O Retorno escrita por Isabela e Thaís


Capítulo 9
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

playlist:
Paramore - Misiguided Ghosts
http://www.youtube.com/watch?v=XiR7beVGRcc
Sia - Soon We´ll be Found
http://www.youtube.com/watch?v=pO7i3Fc_pXI



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Nos levaram de volta a nossa prisão que também seria nossa salvação. Nos arrastaram pelos corredores e jogaram-nos novamente em nossa cela. Todo aquele feno jogado no chão era o mais próximo de um travesseiro que tinhamos, e tudo que eu queria fazer era me deitar e dormir por algumas horas, talvez fosse o melhor a fazer, afinal acabamos de ser capturados e se começassemos a fazer nosso plano imediatamanete seria melhor para eles nos matar antes que aprontemos de novo.
Com isso em mente, eu me deito, o que foi um alívio para meu corpo, finalmente teria algumas horas para descancar minha cabeça que girava em torno de problemas e ideias absurdas que agora parecem mais próximas da realidade. Demoro para me livrar de meus pensamentos, acho que isso é demais para mim, tenho só quinze anos de um dia para o outro o mundo que habito desaba sobre nossas cabeças impiedosamente. No dia anterior a isso tudo acontecer eu mal sabia atirar uma flecha e agora sinto que possa matar algum inimigo com qualquer arma que esteja em minhas mãos, mas não me orgulho disso, eu preferia continuar sendo aquela garotinha ingênua que precisava de ajuda para segurar um arco e não tinha preucupações, mas no fundo eu sempre soube o que o universo ia tira-la de mim, me obrigando a saber me defender e lutar por tudo e todos que amo.
Assim que os pensamentor se vão, um pesadelo vem para me torturar ainda mais:
Estou em um campo lindo, a grama crescendo verde e repleta de flores das cores mais diversas, o céu azul com poucas nuvens que se forem olhadas com cuidado podem virar o que você quiser. O aroma de flores traz ainda mais paz para o lugar. Então eu o reconheco, pois tudo isso já aconteceu.
Minha mãe sentada no chão descançando a cabeça no ombro de meu pai, eu danço pela grama, em baixo de um salgueiro, enquanto Cinna me acompanha. Eu já vivi isso, mas foi a muito tempo atrás, eu devia ter uns cinco anos, foi quando Gale voltou para o Distrito 12 com sua família e tornou nossas vidas melhores.
Isso me atordoou, relembrar segundo por segundo da época em que éramos livres e felizes, me esforço para mandar meus sonhos para outro lugar, infelizmente com sucesso. O fato de eu não saber onde estão toda nossa família e amigos já me perturbava, mas agora duvido que eu consiga esquecer isso e me concentrar em acabar com os planos de Plutarch.
Uma caverna escura, tão escura que não reconheço o que acontece lá até os holofotes acenderem e mostrarem todos aqueles que eu queria procurar; Minha mãe, meu pai, Cinna, Prim, Gale, Johanna, Alan, Katherine. Todos jogados no chão, amarrados e amordaçados, com graves ferimentos. Vejo lagrimas nos olhos cinzentos de Cinna e isso parte meu coração de todos os modos possiveis, eu queria estar lá de verdade para soltar suas cordas e abraça-lo, e assim nunca mais deixa-lo ir. Meu irmão é meu melhor amigo, em quem confio cegamente, há algumas brigas entre nós, afinal somos irmãos, mas faria de tudo para ve-lo novamente nem que eu tivesse de percorrer milhas e milhas pela Capital, sem saber ao certo para onde estou indo, mas sabendo o que pretendo achar. Isso me fez pensar em meu plano de termos nos deixado levar para cá para descobrir quais serão os próximos atos de Plutarch, meu plano tinha um objetivo mas não tinha meios claros de chegar até ele, como fariamos para descobrir sobre isso?
Então uma ideia surge em minha mente, é ruim, muito ruim, e não sei se sairemos vivos dessa, mas acho já não temos mesmo muito tempo de vida.
- Finnick! Finnick!
- Ahn, o que? – diz ele acordando com um susto
- Eu o que fazer -digo, confiante
- Fazer o que? – diz ele ainda sonolento
- Eu sei como vamos conseguir tudo que precisamos e ainda sair daqui.

***
 

Eu e Prim corremos para uma das salas por perto para fugirmos das irmãs antes que sejamos pegos.
-Eu não acredito!! –Prim desaba no chão assim que fecha a porta da sala em que entramos.
-O que foi?
-Você não as ouviu? Vamos ficar fora!!! Completamente incapazes de fazer nada! Elas nos tratam como bebês assustados e indefesos!
-Prim, se acalme, elas só estão preocupadas, mas quando a hora chegar nós iremos, eu te prometo.
Na verdade não estou entendendo, ela, horas atrás, estava com medo, agora quer ir ao banho de sangue que provavelmente essa luta causará?
-Você promete? Eu não aguento esse sentimento de ser incapaz e inútil... Tenho medo, mas é o que eu sei fazer, lutar, sinto isso, pode parecer psicótico, porém... Você não sabe como é bom o sentimento de ser forte, de ser capaz de...
-De matar alguém. Não, não sei, e não quero saber.
-Se fosse para salvar alguém que ama...
-Você pode estar certa, mas...
-Desculpe-me, eu estou psicótica com isso, talvez seja tudo que eu vi nos Jogos.
Sim, ela está!
-Não, você não está, pelo contrário... Não tem culpa de sentir isso. Não tem culpa de nada.
O.K. esse papo está meio estranho... Acho que ela não está confortável... Pensa Cinna! O que devo falar???
-O que você acha que irão fazer? Ou melhor, quem Alice vai chamar?
-Eu acho que é uma antiga amiga de Alan, ela estava na enfermagem com a mãe dele... Ela disse que se precisasse olharia a irmã dele.
-Ah... Antiga amiga?
-Sim, deve ser amiga da família, não sei.
Não sei, mas essa “antiga amiga” me parece meio intrigante... Katherine não irá gostar disso.
-Acorda bebê!
Abro os olhos, não me lembro de ir para a cama, mas lembro de sair do quarto escondido com a Prim, só...
-Katherine! –dou um grito e caio da cama. –O que faz no meu quarto? Por que está me acordando?
-Bom dia pra você também! Vim te acordar. Porque você estava dormindo. Quantas perguntas desnecessárias!
-Tudo bem, isso já percebi, mas, por quê?
-Por quê?
-É, por quê?
-Por que o quê?
-Por que está me acordando?
-Por quê?
-É, por... Responda!!
-Você vai ter uma babá, venha conhecê-la.
-A velha “amiga” do Alan?
-Como você sabe pirralho? Ei... Que história é essa de velha “amiga”?
-Como é? Não ouvi depois do “pirralho”
-Responda ou eu juro que te transformo em Avox! –Katherine me aponta a faca que carregava (ela carrega uma faca?!)
-Tudo bem, tudo bem! É o seguinte: ... eu tenho meus contatos. –começo a rir e ela pressiona a faca contra mim. –Ok, ok, parei! Bom, eu sei que ela e o Alan são antigos amigos, só sei disso! Juro!!
-Ah... Aposto que é feia. Vamos, e não fale sobre isso com ninguém!
-Tudo bem... –por fora estava irônico, por dentro estava rindo pior que hiena.
Andamos pelo corredor dos quartos e chegamos à sala principal.
Ela estava sentada no sofá onde eu e Prim nos abraçamos pela primeira vez e...
-UAU!!! –deixo escapar e levo uma cotovelada de Katherine.
-Olha aqui pirralho, mais uma e você já era!
-Mas... Olha só ela! Pelo visto você perdeu a aposta! –digo para ela. Mas a garota era realmente muito bonita! Tinha olhos claros, pele morena e cabelo perfeito, ondulado e castanho, ela era mais baixa que a Katherine, e, com toda a certeza, mais simpática!
-Bom dia, não havia visto vocês! Você deve ser a Katherine, sua irmã me falou de você! –ela diz se aproximando com um sorriso perfeito.
-E você... Deve ser o pequeno e encantador, Cinna! –ela disse ao estender a mão para mim. Cumprimento-a. – Ah, e antes que me esqueça – ela sussurra-, você e Prim parecem dar certo.
Como que... Essas pessoas fofoqueiras!
-Nossa, pelo visto minha irmã contou tudo! –diz Katherine com sarcasmo.
-É... –algo a interrompe, ela olha sobre os ombros de Katherine e sorri mais ainda. –Alan!!
-Lisa!! –Alan corre para encontrá-la. Assim que chegam um perto do outro ele a abraça e a rodopia no ar. –Quanta saudade eu estava de você! Pensei que estava na enfermagem!
-Pelo visto não mais. –Katherine interrompe e passa bufando entre eles.
-O que deu nela? –Alan pergunta.
-Não faço a mínima idéia. –digo me retirando.
-Acho que ela não gostou de mim. –Lisa diz.
-Ela é assim com todo mundo, quando nos conhecemos eu levei um corte no braço, sorte sua ela só estar antipática. Acho que está de “bom humor” hoje. –Alan fala como se Katherine estivesse normal.
Mas não é possível ele não perceber que ela está com ciúmes!
Balanço a cabeça indignado e continuo andando, estou morto de fome.
Porém... Como sou curioso não resisto a uma última olhada no triângulo formado.
Katherine está pegando algumas facas e espadas enquanto isso ela sussurra algumas palavras que é melhor eu não espalhar por ai... Já até imagino para onde ela vai... Para seu quarto acertar alguns travesseiros!
-Eu vou é comer, não quero estar perto deles enquanto Katherine está mentalizando uma morte longa e dolorosa para a coitada ali... –digo para mim mesmo.


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