Heroes High School escrita por Sparky


Capítulo 2
Capítulo 1 - Vizinhança


Notas iniciais do capítulo

Heeey pípous! Aqui vem o 1º capítulo!
Espero que gostem!



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Peter Petrelli jazia acordado em sua cama. Olhava pela janela, contemplando uma das últimas noites de verão. Perguntava a si mesmo as mesmas coisas que vinha se perguntando nos últimos anos.

Por que isso aconteceu com a gente?

Será que devo fazer alguma coisa?

De onde vieram esses poderes?

Sem saber as respostas para essas perguntas, desviou o olhar para a outra cama em seu quarto, na qual seu melhor amigo Sylar dormia. Imaginou se Sylar alguma vez já se perguntou essas coisas, e respondeu a si mesmo, dentro de sua cabeça: provavelmente não. Ele tinha coisas mais importantes com que se preocupar do que de onde conseguiu seu poder.

Sylar e Peter eram melhores amigos desde o jardim de infância. Mas quando desenvolveram seus poderes, aos treze anos, aproximaram-se ainda mais, como irmãos. O poder de Peter era um tanto incomum. Se ele entrasse em contato com uma pessoa com poderes, copiaria o poder para si, às vezes até sem saber.

Até agora, Peter tem nove habilidades: voar, controlar o tempo-espaço, regenerar, atravessar objetos sólidos, ler mentes, superforça, invisibilidade e telecinése, alem de sua própria. Ele conseguiu o poder de voar de seu irmão mais velho, Nathan, a regeneração de sua namorada Claire, e a telecinése de Sylar. Não faz idéia de onde vieram os outros seis poderes, mas com certeza são de pessoas que ele conhece.

Ainda que Nathan e Claire queiram esconder seus poderes, os utilizam de tempos em tempos, diferente de Sylar e Peter, que usam suas habilidades diariamente. Para eles, essas habilidades são presentes e merecem ser usadas. Do contrário, por que as teriam?

O verão chegava ao fim em Manhattan. Mais uma semana e eles estariam entrando no segundo colegial, outro ano chato na escola. Mas Peter tinha que admitir que estava com uma sensação estranha sobre esse novo ano escolar. Ele olhou para a casa em frente à sua, em cujo jardim se encontrava uma placa de “VENDIDA!”. Fechou seus olhos, agora que o sol já nascia. Sentiu o sono levá-lo, como se flutuasse, para um mar distante e profundo, onde ele afundaria sem medo de se afogar.

– Pete… Peter!

Ele acordou com a visão de Sylar vestindo uma camiseta. A imagem estava meio encoberta pela franja que caia por seu rosto. Sentia-se como se tivesse dormido apenas dez minutos. A cama do amigo ficava a cerca de um metro e meio da sua, e o garoto estava ali, em pé. Aos pés da cama de Sylar, havia um armário pequeno, que sua mãe colocara ali para que ele não tivesse que deixar as roupas na mala. Já do lado de Peter, havia um guarda roupa maior e mais adornado. Ele deu um longo bocejo.

– Que é? – reclamou, enfiando a cara no travesseiro – Acabei de cair no sono.

– A culpa não é minha – respondeu o amigo – sua mãe quer que a gente vá cumprimentar a família que acabou de se mudar para a casa da frente.

– Idonwana! - brincou Peter, com uma voz de criança, e jogou o travesseiro no amigo.

– Não entendi o que você disse, mas de qualquer jeito... se vista decentemente. Vamos sair daqui a pouco – replicou Sylar, desaparecendo pela porta.

– Tá – Peter disse enquanto se levantava e olhava pela janela. Espreguiçou-se, porém algo lá fora o chamou atenção. Avistou um caminhão indo embora, e detrás dele surgiu um homem alto e parcialmente careca. O dono da casa, ele pensou. E então se dirigiu ao banheiro.

Depois de se vestir, Peter desceu as escadas para encontrar Sylar e Nathan na cozinha. Uma bancada de granito cortava o aposento, e com certeza substituía uma mesa. As paredes brancas davam um ar feliz e o padrão preto e branco no chão já era bem familiar aos olhos.

– ‘Dia, Nathan – bocejou ele, colocando um pouco de café numa xícara.

– E aí Pete, novidades? – perguntou o irmão, pegando uma banana da cesta de frutas e começando a descascá-la.

– Nathan, nós nos vimos há, sei lá, sete horas atrás. Nada de emocionante aconteceu – garantiu o garoto, rindo.

– Ha, ha, espertinho, cale a boca antes que eu te de um chute. De novo – ameaçou Nathan, em seguida mordendo a banana.

– O quê? Cara, você já me deu uma surra na quinta série... esqueça isso. Além disso, eu posso vencer você agora – retrucou o caçula, largando a xícara na bancada e levantando sua mão, preparado para usar a telecinése.

– Pete, lembre-se da ultima vez que você usou telecinése em mim… – advertiu Nathan, com a expressão seria – eu parei de falar com você por uma semana.

– Tudo bem – riu Peter, abaixando a mão – Você vem conosco conhecer a família com a qual nos nunca mais vamos conversar de novo?

– Na verdade não. Eu os conheci quando eles chegaram e ah… a filha… esqueci o nome, mas ela vai entrar no colégio com a gente –  disse, agora já na metade da banana.

– Incrível! – ironizou Peter, fingindo uma animação exagerada – Vamos Sylar; e Nathan, só uma coisa… – ele levantou sua mão novamente e, com a telecinése, arrancou a banana da mão de do irmão e atirou-a no lixo – Dessa vez eu não usei em você, usei na banana – caçoou.

– Esperto, agora vá embora – mandou Nathan, olhando para a lata de lixo e fazendo uma careta.

Peter e Sylar caminharam até a casa do outro lado da rua e perceberam que ainda não tinham terminado de levar as coisas para dentro. Já que não havia nada nem ninguém bloqueando a porta, eles entraram, procurando os moradores. A casa era bem parecida com a deles, exceto pela mobília que ainda não estava no lugar.

– Posso ajudá-los? – disse uma voz vinda detrás deles.
Os garotos se viraram e viram uma garota loira que parecia ter a mesma idade que eles. Peter ficou meio abobado e simplesmente não conseguia desviar o olhar. Então Sylar deu um murro em seu braço para que ele acordasse e apertasse a mão dela.

– Oi – cumprimentou Sylar – desculpa ir entrando assim, mas, hm, nós moramos do outro lado da rua e queríamos nos apresentar. Eu sou Gabriel Gray, mas, por favor, me chame de Sylar, e esse é…

– Oi, sou Peter Petrelli – apresentou-se, apertando a mão dela e subitamente perdendo o fôlego, parecendo que ia desmaiar.

– Petrelli… ah sim, conheci seu irmão Nathan, se esse for o nome dele. Ei, você esta bem? Parece meio tonto ou alguma coisa assim – disse ela, aparentemente preocupada.

– Quê? Ah, tá, eu estou bem, só perdi o fôlego por um momento, é só – ele explicou, segurando a cabeça, se sentindo envergonhado. Que coisa mais esquisita...

– Que tal darmos uma volta, respirar ar puro? – sugeriu ela, em seguida dando as costas para eles e gritando – Pai, estou saindo! Minhas coisas estão no meu quarto e eu vou arrumá-las depois!

– OK, querida, mas não vá muito longe! – o pai respondeu. Era o careca que ele vira mais cedo.

– Vamos – ela disse, sorrindo para Peter e esquecendo que Sylar estava ali.

– Espera, você nem nos disse seu nome ainda – protestou o garoto, cujo olhar ia da garota para Peter.

– Ah, desculpe… sou Elle, Elle Bishop – ela sorriu novamente e saiu da casa, seguida por Sylar.

Peter tinha a expressão vazia, e ao sussurrar para si mesmo o nome da garota, Elle, sorriu. Correu atrás dos dois que o tinham deixado para trás.

– Então, o que traz você e sua família para Nova York? – Peter perguntou, diminuindo o ritmo e observando-a enquanto ela fitava as árvores em volta deles.

– Não é bem uma família, somos só eu e meu pai – a voz dela soou triste, e ela torceu para que os garotos não percebessem – Ele está trazendo a sede da companhia dele para cá.

– Que companhia? – indagou Sylar, cutucando Peter para que ele parasse de encará-la.

– Primatech Paper… é só uma empresa de papel, nada interessante – respondeu ela, rindo um pouco. Peter reconheceu o nome, mas não sabia de onde.

– Não é todo dia que você conhece do dono de uma… - começou Sylar, mas o amigo o cortou.

– Cadê a sua mãe?

– Desculpe, o quê? – replicou Elle, de novo ignorando Sylar completamente.

– Você disse que eram só você e seu pai. E a sue mãe? – repetiu Peter, mais devagar do que da primeira vez.

– Ah… sabe, eu… eu realmente não quero falar sobre isso – ela desviou o olhar para o chão.

– OK, tudo bem, desculpa ter perguntado – Peter disse, envergonhado de novo. Tinha que falar besteira...

– Sem problema – ela voltou a sorrir – E vocês dois? Vivem juntos?

– Mais ou menos. Peter e eu somos como irmãos… nos conhecemos desde sempre. Mas não somos irmãos de verdade, dá para notar pelos sobrenomes… Petrelli e Gray – Sylar contou a ela, esperando que ela não fizesse a pergunta que todos faziam.

– Por que você mora com ele?

– Ah – começou Peter – bem, o pai do Sylar morreu há mais ou menos um ano, e eles estavam tendo alguns problemas… então Sylar está ficando conosco por um tempo – ele tentou não cuspir tudo de uma vez, para não assustar Elle e para não deixar o amigo embaraçado.

– Tá… então, por que te chamam de Sylar… é Gabriel, certo? – Elle perguntou, confusa.

– Meu pai começou a me chamar assim quando eu era mais novo, eu não sei o porquê, mas ficou… e é melhor que Gabriel, então eu prefiro – riu Sylar.

– E você, Peter? Existe alguma coisa que eu deveria saber?

– Você é cheia de perguntas, Elle… deixe eu ver… meu pai morreu há uns dois anos atrás, e... fora isso, não sou uma pessoa muito interessante.

– Desculpe pelos seus pais – Elle disse aos garotos, e eles apenas balançaram a cabeça.

Olha para ele. É um gato. Chame-o para sair, para se conhecerem melhor, nada especial.

Os olhos de Peter se arregalaram ao perceber que estava lendo a mente de Elle por acidente. Detestava quando acontecia isso. Se bem que o que ele acabara de ouvir não fora tão ruim assim.

Ela parou de andar e perguntou:

– Peter, você quer sair hoje à noite só para se divertir? Sylar, você é mais do que bem vindo para se juntar a nós – ela sorriu, envergonhada – Não pensem que sou louca porque já estou fazendo isso de cara. É que não tenho muitos amigos e eu gostaria de conhecer você… vocês melhor – ela não parava de falar como se estivesse vomitando. Vomitando palavras.

– É, eu gostaria muito. Pode ser lá em casa? – Peter completou, sorrindo também.

– Claro… então... sete horas? – ele concordou com a cabeça – Legal, ah, eu tenho que arrumar minhas coisas, vejo vocês mais tarde – Elle se distanciou deles, com um sorriso de orelha a orelha no rosto.

Sylar encarou Peter como se quisesse matá-lo.

– Que é? – Peter perguntou, virando-se e começando a andar na direção de sua casa.

– Você é burro ou só meio lento? – sussurrou Sylar, com os olhos arregalados.

– Cara, do que você está falando? – replicou Peter, ainda confuso.

– Ah, vamos ver... você esteve namorando a Claire neste último ano e agora acabou de aceitar um encontro com outra garota, seu idiota.

– Ela mesma disse que é só para gente se conhecer melhor, não vai ser nada demais – tranqüilizou Peter, fazendo uma cara de sonhador.

– As coisas entre você e Claire estão ótimas, para que estragar tudo?

– Escuta, cara, não estão tão bem como você pensa. Ela nunca me liga e já faz duas semanas que não nos vemos. Talvez seja hora de terminar – sugeriu Peter.

– Já que você pensa assim... Mohinder disse que viu Claire e West juntos – revelou Sylar, ainda que ele não quisesse ter que contar isso ao amigo.

– West… West Rosen? Do colégio? Eles nem se conhecem! – riu Peter.

– Bem, Mohinder os viu num café.

– Tanto faz, eu falo com ela depois, eu acho, e vou ver o que está acontecendo.

Peter e Sylar chegaram em casa. Peter virou-se e olhou para a casa dos Bishop. Viu Elle na janela do segundo andar. Sorriu para ela, e logo recebeu outro sorriso em resposta. Voltou-se para sua própria casa e entrou.

– Então, o que você vai fazer? – Sylar perguntou, caminhando até a sala de estar e se jogando no sofá.

– Sobre a Claire? – ele levantou as sobrancelhas e Sylar concordou com a cabeça – Vou ligar para ela e ver o que ela quer fazer, acho.

– E se ela falar alguma coisa? Sobre os poderes? Porque você terminou com ela?

– Ela já prometeu que, se algo assim acontecesse, ela não iria dizer nada. Disse que nos manteria em segredo. Eu, você e Nathan – ele se sentou ao lado de Sylar no sofá.

– Bom saber. De qualquer jeito, acho que vou visitar minha mãe mais tarde – ele acrescentou, olhando para o amigo.

– Legal, como as coisas estão indo com ela?

– Ah, você sabe, ela não está bem. Ainda está meio fora, mas acho que vai ficar melhor – ele respondeu, lembrando-se de tudo pelo que sua mãe passou quando seu pai morreu.

– Ela vai melhorar, tenho certeza. Quando você vai?

– Não sei. Vou dar a você e Elle algum tempo sozinhos, para “se conhecerem” melhor – ele riu – como você pode gostar dela, não faz nem uma hora que vocês se conheceram.

– Sei lá, é só uma daquelas sensações, você sabe. Não há nada que você possa fazer, você apenas... se joga – ele sorriu novamente, pensando em Elle. Realmente não havia o que fazer. Ele sabia que ela era especial. Continuou pensando nela e em como ela o fez se sentir, quando sentiu como se houvesse luz em sua cabeça. A última vez que ele sentira isso foi quando descobriu seu mais novo poder. Colocou suas mãos uma a pouca distância da outra, ainda com Elle em seus pensamentos.

– Caraca, Pete! O que foi isso? – Sylar pulou do sofá, assustado.

– O quê? – Peter perguntou, levantando-se também.

– Suas mãos... elas começaram a soltar faíscas, ou alguma coisa assim – o amigo tinha uma expressão estranha.

– Verdade...? – ele trouxe as mãos mais para perto do rosto. Começou apensar em Elle de novo. Nada aconteceu, e ele baixou-as para as pernas. Então sentiu um forte choque. Caiu de volta ao sofá, olhando para o buraco em sua calça.

– Jesus, Peter! Você esta bem? – Sylar perguntou, ajoelhando-se ao lado do amigo e observando a pele queimada, em carne viva.

– O que foi isso? O que aconteceu? – Peter indagou, confuso, sentindo a perna contrair-se e começar a regenerar. Quando estava completamente curada, ele se levantou.

– Dessa vez, além das faíscas, saiu algo parecido com um raio. Quando você ganhou um novo poder? – eles se encararam – Quero dizer, você só conheceu...

Lembrando que Peter absorve poderes apenas quando entra em contato com outra pessoa com habilidades, eles se tocaram que ele conhecera apenas uma pessoa naquele dia.

– Elle! – eles exclamaram ao mesmo tempo.

– Ah, eu não vou sair hoje, não mesmo – suspirou Sylar, rindo – quero ver o que ela vai dizer quando souber que nós também temos poderes!

– Tá maluco? Não podemos simplesmente falar para ela – retrucou Peter, indo em direção as escadas – Coitada, e se ela tiver algum tipo de trauma? Porque esse poder dela é bem... perigoso. Ela pode ter machucado alguém.

– OK, então ela é uma psicopata maluca. Tudo bem...

– Eu nunca disse isso. Eu só disse que...

– Peter, você gosta dela, certo? – o amigo assentiu – então você tem que contar para ela! Temos que criar um arco de confiança entre nós que temos poderes, porque assim...

– Iremos criar uma sociedade baseada na verdade e na justiça e blá, blá, blá... – ele virou os olhos – você já me disse isso antes.

– E estou certo!

– Tá bem! Então, defensor da verdade e da justiça, me ajuda a inventar uma história para minha mãe sobre como eu destruí essa calça.


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Notas finais do capítulo

Bem, até o próximo!

Reviews, please? *.*



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