Thirteen Years Later escrita por Hoshikawa


Capítulo 3
Capítulo 2 - Primeira visita


Notas iniciais do capítulo

Desculpa pela demora, é que eu estive muito doente na última semana e tive uma viagem nos últimos dias... Pois bem, aqui está o capítulo. Espero que gostem e deixem review, porque é triste saber que tem gente lendo e só receber um comentário da Little Friend. ;-;

PS: Tô sem ideia pra nome de capítulo, aí saiu essa merda. >:



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- Então pera aí, esse saco de batata vazio aí é teu filho? Você casou?

Ainda estava difícil para Lia acreditar naquilo tudo. Sara estava vestida como uma daquelas moças de pinturas vintage e agora fazia o tipo "dona de casa perfeita"! E era casada! E o pior de tudo, meu Deus, ela tinha um filho! Um puta de um pivete que tinha quebrado o vidro do seu carro e lhe dado o maior prejuízo do universo naquele dia!
As duas estavam almoçando enquanto Daniel tomava um banho, e era um tanto constrangedor para Lia estar ali naquele momento. Quer dizer, ela queria estar ali com a Sara, mas não daquele jeito. Queria encontra-la e entrega-la um buquê de flores colhidas do jardim do vizinho, para depois darem um passeio romântico por aquela cidadezinha no fim do mundo e declarar todo o seu amor para ela. Talvez até rolasse um pouco de sexo dentro da pick-up, sei lá... Mas os pensamentos estavam todos se desmanchando agora.

- Algum problema, Lia? - A voz doce de Sara fez com que a loira acordasse de seus devaneios perdidos e prestasse atenção no prato de macarrão com almôndegas na sua frente. Lia levou um pedaço da bola de carne até a boca e acenou afirmativamente com a cabeça enquanto mastigava, aprovando a boa comida da agora "velha amiga".
- Problema nenhum, imagina. - Disse ela com a boca nem tão cheia, nem tão vazia. - A comida tá uma delícia.
- Bem, sobre o seu carro... Eu estava pensando em deixar o Daniel com alguém e trabalhar como Balconista no mercadinho, aí vou poder pagar o estrago que ele fez...
- Não, que isso. Pode deixar que eu dou um jeito, nem pense em gastar um centavo comigo. Já fez o suficiente ao me alimentar hoje. - A loira fez uma pausa para encher a boca com o macarrão, mastigar a comida e engolir parte dela, só então voltando a falar. - Mas sabe, eu tenho uma certa dúvida...

Daniel saiu do banheiro enrolado no roupão velho da mãe e foi até a mesa onde as duas estavam para roubar uma almôndega do prato. Depois de levar um tapinha completamente inofensivo da mãe e um beijo da mesma, ele saiu correndo e foi para o seu quarto se vestir, enquanto Lia aproveitou o pequeno tempo para observar uma marca no braço esquerdo de Sara.

- Esse cara, ele cuida bem de você? Foi ele que fez isso daí no seu braço? - Ela apontou com o garfo na direção da marca roxa, e Sara se encolheu quase que por instinto.
- Não, foi só uma batida que eu dei na quina do quarto... Oh, céus, eu pensei que tivesse escondido isso. - Ela dizia enquanto puxava a manga do vestido, cheia de vergonha. - Não precisa se preocupar, tá?
- Hm, certo... - Lia ficou quieta por um momento enquanto almoçava, e não demorou muito para que esvaziasse seu prato. Não demorou muito para que Daniel voltasse e também comesse seu almoço, e Sara também.
- Então, Lia... O quê tem feito da vida? Tem algum trabalho bacana? Por quê voltou pra esse lugar no meio do nada? - Sara perguntava enquanto servia pudim para eles três, e logo depois voltou a sentar-se em seu lugar. - Não vejo motivo pra você ter voltado pra um lugarzinho tão isolado.

Lia olhou para a mulher e logo depois para Daniel, levando um pouco da sobremesa até a boca e a saboreando antes de responder. Não era um tanto lógico o motivo para que ela tivesse voltado? Ela tinha feito uma promessa, oras! E foi cumpri-la!

- É que eu não gosto da agitação da cidade grande, por isso vim pra cá. E estou trabalhando como fotógrafa, e como esse "lugarzinho no meio do nada" tem muitas paisagens bacanas, decidi trabalhar e relaxar por aqui ao mesmo tempo. - Lia olhou para Daniel que já havia terminado sua sobremesa, e deu um sorriso ameaçador. - E você, pivetinho? Não tem que estudar, brincar com seus amigos ou coisa assim? Eu meio que gostaria de conversar a sós com a sua mãe.
- Ah, claro... Licença, mãe.

O rapazinho levantou correndo e foi pra rua, enquanto Lia se ajeitava na cadeira e Sara suspirava.

- Não leva jeito com crianças, é? Desde pequena você é esquentadinha desse jeito, então eu já devia meio que adivinhar isso. - A mulher disse em meio a um sorriso e outra colher de pudim. - Se foi por causa do seu carro, aposto que ele não fez por mal e eu prometo que pago, por mais que você seja uma cabeça dura...
- Já disse que não precisa, Sara. Bem... Qual o nome do seu marido? Ele é um cara legal? Ele ama você?
- Nossa, Lia, quantas perguntas! Mas é claro que ele é um cara legal, oras...
- Você o ama?

Sara parou de falar imediatamente e Lia ficou apenas observando enquanto ela fitava a última colher de pudim, um tanto desconfortável. O jeito que Lia a olhava, bem... Era do tipo de olhar que ela sempre fazia quando queria insistir em alguma coisa.

- Que pergunta mais idiota, Thalia... - Sara passou as mãos pelos cabelos negros, deixando de lado o pudim. - Por quê eu me casaria com ele se não o amasse? Isso não é um tanto óbvio?
- Eu não sei, por isso estou te perguntando. Você sabe porque eu voltei, não sabe? - Lia continuava com aquele olhar interrogador que parecia perturbar Sara a cada santo segundo. Estava mais do que claro de que a loira odiava ter um rival no amor.
- Você respondeu, não? Por causa da agitação da cidade e...
- Você sabe que não é isso. E também sabe que eu sempre odiei rivais. Fique sabendo que eu não esqueci da minha promessa e sei que você também não, então não adianta fingir que somos apenas amigas. Sempre fomos mais do que isso. E se esse roxo no seu braço for porque esse cara encostou um dedo em você... - Lia levantou da cadeira e se preparou para sair, abrindo a porta. - É melhor ele desejar não ter nascido. Apenas isso.

E antes que Sara pudesse responder, Lia foi embora.


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Notas finais do capítulo

Okay, o capítulo não foi muito grande, mas eu compenso no próximo. Juro. ;-;