The Flame Of The Games escrita por Miss Rogers


Capítulo 2
Pesadelos


Notas iniciais do capítulo

Oiii. Quero agradecer a minha primeira leitora que comentou na minha história. Saiba que por você eu vou continuar essa história!
Também quero pedir que se há mais pessoas lendo essa fanfic, deixem comentários, pois eles motivam o autor a querer escrever sempre mais.
Espero que gostem do capitulo um e conheçam um pouco sobre a vida complicada da Emma.
Boa leitura ^^



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E mais uma vez naquela semana eu acordava assustada e aos berros. Minha cama e minhas roupas estavam totalmente encharcadas de suor frio. Sentei sobre minhas pernas e passei as mãos em meus cabelos, tentando acalmar minha respiração que estava ofegante. Olhei em direção a porta esperando que alguém abrisse de forma desesperadora e perguntasse se eu estava bem e o que havia ocorrido para que eu estivesse dessa maneira, mas ninguém apareceu. Quem apareceria? Por quem eu estava esperando?

Meu pai provavelmente estava jogado em uma mesa de bar, com uma garrafa de bebida em uma de suas mãos. Ele não se preocupava comigo e não dava o mesmo valor à sua própria filha do que dava ao vinho. E se ele não se preocupava comigo não me sobrava nenhuma outra pessoa. Minha mãe... Ela era simplesmente sensacional e amorosa. Sinto tanto dor em meu peito ao pensar em seu rosto me desejando uma boa aula quando me levava até a escola todos os dias. Porque o destino guarda um fim tão cruel para pessoas boas como ela? Uma grave doença a derrubou sobre sua cama quando eu tinha apenas dez anos e a tirou de mim sem piedade alguma.

Ela poderia estar aqui comigo agora nessa escuridão sombria de meu quarto. Abraçando meu corpo e dizendo que tudo ficaria bem e que não deixaria que nada acontecesse comigo. Sinto falto desse afeto. Especialmente em um momento perturbador como esse em que meus malditos pesadelos tornaram-se mais constantes do que eram. Sempre a mesma sombra que me perseguia freneticamente em um labirinto frio e iluminado apenas pela lua cheia que pairava no céu sem estrelas. Jamais havia conseguido encontrar uma saída desse lugar e quando era alcançada por essa sombra, uma dor terrível dominava meu corpo fazendo com que eu acordasse aos berros.  A curiosidade também me atormentava, mas apenas quando eu estava acordada. O que havia na saída daquele labirinto? Se ele realmente possuísse algum, eu não fazia ideia do que poderia encontrar quando cruzasse a linha final.

Levantei de minha cama para ir até a cozinha beber alguma quente já que seria complicado voltar a dormir depois de tudo. Passei no banheiro e lavei meu rosto com água fria que fez com que eu me acordasse mais ainda e toda a sensação de dormência sumisse quase instantaneamente. Olhei para o pequeno espelho fixado na parede e visualizei uma garota tão pálida que parecia estar à beira de desmaiar, seus olhos verdes estavam rodeados de olheiras e os cabelos que já fora vivamente alaranjado, agora estava opaco e sem vida. Jamais me importei com minha aparência, mas enquanto minha mãe era viva ela era costumada a me tratar com tanto cuidados e carinhos que eu sempre me olhava orgulhosa no espelho. Só que agora, nem isso eu era capaz.

Andei até a cozinha e aqueci um pouco de leite no fogão e me mantive perto do fogo para fugir um pouco do frio que fazia durante a madrugada. Olhei para o relógio e percebi que eram duas horas da manhã e isso significava que faltava pouco tempo para a hora em que Panem inteira pararia para assistir as Colheitas que ocorreriam em todos os 12 Distritos, assim sorteando um garoto e uma garota, entre 12 e 18 anos de idade, de cada distrito para lutarem até a morte na Arena para puro divertimento na Capital. Meu nome estava dentro daquela urna e eu poderia ser sorteada, mesmo que a chances sejam pequenas já que meu pai jamais permitiu que eu colocasse meu nome mais vezes do que o obrigatório. Nossa família nunca precisou de tésseras, já que o prefeito era meu padrinho e por isso não permitia que comida faltasse em nossa mesa. Eu sei que a probabilidade de meu nome ser anunciado naquele microfone como o tributo feminino sorteado era muito pequena, mas sempre existia um risco e isso me causava arrepios que percorriam minha coluna. Minhas colegas de aula também estariam com seus nomes comprometidos e por mais que eu não converse com muitas delas, ser um tributo é algo que eu não desejo nem mesmo para meu pior inimigo. Concorrer com outros vinte e três jovens o direito de continuar vivendo, isso explicava basicamente como funcionava os Jogos.

O barulho da porta se abrindo me sobressaltou e fiquei observando meu pai entrar na cozinha, cambaleando de um lado para o outro, mantendo-se em pé apenas por estar se segurando nos móveis que encontrava pelo caminho. Ele notou minha presença e estranhou o fato de eu estar parada ali.

-O que está fazendo acordada a uma hora dessas? – Perguntou ele e mesmo distante eu consegui sentir o forte cheiro da bebida em seu hálito. Desde a morte de minha mãe, era assim que ele vivia: do bar para a casa e de casa para o bar.

-Eu tive um pesadelo, não consegui dormir mais. – Falei sem olha-lo diretamente. Seu jeito embriagado me causava péssimas lembranças de momentos que quero apagar completamente da minha memória.

-Não está meio crescidinha para continuar a ter esses sonhos ruins? – Disse ele indo em direção ao corredor que levava ao seu quarto.

-Diga isso a eles, por favor. – Retruquei irritada pela maneira de ele não e importar em perguntar sobre o que se trata esses sonhos ou simplesmente se estou bem. Para meu pai, o fato de eu ter dezessete anos faz com que eu seja completamente responsável por mim mesma e que eu não preciso dele, mas na realidade tem sido assim desde que eu completei onze anos.

-Boa noite. – Desejou ele já entrando em seu quarto e fechando a porta com uma batida forte. “Boa Noite” era o máximo de afeto que nós dois tivemos hoje, assim como nos outros dias que se tornaram repetitivos.  Eu nem me esforço em desejar o mesmo para ele, pois sei que ele não irá me ouvir de seu quarto onde ele chora aos prantos pelas saudades que sente de minha mãe.

Coloco o leite já quente dentro de uma caneca e vou até a sala, aonde uma velha poltrona aconchegante da cor verde musgo vem se tornado meu refugio em noites como essa. Encolho-me sobre ela da maneira mais confortável possível que me permita ter uma visão nítida da janela que mostra a noite do lado de fora da casa. Bebo alguns goles de minha bebida e me pego cantarolando uma canção de ninar que minha mãe estava acostumada a me cantar antes de ir dormir. Sei que dessa maneira o sono logo virá e conseguirei ter uma noite tranquila a partir de agora e torço para que no dia seja semelhante durante a colheita. E que a sorte esteja ao meu lado.


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Notas finais do capítulo

Então... gostaram? Vou tentar postar vários capitulos agora que estou entrando de férias!
Deixem reviews, por favor! Beijooos e boa quarta feira a todos.



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