O Retorno escrita por Isabela e Thaís


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Fizemos uma playlist para você escutar enqunto le
Introdução :
The Call - Regina Spektor : http://www.youtube.com/watch?v=sXcjpm5gCg8
Future - Paramore : http://www.youtube.com/watch?v=4oScRBsOV6I
Capitulo 1 :
Castle of Glass - Linkin Park : http://www.youtube.com/watch?v=RRGSHvlu9Ss
Radioactive - Imagine Dragons : http://www.youtube.com/watch?v=3JnxmI1ojYc



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                                                   Introdução

         Eles brincam na Campina. A menina de cabelos escuros e olhos azuis. O menino com cabelos loiros e olhos cinzentos, esforçando-se para acompanhá-la com suas pernas gordinhas de criança. Eu me viro para olhar o horizonte e vejo uma imagem a se formar, é um homem, está chegando mais perto a cada segundo, agora acho que consigo reconhecê-lo. Gale voltou para o Distrito 12 e ele não está sozinho, Johanna está com ele segurando a mão de uma menina que se parece muito com ela, não demora muito para eu entender tudo.

       Eu olho para Peeta e ele parece tão surpreso quanto eu, por que Gale voltou para cá? Bem, talvez eu saiba, talvez seja pelo mesmo motivo pelo qual estou um pouco satisfeita, Prim. Eles nos observam por um momento  e então Gale começa a falar:

       - Peeta, posso  falar com sua esposa?

       - Sim, se Katniss concordar, é claro.

       - Então Catnip, podemos conversar?

       - Tudo bem - Eu respondo, um pouco confusa.

        Nós andamos pela campina, não ousamos dizer uma só palavra, ambos estmaos com medo das respostas, mas essas palavras estão presas dentro de mim a muito tempo, é hora de liberta-las:

       - Gale, aquelas bombas.... era uma das suas?

       - Eu não sei.... Katniss, eu sei que você sempre sentirá como se eu tivesse matado Prim e não há nada que eu possa fazer para mudar isso, mas eu tenho que me desculpar, eu nunca faria...

        - Suas desculpas não a trarão de volta

        - Ok, você está certa, se seu amor não a troxe de volta minhas desculpas também não vão. Você quer voltar?

         Eu não digo nada, mas ele entende o que quero, sempre me entende, sempre confia em minhas decisões, eu costumava sentir isso com ele também, mas Gale não é mais digno de minha confiança. Estamos chegando perto, Peeta e Johanna estão conversando enquanto as crianças brincam juntas. Gale as aprecia e me pergunta:

        - Qual o nome deles?

        - A menina se chama Rue e o menino Cinna.

        - São nomes muito bonitos, com uma bela história também.

        - Estas histórias são simbolicas, trsites, tudo menos bonitas.

       A pequena garota corre até Gale:

      - Pai, eu adorei este lugar, fiz novos amigos! Eles se chamas Rue e Cinna, mamãe e você também parecem ter amigos aqui.... Porque não viemos morar no Distrito 12 ?

       - Prim... Eu acho melhor nós continuarmos no Distrito 2

       Prim. Gale tem uma filha e ele a chamou de Prim, nesse momento eu pude ver o real arrependimento, nunca separei a morte de Prim dele, mas ele nunca parou de pensar sobre isso, o arrependimento de provavelmente ter matado-a nunca o deixou em paz, e ele chamou sua filha de Prim. Não foi para me agradar, não era para mim, era para ela, era algo entre Prim e Gale, não Gale e eu. Agora eu tenho certeza do que devo falar:

         - Gale, eu te perdôo.

      Minhas palavras parecem surrerais para ele, de modo que não me responde, eu também não quero uma resposta, eu quero meu amigo de volta. Ele me abraça com força e uma de suas lagrimas cai em meu pescoço, ele chora incansavelmente:

         - Você é a única que o faz chorar, sabia disso? - Diz Johanna, para minha surpresa, sem nem uma gota de sarcarsmo ou ironia. Seu cabelo já cresceu, não tinha como não ter crescido, já se passaram tantos anos, de um momento para outro sinto falta de todos, só queria ter melhores lembranças deles, lembranças que não sejam nos jogos ou guerra. Queria ter vivido momentos felizes com Rue, mas não pude, pois os Jogos me deram-a, mas também a tiraram de mim, de certa forma ela deixou aquele lugar menos amargo, sentima certa despreocupação por ter uma aliada, talvez não devesse me sentir assim, ela só tinha doze anos, em que mundo ela poderia me proteger? No nosso, no nosso mundo ela me protegeu, não só no nosso mundo, mas em uma Arena projetada para nos matar, uma garota de 12 foi mais esperta do que eu, ela me salvou e eu daria tudo para te-la de volta.  Para mim Rue ganhou esses jogos e esta viva, dentro de mim. Sua vitória só comprova o que sempre desacreditei, os jovens podem vencer a batalha mais facilmente do que os experientes, sua coragem e seu senso de que nada mais na vida importa os trás a conquista de coisas grandes, o mais fraco pode vencer, os Distritos venceram a Capital.

       Johanna segura a mão de Gale, eu a de Peeta e as crianças correm a nossa frente até a aldeia dos vitoriosos. Depois do ocorrido não foi muito difícil de Prim convencer seu pai a morar no Distrito 12, afinal, aqui há bons empregos de sobra, um Distrito que mesmo depois de vários anos tentando se reconstruir ainda não está totalmente pronto. O Distrito 12 sempre foi sua casa e agora com meu perdão seria impossível que ele recusasse, não sei se estou muito confortável com isso, mas tento me lembrar de sua filha a todo o momento, “Ele não é o único culpado “repito em minha mente para tentar aliviar os pensamento pesados que não me deixam mais dormir em paz.

       Eles já se instalaram em sua nova casa na aldeia e nós voltamos para nossa, eu observo a fogueira enquanto Peeta assa pães para o jantar, o cheiro de canela domina o ar e me deixa nas nuvens, ele re-abriu a padaria de sua família e só agora vejo felicidade naquele lugar, agora ele tem a alegria de crianças vendo Peeta decorar os bolos. Ele tentou ensinar Cinna a arte da decoração na culinária, mas ele parece não apresentar muitos talentos para isso, e na arte de fazer pão ele é um desastre maior ainda, acho que nosso filho não é o garoto com o pão, mas se tem algo que ele tem igual ao pai é o coração, se preocupa com todos e daria sua vida pelos que ama sem pensar duas vezes.

         Ajudo Peeta a colocar os pratos na mesa, a hora da refeição sempre me traz alegria, toda a família reunida, tudo está em calma até Rue começar a tentar esclarecer as perguntas que estavam em sua cabeça:

      - Mãe, porque você parecia tão assustada com a presença daquele homem?

        - “Aquele homem” é Gale, um velho amigo de sua mãe - resoponde Peeta, dando enfase na palavra "amigo".

        - Querida, eu não estava assustada, só estava surpresa, faz muito que ele não voltava para casa. - Digo, omitindo o fato de ele talvez ter matado minha irmã.

        - Porque ele demorou tanto para voltar? Se vocês são amigos ele deveria estar com muitas saudades.

          - Rue.. Isso já é uma outra história....

         Ela para de perguntar e a noite chega silenciosamente, todos em seus quartos dormindo enquanto eu não ouso fechar os olhos, o fogo ajuda-me a mante-los abertos, mas o cansaço vence todas as minhas resistências de modo que os fecho. Não demora até que comece a ter meus típicos pesadelos, mas desta vez ele me afeta mais.

           Prim está andando com cautela nas florestas do Distrito 12, tudo parece calmo e normal até seu pé ser preso por uma corda no chão e puxa-la até ficar suspensa no ar, ela chora como se soubesse o que aconteceria em seguida, seus gritos são de puro terror, e com razão, pois em uma questão de poucos minutos seu corpo irradia em chamas e é rodeado de uma sequencia de explosões a sua volta.

         Algo cutuca meu ombro e acordo com um susto, já em prantos e agarrando com força uma almofada, viro-me e encontro Rue com um aspecto preocupado e tenta me acalmar, me abraça e penteia meu cabelo com os dedos, já estou mais calma e sem mais lagrimas nos olhos:

            - Eram os pesadelos de novo?

            - Eram eles sim. Por que se levantou querida? 

           - Não consigo dormir mãe, tem muita coisa na minha cabeça. Me conta uma história...

            - Não acha que já está grande pra ouvir historinhas?

            - Não é historinha, quero ouvir a “outra história”

            - Eu não estou pronta para contar.

            - Tem algo a ver com os pesadelos, não tem?

         -Tem sim Rue... Agora vá dormir, esqueça estas besteiras que está pensando, tudo vai ficar bem, eu não vou deixar nada de ruim acontecer com você.

            - Porque é isso que fazemos, protegemos um ao outro.

          - Eles contaram está parte na escola também? - Digo com uma nova lagrima formando em meus olhos.

            - Me desculpe, sei que você não gosta de lembrar, eu só...

           - Está tudo bem querida, eu sei que este passado está preso a mim, não posso mais tentar nega-lo, volte a dormir, eu vou ficar aqui um pouco.

         Ela se levanta e vai para o quarto, eu fico lá, observando o fogo, desejando que ele apague as memórias que nunca serei capaz de apagar, o cansaço me vence mais uma vez e me permito dormir, mas um pesadelo me assombra novamente, tão terrível quanto o anterior. Desta vez vejo minha filha nos jogos, sendo perseguida por carreristas, passando fome e sede, repleta de machucados e em seguida tendo o mesmo final que Prim teve em meu último pesadelo.

Capitulo 1 – 10 anos depois

              SURPRESA!!!
             -Oh pai, que susto!
             -Rue, hoje é seu aniversário! Alegre-se!
Viro-me para o lado e lá estão: o pestinha do meu irmão e minha nada irreconhecível mãe com um arco e uma aljava entre os dois, com um incrível sorriso e a ansiedade estampada na cara:
             - Rue, hoje é um dia muito especial, levante!!
             -É irmã, aproveite o bolo, eu mesmo que preparei!
             -Oh não!! Deve estar horrível! –brinco.
             -Não o subestime senhorita! Ele tem meu sangue, o da família Mellark!
             -Tudo bem pai, vou experimentar um pouco!
             Eles saem para que eu possa me trocar. Olho-me no espelho. Hoje estou fazendo 15 anos, na minha idade eu já deveria saber caçar, criar armadilhas e tudo mais. Não me orgulho por ser um completo desastre, ainda mais que minha mãe, Katniss Everdeen, o Tordo, o símbolo da revolução, se preocupa tanto em me ensinar.
             Desço as escadas, vou para a sala, não há ninguém, vou para a cozinha, está uma bagunça, culpa do Cinna, com certeza! Volto-me para a janela e ouço barulhos vindos do quintal. Ao chegar lá encontro meu bolo sobre uma toalha de piquenique, há copos e uma jarra com suco, ela está enfeitada com flores e ao redor dos pratinhos também há algumas flores roxas... Decoração: Peeta Mellark.
          -Filha sente-se aqui. –diz minha mãe ao sentar, apontando para seu lado. -Tenho uma notícia para você, melhor, um presente!
          -Mas antes... Coma! –Cinna me oferece um prato com um enorme pedaço do bolo. –Se falar que está ruim faço-lhe engolir a força.
           -Cinna! Isso lá é modo de falar com sua irmã mais velha? –repreende meu pai.
           -Desculpa querida “irmã-mais-velha”. –Cinna brinca, imitando o modo de nosso pai falar.
            Experimento um pedaço do bolo, não está como os que meu pai faz, mas, surpreendentemente, não há nenhuma “amora-cadeado” ou algo do tipo.
           -Está muito bom, Cinna. –digo.
           -Ah, sabe como é, foi feito com muito amor para a minha “irmã-mais-velha” - novamente brinca, mas dessa vez ele teve que correr, mesmo com uma perna falsa meu pai consegue correr muito bem se for para ir atrás de Cinna.
             Ele é semelhante ao meu pai, exceto sobre gostar de decorar e criar receitas. E também tem as duas pernas. Cinna é dois anos mais novo que eu, mas para mim é como se fossemos irmãos gêmeos, não o vejo como meu irmão mais novo, ou algo do tipo. Vejo-o assim como minha mãe vê o Gale. Ele, Johanna e Prim sempre vêm nos visitar, tanto que, quando pequena, peguei uma mania irritante de chamá-los de tio e tia, deve ser porque sempre quis conhecer Prim, não Prim filha de Gale, Prim Everdeen, a falecida irmã de minha mãe, às vezes minha mãe fala dela, muito pouco. De vez em quando ouço minha mãe chorando a noite e meu pai a consolando, parece que ela tem pesadelos sobre a morte de Prim, uma vez ouvi uma conversa dela contando sobre um dos pesadelos:
“Eu não aguento mais, Peeta! Eu vejo o rosto dela, ela apenas queria ajudar e então...”
“Katniss, se acalme ou irá acordar as crianças. Lembre-se que não foi culpa sua e isso não irá acontecer novamente! Tire isso de sua cabeça!”
“Mas Peeta, foi tão real que...”
“Katniss, por favor, esqueça isso”
             -Filha... –minha mãe me chama, tirando meus pensamentos enquanto olhava meu pai correr atrás de Cinna. –Tenho uma surpresa para você... Lembra?
             -Oh claro, mãe! Qual é?
             -Quando era mais nova que você... Bom, não sou boa com as palavras, mas quero que você NUNCA pense que não é capaz! Você é! Eu sei disso! Você é uma Everdeen, lembra? Nunca desistimos... Aqui está o seu presente.
             Era um embrulho bem bonito, eu o desfiz rapidamente, era um objeto que não acreditei que era ele até minha mãe dizer.
            -Esse é o arco que usei para matar Coin, eu o desativei, mas consegui que alguns amigos o ativassem ao som da SUA voz. Agora ele é seu Rue.
            -Mas mãe... Isso é algo que lhe pertence, eu não posso! Ele significa muito para você.
            -E é por isso que o confio a você, sei que saberá quando, como e onde usá-lo! Ah e para reativá-lo você deve dizer “Árvore-forca” e para desativá-lo deverá dizer...
            -Boa noite?
            -Hm... Não.
            -Então... O que deverei dizer?
            -Do jeito que é desastrada vai acabar falando sem ter necessidade! Na hora certa eu lhe conto!
            -Tudo bem, já que deseja assim... Como posso discordar do Tordo?
Ela tirou os olhos de mim, soube que não deveria dizer isso nesse exato momento.
             -Mãe, me desculpa, não queria ter...
             -Tudo bem, Rue. Vamos esquecer isso, vem, quero levar você para a floresta. Vou lhe ensinar a caçar com seu novo arco.
             -Mas eu sou um desastre total!!!
             -Eu também era! Mas tive que aprender, ou minha família morreria de fome!
“Só assim para que eu aprenda” – penso.
             Papai conseguiu alcançar Cinna e deu uns cascudos em sua cabeça, da maneira mais paterna possível. Depois cantaram para mim, terminamos o bolo e fomos para dentro, assim que entramos mamãe e eu nos arrumamos para ir à floresta.
             -Peeta, irei levar Rue para a floresta, volto quando estiver na hora do almoço. Cinna não faça bagunça e não atormente nossos vizinhos!
             -Sim senhora!! –Papai e Cinna concordam, em tom sombeteiro.
             -Tchau pai, tchau Cinna. –me despeço.
             -Filha, cuidado! Se espantar a caça da sua mãe, corra! Corra muito! O máximo que conseguir para longe dela! –Papai faz a mesma piada sempre que saio com minha mãe para caçar.
             -Não vai adiantar, eu tenho um arco! –diz mamãe ao pegar sua bolsa de caça.

             Chegamos à floresta, como sempre, minha mãe e eu vamos ao lago, tentamos acertar alguns patos e pássaros. Ela me conta sobre como teve que aprender sozinha a se virar quando seu pai morreu e de como teve sorte por encontrar Gale. O tempo passa, já está quase na hora do almoço e decidimos voltar. No meio do caminho minha mãe encontra uma rosa branca no chão. Paralisa-se diante dela. Eu sei o que isso significa para ela. Mas ele está morto.
             Atiro uma flecha na rosa, para mostrar para minha mãe que não deve temer a nada e que eu estou ali, ela balança a cabeça, recolhe a flecha e sussurra para mim “Eu sei que você está aqui e, no que depender de mim, sempre estará”.
             Não sei, mas isso me deixou totalmente arrepiada, é como se algo de ruim fosse acontecer futuramente e que aquilo era uma promessa, que se dependesse, morreria para cumpri-la. Isso me fez vir a cabeça a conversa que ouvira de meus pais:
“Eu não aguento mais, Peeta! Eu vejo o rosto dela, ela apenas queria ajudar e então...”
“Katniss, se acalme ou irá acordar as crianças. Lembre-se que não foi culpa sua e isso não irá acontecer novamente! Tire isso de sua cabeça!”
“Mas Peeta, foi tão real que...”
“Katniss, por favor, esqueça isso”
E se... Não, Snow está morto, não tem como acontecer tudo aquilo novamente. Estamos em paz agora, esse é nosso momento de descansar! Nada de ruim vai nos acontecer... Espero.

             Minha mãe e eu voltamos para casa, mas quando nos aproximamos da vila algo nos chamou atenção:
            - Aerodeslizadores? –pergunto.
            -Sim filha... Que estranho. Espere aqui fora! Não entre, por favor.
            -Tudo bem mãe... –digo com ar de concordância, mas todos sabem que eu não sou lá muito obediente, e se caso ela não voltar em 15 minutos... Eu entro!
             Tudo está tão incomum... Casas fechadas... Ruas desertas... Quando cheguei podia-se ouvir alguns barulhos, mas agora... É como se...
            -MÃE!! –grito com todas as minhas forças ao entrar na casa, vejo homens segurando minha mãe, a impedindo de gritar, meu pai está jogado no chão, inconsciente, meu irmão tenta se debater, mas não consegue. Minha mãe olha para mim, seus olhos querem me dizer algo, mas não consigo compreender, ela olha pra mim, olha para minha mão direita, levanta as sobrancelhas... O ARCO! Lembro bem a tempo, um dos homens vem em minha direção, porém escapo e corro para fora, pego meu arco e a aljava. Posiciono-me para atirar.
            -Rue? –é a voz de Gale.
            -Gale, minha mãe, ela precisa de ajuda!
Três homens aparecem, Gale me defende, Johanna e Prim aparecem e vão para casa ajudar minha mãe e Cinna. Atiro uma flecha rapidamente para um dos homens que ataca Gale pelas costas. Ele cai duro no chão. Fico perplexa olhando para seu corpo. Não sei o que sinto, só sei que não é alívio. Como poderia ser? Eu matei um homem!
            -Rue! RUE!!! –Gale grita meu nome me puxando pelo braço para dentro da varanda. –O que houve?
            -Gale, esses homens... Estão lá dentro! Pegaram minha mãe e Cinna, não sei o que fizeram ao meu pai, mas ele está no chão, duro... –Começo a chorar, pois não sei o que fazer em uma situação assim.
            -Não se preocupe, ele deve estar... –Gale é interrompido por um grito que parece ter sido dado por Prim. -Prim!!
            Gale e eu fomos para dentro da casa. Mamãe está com um pedaço de madeira em suas mãos “Da mesa” penso assim que a vejo quebrada. Prim está sendo agarrada por dois daqueles homens. Johanna está com uma faca atacando um, enquanto há dois mortos no chão. Cinna tenta salvar Prim, mas é muito pequeno, acaba sendo jogado ao chão, perto de meu pai. Conto. São cinco vivos, mais um que matei, com mais dois que Gale matou e mais dois que Johanna matou, são dez homens ao todo. O que fazem aqui? Por que nos atacam? Não é hora de perguntas agora! “Rue concentre-se!” penso. Gale ataca os dois homens que seguram sua filha, eu ajudo minha mãe, mas ela logo me manda ir ajudar Cinna com meu pai, conseguimos acordá-lo.
            -Rue, atrás de você! –Prim grita.
Viro-me e têm mais quatro homens na porta, um vindo em minha direção com uma espécie de espada, não sei descrevê-la. Minha mãe aparece, segura o objeto e sua mão começa a queimar, mas ela não desiste até que eu saia da mira dele. Meu pai acorda e pega uma arma de um dos homens. Atira. Acerta um dos homens bem na cabeça. Agora são oito homens contra Gale, Johanna, Peeta, Katniss, eu, Prim e Cinna. Mas Cinna está ferido, um dos homens acertou seu pé, não consegue ficar de pé. Menos um. Prim consegue fazer armadilhas e armas com coisas da floresta, mas não estamos na floresta e não lhe resta nenhuma arma que saiba manusear. Menos dois. Eu... Eu nem sei como consegui acertar aquele homem lá fora! Menos três... São oito contra quatro! Não vamos conseguir se continuar assim. Acerto outra flecha. Dessa vez no braço de um dos invasores que estava prendendo Johanna. Ela consegue acertar sua barriga. Vêm outros três desses homens. Onze contra quatro. Vem mais dois. Treze contra quatro. Escuto minha mãe gritar.
            -Katniss! –este é a voz do meu pai.
            -Mamãe! –Cinna...
            -Oh não... –Prim...
       Tenho medo de olhar, veio de traz de mim. Viro-me por um estante. Um dos invasores a acertou nas costelas com uma faca. Minha razão? Perdi. Retiro uma flecha da aljava, miro e atiro, acerto-o na cabeça, entre os olhos que vivem atrás de uma máscara. Doze.


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