Depois de muito treinamento resolvi contá-los sobre a atual situação da Terra. Reuni todos na sala após o jantar.

– Primeiro eu gostaria muito de agradecer a vocês quatro por terem acreditado e confiado em mim. Por isso eu quero que vocês fiquem cientes do que realmente está acontecendo na Terra, pois os noticiários não nos passam nem metade das informações, que eu considero essencial para a população.

Nenhum deles se manifestou. Mantiveram suas feições sérias e continuavam a me escutar atentamente.

– Pois então, eis a atual situação da Terra - apontei para a tela da televisão que mostrava um vídeo.

No vídeo aparecia milhares de soldados (homens e mulheres de todos os tipos e etnias) alinhados que aparentavam estar hipnotizados. Todos eles estavam com espécie de roupa/armadura cinza chumbo que provavelmente deve ser da mais alta tecnologia; além da proteção, alguns desses soldados carregavam forte armamento e o restante carregavam outros tipos de armas ou instrumentos letais. E liderando esses soldados, havia um homem com a mesma roupa só que esta era preta e tinha alguns detalhes em vermelho, e afim de esconder sua identidade, ele estava usando uma máscara que além de esconder seu rosto por completo alterava sua voz também, provavelmente para que o governo não pudesse capturá-lo. Ao seu lado havia uma mulher também com as mesmas roupas e o mesmo tipo de máscara.

Logo após a aparição da mulher mascarada o vídeo chegou ao fim. E nem um segundo depois Martin se manifestou revoltado.

– E você quer que a gente faça o que com esse exército?!

– Eu quero que vocês matem aqueles dois mascarados. - respondi sem exitar.

– Mas Harold, você acredita que com a nossa força atual, nós conseguiríamos enfrentar esse exército? - perguntou Amanda com um olhar preocupado.

– Eu já providenciei isso. Antes mesmo de conversar com vocês eu reuni um exército tão poderoso quanto, portanto fiquem tranquilos. Como vocês podem perceber, eu não escolhi vocês quatro a dedo, vocês são especiais.

– Tá! Mas onde está o nosso exército? - Mandy perguntou animada com a ideia.

– Na China.

E todos gritaram em coro:

– China?!

– Mas como chegaremos até lá Harold? - novamente, Amanda se preocupando - É muito longe e já faz algum tempo que que os aeroportos internacionais estão inativos.

– Eu tenho um jato no subsolo.

– E desde quando você pilota jatos? Você mal consegue dirigir um carro!

– Realmente Martin, eu não faço ideia de como fazer aquela máquina levantar voo.

– Então você quer ir até a China como? Andando?! - como de costume Martin já estava ficando irritado com as minhas respostas.

– Kevin... Tem alguma coisa a nos dizer?

– ...

– Boa ideia Harold! Vamos dar um baseado para esse cara e ele faz o jato decolar... Só que isso só vai acontecer na alucinação dele!

– Kevin? - insisti.

Kevin inesperadamente deu um grito animado levantando suas mão, assustando a todos nós.

– Ahh!! Já estava com saudades dos dias de piloto!

Kevin começou a se mover em direção ao subsolo com animação nos deixando na sala chocados com aquele tipo de reação. Enquanto isso todos começaram se preparar para a viagem.

Cerca de 2h depois, nos reunimos novamente, dessa vez no subsolo e prontos para a extensa viagem.

– Hey! Outra coisa... todo o nosso exército é composto por chineses? - perguntou Mandy um pouco inquieta.

– Não, eu só reuni todos eles lá porque a maioria deles é oriental, alguns vieram na Coréia, outros do Oriente Médio, do Japão e alguns americanos que conseguiram fugir das catástrofes.

– Catástrofes?

– Ah sim! Esqueci de mencionar. Os Estados Unidos está numa guerra interna contra o México e o Canadá. Essa é outra informação que não nos é mostrada.

– E quanto a nossa comunicação, Harold? Eu pelo menos não consigo falar nenhuma língua além do português. - Amanda como sempre preocupada com pequenos detalhes que fazem diferença.

Coloquei a mão no bolso e estendi cinco pequenos dispositivos que se pareciam com uma escuta.

– Amanda, Martin, Mandy e Kevin. Esses dispositivos funcionam como tradutores, qualquer língua que for falada vocês vão escutar traduzida. Todo o nosso exército possui uma, então podemos nos comunicar com facilidade.

– Esse tipo de tecnologia já existia? - Amanda perguntou surpresa.

– Digamos que eu só acelerei um pouco...

– Como?

– Nada, provavelmente vocês vão entender em breve.

Cada um pegou um dispositivo e o instalou em seus respectivos ouvidos. Ao colocá-lo sentimos uma leve picada, que era para assegurar de que o durante todo o alvoroço o dispositivo não caia.

Kevin entrou no jato e já parecia ter se familiarizado com o mesmo. Logo depois de Kevin entraram Mandy, Amanda, Martin e eu. Nos posicionamos para a decolagem.

– Senhores passageiros, aqui quem fala é o seu piloto Kevin. Estaremos decolando em breve, partindo do Brasil com destino a China. Nosso tempo de voo é inestimável devido a grande cautela que teremos que ter com outros jatos de guerra e para não sermos capturados pelos sinais dos satélites europeus. Obrigado por voar conosco, please enjoy your flight.

Todos nós novamente ficamos impressionados com o Kevin. E parece que eu o subestimei, ele é mais perspicaz do que eu imaginei, sem eu ter comentado nada ele se manifestou em relação aos sinas europeus. Eu escolhi bem os meus aliados, pena que eles não irão durar muito.