O Retorno escrita por Isabela e Thaís


Capítulo 8
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

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Open your eyes - Snow Patrol
The Only Exeption - Paramore



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Corremos para o palco sem paradas para recuperar o ar, procuramos a saída, vasculhando cada canto. Finnick continua com a mente perdida em algum lugar, os olhos vagos, mesmo em um estado acabado ele consegue achar uma porta entre duas arquibancadas, entramos e vemos tudo que prometi. As estrelas.

– Estão bem ali, Rue ... – diz Finn segurando minha mão e apontando para as estrelas.

– É, estão lá sim... Mas você consegue ver o céu? Está igual o que minha mãe disse, pintado de sangue.

– *** da um jeito de tirar ele daí.

Não sei se ele teve noção do que disse, mas o que Finn falou, de algum modo, me faz acreditar que ele ainda queira lutar, para ter seu amado céu de volta. Talvez nós recuperemos o céu, mas eu recuperarei Finnick? Aquele garoto forte e persistente que me acompanhou nos jogos se fora, restando somente alguns sentimentos e palavras.

– Não acho bom ficarmos parados aqui Finn, estão vindo atrás de nós.

– O.k. – ele corre a minha frente, me puxando pelo braço

Percorremos alguns quarteirões, alternando entre correr e andar, mas chegamos a um ponto onde precisamos respirar, então nos sentamos na calçada, exauridos da corrida. Começei a perceber o olhar das pessoas a nossa volta, tomados pelo medo, quando nos viam se afastavam. Foi então que percebi o que estava acontecendo. Eu e Finnick tínhamos acabado de mostrar a todos nosso grande entusiasmo com o governo de Plutarch, estvamos mentindo, o único que achava esta uma boa idéia era o próprio Plutarch, mas tdos sabíamos que seriamos oprimidos, pois só restava uma opção. Nosso novo governante era contra o governo de Snow, que oprimia todos com exeção de um pequeno grupo, ele também não apoiava o governo de Paylor, que não oprimia ninguém, ele vai fazer isso do jeito dele, sem preferência como Snow fazia, e o oposto do que Paylor fez. Ninguém estaria a salvo

Não, eu não posso deixar isso acontecer, nosso povo já agüentou demais, não vou permitir que mais alguém arranque suas almas e os leve a acreditar que a esperança se foi, ela está aqui, eu posso sentir. Mais uma era de torturas, opressões, Jogos Vorazes e milhares de mortos de fome nos aguarda, a não ser que tudo de certo. Mas o que tem que dar certo? Eu não tenho um plano além de me esconder até me sentir segura, depois disso o que fazemos? Não conhecemos a Capital, ninguém jamais nos daria abrigo, e não é disso que precisamos, precisamos descobrir tudo que Plutarch reserva para nós e acabar com cada um dos itens. Encontrar nossa família seria bom, Katherine e Alice são extremamente espertas, elas saberiam o que fazer, mas seria impossível encontra-los, não sabemos onde estão e muito menos onde nós estamos, só nos resta esperar um milagre, talvez uma oportunidade

– Finn, o que fazemos agora? Acho que os guardas de Plutarch já nos perderam de vista.

– Podiamos nos escnder em um edificio...

– Esconder... Eu queria que não precisassemos nos esconder e porder incentivar o povo, mas querendo ou não somos só marionetes. Finn, temos que impedir que Plutarch começe seu governo, mas nossa única opção agora e descobrir o que ele planeja, acho que seriamos mais uteis presos do que escondidos na cidade.

– Não Rue! Eu... Não posso deixar te torturarem de novo, já fizeram isso uma vez, não vão te poupar agora.

– Eu sei, mas nós temos que voltar.

– Temos que voltar agora? Nós podiamos aproveitar algumas horas de liberdade...

Sorri para ele, segurei sua mão

– Tudo bem – e então seguimos em direção oposta do esconderijo de Plutarch

Ele foi realmente muito esperto em não se hospedar na mansão em que Paylor morava junto com os menos afortunados, as chances do povo não o aceitar eram grandes e poderiam reagir com raiva, o povo devia ter reagido com raiva, mas não foi o que aconteceu. Escondido no subsoslo ele está livre para governar sem ser achado pelos poucos rebeldes ativos que vivem na Capital, Plutarch pensou em tudo.

Resolvo esvaziar minha mente, para aproveitar melhor o tempo que nos resta de liberdade. Finn vez ou outra dizia algumas palavras mas seu olhar continuava vago. Andamos pelas ruas, caminhando com calma e sem medo de sermos encontrados, pois este era mais ou menos nosso objetivo. Viramos varias ruas, totalmente sem destino, observando cada detalhe daquele lugar. A Capital tinha uma beleza incrivel, altos predios de formatos exóticos, casas enormes e ruas iluminadas, mesmo sabendo que agora lá não se vive mais pessoas sem alma, algo aqui me entristesse, talvez o fato de saber que fora aqui que o pai de Finnick morreu, saber que foi daqui que veio todo sofrimento meus pais, foi aqui que forcaram todos aqueles tributos a morrer. Tentei novamente tirar qualquer pensamento de minha mente e me concentrar no tempo que tinha com Finnick.

– Rue, você está bem? Parce deprimida – disse ele olhando em meus olhos

– Não, só um pouco angustiada...

Ele olhou mais profundamente, neste momento meu olhos cor de céu se misturaram com seus olhos de mar, então ele me beijou e por um momento foi como se nada mais no mundo importasse, contanto que eu o tivesse ao meu lado.

– Vamos ter tempo suficiente para nos angustiar quando formos capturados, agora esqueca tudo.

Andamos mais até encontrarmos uma praça, redonda com uma leve vegetação a sua volta, alguns bancos de madeira e uma enorme fonte bem no centro. Finnick sorriu ao ver a água, deve ter lembrado de sua casa. Nós sentamos no chão encostados na fonte, Finnick molhou suas mão nela e ficou passando os dedos pelas gotas de água.

– Eu queria poder me sentir livre para sempre – disse com o olhar esperançoso

– Você vai, todos vamos – disse, queria passar a noite inteira falando com ele, mas o sono me venceu e tomou conta de meu corpo, deitei minha cabeça em seu colo e adormeci. Sem sonhos ou pesadelos, finalmente tive paz.

Acordei com um grito

– Achamos os dois! – dizia um homem

A medida que meus olhos se abriam e minha visão ficava mais nítida pude perceber que fomos encontrados. Teria sido melhor se nós tivessemos voltado por conta própia, nos pouparia algumas horas extra de tortura. Eles algemaram nossas mãos e nos levaram de volta para nosso cativeiro, mas não faziam ideia do erro que estavam cometendo.

***

–Mapa? Como conseguiram isso? -meu pai diz se aproximando com uma das mãos no mapa exposto na mesa.
–Não! Não toque! É muito delicado! -Katherine adverte.
–Então você não poderá tocá-lo. -diz Johanna.
–Ha ha hilária você! -Katherine ironiza fazendo careta.
-Bom, vou explicar de onde ele surgiu... -Alice dá um fim na discussão. -Eu, em uma das minhas idas para a central de Plutarch...
-Acho melhor você parar com essas idas, filha.
-Calma, papai. Eu sei me cuidar, vou muito bem escondida. Bem, como estava dizendo, em uma dessas idas eu descobri que, no computador central, estava o mapa onde mostrava todos os casulos implantados, todas as passagens, tudo!
-E então...? -digo.
-Então eu consegui me infiltrar e duplicar esse mapa para cá. -Alice tira algo que parecia um chip de dentro da caixinha fazendo com que o mapa desapareça.
-Nossa! Isso é minúsculo! -Alan diz ao se aproximar para ver melhor.
-Não! Não chegue perto, se algo acontecer com esse chip...
-Acalme-se, irmã! -katherine diz pegando o chip.
-Katherine, me devolva!!!
-O que foi, Alice? Não vou estragar!
-Papai!!!
-Katherine, devolva para sua irmã!!
-Mas agora é minha vez de explicar. -Diz Katherine recolocando o chip na caixinha

-Vamos usar esse mapa para salvar Rue e Finn. Depois eu posso...

–Eu irei matar Plutarch, Katherine. -minha mãe aparece do lado de katherine, atenta no mapa. -Não perdoarei pela sua traição! Não irei cometer o mesmo erro duas vezes.

–OK... Se te contrariar poderá ser pior não é mesmo? -Katherine fica triste de repente. Ela tem alma meio psicopata, às vezes tenho medo dela.

–Quando vamos? -meu pai pergunta.

–Temos que fazer um plano, sr Mellark. - Alice diz fechando a caixinha.

–Não demorem por favor. -ele se retira e minha mãe não o acompanha, pelo contrário, vai atras de katherine que estava saindo na direção contrária.

Todos se esvaem para algum lugar, apenas eu e Prim continuamos por lá. A ideia de poder ver minha irmã novamente me afeta e me faz tão bem que...
–Cinna...
–Sim, Prim?
–Você acha que vamos conseguir?
–Claro, vamos conseguir sim.
–Não será muito perigoso? Não quero perder ninguém!
–Você não vai... Eu prometo. - Olho em seus olhos, não sei o que estou dizendo mas parece que adeixa confortável... Fiz uma promessa de protegê-la e proteger todos que ela ama. Ah sim, eu só fiz uma promessa de... EU FIZ O QUE? NÃO CONSIGO NEM ME SALVAR!

–Cinna? Você está pensando em que? Seus olhos ficaram assustados de repente.

–Não, nada.

–Não precisa me prometer nada, eu sei que você vai ficar bem, isso que me importa agora.

Escutamos um grito no fundo. "Alice" penso. Olho para Prim e ela está assustada. Corremos para um corredor, entramos na primeira porta a esquerda.

– O que foi, Alice?!? -perguntamos.
– Olhem isso!
É minha irmã, ela e Finn estão no noticiário. Alice aumenta o som.
"Então, aí está: fugiram ou deram uma saidinha rápida? Como puderam dizer para aceitarmos o novo governo se nem eles mesmos aceitaram? Difícil não é?" ouvimos o apresentador falar.
– Eles tentaram fugir, mas foram pegos.-Alice nos explica
– Não, ai tem coisa, minha irmã nunca se renderia assim tão fácil!
– Talvez ela queira deixar um sinal. -diz Prim.
– Ou só está esperando que nós vamos atrás deles. -Katherine estava atrás de mim esse tempo todo e eu não tinha visto... Essa mulher me assusta pra caramba!-O que você está olhando, pirralho? Nunca me viu não? -Ela, após os insultos, passa entre mim e Prim, como um animal sedento por sangue, rosnando e não se importa com quem está por perto.
– O que foi agora, Katherine? -Alice pergunta.
–Alice, precisamos conversar.


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