Matemática Do Amor escrita por Lady Salvatore


Capítulo 56
- The one of the first kiss.


Notas iniciais do capítulo

Oi meninas. Sei q é estranho estar postando segunda feira, mas já estou de férias e estou querendo adiantar umas coisas pra vocês, preciso terminar essa fanfic logo, é meu projeto pra esse ano e o detalhe é que... ainda faltam bastante coisa pra acontecer.

Bom, dedico esse capítulo há uma pessoa muito especial. Na verdade a mais especial que eu já conheci: Benedina Sousa Folha. A minha bisa avó que faleceu semana passada. A mulher mais forte e guerreira que eu já conheci, que criou não só seus 10 filhos mas também uma família inteira com muito pouco dinheiro, mas ainda sim muita coragem. Descanse em paz.



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– Desculpa foi o trânsito. – Disse ao se aproximar.

Sem parecer ouvir suas desculpas, ele sorriu esquecendo-se de qualquer atraso ao vê-la. Alegrou-se pelo brilho repentino que aquele olhar azul criou com sua presença, provavelmente deveria ser o mesmo do seus próprios olhos também.

– Tudo bem, cheguei agora pouco. Você está linda. – Ele a cumprimentou, sorrindo e com um beijo em uma das bochechas, deixando apenas um rastro de decepção no rosto de Elena. Desejando que aqueles lábios fossem de encontro ao seu.

Em uma tentativa de esquecer tal ato, ela o olhou de cima a baixo.

– Obrigada senhor, James Bond. – Sentou-se, após Damon puxar a cadeira para si. Ele fez o mesmo em seguida.

Damon sorriu timidamente.

– O terno é do Stefan. Não poderia repetir roupa ainda mais em semelhante lugar. O que pensariam de mim? – Ironizou, enquanto imitava um tom de voz mais fino. Como de mulher.

Elena chegou a pensar se ele havia imitado ela própria.

– Duvido que reparariam no seu terno. Você tem atrativos muito mais significativos, acredite. – Sorrateiramente, Elena esticou a mão pela mesa na busca de que Damon a segurasse, mas não fez.

Envergonhada, voltou os dedos para próximo de si.

Percebendo, ele tentou redimir-se

– Bom, nesse caso você poderia usar o mesmo vestido pelo resto dos seus dias que ainda sim ninguém iria reparar.

Esquecendo-se da chateação pela falta de correspondência dele, ela sorriu sedutoramente.

– Está dizendo que a minha vaidade é inútil? – Fingiu-se por ofendida.

Damon retribuiu o riso.

– Não. Estou dizendo que se fixa demais na perfeição quando já é perfeita o bastante.

Só por fora. Pensou ela tristemente.

– Senhores, o que vão pedir? – Um garçom elegante de meia idade, cavanhaque e nariz pontudo os interrompeu.

Ao menos vestia um fraque muito belo, pelo que Elena reparou.

Pelo silêncio dele, resolveu pedir primeiro. Deduziu que Damon provavelmente deveria ter dado olhado o cardápio enquanto a esperava, já ela conhecia aquele restaurante há tanto tempo que nem ao menos o menu precisava ver.

– Bom, eu vou querer uma coisa bem leve... Acho que um cordon bleu. – Pediu educadamente e o garçom assentiu, fitando Damon em seguida.

Disfarçadamente, olhou aos lados enquanto tentava-se lembrar de algo que lera no cardápio. Inútil. Estava tudo em francês e tão ilegível para ele quanto o que Elena havia pedido.

– Hã... Eu... – Gaguejou, pensativo. Enquanto o servidor o esperava, com uma expressão de '' Odeio quando esses caipiras resolvem se meter onde não pertencem''. – Eu vou querer o mesmo que ela.

Confortando-o, Elena piscou amigavelmente na esperança de estar errada sobre o constrangimento dele. Mas sensação de inferioridade durou pouco para Damon, afinal necessitava muito mais do que uma expressão zombeteira de um desconhecido para o atingir.

Precisava muito.

O metre voltou a falar.

– E pra beber? Posso sugerir um vinho?

– NÃO. – Disseram juntos, um pouco acima do tom. Algumas pessoas ao redor olharam brevemente.

– Não queremos nada pra beber, obrigada. – Elena tentou disfarçar sendo cortês. Em resposta, o homem assentiu e saiu em seguida. Houve uma curta pausa, onde ela pôde observar a expressão peculiar de Damon. Na qual não soube identificar do que era. – O que é essa cara?

Ele balançou a cabeça em negação.

– Nada, é que eu já tive encontro a cegas, mas nunca comida a cegas.

– Como assim? – Elena riu, sem entender.

– É que essa é a primeira vez que eu peço uma comida sem ter a minima ideia do que eu vou comer.

Juntos, ambos riram, em tom baixo.

– Deixa que eu explico. – Falou após as risadas. – É um empanado de bife frito... Ou pode ser de carne também, com queijo, presunto dentro. É gostoso, você vai vê.

Damon continuou com um tom irônico no rosto.

– Então... Bife recheado em riquês significa... Como é que é mesmo? Cordão?

– Cordon bleu. – Ela repetiu, voltando a rir.

– Isso. Cordon bleu. – Entonou um sotaque francês mal feito propositalmente.

Tão de propósito quanto, Elena elevou uma das pernas roçando em seguida o pé pelo tecido da calça que ele usava. Rapidamente Damon sobressaltou-se em surpresa pelo toque, mas ela não recuou. Se antes não havia lhe dado a mão ou lhe beijado quando chegou por temor das pessoas ao redor, agora essa desculpa não era mais válida. Pois ninguém conseguiria enxergar nada, embora não fosse tão difícil adivinhar pela expressão assustada em que o mesmo se encontrava.

Não houve tempo para ele recuar, o pé rapidamente encostou-se ao meio de suas pernas, mas logo fugiu. Ao contrário de Damon, Elena o fitava de maneira promiscua e insinuante, sem a mínima intenção de disfarçar seus desejos.

– Caso não tenha percebido a senhora Robinson está, sim, tentando te seduzir. – Aveludou a voz sedutoramente.

– É que... O James Bond tem hora pra chegar em casa. Lamento.

Com o tom sério omitido, Elena afastou seu pé.

– Que pena. Já eu... Meu pai nem em casa vai dormir essa noite, seria a ocasião perfeita pra algumas horas inesquecíveis.

– Até o fim da noite você tenta me convencer, ok. – Elena revirou os olhos pela maneira piedosa com que ele lhe falou, mas ficou em silêncio. Damon parecia ansioso para mudar de assunto. – Mas então porque seu pai foi dormir fora?

Elena deu os ombros, sem muito interesse em falar sobre ele.

– Não está na cidade, deve tá salvando a pele de algum prefeito por aí.

Calado, Damon manteve-se pensativo por alguns poucos segundos.

– Seu pai foi advogado do caso O.J Simpson, não é?

– Um dos advogados. – Ela o corrigiu. – Ficou com ele durante 94, depois do segundo julgamento já não era mais ele.

– É, eu lembrei. – Ainda por cima filha do maior advogado desse país. Pensou.

– Foi assim que meu pai ficou conhecido e anos mais tardes... Consequentemente eu também.

Cada vez mais recebia os sinais do quanto aquilo tudo daria errado para sua vida, mas mesmo assim nem por um segundo obteve a minima vontade de sair correndo por aquela porta, se não fosse com ela logicamente.

Damon tentou disfarçar a preocupação pelo que havia acabado de relembrar.

– Imagino que depois disso só tenha caído caso difícil pra ele.

– E como. Você nem imagina. – Endossou Elena. – Sabe as inúmeras celebridades pegas com drogas, políticos com prostitutas e executivos com desvio de verba? Todos os procuravam e se algum saiu limpo, provavelmente foi porque ele advogou. – A expressão dela entristeceu-se. – Sem contar nos montes que ele livrou da cadeia por agressão contra as esposas ou as amantes. O que... É bem irônico agora. – Disse, sem atentar a sua gafe.

Damon elevou as sobrancelhas, desentendido.

– Porque? – Ele perguntou. Droga. Pensou ela desejando que o chão se abrisse. Rapidamente raciocinou uma mentira aceitável para poder falar, mas desistiu logo após. Não queria ter que mentir para Damon. – Seu pai batia na sua mãe, Elena?

– Não. Não era louco. – Negou de imediato.

Ele suspirou em alivio.

– Então...

Silêncio. Novamente a ideia de uma mentira ascendeu e outra vez a lembrança de sua promessa regressou.

Fechou os olhos envergonhada, abrindo-os em seguida. Damon ainda esperava sua resposta.

– Então que... Há alguns dias, digamos que eu pude, graças à ele, viver uma cena de novela mexicana. – Tentou, falhadamente, parecer irônica. – Sabe quando as duas rivais se encontraram e se esbofeteiam? – Damon encarou os pés. – Bom, nessa versão digamos que só um bateu. – A todo custo tentou impedir que uma lágrima viesse a tona, conseguindo com muito esforço de seus olhos que ele não percebesse. – Mas tudo bem, não tem porque ficar explicando e eu...

– Não. Nem precisa. – Damon a interrompeu, contendo a vontade que tinha de ir até John para que conversassem. Mas não podia. Não podia colocar-se dentro de um assunto que não lhe dizia respeito, até porque para ele era apenas um inquilino. Sem contar, na maneira como Isobel desconfiaria de uma ação assim sua. Por mais que desejasse defendê-la, igual como fez com aquele paparazzi, ainda não poderia, enquanto a clandestinidade pendurasse entre os dois. – Já levei muito na cara do meu também. Conheço bem a sensação de falta de honra que vem depois.

– Mas no meu caso foi a primeira vez que eu provei. Então... Definitivamente não é igual usar um vestido exclusivo de alta costura no Oscar. – Apesar da melancolia em sua voz, Damon não pôde evitar o impulso de conter uma gargalhada por tamanho exemplo.

Ao perceber a reação dele, Elena riu também. Dessa vez em alto.

– Bem essa segunda sensação eu não conheço. – Disse bem humorado, ambos continuavam rindo. – Me conte sobre ela.

– Ah, é ótima. Mas se você quiser, ano que vem pode vir comigo. Como meu acompanhante.

– Em um vestido exclusivo de alta costura, não é? Porque se não for assim perderia a graça.

Sem que percebessem alguns ao redor já o olhavam disfarçadamente, atraídos pelas risas espontâneas que emitiam.

– Se a gente achar um bom sapato que combine, talvez.

Houve uma curta pausa, onde Damon novamente tratou de observar o lugar ainda enebriado por tamanho luxo, no qual nunca imaginou que lhe rodearia.

Percebendo os olhares postos em sua mesa, abaixou a cabeça rapidamente.

– Ai meu Deus. Olha essas pessoas. – Sussurrou envergonhado. – Todas de dedinho levantado, devem estar pensando que somos dois loucos. – Riu em baixo.

Mas Elena manteve-se seria, observando-o atentamente.

– Sabe que às vezes eu percebo que você se preocupa mais com o que os outros vão pensar do que eu mesma.

Damon não compreendeu.

– Eu tava brincando, Elena. – Defendeu-se, confuso.

– Sim, eu sei. Mas não to falando de hoje especificamente. To falando de outras ocasiões. Eu, por exemplo, vaidosa, não saio de casa sem um batom ou sem salto com medo que alguém me veja desarrumada. Mas... Você, Damon. Conhecido por ser alguém grosso, frio, sem papas na língua, que já se envolveu em vários escândalos... E mesmo assim eu tenho essa sensação.

Conforme Elena jogava seus pensamentos para fora, Damon não conseguia manter os olhos fixos em direção há ela. Intercalava-se novamente pelas redondezas do local.

– Deve ser só impressão. – Disse seco, quase inaudível. Não queria que ela percebesse com tamanha facilidade seus medos por aquela relação. Aquela era uma fase que deveria ser superada, estava tentando e Elena mesmo assim fazia questão em lembrá-lo.

Ela ainda o encarava seriamente, não convencida do que respondeu.

– Posso tentar tirar essa impressão?

Sem saber aonde a mesma queria chegar, deu os ombros.

– Tenta. – Afirmou, desinteressado. Bebericando um pouco de água em seguida.

– Pois bem. – Começou, desafiadora. – Teria coragem, na frente de todas essas pessoas de vir para o meu lado da mesa e me dá um beijo? Sem medo, sem receio dos outros?

Damon engoliu em seco.

– Elena, por favor.

– Não. Por favor digo eu. Damon, estamos em um restaurante elegante. Com pessoas sérias ou com ao menos alguma noção de etiqueta. Acostumadas com esse mundo. Além de mim deve ter passado outras dez celebridades por aqui, só hoje. Estamos rodeados de gente importante, há homens com suas amantes em poucas cadeiras daqui. Entende? Estão todos ocupados demais com sua vida pra se atentarem a de alguém que pra eles é normal. Eu, pra você ou pro seu irmão ou pra Mystic Falls... Eu posso ser diferente. Mas pra eles não. – Suspirou sôfrega, acalmando sua respiração agitada. – Então. Eu pergunto de novo: Teria coragem de vir até o lado dessa mesa e me beijar?

Devagar, Damon assentiu timidamente fazendo em seguida um riso resplandecente crescer nos lábios de Elena. Esperando que ele viesse até si, segurou o mesmo sorriso por alguns segundos.

Mas ele não veio. Continuou parado.

Sem aviso prévio, Elena levantou-se indo para a cadeira em seguida. Ao lado da dele. De imediato Damon tentou olhar para os lados, sendo atravancado pelas mãos dela que seguraram em seu queixo antes que ele fugisse.

Manteve as mãos ali.

Calmamente, juntou seus lábios ao de Damon sem abrir a boca por completo. De olhos abertos, ele conseguiu ver a reação de quem estava em seu alcance; Realmente, como Elena havia dito, ninguém parecia se importar. Só mais um casal qualquer se beijando.

Ao tentar entreabrir seus lábios e sentir os dele fechado, Elena abriu os olhos encontrando os de Damon intactos. Afastou-se alguns centímetros, colando sua testa na dele, onde a respiração nervosa de Damon a assustava. Aquilo para ele era realmente difícil, não era um capricho ou muito menos algo banal, mas tinha que persistir.

– Vai me fazer implorar? – Perguntou Elena, sentindo a voz fraca. – Porque eu imploro.

– Pelas condições... É provável que eu implore primeiro. – Disse ele, tão sem fôlego quanto a própria. O detalhe estava no fato de que nem sequer haviam se beijado ainda.

Dando um basta em sua sanidade, Elena quebrou a distância entre eles sem pensar se Damon corresponderia ou não. Mas foi inegável o prazer que sentiu quando ele fez, poucos segundos depois.

Em um impulso, Damon elevou as unhas para dentro dos cabelos dela controlando os movimentos de Elena em sua boca. Aquele era o primeiro beijo que trocavam em público e realmente sentia como o primeiro. A mesma sensação de descoberta, o mesmo receio, a mesma ansiedade e dúvida para o que viria a acontecer depois.

Apanhou uma das mãos livres dela e a segurou com força, sem interromper o toque das bocas. A outra se prendia na nuca dele para que pudesse puxá-lo caso ele fosse embora, pois estava decidida a só terminar aquele beijo quando o ar fosse completamente embora de ambos.

Estavam felizes com a quebra de mais um muro.

Uma pigarreada vinda proximamente foi ouvida. Devagar, ambos se separaram encontrando a face baixa do mesmo garçom de antes. Dessa vez envergonhado.

– Perdão. – Disse o homem, contagiando os dois com sua vergonha. Rapidamente, Elena regressou ao seu lugar e Damon retirou os resquícios de batom do canto de seus lábios. – Seus pratos chegaram. Podemos servi-los? – Perguntou, dessa vez olhando-os.

Elena preferiu responder.

– Sim, sim claro. Pode servir.


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Notas finais do capítulo

Capítulo curtinho meninas, comecei hoje e terminei hoje rs. Bom, o próximo vai ser o último do casal em nova york. Logo logo Mystic Falls (e seus problemas) voltam a dar as caras. Recebi poucos comentários pelo último capítulo, não gostaram? Bom, espero q com esse seja diferente. Era pra ser tudo junto, mas como sei q estão curtindo essa fase nova york, resolvi dividir.

COMENTEM... Aguardo suas respostas.