eu estava muito brava com os deuses, pois meu pai parecia não querer me reclamar. Nem um sinal ele  deu.

Eu fiquei em silêncio. Eu praticamente convivia com meu pai todos os dias do ano, eu não sabia como era...”não receber um sinal”, digamos assim.

Sem falar que a garota parecia ter a minha idade, uns 13 anos, ou seja, foi muita crueldade Luke ter feito uma promessa que não podia cumprir.

- Luke fez muitas promessas. Não cumpriu quase nenhuma. – Consegui dizer.

- É, eu sei. – Ela suspirou. – Eu gostaria de voltar a viver. Eu achei que finalmente alguém se importasse comigo.

Quase pensei que ela estivesse me chantageando, mas ela me olhou com uma cara muito brava, então me desculpei.

- Desculpe por ter pensado isso. – Eu disse. – Por que você não conta a história toda?

- Tudo bem. – Ela suspirou novamente. – Eu...- Ela hesitou, parecia prestes a chorar. – Eu estava vagando por São Francisco, perto do Monte Tam. Minhas roupas estava esfarrapadas, meu cabelo estava todo emaranhado em galhos e folhas de eucalipto. Eu também estava fraca demais, assim que encontrei um lugar seguro, desabei no chão, desmaiada. Luke me salvou. Eu só tinha 10 anos. Ele me levou para o topo do Monte Tam, onde fica Atlas. Ele me alimentou, me curou com Néctar e Ambrósia e disse que, se eu me juntasse a ele, ele me contaria quem era meu pai e me deixaria salvar minha mãe do mundo inferior. Eu me perdi em São Francisco justamente por causa da morte dela.

Uma lágrima rolou pelo seu rosto belo e fantasmagórico. Pus a mão em seu ombro, que se esvaiu em névoa por causa do meu toque. Ela nem parecia ser um fantasma. Rapidamente, tirei a mão de seu ombro e ela continuou:

- N-na guerra... – sua voz estava trêmula. – Eu já estava cheia de arranhões e machucados, um corte em meu ombro ardia por conta do veneno. Eu comecei a discutir com Luke, já dominado por Cronos. Eu disse “Você prometeu que ninguém me machucaria!” e Cronos falou “Não fui eu, foi Luke.” e eu aleguei que ele deveria honrar a palavra de Luke, mesmo não sendo ele. Nós começamos a brigar...a brigar feio. Eu estava a ponto de desistir de toda aquela guerra idiota, eu dei meia volta e...essa flecha prateada me acertou no peito.

Ela apontou para a flecha, que havia novamente se instaurada em seu peito. Ela arrancou a flecha com rancor.

- Por um momento... – ela continuou. – Quando eu estava caída no chão, morrendo, Cronos voltou a ser Luke, seus olhos dourados brilharam em azul e ele se ajoelhou ao meu lado. Mesmo dominado por Cronos...ele era bonito. – Ela olhou para baixo. – Ele me pediu perdão, mas se deu um tapa na cara.

- Ele mesmo? – Perguntei.

- Sim, ele mesmo.  Um tapa estalado que ficou vermelho. Ele se levantou e mandou alguém jogar meu corpo no rio East.

- Ah...- Olhei para baixo. Eu estava com pena dela, mesmo ela tendo passado para o lado de Cronos, ela se redimiu. E acha que nem deveria estar no Elísio. – Eu vou tentar fazer algo para ajudá-la.

- Não é necessário. – Seu tom de voz me lembrou de Bianca. Há tanto tempo que eu não havia. Nem mesmo a encontrei no Elísio. – Quem é Bianca?

- Minha irmã. Ela era caçadora de Ártemis, mas morreu. – Eu disse, um pouco entristecido.

- Ah...eu sinto muito. – Ela disse.

- Mas, você não quer mesmo ajuda?

- Não. – Ela negou, calmamente.

- Ok, tudo bem. – Mas eu não desistiria tão fácil. Eu realmente achava que essa garota merecia uma segunda chance.

- Eu não preciso de uma segunda chance. – Ela disse. – Sei que vou acabar errando mais na minha segunda vida do que na primeira.

- Por favor, me deixe te ajudar.

Ela suspirou e deu de ombros.

- Tudo bem, se é assim que você quer.

Eu corri até o palácio de meu pai e a garota (que eu ainda não sei o nome) me seguiu.  

- Pra onde estamos indo? – Ela disse, flutuando ao meu lado.

- Palácio de Hades. Ele pode te trazer de volta.

Eu acho – pensei.

- Como assim você acha?

Droga! Eu esqueci que ela sabe ler pensamentos.

- Hã...é que...eu não sei se ele vai te trazer de volta a vida. Talvez não traga.

Ela suspirou.

- Mas ele vai trazer, eu tenho certeza. – Eu disse, tentando tranquilizá-la.

Cheguei aos portões do palácio e eles imediatamente se abriram, corri até onde ficava o trono de meu pai e o chamei:

- Pai?


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Notas finais do capítulo

Ah, não sei bem se vai ser uma fic ou uma short-fic. Depende.
XoXo ~