- Erza! – berravam enquanto a ruiva jogava vôlei. Era incrivelmente talentosa, aliás, não sabia no que Erza não era incrível. Talvez essa pudesse se tornar uma curiosidade universal.

Erza jogava em praticamente todas as posições. Ela gritava ordens, e as garotas obedeciam fielmente. Claro, todos tinham medo de Erza, talvez por ser boa em tudo, talvez por ser rígida demais, não sabia bem ao certo.

De qualquer forma, o time que estava contra o time de Erza, chamado de Blue Pegasus, perdia de 22 a 16. A propósito, o time de Erza era chamado de Fairy Tail. Não é porque os times têm nome que são de anos diferentes ou escolas diferentes. Na verdade, tanto a Fairy Tail quanto a Blue Pegasus são da mesma escola. A minha escola.

É tão maravilhoso dizer isso.

Enfim, o time Fairy Tail era formado por Erza, Cana, uma morena que vivia com uma garrafinha cujo líquido todos temos curiosidade em descobrir, Mirajane, uma garota tão excepcional quanto Erza, porém era delicada e, ao contrário de Erza, era rodeada de amigos, Evergreen, outra morena que se achava mais que tudo, Bisca, uma garota excêntrica e forte, de cabelo verde intenso, Juvia, a garota de cabelo azul que admirava aquele garoto. A propósito, o nome dele é Gray Fullbuster, e, na minha humilde concepção, não existe garoto mais narcisista que ele.

Bem, talvez exista, e o nome dele é Loki. Não vou entrar em detalhes com a desagradável experiência que tive no primeiro dia de aula.

Aliás, já faz uma semana desde que entrei aqui. Não me perco mais. Bem, não totalmente.

- Cana! – escuto alguém gritar. É Mira, ela corre em direção a Cana, que está caída no chão. Ela aperta o estômago e contém lágrimas.

- Uh – geme. Está suando. Não sei bem o que aconteceu, pois estava ocupando pensando em nada. Pensar em nada é olhar para um ponto fixo, não ver nem ouvir o que está acontecendo a sua volta, e realmente não pensar em nada. Mesmo assim percebo que a culpa foi do outro time.

Agora todos estão ao redor de Cana. Levy, uma garota intelectual que joga menos que eu, e eu nos levantamos da arquibancada e vamos até as garotas. Erza dá o que me parece um rosnado. Fico com medo e recuo alguns passos. Não quero ser morta por Erza, que está semelhante à aparência de um psicopata.

Erza se vira para Cana abruptamente.

- Cana, isso não se faz. – fala, mas não sei se Cana está escutando, ou se Erza está pensando em voz alta, mesmo tendo falado o nome de Cana. – Eles irão temer o nome Fairy Tail.

Dito isto sai, pois logo após bate o sino.

Acompanho Erza com o olhar e ela sai em uma das portas. Na outra há um garoto de capuz. Ele sorri um sorriso encantador. Porém é proibido garotos verem o treino das meninas.

Ando o mais rápido que posso sem ficar muito cansada. O garoto consegue me ver, não há dúvidas disso, mas não se move. Sei que está esperando.

- Ei. – digo, quando chego perto. – É proibido vocês verem nosso treino.

Apesar de dizer isso eu não treinei, só fiquei ocupada com, sabe, pensar em nada.

Ele sorriu e soltou uma risada baixa e efêmera.

- Shh! – fez um gesto com o dedo na boca, me pedindo silêncio, e saiu. Fiquei paralisada por não sei quanto tempo, pensando no que eu tinha acabado de ver.

- Lucy-chan? – Levy me chamou. Virei e olhei pra ela, ainda revendo o sorriso. – O que aconteceu, Lucy-chan?

Balanço a cabeça. O que aconteceu Lucy-chan? Por que não consegue se responder?

- Nada. – sorrio. Levy ainda me dá olhares curiosos. Tento respondê-los com a mesma intensidade.

- Tudo bem. – diz por fim.

Enquanto saímos da quadra, paro um pouco e pergunto a Levy.

- E quanto a Cana?

Levy demora em responder.

- Hum, ela está ruim. A bola atingiu em cheio. É por isso que detesto esportes envolvendo bolas. – diz Levy. – Mas Cana ficará boa logo.

Reviro os olhos.

- Levy-chan, você detesta todos os esportes. – argumento e volto a andar. Levy me acompanha.

- Ei, Lucy-chan, não diga isso. Eu gosto de nadar. – então voltamos a sala, com Levy tentando me fazer acreditar que não era adversa a esportes.

Mas, no caminho, não pude deixar de sentir olhos me observando, e principalmente, um sorriso me acompanhando.