A Little Rock'n Roll escrita por Ryuu


Capítulo 6
06 - A noite é uma criança - Por: Uchiha Sasuke


Notas iniciais do capítulo

Eu particularmente gosto dos capítulos narrados pelo Sasuke. Gosto do modo como ele vê as coisas. haha Desculpem, eu sei que é tudo da minha mente, mas... Quando escrevo é tipo uma hipnose eu vejo e escrevo e cada personagem tem seu ponto de vista e sua personalidade. A do Sasuke me atrai. Muito. Espero que esteja funcionando pra vocês também.
Divirtam-se.



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A pele era clara, não pálida e morta como a minha, ela tinha uma palidez saudável, viva. Os cabelos eram escuros, mas tinham um brilho azulado encantador, cumpridos até a metade das costas, lisos, escorridos como uma cachoeira fantástica, a franja caia sobre seus olhos claros e ela as afastava com um balançar de cabeça sedutor, seu rosto com certeza fora esculpido por um anjo talentoso, ela própria era um anjo, com suas feições delicadas, frágeis, eu tinha medo de querer tocá-la e, sem querer, quebrá-la como uma boneca de porcelana.

- Hei Sasuke? Está ouvindo? – Kiba me chamou de volta ao mundo real.

Estávamos atrás do palco, dava para ver a dupla tocando, fazendo seu show.

- Hãn? – foi o que consegui dizer.

Shikamaru revirou os olhos com um sorriso no rosto.

- Você foi ótimo, cara! – ele bateu no meu ombro.

Sorri.

- Não foi tão mal, afinal. – concordei.

Gaara bufou, mas sorria também, animado, quase satisfeito.

- Arrasamos como era de se esperar. – disse – Foi como se Billie estivesse lá cantando...

- É... Você o superou. – Kiba admitiu.

- Não digam besteiras! – Shikamaru os repreendeu – Billie faz parte da banda e fez muita falta naquele palco, fizemos um show incompleto.

- Shikamaru tem razão. – disse eu – Mas fizemos o melhor que podíamos e eu estou orgulhoso da Amateratsu.

- YÉÉÉÉÉÉÉAAAAAHHH! – Gaara deu um salto animado.

- Certo, guarde sua energia para o próximo show. – Shikamaru aconselhou.

- E então? Deixamos os instrumentos no camarim e nos juntamos à plateia? – Kiba sugeriu.

- Ótima ideia! – apontei para ele sorrindo.

- Então vamos guardar nossos tesouros. – Gaara disse num tom bem menos animado, acariciando o baixo.

Revirei os olhos e nós fomos até o camarim. Guardamos nossos instrumentos e íamos sair quando Temari entrou tempestuosa, com uma garrafa de champanhe e várias taças. Ela as deixou sobre a estante de maquiagem, estourou a garrafa em meio a nossos gritos de aprovação e serviu as taças.

- Um brinde ao seu primeiro show de verdade! – ela ergueu sua taça.

- Hei! – Gaara protestou.

- Já fizemos muitos shows! – Kiba argumentou.

- Eles têm razão, amor. – Shikamaru piscou para nós – Um brinde ao nosso primeiro show numa abertura de uma banda profissional!

- É isso aí! – concordei erguendo minha taça.

Nós brindamos e bebemos até o champanhe acabar, rindo de piadas idiotas, felizes por tudo ter dado certo.

- Agora, só nos falta uma coisa! – Kiba disse verificando o relógio.

- O que? – Temari perguntou abraçada ao seu namorado.

- Garotas!

- Yééaaah! – Gaara concordou sorrindo.

Temari revirou os olhos.

- Vão sair do show? Achei que iriam querer ver os White Stripes...

- Há muitas garotas na plateia. – Kiba disse já saindo – Nos vemos amanhã, certo?

Shikamaru assentiu.

- Gaara, você vai para casa depois do show? – Temari quis saber autoritária.

- Para minha casa. Depois de uns bares... – sorriu malicioso e olhou para mim – Você vem?

- Nos encontramos por aqui depois do show. – me virei para Shikamaru – Você já vai?

- Vou antes do fim. – disse apertando Temari contra si – Vamos comemorar sozinhos...

- Poupe-nos dos detalhes. – Gaara resmungou.

- Hei, caras? – chamei os dois que iam saindo – Não se esqueçam de voltarem aqui. Temos que levar as coisas para o carro.

Eles me mostraram o indicador e o mindinho levantados como um sinal de ‘ok’ e se foram.

Eu os segui logo depois, dei a volta nos bastidores e entrei na área vip. O show já estava quase no fim a essa altura e ela podia até não estar mais lá, mas não custava tentar.

Procurei entre o amontoado de gente que pulava, cantava e gritava sem parar e a encontrei perto do balcão bebendo o que parecia ser um copo de água. Sorri e fui me juntar a ela.

- O mais forte que tiver! – pedi me sentando e olhando para ela – Curtindo o show? – perguntei como quem não quer nada.

Ela virou o rosto corado para me olhar e, por um instante, a cor se esvaiu das bochechas dela deixando-a pálida, mas, então, ela se recompôs.

- Você...

-Sasuke Uchiha. – estendi a mão.

Ela pegou minha mão e a balançou um pouquinho.

- Hinata. – disse apenas.

Arqueei a sobrancelha para aquela desconfiança, mas deixei passar, afinal, era o direito dela.

- Japonesa? – adivinhei.

Ela assentiu e sorriu maliciosamente.

- Isso é muito obvio, se quer me impressionar adivinhe algo mais profundo.

Sorri.

- É um desafio? – perguntei – Porque adoro desafios...

- Então, sim, é um desafio. – sorriu.

Estreitei os olhos e a fitei, observando cada detalhe, as roupas escuras, a maquiagem marcante.

- Você é provavelmente uma riquinha mimada que gosta de rock e está fugindo de casa. – adivinhei.

Ela ficou pasma.

- Co-como...?

Ri.

- Não se preocupe, eu não sou um psicopata que te persegue, só foi um bom palpite. – expliquei.

Ela esboçou um sorriso, aliviada.

- Está sozinha? – perguntei quando meu pedido chegou e tomei um gole.

- Na verdade... – ela olhou para os lados como se procurasse alguém – Estava com um amigo, mas ele sumiu faz algum tempo. – baixou os olhos parecendo um pouco decepcionada.

- Namorado?

- Não. – ela pareceu decepcionada novamente.

- Mas queria que fosse? – adivinhei.

Ela corou sem jeito.

- C-claro que não... Eu só...

- Ele a deixou sozinha. – uni as sobrancelhas.

Ela não respondeu, não tinha argumentos para aquilo.

Terminei meu pedido e me levantei.

- Quer se divertir? – perguntei estendendo a mão como um convite.

- Me divertir?

- Entende a palavra, não entende? Ou prefere que eu fale japonês?

Ela revirou os olhos.

- Não é isso... É só que meu amigo...

- Ele deve ter encontrado alguém interessante. – disse a ela – Posso deixá-la em casa mais tarde, que tal?

Ela mordeu o lábio, indecisa, e me olhou meio desconfiada, mas respirou fundo e me deu sua mão.

Sorri.

- Não vai se arrepender. – prometi puxando-a para os camarins assim que Jack White desejava a Londres uma ótima noite – Já é tarde assim? – me surpreendi – Que horas são?

Ela olhou no visor de um celular lilás delicado.

- São quase duas da manhã...

- Ótimo, então ainda é cedo. – sorri satisfeito.

Paramos no camarim e eu tomei seu celular depois de fechar a porta e o desliguei colocando-o no meu bolso.

- Eu sou o senhor do tempo, ok? – pisquei – Mas não se preocupe, eu tenho noção. – garanti.

Ela não pareceu muito convencida e tentou pegar de volta o aparelho, mas minha banda entrou no camarim e ela parou, corada e surpresa.

- Ora, vejam só! – Kiba sorriu malicioso.

Eu envolvi o pescoço dela com meu braço esquerdo.

- Pessoal, está é Hinata. – apresentei – Hinata, estes são Sabaku no Gaara  e...

- Inuzuka Kiba - ele beijou as costas da mão dela –, ao seu dispor.

Revirei os olhos enquanto Gaara pegava a maleta com o baixo.

- Vamos logo, o bar fecha as quatro. – nos apressou.

Peguei a maleta da minha guitarra e Kiba pegou a dele.

- Shika esqueceu as baquetas. – constatou recolhendo-as.

- Certo, vamos deixar as coisas no carro e depois...

- Ao ‘Midnight’! – Gaara disse animado apontando o indicador para o teto e saindo na nossa frente.

- Não ligue para eles, são loucos. – murmurei para Hinata.

Ela riu divertida.

- São legais. – corrigiu.

Sorri.

Sim, ela também era bem legal, afinal.


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Notas finais do capítulo

Eu espero que tenham gostado deste.
Obrigada pelos comentários até agora ♥