Thirteen Years Later escrita por Hoshikawa


Capítulo 6
Capítulo 5 - Devaneios


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas! Tudo bem? Sinto muito pelo atraso outra vez, é que eu tô sem internet em casa e no trabalho... ):
Mas aqui está, espero que gostem!
Ah sim, e os próximos capítulos serão mais agitados, podem deixar.



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   Depois de conversar um bom tempo com Daniel, Lia deixou o menino na escola e resolveu dar uma volta pela cidade. Pegou cigarro e isqueiro no porta trecos do carro (a última coisa que Lia guardaria ali certamente seriam luvas, pra quê ela usasse o nome tradicional?) e riscou nervosa o isqueiro até acender o cigarro e traga-lo. Lia odiava fumar, mas sempre o fazia quando estava brava com alguma coisa. Bem, era melhor estragar os próprios pulmões do que qualquer outra coisa e pagar por isso depois. Qualquer dia ela morreria mesmo...

A mulher não sabia ao certo pra onde ir. Sara certamente não queria olhar na sua cara por uns bons dias, ou até mesmo anos. Por que diabos ela estava dirigindo de um lado pro outro sem rumo nenhum? Aquilo só desperdiçava gasolina, e ela não tinha dinheiro pra repor. Precisava trabalhar o quanto antes.

Depois de rodar por mais alguns minutos, ela acabou por achar uma cabine telefônica. Seu celular estava sem créditos e tinha alguém com quem ela precisava falar. Pegou a carteira de couro e colocou no bolso, parando o carro num canto qualquer e caminhando na direção da cabine. Entrou na mesma e tirou o cartão telefônico da carteira, o colocando no aparelho enquanto tentava lembrar o número que queria.

  Quem ela procurava sempre trocava de número. 

– Alô? - A voz feminina vinha do outro lado da linha, tão macia como da última vez que Lia havia ouvido pessoalmente. Ela agradeceu internamente por ainda ter aquele número. 

 – Alô, Giovanna? Ainda bem que você não trocou de número, aqui é a Lia! - Jogou o cigarro no chão e pisou nele sem se importar muito. 

– Lia? A minha Lia? Ai meu Deus! - Lia virou o telefone na direção oposta, pois a mulher do outro lado da linha havia começado a gritar histericamente. - E aí, como estão as coisas nessa vida nova? Já deu uns pegas na tua amiga?

– Gio... Eu não vim pra dar "uns pegas" na Sara. Eu me mudei porque quero algo sério com ela, mas as coisas estão difíceis... 

– O que aconteceu, ela não te quer? Me conta tudo, agora!  - Não posso, tô ligando de um orelhão. Mas por enquanto digamos que ela já tem uma família e não é lá muito feliz... Mas eu ainda tenho chance. 

– Aham, sei. Mas por que me ligou? Certamente não foi pra desabafar sobre amor platônico ou coisa parecida, né? Sabe que eu odeio isso.

Giovanna era uma mulher prática. Não acreditava em amor, pelo menos na vida dela, mas amava sexo. Era chamada por um lugar e outro de "Espírito livre", pois não aguentava a mesma pessoa na cama por dois dias ou a mesma cidade por um mês. Tinha uma língua ferina e dizia as mais dolorosas verdades sem ligar pras consequências, corações partidos ou o que viesse pela frente. Era tida como fria, mas era apenas sincera demais.

 Pra ela, só duas coisas eram mais importantes do que deitar-se com o primeiro estranho que visse pela frente: ler e trabalhar em seu parque de diversões clandestino. O parque ela havia ganhado numa aposta contra um cara que não tinha lá muita sorte nem tratava bem seus empregados. E a paixão pela leitura veio desde pequena, no orfanato onde viveu até os dezoito anos. Os livros lhe consolavam quando sentia-se triste, e não demorou muito para que eles fossem seus melhores amigos. 

 – Bem, o mês tá acabando e você certamente não vai querer ficar onde está, né... E aí, não quer me visitar? Tem um monte de mato aqui pra você montar suas bugingangas. 

– Depende, tem gente gostosa aí? Tipo, mulher peituda e cara...  - Não sei, você precisa vir aqui avaliar. - Lia cortou a mulher antes que ela terminasse a frase, pois odiava ter que ouvir sobre caras "bem-dotados". Ninguém merecia aquilo.

 – E aí, vem ou não?  A loira pôde ouvir alguém reclamando do outro lado da linha e logo depois alguns gemidos. Okay, ela tinha ligado na hora errada. 

 – Oi? Pode deixar, eu vou aí te ver, tá? Agora eu preciso desligar porque tão reclamando que eu não tô fazendo meu trabalho direito. Até mais!

  Antes que Lia pudesse responder, Giovanna desligou o telefone. A loira simplesmente fez o mesmo e voltou para o seu carro, deu partida e foi embora para casa.

 –----//-----

Sara não estava com os pés no chão naquela tarde. Thomas havia sido rápido ao almoçar, e ao tentar alguma coisa com a morena ela simplesmente disse não estar em seus melhores dias. Por mais incrível que fosse, o homem simplesmente aceitou e foi embora. Nem Sara conseguiu acreditar naquilo.

Estava deitada no sofá, olhando sua xícara de chá de erva cidreira bem quente em cima da mesa. Pôs a mão por cima da mesma para sentir o calor que vinha do líquido, e logo depois cruzou pernas e braços enquanto admirava o teto. Por mais estranho, estúpido ou incômodo que fosse, ela não conseguia parar de pensar no beijo que recebeu pela manhã, sussurrando o nome da loira enquanto fechava os olhos. 

 – Lia... 

Por que diabos havia sido tão injusta com a loira? Isso nem ela sabia, mas se existisse algum jeito de compensar... Droga! A mulher xingou mentalmente, pois também não sabia como fazê-lo. Uma carta, talvez? Sara não era boa em expressar sentimentos... Fosse em ações ou palavras.

Sentou no sofá e abraçou as pernas com um braço, enquanto pegava a xícara de chá e bebia o líquido ainda quente. Ela não era fã de chás, mas a erva cidreira tinha um efeito calmante surpreendente nela. E era melhor beber enquanto ainda estava quente, pois o efeito vinha mais rápido.

Qualquer coisa que acalmasse era bem vinda para Sara. 

Depois de algum tempo envolvida em pensamentos, ideias descartadas e palavras sussurradas, Sara ouviu a campaínha tocar. Levantou apressada e ajeitou o vestido, gritando enquanto calçava as sandálias:

– Já vai!

Ao abrir a porta, deparou-se com Lia. Vestia as mesmas roupas de antes, e nas mãos tinha uma lata decorada. Os biscoitos que a senhora Hills havia lhe prometido.

– Eu não queria incomodar, mas você tinha esquecido isso... Toma. - Lia disse antes que Sara a puxasse pra dentro e fechasse a porta. Ao ver a lata, a morena a pegou de qualquer maneira e deixou sobre a mesa. E antes que Lia pudesse dizer qualquer coisa, foi surpreendida com um beijo.

– Shiu, não fala nada. Por favor.

Sara mordiscou de leve o lábio inferior da loira, passando a mão em sua nuca e a trazendo mais pra perto. Não demorou muito para que Lia correspondesse e abrisse passagem com sua língua pela boca de Sara, a pegando no colo e indo com ela para o sofá.

– Lia... Eu te amo, Lia... - Os beijos da loira desciam ardentes por seu pescoço, e Sara afagava seus cabelos enquanto recebia algumas mordidas e chupões. As mãos de Lia já estavam debaixo de seu vestido, e antes que ela pudesse dizer qualquer coisa...

Sara acordou com alguém batendo na porta. Estava sonolenta e levantou-se enquanto coçava os olhos, dando uma breve reparada na caneca em cima da mesa, cujo chá já havia esfriado. Quando chegou até a porta e a abriu, Daniel estava pulando de um lado para o outro.

– Finalmente, né mãe? 'Cê tava dormindo? Eu tô chamando tem um tempão!

– Desculpa, meu amor. - Sara sorriu, observando o filho correr até o banheiro numa velocidade tremenda. Olhou por um instante para a porta e o sofá, e lamentou.

  Lamentou que tudo aquilo tinha sido apenas um sonho.


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Notas finais do capítulo

Eu odeio fazer isso, mas... Pelo amor de Deus ou de qualquer outra coisa em que acreditem, deixem um bendito review. ;-;



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