O Diário De Bianca escrita por Lolita


Capítulo 16
Perdão Pela Ausência




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Olá, diário!

Peço mil desculpas por ter ficado todo esse tempo sem escrever. Realmente, duas semanas é muito tempo. Mas, é que eu tenho estado tão ocupada com as provas que eu – e somente eu – tenho que fazer para poder ganhar nota pelo primeiro semestre! E tem o Dante... Bom, nós estamos realmente bem.

Quero dizer, nenhum dos dois disse “eu te amo” (pelo menos, não claramente), mas essa incerteza sobre o que temos ou não temos estava me matando! E foi por isso que pedi para que ele se encontrasse comigo hoje, na praça, depois do jogo de futebol que teria (disputas entre todos os colégios da cidade, mas Dante tinha machucado o tornozelo, então, não jogaria). Ele me perguntou pra que eu iria assistir ao jogo, com uma cara incrédula. Na hora eu pensei: aí tem coisa.

Eu apenas gosto de futebol – e de sair de casa. Ora essa, eu não devia explicações a ele, devia? Bom, falamos sobre isso durante o recreio e, como de costume, no final do mesmo, ele me levou até a porta da minha sala e se despediu com um selinho. Um selinho por obrigação. Frio. Eu senti isso. Como eu ainda tinha uns bons 5 minutos, então fiquei rondando o corredor, que estava lotado. Para minha surpresa, Dante não tinha ido para a sua sala. E pior: estava todo serelepe com uma menina da OITAVA série.

Se ele me visse, viria atrás de mim, então eu entrei no banheiro (digamos que os banheiros são praticamente iguais aos banheiros químicos, porém não são fechados em cima) e subi em cima do vaso para poder ver o que acontecia. Bom, diário, o que acontecia é que Dante pegava na mão dela, mexia no cabelo dela, que se ria e ruborizava toda. De repente, vi o que eu não queria ver: ele puxou ela para um abraço e, quando a soltou, ela puxou seu rosto e deu um selinho nele. Ou O beijou. Não sei, sei que caí do vaso, me levantei e saí correndo pra sala.

Não preciso nem dizer que não consegui prestar atenção no resto das aulas, né? Mas, pra minha felicidade, seríamos liberados mais cedo. Quando cheguei em casa, almocei e fui escolher minha roupa para ir ao jogo – Dante que ficasse com sua criancinha. Eu ia em busca de peixes maiores – em todos os sentidos. Não sou de me mostrar, mas coloquei o short mais curto que tenho, uma rasteirinha com pedrarias e uma regata de oncinha.

O jogo foi ótimo! Nossa escola ganhou e eu fiz amizade com uns ex-alunos lindíssimos. Fui tomar um açaí com Cláudia e uma amiga esnobe dela, que acabou fazendo uma trança embutida no meu cabelo. No final, eu já estava indo embora quando encontrei acidentalmente com Dante. Parece que nenhum dos dois pretendia ir ao nosso encontro, afinal. Ele se despediu dos amigos, eu das minhas e nos encontramos. Ele perguntou se não ganharia um beijo, mas me limitei a beijá-lo na bochecha.

Fomos para a praça, mas sem falar nada e sem nenhum contato. Chegando lá, tomei a frente, escolhi o banco e me sentei. Ele e sentou ao meu lado e perguntou o motivo de eu estar estranha. Vou transcrever nossa conversa aqui, diário:

– Por que você tá tão estranha?
– Não quero mais ficar com você.
– Como assim? Por quê?
– Bom... Eu tô sentindo você diferente ultimamente e hoje eu descobri o porquê. Te vi beijando aquela criança da oitava série. Então, olha, sem problemas se você quer outras pessoas, mas se você pode, eu também posso e...

E nesse momento, ele me calou com um beijo. Eu me desvencilhei o mais rápido que pude, mas ele me abraçou e começou a rir. Me perguntou se eu estava com ciúmes e disse que a criancinha tentou, realmente, agarrá-lo, mas que ele se soltou, porque queria somente a mim.

Ok, eu disse, mas isso ainda não explicava o porquê dele estar tão frio. Ele disse que o aniversário dele está chegando e a família dele está passando por uns problemas financeiros, além dos amigos estarem se afastando dele. Isso me deu uma ideia.

Ficamos jogando conversa fora, mas sem beijos, até que eu perguntei se podia deitar a cabeça no ombro dele. Ele disse que sim. O sol estava direto no meu rosto, então eu soltei brincando que agora ele podia olhar para os meus olhos verdes também. Continuamos conversando até que ele disse que tinha que ir embora. Eu perguntei se íamos continuar ficando e ele disse que dependia de mim. Eu disse que sim, ÓBVIO, não, diário? Então nos beijamos, ali na praça, na frente de todo mundo... Mas, ele teve que ir embora.

Bom, eu tinha que ficar na rua, porque ia encontrar com a minha mãe. Aproveitei pra encher o saco dela pra fazer o segundo furo, e ela acabou deixando. Fomos na farmácia e a mulher furou – até que não dói tanto... Mandei uma sms para Dante: “Me furei!”, mas o celular descarregou. Quando cheguei em casa e ele carregou de novo, tinham umas 7 chamadas não atendidas e 5 mensagens perguntando “Furou o quê???”.

Como assim furou o quê?


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Notas finais do capítulo

Quem gostar, comenta.
Nem que seja para eu saber que não estou postando para o nada, haha.



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