- Atrasada de novo?- a professora está parada no batente da porta, eu abaixo a cabeça.

- Não vai acontecer de novo- respondo, ela arruma os seus óculos, e sai da minha frente.

- Pessoal formem grupo de cinco pessoas, eu vou explicar assim que vocês se reunirem- a professora me ignora, eu respiro fundo e me junto a duas garotas. Acho que uma se chama Miranda, ela parece divertida ela olha pra mim e sorri.

- Sou Miranda- ela estende a mão.

- Bianca.

- Eu sou a Lexi- a outra garota que estava mexendo no celular olha pra mim, eu a vi algumas vezes pelos corredores.

- O grupo está completo?- uma voz masculina diz, eu coloco a minha bolsa na mesa e me viro. O homem está olhando pra mim, eu abaixo a cabeça um pouco sem graça ele e alto, e moreno será que ele gosta de surfa? Sua pele e bronzeada e seus cabelos são grandes até os ombros que estão amarrados em um rabo de cavalo.

- Não só falta dois, quer se juntar a nós?- Miranda pergunta, ela e baixinha a Amy e maior que ela, coisa de seis centímetros seus cabelos são na altura dos ombros loiros e cacheados.

- Agora não mais, eu cheguei amores- uma mulher, ou melhor, dizendo um homem sorri pra gente- Eu fiquei sabendo que vamos ter aulas praticas, eu não vejo a hora de ver os médicos, cada um mais lindo que os outros- ele diz com empolgação. Ele está usando maquiagem, e uma calça jeans colada, não está àquela coisa vulgar.

- Meu nome e Andrew, mais podem me chamar de Andy.

- Eu sou Michael- o moreno diz.

- Todos os grupos estão formados eu presumo- a professora está no pequeno palanque- Como vocês estão no segundo ano de enfermagem, vão começar com as aulas praticas isso não quer dizer as aulas teóricas acabaram o esquema vai ser o mesmo- a professora não olha para ninguém especifico então continua:

- Todas as nossas aulas vocês vão ter que usar o uniforme, e claro trabalhar em grupo. Hoje vamos começar com o básico, vocês vão colocar os seus uniformes e se dirigir a sala B-5, nós vemos lá.

Algum tempo depois...

- Eu queria uma roupa de enfermeira, estou ridícula com isso!- Andy reclama da sua roupa, eu reviro os olhos o uniforme e um vestido até os joelhos branco, e os homens e uma calça branca social, e uma blusa de mangas cumpridas que para no pescoço e botões de cima em baixo. Tudo branco é claro.

A professora entra na sala, e um homem alto com cabelos grisalhos está atrás dela. Pelas suas roupas ele e um médico.

- Esse e o doutor Miguel, ele e do departamento de clínico geral. Vai ser ele que vai avaliar vocês, aqui vamos ter uma simulação um paciente vai chegar com muita dor no estômago, um caso de apendicite, ou apêndice queira falar como preferir. Cada grupo vai ter o seu tempo, e o melhor grupo vai ganhar uma nota. Lembre-se- a professora olha para cada grupo. – Aqui não vai valer o tempo, é sim a capacidade cada um.

Eu respirei fundo, eu prometi ao Nick que vou dar o melhor de mim e é o que eu estou fazendo, passando dia e noite estudando. Eu nunca fiz isso na minha vida, até mesmo o meu pai me mandou desistir, mais eu aprendi muita coisa correndo atrás do Nick é uma dela é nunca desistir dos seus sonhos, e só imaginar todos os obstáculos que aparecer como uma montanha.

- Pessoal vamos dar o nosso melhor, não se preocupem com o tempo- Michael diz, todos nós assentimos. Eu respirei fundo algumas vezes, o primeiro grupo demorou duas horas.

- Agora são vocês- a professora olha pra gente, assentimos.

- Esta é Tânia, ela veio porque está com muita dor no estômago, e a dor e forte. – o Doutor Miguel nós entregou o prontuário, eu estava tremendo um pouco. Miranda olha pra mim e sorri, o doutor Miguel continua explicando:

- Ela pode está com apendicite, que é um problema de saúde muito sério. Dependendo do diagnóstico vamos ter que fazer uma cirurgia de emergência.

- O que precisa fazer primeiro?- o doutor pergunta, ah merda eu li isso. É Nick me disse o que fazer, eu coloco o prontuário ao lado da maca.

- Vamos ver se a paciente está com inflamação- eu respondo, eu pego as luvas que está ao lado e coloco, o resto do pessoal faz o mesmo. A professora começa anotar, ai que medo. Eu faço uma pequena pressão em sua barriga, até que ela se contrai.

- Vamos ter que fazer um exame de sangue- Miranda diz, nessa altura estamos ignorando o doutor, Andy pega o torniquete e coloca em volta do braço da paciente.

- Ai meu deus- ele coloca a mão na boca.

- O que foi?- Michael pergunta, ele olha pra ele.

- Esqueci o que fazer!- Ele diz exasperado, eu balanço a cabeça e coloco a mão em seu ombro.

- Precisamos encontrar a veia, dê algumas batidinhas até encontrar- eu explico, ele respira fundo e faz o que eu mandei. Eu pego a pinça e o algodão, e molho na solução antisséptica e coloco em torno do seu braço.

- Quem vai tirar o sangue?- Michael pergunta.

- Eu faço- Lexi pega a agulha, e inseri cuidadosamente na veia da paciente. Eu li isso no livro, mais ainda não estou pronta para tirar sangue. Depois de tirar o sangue, Miranda pega o tubo com a amostra de sangue.

- Primeira etapa concluída- a professora avisa, eu dou um salto eu estava tão concentrada que nem a vi ao meu lado.

- Agora vamos para a segunda, vocês coloquem os nomes de vocês. E manhã começa a segunda etapa, e saberão o resultado da primeira etapa- eu suspirei aliviada, nem percebi que estava tão tensa.

A professora anota mais algumas coisas e olha pra nós:- Estão dispensados por hoje, fizeram um bom trabalho.

- Tenha um bom dia- eu digo, e saio da sala.

- Espera aí!- Andy pega o meu braço, Miranda e Lexi estão vindo ao nosso caminho.

- Vamos ver os estudantes de medicina, ouvi dizer que têm um que até as professoras estão suspirando por aí por causa dele- Andy diz empolgado, eu não tenho tempo de dizer nada e os três estão me empurrando para a sala de medicina.

- Eu sou casada, não posso ficar olhando os outros médicos. O meu marido vai ficar com ciúmes- eu digo. Andy para de repente e olha pra mim.

- Casada?- ele repete, eu assenti.

- Parabéns, quem é ele?- Lexi pergunta, quando eu vou abrir a boca. Andy da um gritinho, a sala onde estão os alunos de medicina está lá dentro, a porta está entreaberta.

- Olha e ele!- Andy aponta, Lexi e Miranda chegam mais perto para ver eu fico atrás de braços cruzados.

- Meu deus, que homem lindo!- Lexi diz empolgada, Miranda balança a cabeça concordando.

- Desculpe meninas, mais ele e casada- Andy diz com uma carranca no rosto- Eu descobri isso ontem, eu cheguei perto dele e ouvi-o dizer “a minha esposa”.

- Claro um homem lindo como esse não vai ficar sozinho por muito tempo- Miranda diz, eu franzo a testa e me aproximo mais. Eu vejo Nick falando com outro homem, ele está lindo com esse jaleco. Então e ele que eles estão admirandos.

- A esposa dele deve ser uma pessoa a sua altura!- Lexi comenta, eu olho pra ela. Como assim?

- Verdade, uma mulher muito bonita e inteligente como ele- Andy sorri, eu vou abrir a boca pra falar que a esposa dele sou eu quando...

- Bianca?- Nick olha pra mim- O que você está fazendo aqui?

Andy, Lexi e Miranda olham para mim sem entender.

- A minha aula terminou mais cedo, só isso- dou de ombros, ele passa a mão nós cabelos.

- Pode ir primeiro, eu vou demorar hoje foi aula pratica então quero poder estudar mais um pouco, aqui a chave do carro- ele tira a chave do bolso da calça e me entrega, ele me dá um beijo comportado e sai.

- V-você...

Andy gagueja, e eu assenti.

- Eu sou a esposa dele, Bianca Ross- eu digo, os três estão olhando pra mim com cara de bunda.

- Desculpa, sabe agente...

Eu levanto a mão o calando-o.

- Tudo bem, eu já estou acostumada com isso. Mais eu ignoro porque ele me ama- respondo. Os três balançam a cabeça concordando.

- Até amanhã, eu tenho que ir agora- eu abraço os três.

- Até amanhã.

Eu ainda estou com o uniforme, eu passo na minha sala e pego as minhas roupas Michael está na sala, ele está lendo um livro.

- Ah desculpa- eu digo, ele coloca o livro em cima da mesa.

- Não precisa se desculpar, já vai embora?- ele se levanta, eu dou um passo para trás.

- Sim, eu só vim pegar a minha roupa que deixei no armário. – dou de ombros, eu vou até os armários e abro o meu, a minha roupa está em uma sacola que eu trouxe, eu não gosto de colocá-las no armário, vai lá saber o que passou aqui antes. Michael ainda está me olhando, eu fecho o meu armário e olho pra ele.

- Tchau, até amanhã.

Ele balança a cabeça e não diz nada. Quando eu saio da sala eu respiro fundo, nem percebi que estava segurando o ar, eu entro no carro e coloco as minhas coisas no banco traseiro, eu ligo o rádio que está passando notícias locais e dou partida.

  Esses quatro anos aconteceram muita coisa, além de um pouco mais velha (26 anos); eu estou me sentindo um pouco mais madura, não só eu mais o Nick também sem contar que ele fica cada dia mais lindo, o meu amor por ele só cresce a cada dia ainda estamos morando na casa dos pais dele, tentamos sair da casa duas vezes, mais Claire não deixou é claro, ela fez um escândalo e disse que ia se matar se agente saísse de casa então para nenhum assassinato agente ficou, mais até agente ter uma estabilidade. Assim que Nick começar a trabalhar em um hospital e ter um bom salário agente tenta sair de casa, eu estou no segundo ano de enfermagem eu comecei um pouco atrasada eu não passei na primeira prova mais esse ano eu termino a faculdade e vou estagiar em um hospital. O salário não é tanto com dos médicos, mais eu não estou pensando no dinheiro e sim no bem está dos meus pacientes. Chego em casa um pouco mais cedo, não peguei trânsito.

- Cheguei- eu fecho a porta atrás de mim, Claire sai da cozinha com o seu avental.

- Cadê o Nick?

- Ele teve que ficar um pouco mais- respondo, eu coloco as minhas coisas no sofá e sento, esticando as minhas pernas no sofá.

- Está com fome?- Claire pergunta.

- Não, eu estou um pouco enjoada depois eu como alguma coisa- Claire da um grito, eu me levanto assustada.

- O que foi? Está se sentindo bem?- Claire está com os olhos cheios de lagrimas, ela me abraça forte e começa a chorar- Claire?

Ela limpa as lágrimas:- Vou ser avó! Bianca você está grávida.

Eu balanço a cabeça.

- Não, eu não estou...

- Está sim! Eu sei como é isso eu tive dois filhos, e eu tenho certeza que você está grávida!- ela coloca a mão na minha barriga, eu tento abrir a boca mais ela me empurra no sofá.

- Você precisa descansar, e comer bem. Eu já volto!- ela sai e vai para a cozinha, ai meu deus que sogra eu fui arranjar? Eu me levanto e pego as minhas coisa, eu ainda estou de uniforme eu subo as escadas com presa, vai lá saber se ela se esqueceu de alguma coisa. Eu entro no quarto, e tiro a minha roupa da sacola e coloco no cesto de roupa suja eu abro o meu vestido, ele não está sujo dá pra usar amanhã. Dobro ele e guardo na gaveta e vou ao banheiro e ligo o chuveiro, a água quente e uma dádiva eu demoro mais do que costume, a porta do quarto se abre e eu visto o meu roupão.

- Bianca?- Nick me chama, será que a Claire falou?

- Oi amor- eu lhe dou um beijo, ele sorri.

- Minha mãe disse que você tem algo pra me contar, o quê é?- ele olha pra mim curioso, meu deus eu não estou grávida, eu tenho certeza. Eu só estou um pouco enjoada esses dias só isso.

- Sua mãe acha que eu estou grávida- dou de ombros, Nick fica branco de repente.

- Meu deus, sério? E você?- ele pergunta assustado, eu balanço a cabeça.

- Eu não estou grávida, eu estou tentando falar isso com a sua mãe. – eu coloco a minha mão em seu peito, ele não está calmo.

- Vamos ao médico, assim agente tem certeza- ele diz, eu balanço a cabeça.

- Nick...

- Vamos ao médico, se vista eu vou tomar um banho rápido e já desço- ele beija a minha testa e entra no banheiro. Eu entro no closet e visto uma roupa qualquer, amarro os meus cabelos em um coque e coloco pouca maquiagem, Nick sai do banheiro só enrolado em uma toalha, ah que visão do paraíso. Ele se vira e percebe que estou olhando pra ele.

- Admirando a vista?- pergunta, seu olhar está brincalhão.

- Sempre, apesar de que essa toalha está atrapalhando um pouco essa minha visão- eu digo chegando mais perto, ele não diz nada seus olhos estão divertidos. Eu deixo as minhas mãos em sua cintura onde está a toalha.

- Você é insaciável- suas mãos envolvem a minha cintura puxando para mais perto de si, eu brinco com o nó da sua toalha.

- Bianca!- Claire chama, ah que merda! Eu bufo.

- Vou ver o que ela quer, e é melhor você se vestir não vou me responsabilizar pelos meus atos com você assim- eu saio em passos pesados.

- O que é isso?- eu paro quando olho a sala, Claire colocou um monte de coisas de bebê. Ela esta sorrindo de orelha a orelha.

- Para a minha neta!- ela exclama, e as coisas de bebês são coisas de meninas. Eu respiro fundo, nessa hora meu pai entra na sala e se assusta com a cena na sua frente.

- Bianca, você quer me contar algo?- meu pai olha pra mim, eu desço o ultimo degrau da escada.

- Não pai...

- Como não? Ela está grávida!- Claire diz empolgada.

Ele olha pra mim assustado, eu tento abrir a minha boca mais Austin entra na sala trazendo o carrinho de bebê.

- A mãe mandou trazer- ele diz olhando pra mim, ele agora está com onze anos e cada dia que passa se parece mais com o irmão.

- Que porra é essa?- Nick pergunta ao meu lado, eu olho pra ele.

- Vão sair?- Austin pergunta.

- Vamos ao médico, vem Bianca- Nick pega a minha mão.

- Ai eu vou com vocês...

- Não precisa- eu digo de repente, e Claire para no meio do caminho.

No consultório...

- A sua menstruação está atrasada?- a doutora pergunta. Nick está esperando na sala de espera do consultório.

- Não, daqui uma semana é provável que eu esteja menstruada- respondo um pouco fria demais, a doutora assentiu.

- Se sente enjoada?

Eu balanço a cabeça.

- Sim, essa semana eu estou um pouco enjoada, um pouco de dor de cabeça e mais cansada do que costume. Mais eu tenho certeza que não é gravidez- eu respondo.

- Vamos fazer um exame de sangue, assim agente tem certeza- ela diz, eu faço um muxoxo eu odeio agulhas.

A doutora pega o que é necessário para o exame de sangue, não foi tão horrível assim como eu pensei, em cinco minutos ela já encaminhou para o laboratório. Ela pediu para me aguarda na sala de espera, que assim que o resultado a saísse ia me chamar eu tive uma vontade louca de rir quando eu vi Nick conversando as grávidas, ele parecia muito entretido com a conversa e nem me viu saindo do consultório, eu não atrapalhei a conversa e fui pegar alguma coisa pra comer nas maquinas não demorou tanto assim como eu pensei, a doutora me chamou.

- Então doutora?- pergunto, ela está com o exame em mãos.

- A senhora tem razão, você não está grávida. O que a senhora tem e uma pequena infecção no intestino. Eu vou receitar esse remédio e em cinco dias você vai está novinha em folha- eu assenti, nossa nunca fiquei tão feliz com uma infecção. Assim que eu saio da sala Nick me vê.

- Então?- seus cabelos estão um ninho, eu passo a mina mão em seus cabelos dando uma ajeitada.

- O que eu tenho e uma pequena infecção no intestino, nada demais- eu digo, ele suspira aliviado.

- Feliz?- eu pergunto, ele ri.

- Nunca fiquei tão feliz com uma infecção- agente ri, ele pega a minha mão e saímos do consultório- Ainda e muito cedo para um filho, agente deve esperar pelo menos até que começar a trabalhar no hospital.

- Concordo agora o que eu vou dizer ao pessoal?- me deu uma vontade de fugir agora.

- A culpa não é sua, a minha mãe se precipitou- Nick diz, ele abre a porta do carro para mim.

- A sua mãe tem muito tempo livre- eu digo quando ele entra no carro e coloca o cinto, ele ri.

(...)

- Infecção no intestino?- Claire senta no sofá, ela parece triste.

- Eu disse que não estava grávida, mais ninguém acreditou em mim- eu explico, Claire balança a cabeça.

- Eu acho que me precipitei- ela murmura.

- Como sempre- Austin diz, ela dá uma tapa na sua cabeça.

- Ai!

- Eu vou subir, estou cansada. Boa noite á todos- eu subo as escadas para o quarto, Nick está dormindo com um livro em cima da barriga, e uma cena que está acontecendo com mais freqüência. Eu pego o livro e coloco no criado mudo, ele se vira e abre os olhos.

- Volta a dormi- eu digo, ele pega a minha mão e me puxa para o seu lado.

- Eu te amo- ele beija a minha testa, eu tiro os meus sapatos e deito a minha cabeça em seu peito.

- Eu também.

E caímos em um sono profundo.

Na universidade...

- E o marido como está?- Lexi pergunta quando eu entro na sala, Michael ainda não chegou percebo.

- Ótimo, hoje ele vem me buscar- eu digo, Andy abre um sorriso de orelha a orelha.

- Vai nós apresentar para ele.

- Sim.

- Bom dia, eu quero todos no laboratório a nossa aula hoje vai ser lá- a professora entra na sala, todos os alunos se levantam e vão em direção ao laboratório.

Uma senhora baixa com cabelos grisalhos está no laboratório, e uma placa em seu peito informa que ela enfermeira chefe. Cada grupo se posiciona nas mesas, e cada mesa estava com microscópios, laminas e tubos de ensaio.

- Na mesa de vocês tem a amostra de sangue que vocês tiraram vocês vão verificar se á um aumente nas células brancas- a senhora começa a explicar.

- Cadê o Michael?- eu pergunto para Andy.

- Não sei, e ele que não se atrasa por nada- Andy da de ombros.

Eu tinha que abrir a boca, logo Michael entra na sala pedindo desculpa pelo atraso.

- Só não virar algo constante senhor More- a professora diz- Agora vamos começar!

- Tudo bem Michael?- Miranda pergunta.

- Sim, eu só acordei em cima da hora- ele sorri.

- Bianca você começa- Andy diz, eu pego as luvas descartáveis e as coloco. Pego a amostra de sangue e coloco com cuidado no microscópio, dou uma ajeitada na lamina e consigo ver as células brancas, ah que merda.

- O que foi?- todos perguntam.

- A muitas células brancas aqui, mais do que o normal- eu explico.

- Eu li isso, se houver um aumento nas células brancas, e caso de infecção grave no corpo- Lexi diz, a professora passa pela nossa mesa com a sua prancheta.

- Aqui olha o que está escrito aqui no livro “Não deve haver mais de oito células brancas visíveis no microscópio”- Michael lê- Quantas têm aí?- ele pergunta.

Uma...Duas...Três.... Quatorze.

- Pelo menos quatorze, muito alta- eu digo.

- O que vocês descobriram?- a senhora pergunta.

- A muitas células brancas, temos um caso de apendicite aqui senhora- eu explico, ela sorri.

- Muito bem observado senhora Ross- ela elogia- Vocês concluíram a etapa, estão de parabéns vão ser ótimos enfermeiros, agora vocês vão subir vão ter aula com os estudantes de medicina.

Andy olha pra mim com um sorriso do gato da Alice, pegamos as nossas coisas e nós dirigimos a sala de medicina.

- Bom dia, a professora explicou o que vão ter que fazer?- o doutor Miguel pergunta.

- Ela só mandou agente vim pra cá- Michael diz.

- OK, a aula hoje vai ser com os futuros médicos e enfermeiros. Vamos fazer uma autopsia.

- Oi?

- Algum problema senhora Ross?- o doutor pergunta, Lexi morde o lábio inferior e segurando o riso.

- E que autopsia, pensei que só os médicos faziam- eu franzo a testa.

- Não senhora, os enfermeiros precisam saber do corpo humano também. Vocês vão se vestir com roupas especiais estão naquela sala ali- ele aponta a porta a esquerda.

- Estou esperando nessa sala aqui- ele entra na sala a nossa frente, eu vejo muitas pessoas com roupas verdes, eu entro no vestiário com as meninas.

- Meu que medo- eu coloco a roupa hospitalar.

- Não precisa ter medo, já morreu mesmo- Lexi diz.

Agente se vestiu com forme foi explicado, entramos na sala e só estava faltando nós três. Eu acenei quando eu vi o Nick, ele acenou com a cabeça eu reviro os olhos, sempre discreto, tento não olhar para o corpo na minha frente.

- Um minuto de silencio, por essa pessoa. Que deus tenha colocado em um bom lugar- todos abaixam a cabeça.

- Agora vamos começar senhor Ross você primeiro- Nick assentiu, e se aproxima do corpo.

- Senhor Ross eu quero que você encontre o esôfago- o doutor diz, Nick pega alguns instrumentos e começa a mexer no corpo, eu engulo o bale.

- Está aqui senhor, entre a traqueia- Nick responde, ah o meu marido e demais.

- Muito bem senhor Ross, agora vamos com uma enfermeira- Ela olha para trás. Eu dou um passo para trás.

- Senhora Ross- ele me chama, ah merda! Eu devia ter ficado na frente. Eu me aproximo do corpo, e uma mulher em torno dos quarenta anos. Nick está atrás de mim.

- Senhora Ross, eu quero que você encontre o fígado- o doutor diz com a maior calma do mundo, eu coloco as luvas e respiro fundo. A mulher está toda aberta, ai meu deus as minhas pernas estão tremendo.

- Pode ir com a mão senhora Ross, não é preciso de equipamento- ele diz, eu olho pra ele. Doutor filho da mãe, eu queria usar alguma coisa menos a minha mão! Eu enfio a minha mão no buraco abaixo do estomago, controle-se Bianca.

- O que a senhora está sentindo?- o doutor pergunta, eu estou sentindo nojo. E uma coisa muito estranha até que eu senti uma contração.

- Senhora Ross!- eu ouço mais tudo gira e a minha visão fica escura.

- Bianca!

(...)

Ah onde estou? Que lugar é esse mesmo? Eu abro os meus olhos, tudo está girando um pouco.

- Bianca?- ouço uma voz familiar, eu acho que é... Abro os meus olhos e Michael está ao meu lado, e ainda está segurando a minha mão.

- Você está melhor?- ele pergunta, eu olho para baixo onde ele está segurando a minha mão. Eu solto a minha mão.

- Eu estou bem- eu estou deitada em uma maca, tudo está voltando ao normal. – O que aconteceu?

Michael estava olhando para a porta, mais ele se vira e olha pra mim: - Você desmaiou na autopsia, e normal isso. Então eu te trouxe pra cá.

Mais o Nicolas estava atrás de mim, porque ele não me trouxe? Que coisa estranha, eu olho para o lado, desviando o olhar dele eu não quero que ele me veja assim.

- Bianca?- Nick entra na sala, ele ainda está com a roupa, e está segurando a máscara hospitalar, ele franze a testa quando vê Michael sentado ao meu lado. Ele se levanta.

- Ela já está melhor- Michael olha pra mim e sorri, Nick cruza os braços.

- Parece que sim, quem é você?- ele pergunta.

- Sou Michael More- estende à mão, Nick fica olhando para a mão estendida e demora uns cinco segundos para apertar. Nick está fuzilando ele com os olhos, eu não estou a fim de ver esse concurso de mijo a distância.

- Agora você já pode ir, eu cuido da minha esposa- Nicolas da ênfase no esposa, Michael assentiu.

- Até depois Bianca- Michael olha pra mim e sai da sala.

- Amiguinho novo?- Nicolas está olhando para a porta, eu me ajeito na cama.

Eu bufo: - Para por aí, não estou afim desse ciúme idiota- eu respondo irritada.

- Isso é jeito de falar comigo?- ele pergunta irritado, para melhorar o meu humor.

- Você não é o meu pai, e o meu marido e só porque você e o meu marido e não manda em mim- eu me levanto, procuro os meus sapatos e os calços.

- Me desculpa eu não queria dizer isso- Ele se aproxima de mim.

- Precisava ser tão frio com ele?

Ele passa a mão nos cabelos: - Ah claro, eu não posso ser assim com o seu amigo, coitado do Michael- oi ironia quando tempo!

- Ao contrario de você, foi ele quem me ajudou. – eu retruco.

Ele olha pra mim incrédulo, eu estou tão irritada que não me importo o que ele está sentindo agora, cansei disso.

- Então chama ele, já que ele cuida de você tão bem- ele diz sério, e sai da sala em passos pesados, ah merda ele está magoado. Não vou atrás dele, sempre sou eu que vou atrás.