Tenha Fé ( Finalizada) escrita por dcm, Thaises Cullen


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Oi meninas, então, finalmente chegou. O último cap de Tenha fé!
Esse cap é dedicado as lindas leitoras que recomendaram a fic:
Leila Canuto
kanny
jcullen
Marina


Bom agradecimentos e avisos nas notas finais, mas agora, preparem os lenços por que o cap de hoje esta bem intenso.
Boa leitura



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POV Bela

– Jacob? O que você quer aqui?

– Ora... não posso vir visitar minha namorada?

Respirei fundo algumas vezes. Eu não iria perder a calma ou deixa-lo me intimidar. Já estava tudo acabado e continuaria assim.

Então reunindo toda minha coragem e falando com uma voz bem serena, porém firme eu disse:

– Eu não sou mais sua namorada Jacob, você sabe muito bem que nós terminamos.

Vi seus olhos faiscarem de raiva, mas ele estava disfarçando bem. Eu tinha que reconhecer que ele estava conseguindo manter a calma. Mas eu não sabia o que me assustava mais, um Jacob descontrolado ou um Jacob que parecia uma bomba relógio, pronto a explodir a qualquer momento.

– Ora, não vamos prolongar mais aquela briguinha boba que tivemos... Essa bobeira já durou tempo demais você não acha?

– Não eu não acho. Eu falei sério quando disse que estava tudo acabado. Até já enviei suas coisas que ainda estavam aqui para sua casa.

– É .... Eu recebi, por isso que vim até aqui. Você não achou isso muito frio de sua parte não Bella? Sério? Pelo correio?

– Eu só achei que seria melhor assim, talvez nós devamos ficar uns tempos sem nos vermos ou nos falarmos.

– Eu não concordo com isso. Acho que já ficamos longe tempo demais.

– Jacob, não insista... por favor, vamos pelo menos tentar salvar uma amizade de anos.....

– Eu não quero ser seu amigo Isabella, eu quero você para mim, como minha mulher! _ ele disse já perdendo a paciência.

– E eu já disse que isso não vai mais acontecer. Aceite Jacob, acabou.

Ele ficou vermelho. Suas têmporas estavam dilatadas e pulsando. Sua respiração saia em arquejos e eu via que ele apertava as mãos em punho.

Dei um passo para trás instintivamente.

Ele me olhou em dúvida e voltou a falar.

– Eu.... eu passei essas semanas correndo as redondezas atrás de você, mas quando voltei essa semana eu ouvi rumores...... rumores de que você teve alguns amigos hospedados aqui, por uns dias... isso é verdade?

Sim. _ foi tudo que eu disse.

– Me contaram que era um casal com dois filhos, uma garota e um homem...

– Alice e Edward.

Ele me olhava me avaliando, procurando algo. Eu sabia que não poderia deixar transparecer nada ou uma grande briga começaria e talvez durasse dias. Eu não queria trazer qualquer tipo de aborrecimento a Edward. Não agora que ele estava refazendo sua vida.

– Não conheço esses seus amigos.... e não lembro de Charlie falando esses nomes.

– Amigos novos.

– De depois do nosso termino?

Ele estava me sondando, mas nisso eu não precisava esconder nada, até por que , como ele mesmo já deixou claro, ele já estava sabendo bastante.

– Sim, eu os conheci quando cheguei da casa da minha prima.

– Não deveria enfiar desconhecidos dentro de casa Bella. É perigoso.

– Eu sei me cuidar Jacob. E eles nunca me fariam mal, confio minha vida a eles.

Algo perigoso nos olhos de Jacob brilhou. Eu não saberia dizer o que era. Só que nunca tinha visto aquilo.

Ele deu um passo para perto de mim, mas parou antes de dar o segundo. Ele parecia pensar em algo, parecia se decidindo sobre o que fazer.

– Eu.... eu imaginei que talvez você não voltasse atrás sobre nosso namoro. Trouxe algumas coisas suas que ficaram lá em casa. Esta lá no carro. Vamos pegar?

Pensei rapidamente percebendo que não me lembrava de ter deixado nada na cada dele.

– Não me lembro de ter esquecido nada lá.

– Alguns livros e uma muda de roupa. Nada grandioso, mas ... acho que vai querer de volta... como você disse..... vamos deixar tudo para trás.

Sabia que ele não concordava com nada daquilo, mas ele parecia estar se esforçando para ser racional então eu também não iria me fazer de difícil.

Indiquei que ele fosse na frente e logo o segui até sua picape.

POV Edward.

Eu andava de um lado para outro na sala de casa. O que nesse caso se limitava a um passo para cada lado. A sala era minúscula o que só me fazia ainda mais inquieto.

Eu me sentia como uma fera enjaulada.

Não prestava atenção em nada, não conseguia pensar em nada. Uma sensação ruim crescendo dentro de mim a cada minuto que se passava.

– Edward, dá para parar com isso? Céus! Edward vai fazer um buraco no chão se continuar com isso por mais tempo._ minha mãe reclamou.

– Eu não estou fazendo nada. _ falei de volta meio irritado.

– Exato, não esta fazendo nada, só esta como louco dando passos em todas as direções a uns 15 minutos. Desde que chegou da oficina para ser exata. Parece um bicho enjaulado.

– Sua mãe tem razão. Já falamos com você diversas vezes e nada de você responder. _ meu pai interveio.

Não querendo conversar resolvi sair de perto deles e fui para o jardim que na verdade era apenas meia dúzia de rosas plantadas em um metro de grama.

Lá eu recomecei meus passos coreografados de andar de um lado para outro.

Mas logo fui interrompido por uma mão firme que caiu por sobre meus ombros.

– O que você tem Edward? _ meu pai perguntou sério.

– Eu não sei. _ falei frustrado esfregando as mãos em meu rosto.

– Tem que ter algo te deixando inquieto desse jeito.

– Aí é que está. Eu acordei assim hoje, sem motivos. Durante o dia eu até consegui me distrair com o movimento na oficina, mas agora..... Parece que tem algo apertando meu peito pai. Algo ruim.... e esta aumentando tão rápido.

– Uma sensação ruim?_ ele perguntou preocupado.

– Não, mais forte que isso.

– Com sua irmã?

– Sei que vai parecer horrível... mas nem cogitei ela. É como se algo me dissesse que Bella precisa de mim. Sei lá, acordei assim hoje.

– E por que não liga para ela? Ou vai lá?

– Eu disse a ela que ficaria um tempo longe. E se ela não gostar. Quer dizer.. ..nós meio que conversamos e ela disse que ainda era cedo... que precisava de tempo. E se eu chegar lá e ela achar que estou forçando a barra....

Meu pai apertou meu ombro chamando minha atenção e fazendo com que eu me calasse.

– Arrisque. Até agora você não pode reclamar dos últimos acontecimentos.....não custa arriscar mais uma vez. Tenha fé!

Depois de dizer isso ele voltou para dentro de casa.

Olhei para o céu me perguntando o que fazer. Será que realmente tinha algo errado com ela? Ou era somente meu coração apaixonado inventando uma desculpa para poder vê-la?

Frustrado, sem saber o que fazer chutei uma pedrinha para longe e aceitei no portão bem na hora em que Alice entrava.

– Ei! Belo jeito de ser recebida. _ ela falou falsamente zangada.

– Oi baixinha._ falei sem entusiasmo.

– Baixinha é a ..... não, sua mãe é a mesma que a minha. _ ela falou contrariada. _ Ah, já sei. Essa vai doer mais. Sou baixinha, mas sou eu que vou passar a noite com Bella. _ ela disse satisfeita.

Meus olhos se arregalaram e eu segurei em seu braço impedindo sua passagem.

– Falou com Bella hoje?

– Ah, nem vem Edward. Quem combinou de ficar longe foi você. Eu estou com saudades dela e vou sim para lá hoje. _ ela dizia decidida.

– E como ela esta? Esta bem?

– O que foi? _ ela pareceu captar meu humor.

– Seu irmão esta inquieto...... com uma sensação ruim.

– Você também. _ ela sussurrou.

– Como assim? _ perguntei espantado.

– Eu também senti isso, por isso inventei essa visita em cima da hora._ ela falou pensativa.

– Chega. Eu não vou esperar mais.

Falei andando em direção a sala. Peguei minha carteira e quando ia pegar as chaves do carro me lembro de que o mesmo estava todo desmontado.

– Merda! _ esbravejei.

– O que foi?_ minha mãe perguntou

– Estou sem carro. Como vou chegar lá?

– Eu vou chamar um taxi para você. _ meu pai disse.

– Não vou ter como pagar um taxi pai. Não tenho grana para isso ainda. Estamos zerados, só vamos ter algum dinheiro semana que vem.

Ele pareceu concordar e também soltou uma imprecação.

Eu já passava as mãos pelo cabelo frustrado, tentando pensar em algo quando Alice volta para a sala nervosa.

– Edward, já liguei 3 vezes, para casa dela e para o celular, ninguém atende.

– Chega. Eu vou a pé se for preciso, mas vou!

Eles ainda me chamaram falando alguma coisa, mas eu não voltei para saber o que era. Apenas segui para em direção ao portão da casa e logo depois passando pelos fundos da oficina.

Ao passar por ali avistei a bicicleta de algum funcionário. Eu me lembrei de que ela estava ali há alguns dias, então resolvi pegá-la emprestada, mesmo sem avisar ao dono. Era uma emergência afinal.

A empurrei até o portão principal e logo subi nela e comecei a pedalar o mais rápido que conseguia.

POV Bella

Andei atrás de Jacob até a sua picape, mas em vez de apenas pegar o que quer que fosse que estivesse ali dentro ele abriu a porta me convidando a entrar.

– Não obrigada. _ eu declinei o convite. _ Quero apenas minhas coisas e depois vou entrar. Estou esperando alguém.

Percebi que ele travou o maxilar.

– Uma amiga. _ tratei de completar.

– Apenas suba Bella._ ele disse autoritário.

– Eu não vou subir, já disse.

Falei dando um passo para trás. Jacob me olhou com uma fúria contida.

– Eu. Disse. Para. Você. Entrar.

Dei mais dois passos para trás.

PERIGO!!!

Minha mente gritava para mim. Corra. Corra.

Mas eu demorei muito para tomar essa decisão. Eu fiz mal em confia no Jacob, mesmo que essa confiança fosse por estar em local aberto onde pessoas poderiam nos ver. Aparentemente Jacob não se importava com isso.

Assim que percebi que não havia nada no carro que fosse meu, que tudo aquilo era um truque para me fazer entrar ali eu me virei e sai correndo em direção a minha casa, mas antes que alcançasse a porta braços fortes me agarraram.

– Aonde pensa que vai? _ ele falou furioso.

– Me solta Jacob! _ eu disse gritando.

– Nada disso. Você é minha, e já que não entende isso por bem vai entender por mal. Se não quer ir comigo, tudo bem, vai ser aqui mesmo, afinal, eu já tinha escolhido essa casa para ser nosso ninho não é?!

Ele falava enquanto me arrastava para dentro da sala.

– Não! Jacob pare! Vá embora! Me solta!

Eu gritava desesperada. Eu queria mesmo chamar a atenção de alguém. Que alguém me escutasse e viesse me socorrer.

– Isso, grita! Grita bastante minha gatinha nervosa. Você sabe tão bem quanto eu que isso aqui é deserto. Não tem ninguém para te socorrer. Ninguém vem te salvar, você é só minha.

Ele tinha um prazer perverso na voz ao dizer isso. E constatar que ele estava certo só fez meu desespero aumentar.

Não tinha ninguém por perto para me ouvir. Minha esperança era Alice... Mas eu sabia que ainda iria demorar muito para ela aparecer.

– O que você quer Jacob? Fazer isso não vai me fazer voltar atrás. Brigar desse jeito só vai mostrar como eu estava certa em terminar com você._ eu tentava faze-lo enxergar a razão.

Uma risada histérica escapou dos seus lábios me fazendo gelar até a espinha.

– E quem disse que eu quero brigar com você? Ou mesmo conversar com você? Chega Bella! Eu tentei do jeito fácil, mas você não quis entender, então eu vou ter que te mostrar do jeito difícil que você pertence a mim e só a mim.

Ele encostou a porta da sala e me arrastou passando pelo corredor e indo direto para a porta que dava no porão.

Ele abriu aquela porta e quando vi que ele iria me levar lá para baixo eu comecei a espernear. O que aquele louco tinha em mente?

– Isso, grita mais grita. Você acha que tenho medo? Estou gostando ainda mais de ter você lutando. Assim quando acabar você vai estar mansinha e vai aprender que não pode me contrariar.

Ele agora me arrastava escada a baixo. Parou para trancar a porta do porão e eu aproveitei para correr para longe dele. Não que tivesse outra saída dali, mas pelo menos eu poderia tentar achar algo para me defender.

Mas não fui muito longe. Logo ele agarrava meu braço de novo.

– Não adianta tentar fugir não, você esta presa aqui. E acho que vai ficar alguns dias assim.

Logo que segurou meu braço Jacob olhou em volta e percebeu como tudo estava diferente.

– O que houve aqui? – ele perguntou casual, como se estivéssemos em uma conversa.

– Edward arrumou para mim. Ele cuidou da casa enquanto esteve aqui. Cuidou de mim!

Sei que era louca por estar irritando ainda mais ele, mas eu queria de alguma forma o ferir, o mostrar que mesmo brigando e me machucando eu não seria mais dele.

Eu só não contava com o quão louco ele era.

Algo novo aconteceu. Eu quase pude ouvir o estalo na mente dele. Quase pude ver ele realmente entendendo que eu não seria mais dele.

– Sua vadia! _ ele gritou ao me estapear.

O tapa foi tão forte que eu voei até o outro lado do porão caindo no chão.

Fiquei tonta e levemente desnorteada. Nem tive tempo de entender o que estava acontecendo. Logo que olhei para cima vi que não um Jacob raivoso vinha para cima de mim, mas sim um animal capaz de tudo.

Edward... socorro!

Isso foi tudo que pude pensar antes de ganhar um chute no estômago.

POV Edward.

Eu pedalava como um louco. Enfiava-me entre os carros e os cortava como se não fossem nada.

Eu nem se quer ouvia os gritos, buzinada e xingamentos que eram dirigidos a mim. Tudo que minha mente pensava era que eu tinha que ir mais rápido.

Então, por um momento eu pude ouvir a voz de Bella em minha mente.

Edward... socorro!

Eu nunca antes tinha sido do tipo que acreditava nessas coisas. Mas desde que Bella apareceu em minha vida eu aprendi a não duvidar de mais nada.

Era ela, eu tinha certeza de que era a voz dela, eu não estava imaginando. Ela estava me pedindo socorro.

Se antes eu pedalava com toda minha força, agora eu pedalava como se minha vida dependesse disso. Imprimi ainda mais força ao meu ato e pedi a Deus que ele me desse ainda mais força pois aquilo ainda não era suficiente.

Olhei para o lado e calculei. Sabia que se virasse agora saindo da via expressa e entrando na contramão eu pegaria um atalho para casa dela. Assim como sabia que andar de bicicleta na contra mão em uma pista de alta velocidade era suicídio de minha parte. Mas quem disse que eu estava preocupado em morrer?

Sem pensar uma segunda vez eu girei com tudo na bicicleta e vi um clarão dos faróis de um grande caminhão vir diretamente para cima de mim.

Não havia tempo de me desesperar ou de pestanejar nas minhas ações.

Sem me deixar abalar por aquilo apenas desviei do caminhão percebendo que agora um carro vinha para cima de mim.

Continuei assim, desviando de um carro e outro a cada segundo, sem tempo nem de pensar no que eu estava fazendo.

Constatei que naquela velocidade e trajeto que eu fazia eu chegaria à casa de Bella em uns 10 minutos, mas sabia também que isso ainda não era o suficiente.......

POV Alice.

Como se não bastasse eu ter acordado agitada e nervosa com pressentimentos em relação à Bella hoje, eu encontro um Edward descontrolado pelo mesmo motivo quando volto para casa.

Já haviam se passado uns 15 minutos desde que ele havia saído daqui para ir ver como ela estava. Eu sabia que ele ainda deveria estar na metade do caminho ou talvez nem isso.

Eu andava de um lado para o outro da sala apenas rezando e pedindo a Deus que ela estivesse bem.

Eu já havia acabado com todos os créditos do meu celular pré-pago que havia ganhado de Bella. Inúmeras ligações e ela não atendeu a nenhuma, sempre caia na caixa postal. Agora eu estava agarrada ao telefone da casa fazendo as mesmas ligações sem me importar se teria que gastar todo meu salário para pagar aquela conta do telefone. Tudo que eu queria era que ela atendesse aquele telefone, talvez até xingando a pessoa que não estava a deixando tomar um banho direito e sossegada. Eu só queria saber que ela estava bem...... que a minha irmã de coração estava bem..... que o meu anjo da guarda estava bem.

Mas eu sabia em meu intimo que ela não estava. Eu sabia que agora era ela quem estava precisando de um anjo. Eu só esperava que meu irmão a ajudasse.

Continuava a andar de um lado para o outro quando minha mãe me chamou.

– Filha, o jantar está pronto.

– Eu não vou conseguir comer mãe. _ falei choramingando.

– Venha comer algo Alice, você só esta com o café da manhã. O seu pai já foi até o vizinho que ele conheceu no meio da semana, ele disse que ia tentar pedir uma carona, vamos comer que se tudo der certo logo nos vamos estar indo para casa de Bella para ver como ela está.

Mesmo estando um pouco preocupada minha mãe ainda achava que eu e meu irmão estávamos exagerando. Afinal, não haveria possibilidades de nós sabermos realmente que tinha algo acontecendo com ela.

Sem ter como comprovar minhas teorias e pressentimentos me dei por vencida e me virei para ir em direção à cozinha e vi minha mãe abrir um largo sorriso por ter me convencido a comer algo.

Mas antes que eu desse o terceiro passo eu ofeguei.

Tudo a minha volta sumiu e a minha frente eu vi uma Isabella ensanguentada e cuspindo sangue. Um homem estava por cima dela e abria a boca como se gritasse com ela. A sacudia e batia em seu rosto. Mas meu desespero mesmo era ver que o homem segurava seu membro na mão e tentava a todo custo abrir as pernas de Isabella.

CÉUS!!!!! ELA IA SER ESTUPRADA!

Por um momento perdi as forças e me deixei cair no chão. Lágrimas varriam meu rosto e eu dei um grito desesperado!

– NÃO!!

– Filha, Alice o que houve?_ minha mãe perguntou desesperada ajoelhando a minha frente.

Mas eu não consegui responder a ela. Apenas me virei e peguei o telefone que também havia caído no chão.

Rapidamente meus dedos voaram pelo teclado fazendo aquela ligação que na verdade deveria ter sido a primeira que deveríamos ter feito.

911

Qual a emergência? _ uma voz monótona soou do outro lado da linha.

– Socorro, minha amiga esta sendo violentada na casa dela.

Apenas vi minha mãe cobrir a boca com as mãos para abafar um possível grito ao mesmo tempo que seu rosto era banhado por lágrimas de desespero.

POV Bela.

Eu já não conseguia pensar muito bem.

Tudo que sabia era que estava sendo espancada por um Jacob que estava fora de si.

Ele gritava coisas desconexas. Xingava-me ao mesmo tempo em que dizia me amar.

– Como pode sua vadia? Eu te procurando como um louco para voltar com você e você aqui, enfiando outro na sua casa, na nossa casa! Eu não tive outra mulher depois de você e você se esfrega com um total estranho que bate na sua porta. Sua puta!

E outro tapa estala em meu rosto.

– Eu ... não.....

Eu queria dizer a ele que não tinha me esfregado com ninguém... céus, nem mesmo beijado Edward eu tinha. Eu não devia nenhum explicação ou muito menos fidelidade a ele, mas eu queria que ele parasse de me bater.

Mas eu não tinha forças para formar uma frase e ele também não me dava tempo para isso.

– Calada! Não quero ouvir sua voz!

Outro soco no estômago.

Cai de joelhos vomitando algo no chão.

Eu não aguentaria muito mais tempo daquilo. Sentia minhas forças me deixando pouco a pouco.

Comecei a chorar ali mesmo, de cara no chão em cima do meu vômito.

Senti uma mão tocar meu cabelo e me encolhi com medo de apanhar.

Mas do contrario das outras vezes o tapa não veio. Seu toque foi suave, um leve cafuné.

– Não chore meu amor. Já passou.

Ele me levantou me apoiando contra uma mesa antiga que tinha ali. Tirou sua blusa a passando no meu rosto limpando tanto o sangue quando os restos de vomito que tinha grudado ali.

Ele estava sendo carinhoso o que só mostrava o quão doente ele era.

– Já acabou, acho que agora você já aprendeu não é? Você é minha. Diga? Diga para eu ouvir.

Olhei para ele como se outra cabeça estivesse nascendo ali.

Sério? Ele me espancava e agora queria uma declaração de amor de minha parte?

– Anda Isabela? Você é de quem? Quero ouvir!

O tom ameaçador não me deixou duvidas de que ele falava sério. Bom, ele poderia ser louco, mas eu não era, não queria apanhar mais. E no momento não me restava saída a não ser alimentar as fantasias daquele louco.

– Sua... sou sua. _ falei chorando.

– Pronto. Não precisa chorar mais. Já vi que aprendeu então vão vou mais te castigar.

Então ele olhou para baixo e um sorriso nasceu retorcido em seus lábios.

– Olha. Acabei sujando sua roupa de sangue... melhor tirarmos isso._ ele tinha um ar safado ao dizer isso.

Na hora me retrai e me afastei dele.

– Não.. não precisa... depois eu troco sozinha. _ falei cruzando meus braços na frente do meu corpo tentando me proteger dele.

Percebi que ele se zangava de novo.

– Ora Isabella, se você é minha, nada mais normal do que cuidar do que é meu.

Ele falava dando outro passo para perto de mim. Ele tenteou erguer minha camiseta, mas eu fiz força a puxando para baixo de novo.

– Por favor, não!_ implorei.

Outro tapa estalou em meu rosto.

Cuspi sangue na mesa e sentia ainda mais sangue descer por minha garganta me deixando nauseada.

– Pelo visto ainda não aprendeu direito não é? Você é minha e vai fazer o que eu quiser na hora que eu quiser.

Ele me prensou contra a mesa e passou a mão pelo meu corpo.

Uma vontade de vomitar veio com força e por pouco não vomitei em cima dele.

– Mas essa lição eu vou gostar ainda mais de te dar, e sei que você vai gostar de receber.

Então mesmo me prensando contra seu corpo ele conseguiu se desfazer da calça que usava e da minha.

Não sei como ele pode ser tão rápido, só sei que do nada eu senti seu pau roçando minha intimidade por cima da calcinha.

POV Edward.

Eu não sabia como havia chegado ali tão rápido, tudo que sei é que 20 minutos depois de ter saído de casa eu largava a bicicleta em frente a porta de Bela.

Eu havia freado tão forte que acabei caindo junto com a bicicleta em seu gramado. Levantei-me de qualquer jeito e comecei a esmurrar a porta dela chamando por seu nome.

Nada, nem um único barulho. Parecia que ela não estava em casa.

E se fosse assim o que eu faria? Para onde eu iria para procura-la? Eu não conhecia nenhuma de suas amigas e a policia só aceita queixa depois de 48 horas que uma pessoa desaparece.

Desesperado por uma ideia eu me apoiei na porta dela e com a leveza do movimento eu senti a porta deslizar um pouco. Será?

Girei a maçaneta e para meu espanto a porta estava aberta. Entrei correndo na casa percorrendo todos os cômodos, mas não achei nada.

Subi ao seu quarto e nem sinal dela.

Desci até a sala de novo e me joguei no chão da sala desesperado, comecei a pedir um sinal. Eu só precisava de um sinal.

Eu sabia que meu anjo estava precisando de mim. Sabia que era a minha vez de salvá-la como a uma semana atrás ela me salvou. Eu só precisava de um sinal para poder saber onde ela estava.

Em meio as minhas preces eu ouço barulho de algo se quebrando.

Levanto apurando meus ouvidos tentando decifrar de onde veio o barulho.

Então eu grito abafado de Bella me atinge.

Ele estava fraco e abafado como se viesse de algum lugar........ O PORÃO!

Assim que percebi de onde vinha o som eu corri até a porta que levava ao porão.

Tentei abrir, mas a mesma estava trancada. Praguejei e tentei mais uma vez.

Logo ouvi outro grito dela e uma voz de homem a mandando calar a boca.

Alguém estava ali com ela... alguém a estava machucando.... um homem feria meu anjo.

Comecei a chutar a porta com toda minha força. Precisei dar alguns chutes para conseguir arrombar a porta.

Assim que se abriu os gritos e xingamentos chegaram claros aos meus ouvidos. Desci as escadas correndo o mais rápido que minhas pernas conseguiam e a visão que tive foi pior do que eu poderia ter se quer imaginado.

Um homem estava por cima do meu anjo beijando seu seios expostos. Ele estava pelado da cintura para baixo e segurava seu membro com uma mão enquanto com a outra forçava Isabella a permanecer naquela posição!

Uma bile ardente subiu por minha garganta. Mas mais forte do que isso, uma força vinda não sei de onde se apoderou do meu corpo. Eu não podia negar que o homem a minha frente era maior e mais forte do que eu, mas com a fúria que dominava meu corpo ele era café pequeno comparado a mim.

Uma ira nunca antes sentida por mim tomou conta do meu corpo e um rosnado animal escapou por minha garganta.

Tudo isso levou menos de um segundo para acontecer. Ao soltar aquele som os dois olharam em minha direção.

Isabella olhou para mim como se eu fosse o seu Anjo e o homem como se eu fosse o próprio demônio.

– Solte-a!

Eu gritei ao mesmo tempo em que me lançava em cima do homem.

Com o impacto nos dois caímos no chão do outro lado do porão.

Aceitei dois socos na cara do homem, mas o mesmo também acertou um chute no meu estomago.

Com a dor e falta de ar dei um passo para trás o que foi o suficiente para o homem levantar e vir para cima de mim.

Logo socos e chutes eram desferidos por nós dois.

Ambos estávamos machucados, mas continuávamos firmes na briga.

Em um erro de calculo o homem se inclinou de mais para me dar um soco na cara o que me permitiu desviar a tempo me abaixando e assim dando um gancho de direita nele acertando em cheio o seu maxilar.

Ele cambaleou para trás e aproveitando eu desferi outro soco na cara e logo outro em seu estômago. Ele caiu ajoelhado e logo lhe dei um chute na cara fazendo com que ele caísse no chão.

Vendo ele caído eu não tive pena, continuei a chutá-lo no estomago e na cara, a minha fúria não diminuía por vê-lo desacordado.

– Desgraçado! Vai pagar por encostar nela seu animal!

Não nego que minha vontade era mata-lo por ele ter a ousadia de achar que podia fazer aquilo com ela. E eu provavelmente teria continuado até mata-lo se não fosse pela voz dela me chamando.

– Edward?

A voz dela estava fraca e era mais um murmúrio do que outra coisa, mas foi o suficiente para me parar e me levar de volta ao que realmente importava ali. Ela! Unicamente ela!

– Bella! _ corri me ajoelhando ao lado do seu corpo caído desajeitadamente no chão.

Ela virou o rosto para me ver e deu um sorriso fraco, mas verdadeiro.

– Você veio. Veio me salvar meu anjo. Obrigada! _ ela dizia com uma intensidade e sinceridade esmagadora.

Não sei dizer em que momento exatamente eu tinha começado a chorar, só sei que quando percebi minhas lágrimas caiam em cima do seu rosto agora manchado por sangue e já inchado dos tapas e socos que ela recebeu.

– Eu..... me perdoe... eu não fui rápido... não cheguei antes dele te bater..... _ eu dizia entre um soluço e outro.

Mas ela me interrompeu segurando meu rosto.

– Você chegou na hora certa. Me salvou do pior. Obrigada.

Constatar do que ela falava fez meu corpo quase convulsionar de desespero. Tremores passaram por mim e um soluço alto escapou de meus lábios e eu me vi abraçando ela e a trazendo para meu corpo com todo cuidado pelos machucados que ela tinha.

Lembrei que ela estava nua e tirei meu casaco colocando por cima dela para cobri-la e a abracei tentando de alguma forma confortá-la e me provar de que ela estava em meus braços e a salva.

Mas nessa hora eu a senti ficar tensa em meus braços e quando olhei em seu rosto ela estava com uma expressão de apavorada olhando para um ponto fixo atrás de mim.

Virei minha cabeça apenas para ver o louco me acertando com um pedaço de madeira.

Tudo escureceu a minha volta e eu me senti cair de lado no chão. A inconsciência queria me tomar, mas eu me forcei a não desmaiar. Bella ainda precisava de mim. Eu tinha que resistir.

– Vadia! Com ele você não luta não é?! Cadela safada! Você é minha! Ninguém pode te tocar além de mim!

O homem estava louco. Lentamente eu abri meus olhos e o vi alternar um olhar furioso entre Isabella e eu.

– Não vai mais tocar nela! _ falei ameaçadoramente. _ Eu mato você antes.

Ele soltou uma risada doentia e voltou a me olhar.

– Você me pegou de surpresa antes, mas quero ver conseguir agora.

Então ele sacou uma arma de dentro do casaco. Ele mal conseguia se manter de pé, mas segurava aquela arma bem firme apontando em minha direção.

– Dê um passo e eu te mato!

Na hora meu instinto de sobrevivência me fez me encolher e ficar calado. Mas no segundo seguinte algo me veio a mente.

Sempre ouvi falar que em momentos assim as pessoas pensam nas coisas mais ridículas possíveis. E agora eu sou obrigada a concordar.

Com tudo aquilo acontecendo o que me veio a mente foi um pedaço de uma letra de música de um grupo que eu gostava muito de ouvir

Meu melhor amigo me deu o melhor conselho

Ele disse: cada dia é um presente, e não um direito adquirido

Não deixe pedra sobre pedra

Deixe seus medos pra trás

E tente ir pelo caminho menos viajado

O primeiro passo que você dá é o mais longo deles

Se hoje fosse seu último dia

Se amanhã fosse tarde demais

Você poderia dizer adeus para o ontem?

Você viveria cada momento como se fosse o seu último?

Deixaria velhas fotos no passado?

Doaria cada centavo que você tivesse?

Se hoje fosse seu último dia

Ajudar os outros deveria ser um modo de vida

O que vale o preço sempre se vale a briga”

E ali estava a frase que eu nunca soube entender o significado. “ O que vale o preço sempre vale a briga”

Agora eu entendia. Minha vida era o preço e Isabela valia a minha vida e ela com toda certeza valia a briga. Eu não me importava de morrer agora, desde que morresse sabendo que esse monstro nunca mais chegaria perto dela.

Então eu me levantei cambaleante e olhei dentro dos olhos daquele animal.

– Você. Nunca. Mais. Encostará. Nela._ eu rosnei para ele.

Nesse momento as sirenes de polícia soaram se aproximando e freadas bruscas de alguns carros soaram alto. Vozes gritavam e comandavam que os policias entrassem na casa.

O cachorro xingou e eu sorri para ele.

– Acabou.

Então ele olhou dentro dos meus olhos e engatilhou a arma. O sorriso não saiu do meu rosto. Ele até poderia ter tempo de atirar em mim, mas com certeza não teria tempo de um segundo disparo e nesse caso Isabella estava a salvo.

Mas para minha surpresa ele desviou a arma de mim e apontou para ela.

– Se você não quer ser minha não vai ser de mais ninguém!

Em câmera lenta eu vi o dedo dele ir para o gatilho e sem pensar em mais nada eu me lancei contra ele ao mesmo tempo em que ele atirava.

Caímos os dois no chão e rapidamente ele se levantou. Eu tentei fazer o mesmo, mas por algum motivo minhas pernas não me obedeciam.

Ele mirou novamente a arma em mim, dessa vez em minha cabeça, mas nesse momento dois policiais desciam as escadas do porão e deram 3 tiros no peito dele e o mesmo caiu já morto no chão.

Soltei um suspiro de alivio. Senti a paz me invadindo. Comecei a ouvir vozes ao longe, mas nenhuma chegava a compreensão da minha mente.

Logo fui rodeado por policiais que por algum motivo estavam nervosos.

Isabella agora vestindo meu casaco se debruçou sobre mim e parecia estar gritado com alguém. Ela abria a boca e olhava para todos os lados falava com todos ao mesmo tempo. Eu não entendia o seu desespero. Ela estava a salvo agora e isso era o que importava. Senti um sorriso se formar em meu rosto.

Ela estava salva. Eu podia descansar agora. Eu já tinha salvo meu anjo.

E bem nessa hora um grande cansaço se abateu sobre mim me forçando a fechar meus olhos. Assim que eu os fechei pude entender uma última frase dita por Bela.

– Não se atreva a fechar os olhos Edward. Você tem que ficar acordado. Você não pode morrer. Não pode. Por favor...... por favor..... eu te amo!

Eu quis muito responder a ela um “ Eu também te amo!” Mas eu não consegui, tudo que fiz foi me entregar a paz que parecia me envolver..........

{...}

Bip.... Bip....

Bip.....Bip....

Bip...... Bip……

Que coisa irritante é essa que não para de apitar?

Lentamente minha mente foi voltando a trabalhar. Tentei abrir meus olhos, mas não consegui. Minhas pálpebras pareciam pesar uma tonelada.

Tentei falar, mas eu parecia ter engolido um cortador de grama. Minha garganta estava áspera e ardendo muito.

Por que droga de motivo eu não conseguia acordar?

Então flashes de uma luta invadiram minha mente. Era eu e ... eu estava lutando com um homem que eu nunca tinha visto antes na vida.

Nesse momento eu me lembrei de tudo. Desse desgraçado tentando matar Bella, de eu pulando na frente da bala, dos policiais o matando....... e de Bella dizendo que eu não podia morrer por que...... por que ela me amava.

E eu lembrei que não tinha dado uma resposta a ela? Será que ela ainda estava aqui do meu lado esperando a resposta?

– Eu também te amo Bella! _ me forcei a falar abrindo de uma vez os olhos.

Uma claridade intensa me cegou na hora e falar fez parecer que eu tinha engolido um ferro em brasas. Minha garganta pegou fogo o que me fez choramingar.

Tentei me levantar, mas uma mão suave me empurrou de volta para a cama.

– Não. Não pode. _ uma voz melódica falou.

Eu conhecia aquela voz. Era a voz do meu anjo. De Bella.

– Bella... o que....

– Shiiiii.... se acalme... não pode se agitar. Já chamei a enfermeira.

– Enfermeira? Onde estou? O que?

Eu ainda não conseguia enxergar e falar doía muito. Eu tentei me mexer mais uma vez, mas agora outras mãos me deitaram dessa vez com mais força e sem carinho.

Um segundo se passou e uma voz estranha falou.

– Isso vai fazer ele dormir, já já o medico vem.

– Obrigada _ a voz do meu anjo soou de novo.

– Bella, por favor, não quero dormir......

– Fique calmo, vai ser só um pouquinho, você não pode ficar nervoso, vai acordar melhor.....

Então ela segurou minha mão e seja lá o que estiver acontecendo ela esta comigo.

– E só para você saber eu também te amo muito meu Anjo. _ foi à última coisa que ouvi antes da inconsciência me tomar de novo.

{...}

Mais uma vez a minha mente voltava a funcionar. Dessa vez de alguma maneira eu sabia que tinha ficado fora do ar por pouco tempo.

Minha garganta já não doía tanto e quando tentei abrir os olhos eu o fiz sem grandes dificuldades. A claridade me cegou mais uma vez, mas eu sabia o que fazer. Fechei os olhos e tornei a abri-los bem devagar, piscando algumas vezes no processo.

Assim que consegui mantê-los abertos sem que doessem dei uma olhada em volta. Branco era tudo que eu via. Eu estava sem dúvidas em um quarto de hospital.

– Bem vindo de volta. _ uma voz rouca falou.

Olhei em volta procurando o dono dela e um homem de meia idade sorrindo me encarou. Ele vestia um jaleco branco então deveria ser um médico.

– Onde estou? _ minha voz soou estranha para mim.

– No hospital de forks. Sou o doutor Aro Volturi. Posso te fazer algumas perguntas?

– Onde esta Bella?

– Ei, sou eu que vou fazer as perguntas. Responda a todas que você já vai vê-la. _ ele falou bem humorado.

– Qual seu nome?

– Edward Cullen.

– Sua idade?

–26.

– O nome dos seus pais?

– Carlisle Cullen e Esme Cullen e antes que você pergunte tenho uma irmã que tem 20 anos, mas aparenta ter uns 15 de tão pequena que é. _ falei um tanto chateado com as perguntas, mas acabei dando uma risadinha pela piada que fiz.

– Ok, vejo que não tem problemas com amnésia ou algo parecido. Diga-me Edward, algo dói. Não esconda nada, tudo é importante.

Dei uma leve checada no meu estado.

Cabeça latejando? Ok

Braços e pernas doendo? Ok

Estomago embrulhado? Ok

– Bom Dr. Aro, tudo dói na verdade. Minha cabeça parece que vai explodir e meu estomago parece prestes a colocar tudo para fora, embora eu ache que não tenha nada dentro dele.

Ele deu uma risadinha e se aproximou com uma injeção na mão.

– Tudo isso que falou é completamente normal. Você passou muito tempo dormindo e essas reações são normais mesmo.

Ele injetou algo no meu soro.

– Logo o enjoo vai passar e as dores vão diminuir. Mas aviso que por uns dias a sua alimentação vai ser somente líquidos ok?! Temos que ir acostumando seu corpo a ingerir comida bem aos poucos.

– Do que você está falando? Por que meu corpo se desacostumou a comer?

O médico pareceu meio desconfortável.

– Bom, sua família esta aí fora muito ansiosa por ver você. Será que posso manda-los entrar?

– Claro.

O médico assentiu e foi até a porta a abrindo e mandando alguém entrar.

Logo meus pais, Alice e Isabella entravam no quarto.

Ofeguei ao ver o rosto do meu anjo. Meu coração disparou em meu peito e vergonhosamente o monitor cardíaco acusou isso. Todos soltaram risinho menos ela que parecia tão emocionada quando eu.

Mas então eu percebi algo. Seu rosto não tinha uma marca se quer. Nem mesmo um vestígio da surra que ela havia levado daquele animal. E eu sabia que algumas marcas mesmo com medicação levariam semanas para sumir.

Voltei-me imediatamente para o médico e perguntei:

– Por quanto tempo eu dormi?

Mas foi Bella quem respondeu.

– Você ficou em coma por 3 meses Edward.

– 3 meses?

– Sim.

Ofeguei. Tanto tempo?

– Eu ... quer dizer... eu estou...

– Você esta bem agora Edward. _ o medico respondeu.

– Foi por pouco, o tiro que levou passou ao lado do coração destruindo uma artéria. Tivemos que fazer uma cirurgia de emergência em você e por muito pouco você não morreu. Mas acho que você tem muita vontade de viver meu rapaz. Parabéns!

Então depois de dizer mais algumas recomendações como eu não me esforçar ou me emocionar muito o médico se foi garantindo voltar mais tarde.

Logo minha cama foi rodeada pela minha família e por ela.

– Ainda bem que acordou Edward. Já estávamos enlouquecendo meu filho. _ minha mãe falou com lágrimas nos olhos.

– Todos estávamos com medo. Menos papai. Ele ficava dizendo o tempo todo....

– Para terem fé! _ interrompi Alice.

– Como sabe?_ ela perguntou.

– Eu aprendi que a fé do papai é inabalável.

Olhei para meu pai que chorava como uma criança e veio me abraçar.

– Mas eu tive medo meu filho._ ele disse soluçando.

– Mas isso não tirou a sua fé. Obrigada pai. Obrigada por me ensinar o mais importante na vida. A ter fé. _ eu falei também chorando e lembrando como tudo mudou depois que eu me permiti realmente acreditar naquilo.

Depois de ser quase sufocado pelo abraço dos meus pais, Isabella se aproximou de mim.

Toquei seu rosto com delicadeza e quase com adoração.

– Como você esta? _ perguntei preocupado.

Ela bufou e sua expressão ficou zangada.

– Você leva um tiro, fica em coma por 3 meses e se preocupa em como eu estou?

Dei um sorriso e a puxei pela cintura.

– Se você estiver bem eu vou estar bem Bella. _ falei como se fosse óbvio aquilo.

Ela me encarou com olhos marejados e se inclinou encostando de leve seus lábios nos meus. O monitor cardíaco disparou de novo. Ignorando o bip irritante e os meus familiares que estavam ali rindo eu a segurei pela nuca e passei minha língua pelos seus lábios pedindo passagem. Passagem essa que ela me concedeu prontamente.

Logo nosso beijo ficou intenso e urgente. Um pigarro do meu pai me fez lembrar que não estávamos sozinhos e embora aquele fosse o nosso primeiro beijo e eu não quisesse encerrá-lo eu sabia que precisava.

– Eu te amo! _ ela disse assim que meus lábios se separaram dos seus.

Um sorriso nasceu em meus lábios enquanto eu me deleitava com a sensação de ouvir aquela frase pela terceira vez, mas estando pela primeira vez consciente o bastante para respondê-la.

– Eu também te amo!

Fim!

PS: Ainda vai ter o Epílogo.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam da fic?
Eu particularmente amei escrever Tenha fé! Ela teve um sabor único para mim, ela foi emocionante e tocou um lugar especial em meu coração.

* Gostaria de deixar um aviso importante aqui*
Sabemos que isso é uma fic e tudo mais, mas tb sabemos que essas coisas acontecem na vida real. Vemos todos os dias pela TV que namorados e maridos em ataques de fúrias matam ou machucam gravemente suas companheiras. O problema é que isso nunca vem do nada. Pessoas desequilibradas nunca surtam da noite para o dia, elas sempre começam dando pequenos sinais, o problema é que as pessoas apaixonadas tendem a ignorar esses sinais. Então meninas, se por acaso isso acontecer com vcs ou com uma amiga de vcs não ignorem, lembrem da fic e alertem que as vezes pequenos sinais levam a coisas maiores.


** Bom agora outro aviso: Eu postei uma fic que vai ficar no lugar de Tenha fé!
Eu só começarei mesmo a postar depois que postar o Epílogo de Tenha fé!
Mas caso vcram saber qual será, aqui esta o link:
http://fanfiction.com.br/historia/421706/Past_Mistakes/

Bom é isso meninas, até o Epílogo na segunda feira.
bjs
Daniela

Beta: é pessoal ainda tem mais ...
Me emocionei e lagrimas vieram aos olhos .... Capitulo imenso mais ta ai ... betado
Ate o epilogo ;)
E tenha Fe e calmaaaaaa .... eu betei sobre pressão isso é indignante
Ninguém se lembra de mim agora pra cobrar ... vem com pressão sei não viu ?
Mais tudo bem ... a Dani fez um capitulo imenso tbm culpem ela ...
Não to chatiada pela pressão .... :/ :D mais ta
Ate o próximo .....