Acordei totalmente descansada, mas a preguiça me dominava. Não conseguia levantar da cama. Olhei para meu relógio de cabeceira e constatei que era uma e meia da tarde. Levantei rapidamente e assustada: Como dormi todo esse tempo? Hmm... Mal movimento! Senti o quarto rodar pelo movimento brusco e acabei deitando na cama novamente.

Lentamente agora, levantei e vesti meu roupão. Depois de ir ao banheiro senti um cheiro maravilhoso vindo da cozinha e fui para lá.

- Bom dia dorminhoca! Ou devo dizer boa tarde? – disse Brody radiante ao me vez e me deu um selinho. – Me perdoe por não jantar com você ontem à noite. Vou te compensar, prometo!

- Não precisa se preocupar, bobo. Eu te perdoo – disse me aproximando de seu rosto e deixando um beijo bem delicado em seus lábios. – Hmm, quero saber que cheiro maravilhoso é esse!

- Hahahaha, fiz almoço para você! Hoje não vou sair o dia todo, então podemos ficar juntinhos.

- Eba! Mas espera... Cadê a Santana? – perguntei.

- Ela não fala muito comigo, não sei por que... Mas resmungou hoje de manhã que ia fazer umas compras e depois ia ficar no novo trabalho dela.

- Ah, não ligue pra ela... É que ela não te conhece como eu. – disse sentando em seu colo na mesa. – Vamos comer? Estou morrendo de fome!

Depois de um almoço maravilhoso com Brody, ficamos assistindo uma maratona de musicais e entre um deles resolvi perguntar:

- Brody, por que você chega tão tarde em casa ultimamente?

Depois de um pouco de relutância, ele respondeu:

- Você promete não rir?

- Claro, por que eu riria de você?

- É que eu consegui um emprego como garçom em uma lanchonete, e ela fecha bem tarde... Pra ajudar vocês nas contas, sabe como é.

- Ah, nossa! Nada a ver, não riria mesmo! Fico feliz que tenha conseguido um emprego!

- Obrigada Rach, você nem sabe o quanto é linda. – disse me dando um beijo cheio de ternura e paixão. Retribui com todo o carinho, mas sabia a diferença entre um beijo de carinho e de amor. O de amor, bem, esse eu só sentiria com uma pessoa.

Ouvimos o barulho da porta e nos separamos. Eram Kurt e Santana, que se encontraram perto de casa e resolveram chegar juntos. Nem tinha percebido que era tão tarde... Já passava das oito e nem havíamos feito algo para o jantar.

- Bom, pelo que vejo aqui, hoje será o dia da pizza! – disse Kurt animado.

- Por mim tudo bem! – disse Brody.

- Por mim também! – concordei.

- É, pode ser, mas eu pensava que bonecos de plástico não comiam. – resmungou Santana.

- O que você disse? – perguntei.

Ela respondeu:

- Nada não, nada não...

Depois de devorarmos três pizzas grandes e quatro Petit gateau’s, Kurt foi terminar alguns relatórios da Vogue.com para Isabelle e Brody foi tomar banho. Ficamos apenas eu e Santana limpando a cozinha, até que ela perguntou:

- Ainda não expulsou o ‘Dunkey Face’* da casa?

- Santana, pare de implicar com ele. Não vou expulsá-lo daqui.

- Mas tem alguma coisa bem errada com ele. Ele tem um P-A-G-E-R e dinheiro vivo, eu já falei!

- Você quer mesmo saber o que ele tem feito durante a noite? Pois é, ele me contou! Ele arrumou um emprego de garçom e ficou bem desconfortável por falar no assunto. Você está constrangendo ele, e isso não é legal.

- Ah, sério que você caiu nessa? Que eu saiba garçons não usam Pager! Ele é um psicopata!

- Santana, por favor, eu já falei que não quero ninguém falando disso aqui. Ele fica e ponto.

- Sabe, eu só estou tentando te proteger. Eu costumava ir para a escola com Rachel Berry, não com uma garota completamente confusa que fica com um homem que nem conhece e de vai e vem com o namorado do ensino médio. Você perdeu o foco, Berry e precisa recuperá-lo.

- Você está enganada! – respondi.

- Meu terceiro olho mexicano nunca se engana. Eu estou errada sobre você? – disse ela me deixando sozinha e indo em direção ao seu quarto.

Durante o banho fiquei pensando em tudo o que Santana havia me dito... Se Brody realmente fizesse algo de errado ele me contaria, não contaria? Claro que sim, ele confia em mim... Não confia?