Três Reis Contra O Tempo escrita por Lord Iraferre


Capítulo 8
Ep 1: Ato II: Problemas Atemporais Parte Final




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/386048/chapter/8

Quando tudo parecia azul, e o mar e o céu pareciam se fundir em um só, Brady fechou os olhos com força. Aquilo não podia ser real, certamente não podia. Devia ser um sonho maluco e quando abrisse os olhos novamente tudo voltaria ao normal, ele devia ter caído da cama, ou do sofá! Sim era isso, ele havia caído do sofá e logo, alguém viria acordá-lo daquele pesadelo. Com certeza aquilo era um pesadelo, Brady se lembrava de comer a refeição de Mason, e ela estava envenenada... Bem não importava, logo tudo aquilo se resolveria e Mikayla viria acordá-lo, se tivesse sorte poderia arrancar um beijo dela...

— Brady, por favor abra os olhos! — sussurrou uma voz como música em seus ouvidos, ele sorriu.

— Mikayla? Trouxe minha torta pós-café e pré-almoço? — alguém puxava seu ombro com força, agitando-o. — Pera ai, só mais cinco minutinhos...

Neste momento um tapa acertou seu rosto obrigando-o a abrir os olhos, algo quente escorria pela sua face ardente.

— AAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!! — isso foi tudo o que Brady conseguiu dizer.

— ESTÁ VIVO!!! — gritou uma voz gutural, erguendo-o no ar como se fosse um saco de batatas chips de queijo artificial 14, vazio. — PARA O SACRÍFICIO!!

Urros de uma plateia ovacionando quase ensurdeceram Brady, a sua frente um homem bombado, tomado por centenas de cicatrizes no rosto o agitava em meio a rugidos.

O homem bombado aproximou Brady de seu rosto, que era duas vezes mais alto, e quatro vezes mais largo, só podia ser um gigante.

— Espero que morra bem, rei antigo, perdi três coroas acreditando que você estava morto. — diz o homem seu rosto uma carranca, sua voz conseguindo ser mais tenebrosa que sua expressão.

Brady já nem conseguia mais gritar tamanho era seu horror...

— Abra os olhos!

— Abra os olhos seu rei idiota! — diz Mikayla lhe dando um tapa forte.

— Afaste-se monstro!! — diz Brady abrindo os olhos enquanto a empurrava para trás. — EU NUM QUERO MORRRRRRRRRRRREEEEEEEEEEE!!!

— Para de graça Brady! — diz Boz, tomando um soco do irmão e caindo no chão de pedra áspera com um baque, ao tentar ajudar.

— Graças a Deus, ele está vivo! — diz Boomer em um dos cantos acordando por causa do barulho, seu sorriso mais brilhante que a pouca luz que entrava no ambiente. — Pensei que havia te perdido mano!

Boomer abraça Brady, que se levanta assustado. E olha ao redor perdido.

— É cara — diz Boz se levantando. — Faz mais de doze horas que você não acorda, tá certo que isso não significa muita coisa para um rei preguiçoso como você, mais depois da centésima bofetada, jurava que a Mikayla havia te matado com seu excesso de carinho.

Brady ficou em silêncio, seus irmãos estavam ao seu lado, ajoelhados, enquanto Mikayla sentada ao lado de sua cintura se distanciava para o local mais distante, onde Boomer estivera dormindo, estava escuro mais dava para ver que seu rosto estava vermelho, ele só não sabia o porque. Estava deitado em algo duro, e uma luz rala entrava do teto, através de uma grade muito distante.

— Onde estou? — diz Brady com esforço. — O que aconteceu? Que dia é hoje? Em que ano estou? Cadê o pote de geleia gigante?

Brady se sentou as mãos na cabeça, se sentia imundo como um squock.

— Eu respondo. — diz Boomer, para Mikayla que assente calada, ficando de costa para eles. — Estamos no que sobrou do castelo de Kinkow...

— Agora chamada de prisão de Kinkow... — diz Boz apontando ao redor, eles estavam em uma cela, uma cela sinistra feita de blocos lisos de pedra, cheia de sombras e trevas.

— O que? — diz Brady engasgando.

— Depois que Kinkow foi destruída em nosso tempo, fomos trazidos para cá — explicou Boz. — Para o futuro, eu acho, o que cá entre nós está bem aquém das expectativas.

— Então não foi um sonho? — diz Brady se desapontando. — Havia vulcões explodindo, zebras fazendo numero dois por todos os lados, e um homem bombado e horroroso fedendo a...

Brady passou as mãos pelo rosto, ao baixá-las viu que elas estavam tingidas de vermelho.

— Não, não foi um sonho — diz Boomer, colocando uma das mãos no ombro de Brady, seu sorriso anterior desaparecendo. — Quando chegamos aqui, fomos levados a julgamento, fomos condenados por isso fizeram pinturas vermelhas em nosso rosto para nos marcar... Seremos todos sacrificados em três dias.

— Por um instante eles pensaram que você havia morrido ao ver a queda de Kinkow — diz Boz. — Eu não acreditei nisso — após um silêncio cheio de culpa. — Está bem, por um tempinho eu achei que você tinha partido dessa para melhor.

Brady demorou para digerir tudo o que eles haviam dito.

— Vocês estão me dizendo que estamos no futuro, e o futuro é uma cela encardida e uma promessa de morte em três dias?

— Bom garoto, você aprende rápido, te daria um biscoito se tivesse um — diz Mikayla com uma ironia cruel.

— Dá para acreditar nisso? — diz Boz ignorando Mikayla, rindo da confusão de Brady.

— Que bom que você entendeu nossa situação rápido. — diz Boomer. — Porque o Boz ficou doidão quando entendeu e quase subiu pelas paredes... Surtou geral.

— Ha! — diz Brady dando risada. — Mais é claro, porque eu deveria me preocupar? Só estamos aqui... Presos, nos destroços do meu castelo... PARA MORRER EM TRÊS DIAS!! AHHHHHHHHAAAAAAHHHHHHHHHHHAAAAAAH!!!

Brady começou gritar desesperado, pulou sobre as grades, chacoalho-as, deu murros nas paredes, chorou se arrastando pelo chão... E de repente ficou calmo de uma hora para outra.

— Ufa, eu precisava fazer isso — ele limpou as lágrimas e o suor, respirou profundamente e prosseguiu: — E então qual é o plano? Porque se tem uma coisa errada nesse futuro futurista é... Que eu sou bonito demais para morrer aqui.

— Não temos nenhum plano — diz Mikayla, apontou um dedo furioso para Brady, e foi a vez dela de começar a surtar: — Porque gastamos as nossas últimas horas tentando em vão acordar um ser incompetente e imbecil que chamamos de Rei Brady! E você ainda pergunta porque não temos um plano? Eu deveria te bater agora!

A cada palavra Brady encolhia um pouco mais, quando ela terminou ele estava chupando o dedo, em um dos cantos da cela, traumatizado. Ele olhou para seus irmãos buscando por socorro.

Mikayla se distancia dele virando as costas.

— O que aconteceu com ela? — diz Brady tomando fôlego.

— Bem, lembra que te dizemos que estamos a algum tempo tentando te acordar? — diz Boomer sem graça. — A história é um pouco mais longa, digamos que enquanto tentávamos te acordar...

— Você começou a enforcar a Mikayla, e ela te esbofeteou em troca, nada que um casal normal não faria. — diz Boz. — Pelo menos, nada que um casal normal de gorilas não faria.

Brady olha para as próprias mãos assustado.

— Eu não... Não foi...

Mas antes que pudesse formular uma frase as paredes tremeram. BAAM!!

— Boomer? — diz Mikayla olhando para Boomer como se ele escondesse algo.

— Não fui eu, tá legal! — diz Boomer mostrando as mãos. — Não faço isso em locais públicos.

BAAM, BAAM. Conforme as pancadas aumentavam à parede a esquerda da cela tremia, pedaços de rocha se desfazendo em algumas partes.

BAAM, BAAM... BOOOM!

A parte de baixo da parede então explodiu!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Três Reis Contra O Tempo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.