Shiroi Yama escrita por Yato


Capítulo 8
Capítulo VII: Você Me Faz Sofrer




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"Shiroi Yama"

 

 

Capítulo VII: Você Me Faz Sofrer

 

 

A cela era um lugar escuro, frio e úmido.

 

Os pulsos da mulher acorrentada contra a parede doíam. Os cabelos castanhos lhe caíam sobre a face machucada. Os olhos de mesmo tom antes tão cheios de vida, miravam um canto qualquer daquela cela imunda.

 

 

A dor sem rumo está cobrindo meus arredores, completamente.

 

 

Takahashi Akane soltou um gemido de dor ao mesmo tempo em que a porta era aberta. Ela não ousou levantar os olhos para seu sequestrador.

 

 

Era tolo então o significado daquela vista esmigalhada, o significado podre.

  

  

  Gostando da estadia, querida? A voz grave ecoou, lhe dando arrepios na espinha.

 

 

Ela não repondeu.

 

 

Eu perguntei se está gostando da estadia, sua vagabunda! Ele se aproximou rapidamente, segurando-lhe a face, com força, fazendo com que ela o encarasse. Akane cuspiu em seu rosto.

 

 

É esta a dor do meu coração paralizado?

Amor que está se afogando por trás da tristeza.

  

  

Não teria mais nada a perder...

Eiji estava morto. Pior, ele fora assassinado. Tirado dela. Akane nunca gostara de ficar sozinha. Lembrou-se dos momentos que passara com ele. Sempre tão gentil e fofo. Esse era o homem que ela conhecia, por trás das cochias. Atencioso, carinhoso, um ótimo pai. Yuri sempre fora tratado muito bem pelo moreno. Mesmo não sendo seu filho biológico. Yuri era...

 

 

Sabe, seu menino é uma graçinha...  Os pensamentos foram varridos de sua mente como se tivesse recebido um balde de água gelada. 

 

...Ou teria?

 

 

 A forma ideal se transformando de um jeito irregular, está derretendo ferozmente.

  

 

[  ~  ]

 

 

[ Kai POV ]

 

 

O pequenino brincava com origamis junto com Ny-chan. O sorriso estampado na boca infantil por uma simples dobradura, tão lindo. Ambos estavam sentados no sofá de couro, e sobre a mesa de centro haviam diversos papéis, das mais diversas cores.

 

Parece que crianças são pequenos anjinhos que descem à terra para ensinar a nós, adultos, algo de bom. É uma pena que nós nunca as ouvimos como deveríamos.

 

 

Kai.

 

 

Ah, sim. Arigatou...

 

 

Sua presença alivia este ambiente de tristeza. Domo arigatou, Yuri-kun...

 

 

O sonho de um bebê está aliviando a dor.

 

 

[  ~ ]

  

  

[ Aoi POV ]

 

 

Isso! Muito bem, Yuri-chan! Sereny exclamou, ao mesmo tempo em que aplaudia a dobradura do pequenino.

 

 

Talvez eu não soubesse, realmente, cuidar de uma criança.

 

 

Ei! Tira os olhos, ela já é minha! Virei, me deparando com o sorriso besta de Takashima.

 

 

Idiota.

 

 

Nee, vem comigo um segundinho, Aoi-chan? Ele pediu, segurando minha mão e me puxando levemente.

 

 

Não estou a fim de ver o que há por baixo das suas calças, Uruha... Não de novo...

 

 

Ah, eu não ia te mostrar isso... Mas já que insiste tanto... Sorriu pervertido, revirei os olhos. Mas não pude conter um sorriso.

 

 

Babaca. É incrível como as pessoas podem mudar, não? Antigamente Kouyou era tão frio e insensível... E olhe agora: mais um pervertido idiota!

 

 

Mas, falando sério agora. Ele soltou minha mão, que caiu morta, pendendo ao meu lado. Como você ainda não matou aquela criança? Minha mão voou insintivamente contra o topo de sua cabeça. Um tapa alto. Pude ver várias cabeças virarem em nossa direção, assustadas. Itae, Yuu-chan! Kouyou passou a mão atrás da cabeça, massageando o local. É brincadeira, gente! Alguns riram, outros xingaram, mas todos voltaram aos seus afazeres. Quem ama não bate...

 

 

Uma mariposa que está caindo com as asas de uma borboleta.

 

 

Espanca. Corrigi. Ele riu, e eu também.

 

 

[  ~  ]

 

 

A poltrona de couro rangeu levemente, fazendo um barulho engraçado quando o homem de ternos escuros se mexeu. Ele mantinha os pés calçados apoiados sobre a escrivaninha arrumada de seu escritório. Em suas mãos pendia uma taça de vinho. Kobayashi girava a delicada peça de cristal incoscientemente. Rodou e rodou, até o líquido voar do copo para o carpete.

 

 

Droga! Exclamou, largando a taça sobre a escrivaninha e passando a mão esquerda sobre o pano da camisa, agora manchada de vermelho.

 

 

Parou o ato ao lembrar-se de que isso não era importante. Jogaria a camisa no lixo e compraria uma nova, arrancaria o carpete e trocaria o piso. Não! Mudaria de casa. Sim, era exatamente isso que faria. Não havia mais sombra para se ocultar, não mais. A morte de seu primo fora tão... espetacular! Estava livre! E agora, pegaria o que era seu por direito. Sim, não seria mais o "pequeno bosque*". Não seria mais uma árvore de apoio*. Não mais.

 

 

Para Hajime, aquele seria um novo começo.*

 

 

Aquela carta já deve estar chegando... — O sorriso maldoso impregnado nos lábios finos. — Como você está... Shiroyama-kun?... E também, Suzuki-kun, e Takashima-kun, ainda estão... Vivos? — Os olhos malignos miravam o começo da noite através do vidro impecavelmente limpo. Uma noite sem estrelas.

 

 

[ ~ ]

 

 

[ U ruha  POV ]

 

 

Esse já era o quarto dia que Yuri estava conosco. Aoi daria um péssimo pai (ou mãe). Já perdi as contas de quantas vezes ele nos ligou para perguntar o que fazia com o garoto. Incrível!

 

Do outro lado da sala pude ver minha Sereny bocejar, cansada. Maldito Shiroyama Yuu!

 

Eu não costumo ser tão explosivo assim. O que está acontecendo comigo, afinal? Pensando bem, Akira e Yutaka não estão agindo normalmente também... O que está acontecendo conosco?

 

Ouvi um barulho alto, como o de uma explosão, mas um pouco mais baixo. Seguido de gargalhadas. Olhei na direção em que ouvira o som e tive vontade de esganar Miyavi que ainda ria estridentemente, quase espetando um objeto pontiagudo que segurava em sua mão direita  — percebi que se tratava de uma agulha. Onde diabos ele arranjou isso?! em seu próprio pescoço, já que não parava quieto,  e os restos estourados de uma bexiga na outra.

 

 

[  ~ OooOooO ~ ]

 

 

Trechos em itálico: "A dor sem rumo está cobrindo meus arredores, completamente." ("Atari wo ume tsukusu ate naki itami"); "Era tolo então o significado daquela vista esmigalhada; O significado podre." ("Sou kuzureteku joukei no imi wo; Kuchiteku imi wo"); "É esta a dor do meu coração paralizado?" ("Mahi hita kokoro no sei ka"); "Amor que está se afogando por trás da tristeza." ("Kunou no urade oboreteiru ai"); "A forma ideal se transformando de um jeito irregular, está derretendo ferozmente." ("Ibitsu ni magaru arubeki sugata wa"); "O sonho de um bebê está aliviando a dor." ("Nageku koe wo ayasu akago no yume"); "Uma mariposa que está caindo com as asas de uma borboleta." ("Chou no hane de rakkasuru ga")

Música: Dim Scene, the GazettE

 

 

Pequeno bosque - O sobrenome Kobayashi significa pequenos bosque/bosque pequeno.

 

Árvore de apoio - Inicialmente o nome do personagem seria Sasaki, que significa exatamente árvore de apoio. 8D

 

"Para Hajime, aquele seria um novo começo." - Essa frase foi um trocadilho. Pra quem não sabe, Hajime significa começo. :B

 

A desaparecida Akane apareceu! /o/

E ela está sendo torturada! Êêêêêêê 8D

 

Sugestões, críticas, elogios? *-*

Reviews? :B

Kissu

 

Postado em: 13/11/2009

(Uh, sexta-feira treze ._.)


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