Cartas Para Antônio Ferreira escrita por Mari


Capítulo 38
Capítulo 38


Notas iniciais do capítulo

Se alguém ficou com uma pontinha de curiosidade para o termino da conversa da Laura com o pai sentimos muito em dizer que ficara para o próximo rsrss abrimos aspas para algo que julgamos necessário para o desenrolar de alguns fatos...
Este cap. sera narrado pelo nosso querido Edgar.
bjosss



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Por Edgar

Após deixar a Laura na casa dos meus sogros segui para o Correio da Republica para falar ao meu amigo dos meus planos de me afastar por alguns dias da capital, foi uma visita rápida e logo segui para o fórum a fim de resolver os assuntos mais urgentes e poder viajar mais tranquilo. Acabei almoçando no bar Guimarães apesar da minha vontade de voltar para casa e almoçar com a Laura me contive afinal seria um tempo que eu poderia desperdiçar com os preparativos da viagem e a Laura poderia ter ficado a casa dos pais esses pensamentos me ajudaram na minha decisão.

No fim da tarde me dirigi até a casa dos meus pais, a empregada me recebeu a porta me informando que a minha filha estava no jardim com a minha mãe e que meu pai estava no escritório. Juntei-me ao meu pai que me colocou a par dos problemas da fazenda. Quando deixei o escritório encontrei a minha mãe e a Melissa entrando em casa e se livrando das luvas sujas de terra.
– Agora meu ego realmente foi abalado, fui trocado pela jardinagem...
– Papai!

A Melissa se apreça em me abraçar e eu a ergo nos braços e caminho em direção a minha mãe para beija-lhe a testa.
– Desculpe meu filho se soubéssemos que estava aqui em casa teríamos largado o jardim e entrado para lhe receber.
– Estou brincando minha mãe, estava acertando com o meu pai o que ha de ser feito para resolver os problemas lá da fazenda.
– Então decidiste ir.
– Sim e aproveitar para dar a Laura a lua de mel que eu não dei quando nos casamos.
– Pois faz bem meu filho os ares novos vão fazer bem aos dois... Quanto à lua de mel tardia não seria o caso de esperar um pouco mais?
– Papai eu também vou ficar de lua de mel com você e a tia Laura.
– Hummm mais ou menos isso minha abelhinha, mas se a sua pergunta é se você ira conosco para a fazenda a resposta é sim.
– Eba você ouviu vovó eu vou para a fazenda também.
– Eu ouvi meu anjo, porque você não aproveita e escolhe uma das suas bonecas novas para lhe fazer companhia na viagem enquanto a vovó conversa com o papai.
– Ta bom, mas acho que eu vou escolher a dona Joaquina ela sempre quis conhecer a fazenda.

Depois que a Melissa desapareceu escada a cima eu me juntei a minha mãe no sofá.
– Porque acha que eu deveria esperar um pouco pela lua de mel minha mãe, acha que o Antônio esta muito novo para fazer uma viagem dessas?
– Meu filho quanto a viagem não vejo problema algum, as crianças iram adorar.
– E então?
– Pelo visto terei que ser mais clara do que gostaria... Meu filho a Laura acabou de dar a luz, o que te faz pensar que ela ficaria feliz com uma lua de mel nesse momento?
– Mas eu falei para a Laura dos meus planos.
– E ela não se opôs? Você tem certeza que falou em lua de mel e não viagem.
– Sim... mãe eu não estou entendendo porque a Laura se oporia?
– Meu filho isso é meio obvio na situação dela não?

Penso um pouco na pergunta da minha mãe e só quando percebo o rubor na sua face e no quanto ela esta desconfortável é que realmente entendo aonde ela quer chegar.
– Mãe a senhora acha que ainda é muito cedo para eu e a Laura voltarmos a... a Laura ainda não estava pronta para...
– Calma meu filho não foi isso que eu disse, o período de resguardo já passou isso você deve saber bem... mas dai a intimidade do casal voltar a ser o que era antes leva um tempo.
– Como assim?
– O corpo da mulher vai se recuperando aos poucos meu filho é preciso ter paciência, sem falar que o Antônio deve ter chegado naquela fase que quer mamar a todo instante.
– Isso é verdade a Laura inclusive vai falar com o pai a respeito disso o Antônio reclama de fome com muito mais frequência agora parece que o leite da Laura não esta sustentando como antes.
– Bobagem meu filho isso é normal com todo bebe na idade dele, se veio ao pai então coitada de minha nora.

Não pude evitar um sorriso ao falar do Antônio com a minha mãe e ela parecia estar revivendo as lembranças que teve comigo.
– Eu fui um bebe muito esfomeado?
– Nossa esfomeado é pouco você não me deixava sossegada um só instante, seu Bonifácio que o diga o deixei de castigo um bom tempo.
– Eu aprontava e meu pai pagava o pato?
– Não me entenda mal meu filho, para um homem é muito difícil de entender, mas essa época é extremamente exaustivo para a mulher as vezes é praticamente impossível pensar em ceder para as "responsabilidades de esposa".

Fico refletindo sobre as palavras da minha mãe durante algum tempo e sou despertado do meu transe quando a minha mãe passa as suas mãos pelos meus cabelos.
– Preocupado meu filho?
– Eu não imaginava que era assim como posso dizer... tão complicado, quer dizer a Laura nunca me disse nada.
– Não é muito fácil para uma mulher falar a respeito meu filho, fomos ensinadas a dever obediência e submissão ao nossos maridos, falar apenas quando nos solicitarem.
– Mas a Laura não é assim mãe, nos conversamos sobre tudo... vou ter que abordar o assunto com ela.
– É uma situação nova pra ela também meu filho ela pode estar se sentindo desconfortável pra falar.
– O que a senhora sugere?
– Observe-a com atenção meu filho, você a conhece como ninguém vai notar se ela esta disposta ou não... se ela der abertura você toca no assunto se não deixe como está pois ela deve estar desconfortável para falar sobre isso.
– Tudo bem minha mãe, mas o que me chateia é o fato dela não se sentir segura para conversar comigo sobre tudo.
– Pois não fique Edgar é uma situação nova para os dois o que a Laura precisa no momento é da sua compreensão e do seu carinho ou pensa que é fácil colocar uma criança no mundo e ter de estar sempre pronta para vir ao socorro dele.
– Eu entendo mãe o Antônio nem bem resmunga e a Laura já esta correndo pra ver se ele está bem, se não esta sufocando ou qualquer coisa do tipo... se ele esta muito agitado ela se preocupa, mas se ele estiver muito quieto também.
– É coisa de mãe meu filho e a situação é ainda pior se é marinheira de primeira viagem, nos tememos estar fazendo errado.
– Disso eu não tenho medo mãe a Laura é ótima com ele o que ela tem duvidas ela recorre a Lurdes que ensina uma vez só e ela se mete a fazer sozinha e ainda ganha elogios.
– Muito bom saber e com a Melissa como vem sendo?
– A Laura também leva jeito com ela, as vezes eu chego do trabalho e entro em casa pé ante pé só pra observa-las juntas... não me canso de ver mãe até parecem mãe e filha.
– Eu nem preciso dizer que tens uma mulher de ouro preciso?
– Não minha mãe, não precisa essa certeza já me acompanha desde o meu primeiro ano de casamento e se reafirmou anos depois quando reencontrei a Laura e percebemos que o tempo e a distância não foram capazes de apagar o nosso amor.


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