No dia seguinte pela manhã, o Louis chegou, eu estava tão feliz de ver ele, assim que entrou no quarto ele me beijou e eu pude sentir o seu ar de alivio, ele trouxe também um joguinho que eu nem sei pra que serve ou como se jogar, eu só queria poder me sentir feliz com ele, passamos a manhã toda jogando esse joguinho que eu nem sei o nome, eu só sabia rir, afinal de contas ele estava me deixando ganhar e dava pra notar  por que eu nem sabia jogar e mesmo assim eu ganhava. 
Por volta das duas da tarde o médico veio ao quarto e me chamou para ir ver a Cass. Colocaram-me em uma cadeira de rodas e eu fui, levei comigo as cartas e os livros de Harry Potter, assim que chego lá eu vejo os pais dela e peço perdão por tal estrago que causei, eles de dizem que eu não tive culpa e por isso não tem de que me perdoarem, mesmo com eles falando isso eu sinto ter culpa, peço para que eles me deixem por algum tempo sozinha com ela e mais uma vez o médico me lembra de que tenho apenas dez minutos para ficar lá, eu faço sinal positivo com a cabeça e eles saem do quarto deixando nós três a sós, eu, ela e a minha culpa. Eu não sabia se ela podia me ouvir, mas eu tinha eu falar com ela.
-Cass, eu sei que talvez você nem esteja me ouvindo, que talvez quando você acordar não se lembre disso, talvez não se lembre das brincadeiras, das risadas, das implicâncias, dos apelidos fofos e dos irritantes, das piadas internas, das broncas ou até mesmo das brigas e das lágrimas, não se lembre de nenhum dos nossos momentos retardados,  não se lembre de quem eu sou ou não se lembre nem ao menos seu nome ou quem você é, mas eu vou estar aqui, como eu te prometi lá no comecinho de tudo,  eu estarei aqui pra te mostrar o caminho. – Minhas palavras foram irrompidas por lágrimas que eu sabia que cairiam cedo ou tarde. – Eu vou tentar te  mostrar o caminho do mesmo jeito que você me mostrou o meu e vou caminhar junto a ti, assim como você fez comigo. E se você tivesse acordada agora com certeza iria olhar pra mim e diria “Que gay, Kaya” e iria rir de mim, eu sempre fingia me irritar e falava ”Eu não sou gay e quer saber? Nunca mais eu vou tentar ser fofa com você, sua ogra” com tom de brava e era ai que você ria mais ainda. Olha, eu trouxe livros para ler para você, é Harry Potter, Cassie, nós nos conhecemos por causa do menino que sobreviveu.
Quando meu comecei a ler o médico veio e disse que meus dez minutos tinham acabado há muito tempo, mas ele tinha me deixado passar alguns minutos a mais lá dentro, ele me viu segurar a mão dela enquanto lia e chorava ao mesmo tempo, eu o pedi mais alguns minutos para me despedir, ele disse apenas mais cinco,
-Hey Cassie, eu tenho que ir agora, espero que você tenha gostado da minha visita, eu te amo, little angel. 
Escrevi “Nami Always Love Tsu” em um papelzinho e coloquei na mão dela, isso seria uma coisa que só eu e ela poderíamos entender, ou melhor, o antigo “eu” dela, já que esse novo não se lembraria de coisa alguma. 
Eu queria que o médico também deixasse passar mais tempo dessa vez, mas não fora assim, passados os cinco minutos dito ele voltou para me levar de volta ao meu quarto.

Quando voltei ao meu quarto o Médico fez alguns exames e me disse que daqui a pouco tempo eu poderia receber alta e poderia ir pra casa, eu fiquei feliz e ao mesmo tempo triste, eu morava muito longe e não queria ter que ficar a toda essa distancia da Cass, principalmente nesse momento em que ela precisa tanto de mim. Decidi ligar para a Hayley e perguntar se se eu poderia passar um tempo na casa dela só até eu melhorar um pouco mais pra poder trabalhar e me arranjar na cidade, já que não queria sair de lá até a Cass melhorar, ela me disse que eu poderia, mas que eu iria dormir no mesmo quarto que ela, eu falei que não me importava, afinal de contas ficar perto dela me fazia bem, não haveria mal algum em dividir um quarto com ela. 
Todos os dias eu ia ver a Cass e o médico me autorizou a passar uma hora e meia lá, eu sempre lia Harry Potter pra ela e contava as coisas que nós passamos “juntas” e devo confessar que boa parte das vezes eu chorava, afinal de contas, não é fácil ver uma das pessoas mais importantes da sua vida deitada numa cama de hospital, correndo risco de não lembrar de absolutamente nada e não poder fazer nada para ajuda-la, é desesperador.
Depois de uma semana eu recebi alta e fui para a casa da Hayley, assim que eu cheguei lá ela me disse uma coisa que me fez chorar.
- Hey, Garota radical! – Disse ela com entusiasmo.
-Você ainda lembra-se disso? - Pergunto com lagrimas já escorrendo em meus olhos
- Sempre. – Falou ela rindo pra mim
Depois de toda essa cena fofa ela me ajudou a me arrumar pelo quarto e logo após eu fui dormir.