De Príncipe Á Prisioneiro escrita por Bengie Narnians


Capítulo 5
Que Seja Amada ou Odiada


Notas iniciais do capítulo

Olá, este capitulo é forte e entra dá inicio a fase de O PRINCIPE CASPIAN quando Miraz se revela o grande vilão que é. Elídian toma um decisão impensada que colocará em cheque tudo pelo que ela sempre ansiou! A grande "cagada" a qual me referi no capitulo anterior vem da parte da princesa. Sua atitude erronia muda tudo entre ela e o Principe... Éspero que gostem!



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[Príncipe Caspian]

Elídian suportou a dor de não ter seu amor correspondido pelo príncipe por um longo ano, antes de decidir que era dona do seu próprio destino. Para por em prática o seu plano de tornar-se rainha ela contou com a ajuda de um dos cocheiros do palácio, que diante da oferta de receber um beijo as escondidas da moça, o mesmo se colocou a disposição da princesa para fazer qualquer tarefa mesmo que esta não fosse aprovada pelo rei Miraz. Assim Elídian conseguiu por suas mãos em um elixir de fazer dormir cujo rapaz adquiriu furtivamente em sua aldeia de uma cabana onde vivia um doutor e curandeiro que utilizava ervas para produzir seus remédios. A garota retribuiu o favor do rapaz pagando-o com o prometido beijo, algo que ela somente não se arrependeu mais tarde porque lembrou o que aquele pequeno sacrifício lhe proporcionaria. Assim a princesa se dirigiu aos aposentos do príncipe no final da tarde carregando consigo uma pequena bandeja junto com um copo de leite com canela e alguns bolinhos de açúcar que o príncipe adorava. Ela bateu a porta e logo recebeu a permissão do príncipe para entrar. Elídian carregou a bandeja ate o criado mudo do primo que a examinava com olhar desconfiado e disse:

– Eu vim em missão de paz primo querido! –ela sorria segurando o copo. – Com este copo de leite eu venho propor uma trégua entre nós!

– Por que isso agora? –disse apanhando o copo.

– Já estamos bem grandinhos para continuarmos nos evitando como duas crianças. Não acha?

– Concordo... Mas depois de tanto tempo sem me dirigir a palavra pensei que tivesse desistido de falar comigo.

– Pertencemos à mesma família, e vivemos debaixo do mesmo teto. É ridículo continuarmos fingindo que não nos conhecemos sempre que cruzamos um com o outro pelos corredores...

– Principalmente por não existir motivo para isso.

– Bom então beba! –ela induziu a vitima. – Como resposta ao meu pedido de desculpas!

– Tudo bem...

Caspian levou o copo aos lábios e sentiu um gosto meio amargo no conteúdo o que lhe fez franzir a testa e retirar o copo da boca.

– Está um pouco amargo...

– Oh deve ser falta de açúcar! – ela sorriu. – Quer que eu desça e pegue mais?

– Não. Tudo bem eu beberei assim como está...

Novamente o príncipe inocentemente levou o copo de leite de volta aos lábios e bebeu tudo enquanto a prima o observava com atenção e vibrava por dentro.

– Pronto! Desculpas aceitas! –disse ele deixando o copo sobre o criado mudo. – O que vem agora?

– Bolinhos! –ela estendeu a outra bandeja.

– Obrigado! –ele sorriu sem mostrar os dentes.

Caspian comeu os bolinhos de açúcar enquanto Elídian o observava atentamente, de pé ao lado da cama. Quando se deu por satisfeito, ele se dirigiu a prima e disse limpando os restos de açúcar que ficaram no seu queixo:

– E agora?

– Podemos jogar xadrez o que acha? –disse ela com um sorriso simulado.

– Certo! Eu pegarei o tabuleiro...

– Não! –ela o impediu de se levantar. – Deixe que eu pegue, eu sei onde está!

– Tudo bem!

Assim a garota se virou esboçando um sorriso vitorioso dos lábios e andou até um móvel abriu a última gaveta da cômoda do quarto do primo e retirou de dentro dela o tabuleiro e as peças do jogo logo levando os mesmos para cima da cama onde ambos iniciaram a partida. Durante o jogo a Princesa reparou que Caspian bocejava inúmeras vezes e isso a fazia sorrir ainda mais.

– Por que esta sorrindo? –dizia ele. – Esta perdendo!

– Não importa! Estou feliz por termos feito as pazes!

– Também estou! –ele sorriu.

– Primo! Já sabe que falta apenas um ano para que se torne rei não sabe? –disse ela olhando para suas peças no tabuleiro.

– Sim, e?

– Já imaginou como deve ser difícil administrar um reino inteiro sozinho?

– Meu tio Miraz me ajudará assim que passar-me a coroa...

– Claro! –ela forçou um sorriso.

Minutos depois Caspian apertava os olhos e os esfregava voltando a abrir a boca de sono sentindo o peso das pálpebras lhe forçaram a fechar os olhos.

– Puxa! Parece que não dormi a noite inteira... –reclamou.

– Por que não se recosta um pouco enquanto eu penso na minha próxima jogada? –induziu a garota.

– Ah! Está bem... –convencido foi exatamente o que o príncipe fez. – Mas não trapaceie! –ele sorriu. – Sei exatamente onde estão minhas peças e quantas ainda têm!

– Não se preocupe! Eu seria incapaz de trapacear! –ela sorriu com o canto do lábio.

Caspian se lançou para trás deixando as costas sobre as almofadas e travesseiros macios de sua cama, que por sinal ele adorava, e fechou os olhos. Não demorou muito até que o elixir fizesse efeito e deixasse o príncipe em sono profundo. Elídian ergueu os olhos na direção do primo percebendo que ele estava quase roncando, então sorriu e se levantou apanhando o tabuleiro deixando-o embaixo da cama e então retirou as botas do príncipe com cuidado e jogou as mesmas pelo quarto assim como fez com suas próprias sapatilhas dando a impressão de quem foram tiradas as pressas. Ela andou ate o espelho e bagunçou os cabelos soltando-os e desfazendo algumas amarras do seu vestido logo em seguida andando ate a porta e deixando-a entre aberta. Elídian voltou à cama do príncipe e desarrumou os cabelos do mesmo tambem afrouxando sua camisa e depois se deitando ao seu lado colocando seu braço sobre o peito do primo e envolvendo-se com um dos braços dele. Assim ela sorriu contente e fechou os olhos ate que dormiu...


...


Durante a noite ao se dirigir aos aposentos do príncipe a mando do rei Miraz, Lord Sopespian se deparou com a porta do cômodo entre aberta, e através da fresta da mesma visualizou a cena dos dois primos deitados um ao lado do outro e ligeiramente abraçados sendo que suas roupas pareciam desordenadas e amassadas. Durante o sono como costumava fazer, o príncipe enlaçou seu braço ao redor do corpo da prima como se ela fosse um de seus travesseiros, passando assim a impressão para quem os visse de que estavam agarrado um ao outro enquanto dormiam. Sopespian ficando imediatamente horrorizado com a cena dirigiu-se às pressas até o gabinete do rei e pediu que o mesmo o acompanhasse até os aposentos do príncipe. Ao adentrar ao quarto abrindo a porta totalmente para trás, Miraz avistou sua filha com uma das pernas praticamente descoberta enquanto seu joelho estava entre as duas pernas do príncipe e seus rostos estavam quase colados. Tomado de fúria sentindo o rosto queimar imediatamente, o rei aproximou-se da cama de dossel e tomou a filha pelo braço acordando-os aos berros.

– Mas que despautério é este? Levante-se Elídian... –dizia ao ver a princesa abrir os olhos assustada.

– Pai? Ai meu braço, tá me machucando... –reclamou a menina se situando onde estava.

– Saia imediatamente dessa cama, o que pensam que estão fazendo? –disse retirando-a da cama.

– Eu... –a moça voltou os olhos para o príncipe que despertava calmamente. – Pai eu posso explicar... –resolveu dar inicio ao plano.

– Você tem muito do que se explicar princesa... –disse apertando o braço da filha.

– Tio? –disse Caspian acordando e abrindo os olhos. – Elídian?

– Levante-se agora desta cama Caspian. –disse Miraz aos berros. – Vamos isso é uma ordem...

– O que aconteceu? –disse sentando-se na cama inocentemente.

– Você tem muita coragem... –continuou Miraz soltando a filha e fazendo a volta na cama, logo arrancando o sobrinho da cama puxando o mesmo pelas golas da camisa. –Vamos! Eu disse para ficar de pé... –disse praticamente jogando o príncipe contra o guarda roupa.

– Acalme-se tio, o que aconteceu? –disse o príncipe sem entender nada.

– Pro seu bem espero que nada tenha acontecido neste quarto rapaz... –seguiu o rei segurando o ombro do príncipe e apontando seu dedo indicador para o nariz do mesmo.

– Mas que gritaria é essa? –disse Prunaprismia invadindo o quarto enquanto segurava sua barriga enorme de grávida. – Posso ouvir seus gritos do nosso quarto Miraz...

– Veja o estado de sua filha... –disse ele apontando para a princesa descalça e descabelada com as amarras do decote desfeitos.

– O que? –disse a rainha olhando o príncipe e a princesa no mesmo estado. – Elídian?

– Sinto muito mamãe... –ela disse.

– Me diga o que você fez com minha filha seu bastardo. –disse Miraz se dirigindo ao príncipe.

– N. Nada... Eu estava dormindo, como posso ter feito alguma coisa? –dizia com os olhos arregalados.

– Não minta pra mim rapaz... –disse o rei erguendo a mão.

– Miraz! –interviu a rainha. – Não faça isso, deve haver uma razão para Elídian estar no quarto de Caspian. Filha?

– Eu sinto muito, nós só... –ela cobriu o rosto como se fosse chorar.

– O. O que? –disse Caspian encarando a prima.

– Eu mato você... –disse Miraz levando as mãos ao pescoço do rapaz.

– Por Deus! Sopespian faça alguma coisa ou o rei vai estrangular o príncipe... –pediu Pruna.

– Acalme-se majestade... –se aproximou o soldado afastando o rei do sobrinho.

Caspian levou as mãos à garganta assim que se viu livre dos dedos do tio, e sentou-se no piso ainda mais confuso do que estava antes.

– Pelo amor do bom Deus, eu não fiz nada... –disse ele.

– Seu moleque desaforado... –disse Miraz sendo seguro pelo soldado. – Eu deveria quebrar o seu pescoço...

– Céus isso é um engano... –disse Pruna. – Diga que não aconteceu nada Elídian...

– É diga... –se manifestou Caspian.

– Não posso... –dito isso a garota se retirou correndo do cômodo e avançou os corredores.

– Você vai pagar caro por este desaforo... –disse Miraz empurrando o soldado. – Leve o príncipe para as masmorras Sopespian.

– Mas majestade...

– AGORA HOMEM. Você está surdo? Eu ordeno que leve o príncipe e o deixe lá para pensar no que fez...

– Sim majestade... –disse o soldado se curvando e aproximando-se do príncipe. – Vamos majestade... –se referiu ao tocar Caspian.

– Não. –ele reclamou ao se levantar. – Tio eu não fiz nada, não pode dar ouvidos a Elídian, não sei de onde ela tirou essa ideia, pelo amor de Deus, ouça-me... –disse ao ser carregado pelo forte soldado.

– Vai se arrepender do que fez Caspian... –ameaçou Miraz em num tom rude e rancoroso.

– Não... Solte-me Sopespian, me solte. –disse o príncipe aos berros enquanto tentava se debater.

Sopespian teve de pedir ajuda dos outros soldados para conter o príncipe que já tinha certa força, e agilidade. O mesmo chegou a correr em direção à porta do palácio, mas foi barrado pelos soldados que o impediram de passar apontando suas lanças para o mesmo. Assim o príncipe foi conduzido praticamente arrastado rumo a prisão do palácio. Enquanto via sua prima surgir no topo da escada observando-o com expressão de choque. Logo se ouviu os passos do rei que desceu as escadas com a mulher em seu calcanhar:

– Ora Miraz, Caspian é seu sobrinho como pode fazer uma coisa dessas?

– Cale-se mulher, deveria estar em nosso quarto descansando, não está em condições de ficar andando por aí, está carregando um filho meu...

– Para onde estão levando Caspian? –perguntou Elídian. – O que vão fazer com ele? –disse ficando receosa.

– Você volte para seu quarto, estará de castigo pelo resto do mês. E se me desobedecer ficará o resto do ano, trancada naquele quarto...

– Não. –ela desceu as escadas acompanhando o rei. – Pai, me escute o que vai fazer com Caspian?

– Darei a ele o que ele merece... Seu lugar é naquelas masmorras... É onde os bárbaros devem estar...

– Seu pai quer manter o príncipe como prisioneiro por causa do que aconteceu naquele quarto. –repreendeu Pruna.

– Mas... –disse confusa. – Pai não pode prender Caspian ele será o próximo rei, irá substituí-lo. O certo a fazer é comprometê-lo a se casar comigo...

– O que? –disse Miraz em um grito. – Casar? Minha filha casada com aquele bastardo filho de meu irmão? Está louca?

– Pai...

– Cale-se... Isso é coisa sua não é Prunaprismia? –se dirigiu a esposa. – Ficar colocando essas ideias absurdas na cabeça de sua filha. Já não chega o seu romance frustrado com meu irmão, agora quer que Elídian termine o que você começou?

– Isso não tem nada a ver comigo e com Caspian, Miraz...

– Do que estão falando? –perguntou Elídian.

– Sua mãe sempre desejou se casar com meu adorável irmão... –disse em um tom ameaçador e irônico olhando a garota. – Caspian IX!

– O que? –ela voltou os grandes olhos para a mãe.

– Miraz, não misture as coisas. Seu ódio pelo pai de Caspian não é motivo para castigar o pobre garoto...

– Não ouse me dizer o que fazer. Como rei eu sei exatamente o que fazer. Este posto ainda é meu, e continuará sendo a qualquer preço... –dito isso o rei se dirigiu aos corredores baixos indo rumo às masmorras.

– O que meu pai quer dizer com isso mãe? –perguntou a garota ao sentir um arrepio atravessar seu corpo ao ouvir a frieza com que seu pai se referiu ao príncipe.

– Querida o que foi fazer?

– Eu só...

– Não devia ter deixado chegar a esse ponto...

– Não aconteceu nada mãe... –disse ela com lagrimas nos olhos. – Eu só queria que meu pai convencesse Caspian a assumir um compromisso entre nós dois...

– Elídian... –disse Pruna com expressão melancólica. – Este não era o melhor caminho minha filha...

– Direi ao meu pai que nada aconteceu, e ele libertará Caspian... –disse decidida a descer as escadas mas Pruna segurou sua mão.

– Não Elídian. As razoes para seu pai fazer o que está fazendo vão além do que aconteceu ou não aconteceu naquele quarto. Ele usará isso apenas como uma desculpa para manter o príncipe naquele lugar até que eu entre em trabalho de parto.

– O que quer dizer mãe?

– Miraz não permitirá que Caspian assuma o trono meu amor... Se nosso filho for homem, Caspian...

– O que?

– A vida do príncipe depende do sexo da criança que carrego em meu ventre Elídian. Se eu der a luz a um menino, este poderá se tornar rei e Miraz continuará no trono até que ele tenha idade para assumir. Mas se for outra menina, Miraz ficará furioso e as chances de Caspian ser castigado por isso serão gigantescas... De qualquer jeito, seu pai encontrará um meio de continuar com a coroa.

– Meu pai está louco? –se indignou a princesa. – A coroa pertence à Caspian por direito. Ele será o próximo rei.

– Não se seu pai puder impedir...

– Isso... Isso é errado.

– Não devemos nos meter nisso filha... Agora me ajude a voltar para os aposentos reais, eu não me sinto bem...

Elídian ajudou a mãe a subir as escadas, mas mantendo os olhos no corredor baixo pensando no que tinha feito. Fora definitivamente uma decisão infeliz que ela jamais imaginava que acabaria acarretando em um problema como aquele. Para Miraz continuar como único rei, a princesa sabia o que teria de acontecer com o príncipe, e isso estava totalmente fora dos seus planos. Elídian amava Caspian e não desejava seu mal, tudo que fez, por mais errado que parecesse naquele momento, e era, teria sido uma forma desesperada de ficar ao lado do seu amado príncipe. Mas tudo que a princesa conseguiu foi ajudar o pai em seu terrível plano, sem nem ao menos estar ciente dele...


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Notas finais do capítulo

No próximo capítulo inicia a faze de O PRINCIPE CASPIAN, e talvez seja a volta dos reis antigos! Lembrem-se que tudo será citado e descrito com as minhas ideias, então não lerão algo repetitivo! As falas do filme, etc tudo será mudado, transformado e adaptado ao meu texto! Beijos
OBS: Não odeiem muito a Elly, ela fez isso por amar desesperadamente o príncipe...



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