De Príncipe Á Prisioneiro escrita por Bengie Narnians


Capítulo 4
Você Quebrou Meu Doce Sonho - Parte II


Notas iniciais do capítulo

O texto não ficou tão bom hoje quanto o os primeiros porque escrevi meio que as pressas, mas não importa muito por que esta é uma passagem para a próxima fase da fic! Esse capitulo encerra a fase de brigas dos primos e entra em um nível diferente. ATENÇÃO: Eles não se entendem ok? Não agora! Tem muita coisa nos próximos capítulos, e logo chegaremos a fase de O PRINCIPE CASPIAN, em que o príncipe fugirá do palácio... Mas tudo isso será contado no meu jeito no contexto da minha estória! Beijos espero que gostem de tudo!



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[Adolescência]



A rainha Prunaprismia subira aos corredores que a levaram até os aposentos da princesa, e ao se aproximar da porta do cômodo ouviu o choro de sua filha e logo adentrou ao quarto encontrando a jovem deitada sobre a cama de dossel encolhida entre os cobertores. A rainha fechou a porta devagar sem que a garota notasse sua presença e então andou até a cama logo se sentando as costas de sua menina e tocando seus cabelos, retirando-os do rosto molhado pelas lágrimas da moça.

– Por que chora meu amor? –perguntou Pruna.

– Caspian mamãe... –respondeu a princesa limpando o rosto com as mãos.

– O que o seu primo fez dessa vez? –disse tocando a cintura da filha.

– Ele é um grosso... Disse-me coisas horríveis...

– Vocês brigaram outra vez?

– Por que ele tem que ser sempre tão estúpido? –ela voltou os olhos vermelhos de choro para a mãe.

– Seu primo ainda é um pouco imaturo meu bem, não sabe como tratar uma moça. Ele ainda a vê como uma menininha! –disse docemente e com paciência. – Não percebeu que está crescendo e que logo desabrochará se tornando meu lindo cisne! –sorriu Pruna depositando um beijo na testa da princesa.

– Eu não quero que ele vá ao meu aniversario mãe... Peça para meu pai deixá-lo no quarto.

– Seu pai já deixou seu primo encarregado de acompanhá-la durante o baile filha...

– Mas eu não quero, ele vai estragar tudo como sempre faz... –disse se sentando.

– Tenha paciência com seu primo! –sorriu Pruna. – Quer que eu fale com ele?

– Não. –respondeu franzindo a testa.

– Elídian, o que houve com vocês? Vocês se deram sempre tão bem! Estavam sempre juntos inventando aventuras pelo palácio.

– Caspian cresceu e ficou idiota...

– Você gosta muito dele não é? –sorriu a rainha.

A princesa simplesmente olhou para o rosto de sua mãe com os olhos brilhantes que muito lembravam duas pérolas negras, e então Pruna abraçou-a apertando a filha contra o peito mantendo um sorriso amistoso na face, ao mexer nos cabelos da jovem que dizia:

– Caspian está muito ocupado com suas coisas e não tem mais tempo para mim.

– Sei o que está sentindo meu bem!

– Sabe? –ela interrogou.

– E entendo perfeitamente... –Pruna expressou um sorriso de cumplicidade. – Você está crescendo e descobrindo seus sentimentos! E Caspian se tornou um rapaz bem apessoado, é natural que sinta tais sentimentos!

– O que quer dizer mãe? –ela franziu e uniu as sobrancelhas.

– Quando eu tinha a sua idade, eu também me apaixonei platonicamente por um dos meus primos! Mas ele era bem mais velho e estava cortejando uma moça bem mais bonita do que eu era...

– Eu não estou apaixonada pelo meu primo... –ela negou praticamente se emburrando.

– Você queria passar mais tempo com Caspian? Como passava antes?

– Sim.

– E se sente muito triste quando vê que ele não deseja o mesmo...

– Sim...

– Às vezes apenas deseja ficar onde ele está mesmo que ele nem fale com você, apenas para ficar admirando-o...

– Sim... –disse com expressão triste.

– Então você gosta mais do seu primo do que pensa meu amor! –Pruna tocou a face da jovem carinhosamente.

– E como faço pra deixar de gostar?

– Não faz! Isso leva tempo... Infelizmente não depende de nós tirarmos do coração alguém que entrou lá sem nossa permissão!

– E o que eu devo fazer então?

– Mostre a ele a menina meiga e doce que você é! Continuar brigando com seu primo só vai afastá-los cada vez mais... Faça com que ele note que ainda é aquela menininha que ele tanto adorava!

– Caspian é irritante, não consigo trocar duas palavras com ele sem ficar com raiva. Ele só sabe falar da beleza das moças do reino, é insuportável...

– Está com ciúmes! –Pruna riu. – Mas controle-se! Toda vez que Caspian falar de outra moça e do quanto esta é bonita fale sobre os rapazes que você aprecia! Ele vai perceber que você já não é mais uma garotinha e que também está interessada em romance...

– Mas eu não aprecio nenhum rapaz do reino...

– Minta! Caspian é seu primo, e sempre foi muito protetor. No momento em que ele perceber que você está interessada em rapazes ele vai querer saber tudo sobre eles, mesmo que seja para proteger você! Todos os homens são assim!

– Não está brava por saber?

– Claro que não meu amor! O que está sentindo é absolutamente natural... Mas não deixe seu pai saber!

– Tudo bem!

A princesa sorriu sentindo-se segura e aliviada diante das palavras de incentivo e consolo da mãe, e então se jogou no colo de Pruna abraçando-a com força.


...


No dia em que completaria seus quinze anos a princesa foi desperta com um excelente café da manhã levado até seus aposentos, o que já a deixou, animadíssima. Depois se levantou e correu para ver como estava os preparativos para seu glorioso baile a fantasia. Durante a tarde tudo correu perfeitamente como deveria, a fantasia da princesa foi deixada em seu quarto pelas amas que a ajudariam a vestir e o salão começava a ser enfeitado com flores e artefatos de decoração. Já durante a noite, no horário marcado para o inicio dos festejos todos os convidados foram adentrando ao salão principal, vestidos a caráter cada um com uma fantasia mais criativa que a outra. Caspian estava um tanto quanto emburrado em um canto do salão pelo fato de ter sido repreendido pelo tio pela terceira vez naquele dia, recebendo inúmeros sermões sobre como deveria se portar com a princesa. Quando estava pronta, Elídian desceu as escadas com a ajuda das amas para não tropeçar no seu majestoso vestido branco rodado e se dirigiu ao salão. As amas correram para avisar o rei de que a princesa estava pronta para entrar no salão, então o mesmo deu ordens para que Sopespian trouxesse o príncipe para conduzir a jovem por entre os convidados. Caspian atravessou o salão acompanhando o homem que havia se tornado o general do exercito de Miraz, e ficou de pé diante da escada esperando que sua prima descesse.

Os convidados foram avisados da chegada da aniversariante e imediatamente voltaram seus olhares atentos para a direção da escada por onde a jovem surgiu vestindo o belo vestido que vinha acompanhado de um lindo par de asas de cisne. Seus cabelos presos em um coque estavam cobertos por um tipo de chapéu em formato de pescoço de cisne cheio de plumas que cobriam a testa da princesa. Esta estava radiante e sorria com um brilho intenso nos olhos, e eles pareceram brilhar ainda mais ao ver seu primo Caspian a esperando no final da escada. Ao som de uma linda canção tocada por harpas e violoncelos a princesa Elídian desceu cada degrau com graça em toda sua glória mostrando a todos que estava ultrapassando a linha juvenil e entrando na fase da maturidade. Todos a observavam encantados com sua linda fantasia que representava todo seu charme e beleza. Até mesmo os olhos até então entediados e irritados do príncipe ficaram fixos na jovem princesa, deixando-o sem nenhum pensamento na cabeça, exceto algumas lembranças bastante semelhantes aquela visão...


[...]


A pequena Elídian em seu sexto aniversário desceu as escadas do salão principal naquela tarde vestindo um vestido de cor rosado com lindas asinhas de anjo em suas costas e usando uma coroa de pedras brilhantes sobre os cabelos negros encaracolados nas pontas. A pequena correu pelos degraus, ansiosa e com um sorriso doce nos lábios indo em direção ao primo que a esperava no piso baixo com um sorrisinho adorável. Assim que chegou mais perto, a menina se jogou no colo do primo de nove anos abraçando-o com força enquanto ele ria e dizia:

– Nossa, Elly, assim vai nos derrubar no piso! –dizia enquanto segurava a pequena.

– Estou tão feliz primo! –disse a menininha.

– Percebi! –ele riu deixando-a no chão.

– Eu tenho asas! Você viu? –ela disse se mostrando.

– São lindas Elly! –disse mexendo nas mesmas. –Pena que não pode voar com elas!

– Você pode me pegar no colo e me girar!

– Será como se você estivesse voando de verdade! –concluiu ele.

– Sim! –ela sorriu abrindo totalmente os lábios.

A pequena pulou novamente nos braços do primo agarrando-o pelo pescoço enquanto ambos sorriam, e se divertiam.


[...]


Caspian não esperava que Elídian descesse aqueles degraus e se jogasse em seus braços como fazia quando era menina, mas ficou feliz com as lembranças. No fundo, no fundo o rapaz sentia falta da pequena Elídian, mas sentia que nunca mais veria aquela garotinha doce e encantadora que ele tanto amava quando era menino. Mesmo assim, não pode negar de confessar a si mesmo que a prima estava mesmo linda como um belo cisne, que cresceu como um pequeno patinho feio e então se transformara... Elídian por sua vez, se aproximou do rapaz e estendeu sua mão mantendo um sorriso contido dentro de si, enquanto olhava nos olhos de Caspian que era de longe a sua visão preferida na vida. Ambos permaneceram em silencio, embora a princesa desejasse ouvir certo elogio da parte do primo. Então Caspian tomou a mão de Elídian e eles logo se dirigiram para o centro do salão para dar inicio a primeira dança da princesa. Elídian se sentiu orgulhosa por estar ao lado daquele que ela considerava simplesmente o rapaz mais belo de todo o reino, enquanto as outras princesas e os príncipes os observavam encantados. No centro do salão, os primos se viraram um para o outro e então a jovem sorriu olhando para o rosto do moreno que manteve a expressão firme nem tão séria nem tão feliz, apenas uma expressão de paisagem, o que fez com que a garota se manifestasse:

– Vai ficar me olhando com essa cara de paisagem ou dirá alguma coisa?

– O que quer que eu diga? –perguntou olhando por cima da cabeça da garota e puxando-a para perto.

– Ora, o que achou da minha fantasia? –disse levando sua mão ao ombro do primo enquanto começavam a dançar.

– Nada mal.

– Nada mal? É tudo que tem a dizer?

– E o que eu deveria dizer? –disse olhando-a de cima.

– Nada... –ela retrucou revirando os olhos. – Do que está fantasiado? –disse franzindo a testa.

– Minotauro...

– Minotauros não existem...

– Já existiram...

– Mas você não tem chifres...

– Meu chapéu está por aí, não sei onde deixei...

– Ótimo.

Os dois continuaram a dança trocando menos de duas palavras a cada cinco passos, até que a música foi trocada assim dando inicio ao baile em si. Todos os convidados se dirigiram ao salão para a dança sincronizada enquanto a princesa recebia inúmeros convites para dançar. Caspian se afastou assim que pode e foi procurar seu chapéu, o encontrou quando uma das moças que trabalhava no baile lhe entregou o mesmo mostrando-se bastante sorridente e simpática. Do centro do salão a princesa via a cena com olhar preocupado e desconfiado ao perceber que seu primo trocava sorrisos amistosos com uma das criadas. Quando a musica acabou, Elídian saiu pelo salão à procura do rapaz e não o encontrava em lugar algum.

– Mamãe? –disse se aproximando do trono. – Viu Caspian por aí?

– Não meu amor! Por quê?

– Nada, estava procurando por ele, mas não o vejo em lugar algum... –disse erguendo os olhos e rodando o salão inteiro com eles.

– Por que não procura no jardim, talvez ele esteja conversando com Cornelius!

– Está certo!

Assim a princesa desceu as escadas onde ficava o altar dos tronos e passou pelos convidados mantendo o sorriso social no rosto. Então atravessou a porta que dividia o salão e se dirigiu rumo ao corredor que conduzia ao jardim. Elídian se deparou com seu primo tocando carinhosamente o rosto da mesma criada com quem antes conversava, enquanto tocava os lábios dela com os dele em um beijo, sendo que ambos estavam recostados à parede do corredor. Elídian cerrou os olhos e franziu a testa enquanto se escondia para não ser vista e então sentiu seus olhos arderem e lágrimas surgirem através deles molhando seu rosto em seguida. Ao se virar para correr de volta para o salão sua asa direita bateu no vaso que estava no canto do corredor derrubando o mesmo e quebrando-o no piso causando um estardalhaço terrível que chamou atenção do príncipe e da criada, que imediatamente por medo de uma represaria se virou e correu para o outro lado do corredor deixando o príncipe.

A princesa se virou encarando Caspian e então tentando não demonstrar sua tristeza e decepção ela voltou a se virar e correr pelo corredor dessa vez tomando a direção que a levaria para o jardim. Caspian se apressou a ir atrás da prima enquanto a chamava:

– Elídian? –disse franzindo a testa. –Droga.

Ele resmungou logo correndo atrás da garota sabendo que teria de convencê-la de qualquer maneira a não entregar o que vira ao rei, caso contrário ele sabia que seria castigado por estar se envolvendo com a criadagem. Elídian correu pelo corredor externo do jardim em direção aos fundos onde ficavam as arvores e acabou tropeçando na barra de seu vestido e caindo de joelhos no chão com as mãos no mesmo. Ela tentou conter a vontade de chorar, mas era quase impossível, e assim com ela sentada no piso gelado, Caspian pode alcançá-la. Ele parou diante dela, permanecendo em pé e apenas disse:

– Elídian por que estava me espionando? –disse em tom zangado sem notar que ela cobria o rosto entre as lágrimas. – Saiba que não pode contar ao rei o que viu. Aquela moça pode ser mandada embora junto com sua família. Prometa que não dirá nada sobre o que viu ao tio Miraz...

Elídian apenas cobria o rosto evitando fazer qualquer som para que o príncipe não a visse chorar por causa do que ele tinha feito, e ela tinha visto.

– Elídian está me ouvindo? –insistiu franzindo a testa. – Não seja egoísta, se quiser brigar comigo faça isso, mas não envolva aquela moça no meio.

Elídian simplesmente não se manifestou então o príncipe percebeu havia algo errado e perguntou inclinando-se:

– Elídian você está bem? Você se machucou? –disse tocando o ombro dela.

– NÃO! –ela disse aos berros quando ergueu o rosto e empurrou a mão do primo. – Você estragou tudo Caspian, tudo... –ela disse ao se levantar e partir pra cima dele com tapas e empurrões contra seu peito.

– Pare com isso Elídian, por que está me batendo? –reclamou tentando segurar as mãos da moça.

– EU ODEIO VOCÊ... –disse com o rosto vermelho. – Nunca mais quero ver a sua cara. Nunca mais...

A princesa empurrou Caspian com toda sua força fazendo com que ele caísse com as costas contra a parede e sentasse involuntariamente sobre um vaso branco arranhando o rosto nos galhos da planta que ele continha, e então correu na direção das árvores arrancando uma de suas asas e jogando-a na grama escura pela pouca luz da noite. O príncipe sem entender, apenas ficou onde estava com expressão carrancuda enquanto tentava entender o que estava acontecendo, depois se levantou e ficou observando a prima correr e sumir entre as árvores.





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Notas finais do capítulo

Então? Ficou legal? Sempre lembrando, quando eu postar o próximo capítulo será com Caspian já com seus dezenove anos e Elídian com dezesseis! A relação entre eles será abalada ainda mais por uma pequena atitude da parte de um dos dois! Esperem e verão! bjus



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