Thirteen Years Later escrita por Hoshikawa


Capítulo 7
Capítulo 6 - Tempo de mudanças


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde, meu povo. Não vou dar muitas desculpas pela demora do capítulo, o negócio é que eu andei sem inspiração nesses dias e não me sentia lá muito bem pra escrever. Na verdade ainda não me sinto, mas fui dando uma desenrolada pra ver se ele saía logo porque não posso deixar vocês esperando pra sempre, né. E tem muita coisa aqui que eu pretendia escrever de outra maneira, com mais detalhes e afins, mas que não consegui.
Anyway, obrigada pelos reviews anteriores e olá, novas leitoras! Irei responder a todas em breve, pois não gosto de deixar reviews em branco. Saber que se importam com a história e com quem a escreve me anima bastante, e responde-las é o mínimo que posso fazer.

Enfim, espero que gostem!

PS: Desculpem-me pelo péssimo título outra vez.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/387320/chapter/7

Os dias seguiram tranquilos naquela cidade, e aos poucos as coisas começaram a melhorar. Lia havia conseguido alguns trabalhos fotografando crianças nas escolas (nem preciso dizer como ela odiou estar cercada por pirralhos curiosos), duas festas de aniversário e o book de um casal de namorados. As coisas não haviam saído pelo valor que ela normalmente cobrava, mas pelo menos tinha o suficiente pra viver por alguns dias com internet e comida decente. Já Sara continuava sendo obrigada a fazer os caprichos de Thomas, mas pelo menos não havia sido espancada ou coisa parecida naqueles dias. Parecia que ele tinha arrumado outra pessoa para se divertir, e aquilo era muito bom para todos.
Depois de mais alguns dias, chegaram na cidade alguns caminhões, carros, um fusca azul bebê e um trailer arco-íris. As pessoas da cidade ficaram loucas querendo saber o que tudo aquilo significava, e Lia sorriu na varanda ao ouvir os carros de som anunciarem que em breve crianças e adultos teriam uma nova diversão naquele "fim de mundo adorável", conforme foi anunciado.
Giovanna já estava na cidade.

Foi encontrá-la num enorme campo aberto que existia como tantos outros na cidade, enquanto homens tiravam coisas dos caminhões e deixavam no chão ou começavam a montar. Já havia uma cozinha improvisada ao ar livre, um aglomerado de mesas e cadeiras onde seriam realizadas as futuras refeições enquanto não estivessem funcionando e era ali que Giovanna estava, preparando o almoço com a ajuda de duas jovens que cortavam legumes e cozinhavam coisas. Lia sorriu ao perceber que eram gêmeas.

- Com licença... - Lia chegou timidamente no local, passando as mãos pelos cabelos loiros e as colocando nos bolsos da calça logo depois.
- Meu amor! Você finalmente apareceu, eu já estava pensando que ficaria sozinha nesse fim de mundo adorável! - Giovanna abandonou as panelas e puxou Lia para um forte abraço, enchendo o rosto da loira de marcas de batom. Gio era uma mulher alta, com 1,78 de altura e um corpo que certamente invejaria muitas frequentadoras de academia. Tinha olhos verde claros e longos cabelos castanhos que caíam até a sua cintura em um rabo de cavalo. A pele sempre estava dourada por conta do sol, e por algum motivo Giovanna amava usar roupas decotadas. Todas elas eram um convite para o belo par de seios que possuía.
- Como se fosse difícil ver essas suas tranqueiras. - Lia sorriu, e Giovanna fez o mesmo enquanto soltava o abraço e a puxava até as garotas. - E então, vai ficar aqui por quanto tempo?
- Provavelmente o de sempre, sedução. - Giovanna chamava todo mundo assim. Sedução, paixão, essas coisas. - Quero que conheça as minhas mais novas ajudantes, Aline e Alice.

As meninas sorriram timidamente, acenando para Lia. Ambas tinham os cabelos negros, olhos escuros e o rosto repleto de sardas. Lia julgou que elas não deviam ter mais de dezoito anos, e olhou para Giovanna como se quisesse saber se sua relação com elas também se estendia para além do trabalho.

- Relaxa, - A morena pareceu ler sua mente - São apenas garotas. Mas bem que eu queria experimentar gêmeos outra vez, eles tem uma sincronia inacreditável, sabia?

Lia apenas ignorou a mulher e ficou parada por um instante, observando elas cozinharem mais e mais coisas para aquele batalhão que trabalhava sem parar. Lia acabou por almoçar ali mesmo, rindo das conversas de Giovanna e do bom humor de seus amigos, como ela costumava dizer. Quando terminaram de comer e todos foram descansar, Gio levou sua amiga loira até o trailer arco-íris, onde ela normalmente costumava viver.

- Agora conte-me tudo, Liazinha! - A loira sentou-se confortavelmente na pequena cama enquanto a outra se jogava sobre ela - Como estão as coisas com a sua queridinha?
- Estão avançando lentamente... - Lia jogou a amiga na cama para desviar-se dos olhos verdes e do par de seios - Lento até demais.
- Então chama ela pra algum passeio romântico, um drive in ou coisa parecida. Se fosse comigo, era só jogar na cama e pronto.
- É, eu sei. - Lia abriu um pequeno sorriso - Você já fez isso comigo.
- Mas é melhor esquecer que isso aconteceu, porque não quero ninguém pedindo pra voltar comigo. - Giovanna riu, tanto ela quanto Lia sabiam muito bem que a única química delas acontecia na amizade - E também, caso acredite que sua história com essa garota é algum conto de fadas, eu odiaria ser a vilã da coisa toda. Falando nisso, traga ela na inauguração! Te dou bilhetes pros brinquedos de presente, abrirei o parque no fim de semana.
- Ela é casada, Gio. Provavelmente o marido fará isso.

Lia deitou na cama e olhou para o teto do trailer, que era cheio de estrelinhas feitas com pedaços de espelhos. Sua amiga podia ser um espírito livre e realista, mas também tinha uma pitada de fantasia. Um trailer arco-íris?

- Então arranque ela do marido quando ele menos perceber. Leve-a pra algum brinquedo legal, ou caso queiram privacidade... Use isso. - A mulher lhe entregou uma chave que aparentemente era do trailer, e Lia não sabia o que dizer. - Se estão vivendo um conto de fadas, quero ser a fada madrinha de vocês.

Lia agradeceu pela cópia da chave, conversou mais um pouco e depois foi embora com a desculpa de que devia fotos pra alguns clientes. Giovanna aproveitou para pegar seus livros e prosseguir com sua leitura infinita, confortável no seu trailer arco-íris abarrotado de livros.
Ao chegar em casa, Lia correu para o telefone. Havia pego o número de Sara com a senhora Hills e não sabia se ligar seria um incômodo, ainda mais depois do que havia acontecido em seu último "encontro". Depois de alguns minutos ainda pensando no que fazer, finalmente conseguiu ligar e riu internamente ao ouvir a voz suave do outro lado da linha.

- Alô?
- Sara, aqui é a Lia... Eu não vou te incomodar por muito tempo...
- Você não incomoda, Lia. - A voz da morena soou alegre - Em que posso ajudar?
- Ah, é que uma amiga minha chegou na cidade com seu parque de diversões, e eu acabei ganhando alguns bilhetes mas são muitos pra eu gastar sozinha, então...
- Então?
- Você não quer ir comigo? Pode levar o pirralhinho se quiser. Sabe, eu quero conversar com você, pedir desculpas. - A voz de Lia saiu baixa, triste.
- Não tem motivos para desculpar-se, Lia. Infelizmente o Thomas vai me levar nesse parque com ele, mas porque não marcamos um encontro outro dia?

Sara pôde ouvir Lia engasgar do outro lado da linha, batendo no próprio peito e tentando voltar ao normal.

- Você disse encontro? Encontro tipo...
- Entenda como quiser. - Sara sorriu - Nos vemos no parque e lá conversamos melhor sobre o assunto, certo?
- É... Certo, mas e o seu marido?
- Eu dou um jeito nisso. Nos vemos na inauguração.

Ambas desligaram o telefone e Lia se jogou no sofá, olhando a chave que Giovanna lhe dera. Não importava as consequências, ela faria Sara acreditar no seu amor daquela vez.

-----//-----

O final de semana chegou rápido, e todos estavam animados com a inauguração do tal parque. Quando a noite chegou todos puderam ver as luzes que vinham dos brinquedos, e o que mais chamava a atenção era a roda gigante. Várias pessoas foram chegando e junto delas estava Sara, que usava um vestido lilás e sapatilhas pretas, além de uma jaqueta jeans pra espantar o vento que corria solto pelo local. Ao seu lado estavam Thomas e Daniel, que saiu correndo pelo local enquanto admirava todos aqueles brinquedos que pareciam ter vida. Enquanto o garoto se decidia em qual deles ir primeiro, seus pais foram comprar os bilhetes e foram atendidos por ninguém menos que Giovanna.

- Boa noite, casal bonito. Vieram passar um tempo em família? - A desconhecida sorriu, pegando alguns bilhetes e entregando para Sara. - Deixaram esses aqui pagos pro menino. Pegue, são seus.

A morena apenas aceitou os bilhetes sem entender e saiu dali com Thomas e seu filho, indo leva-lo para a pista de carrinhos bate-bate. Enquanto isso, Lia estava tirando fotos aleatórias, fossem dos brinquedos funcionando ou das crianças se divertindo. Vez ou outra atendia aos pedidos de alguma família feliz e tirava uma fotografia deles, mas a grande parte daquilo tudo ficaria com ela. Por mais que aquele fosse um dia deveras rentável, ela não estava ali pela grana e sim pela arte.
Depois de algum tempo, a loira foi até a bilheteria principal procurar por Giovanna.

- Ei, Gio. - Lia bateu no vidro da cabine, chamando a atenção da mulher - Eles já chegaram?

Giovanna ergueu os olhos e parou de contar o dinheiro por um instante, tentando lembrar de quem Lia estava falando.

- Eles? Quer dizer o garanhão e a moça recatada? Essa cidade está cheia de gente assim. Mas pela descrição que me deu, eles chegaram sim. Até entreguei alguns bilhetes pra tal Sara. Vai tentar a sorte? Posso distrair o cara se quiser.
- Isso seria ótimo. - Lia sorriu, e Gio chamou uma das gêmeas para ocupar seu lugar na bilheteria. Logo depois, as duas foram procura-los.

- Ei, como pretende distrair ele? - Já haviam avistado os dois quando Lia perguntou.
- Hm... Segredo. - Gio sorriu, e deu sinal para que Lia avançasse. Ela atuaria depois.

A loira ajeitou por uns instantes sua camisa vermelha xadrez, para logo depois ajeitar a câmera entre as mãos e fingir estar caminhando aleatoriamente pelo parque. Quando Sara a avistou, ela fingiu surpresa.

- Sara, há quanto tempo! - A mulher ignorava Thomas enquanto conversava - Como está? Animada com o parque?
- Ah, mas é claro! Lia, esse aqui é o Thomas. - Sara abriu um pequeno sorriso enquanto o marido estendia a mão direita para Lia - Viemos trazer o pequeno Daniel pra se divertir um pouquinho, ele nunca tinha ido em um parque de diversões antes...
- Isso porque há anos que nenhum aparece aqui. - Thomas disse enquanto apertava a mão de Lia, e a mulher o xingou internamente milhões de vezes por ser tão falso daquele jeito. Mas fingiu ser amigável.
- Vocês formam um belo casal, sabia? Que tal uma foto?
- Que boa ideia! - Sara sorriu outra vez, um sorriso que não demonstrava felicidade. Lia conseguia ver isso claramente.

Lia pegou a câmera e ajustou todos os detalhes, enquanto Thomas e Sara se abraçavam para tirar a tal foto. Lia apertou o botão e logo a foto já havia sido salva junto de tantas outras, mas aquela era especial. Era a primeira foto que ela tirava de Sara.

- Prontinho! Sara, se importa de ir ali comigo por um instante? É coisa rápida, só alguns minutinhos. Tudo bem, Thomas?

Sara olhou para o marido e ele apenas acenou positivamente com a cabeça, deixando com que as duas se perdessem em meio a tantas outras pessoas. Não demorou muito para que Giovanna aparecesse e começasse a puxar conversa, fazendo com que o brutamontes esquecesse por um momento a esposa.
Lia guiou Sara até o trailer arco-íris que ficava do outro lado do parque, onde as pessoas não chegavam. Tirou a chave do bolso e abriu a porta do trailer, deixando que Sara entrasse antes de fazer o mesmo e fechar a porta.

- Sara, eu queria pedir desculpas por aquele dia... Eu agi errado, não devia fazer aquilo com você. - Lia dizia enquanto sentava na cama bagunçada de Giovanna, e Sara ficava em pé a observando. O silêncio reinou ali por alguns minutos, enquanto Lia mantinha a cabeça baixa até sentir as mãos da morena em seus cabelos.
- Ei, Lia... - Sara olhava nos olhos da loira, no mesmo instante em que sentava sobre suas pernas e se aproximava cada vez mais. - Eu já disse, não tem porque se desculpar.

As duas ficaram ali, se olhando por um momento, até que a morena tomou a iniciativa e cobriu os lábios da outra com um beijo. Lia apenas retribuiu enquanto era deitada pouco a pouco na cama, e não demorou muito para que as mãos de Sara vasculhassem seu corpo e apertassem cada canto possível.

- Ei, Sara... Agora não. - Lia abriu os olhos e encarou Sara por um momento, girando na cama até estar livre e poder se levantar.
- Mas não era isso que queria naquele dia?
- Sim, era o que eu queria, mas você não merece isso. Não aqui, nesse trailer arco-íris onde a Gio deita com umas quinze pessoas por dia.

Sara ficou apenas encarando a loira, vendo ela ajeitar outra vez a camisa xadrez e lhe estender a mão.

- Venha, Sara. Você merece coisa melhor. E terá, mas não hoje.

A morena segurou a mão de Lia e respirou fundo, depositando mais um beijo em seus lábios antes de ambas saírem do trailer.

- É por isso que eu te amo, Lia. Você sempre se importou demais com o que diz respeito a minha felicidade.
- Você me ama? - Lia sorriu, ajeitando uma mecha de cabelo.
- É claro que sim.

As duas aproveitaram o vazio do local e aproveitaram mais um beijo, antes de voltarem para o parque.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então, o que acharam?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Thirteen Years Later" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.