Três Reis Contra O Tempo escrita por Lord Iraferre


Capítulo 32
Café da Manhã Especial




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Mikayla acorda assustada, e acaba acertando o teto da caverna com a cabeça. Já devia ser de manhã lá fora.

Mikayla ainda deitada, se vira na escuridão para onde estava o chapéu de Brady.

— Sabe — diz Mikayla tentando encontrar as palavras certas. — Eu estive pensado... Eu tenho sido muito dura com você ultimamente... Ah... E quero te pedir desculpas, por ser mandona e ficar te pressionando, prometo que serei mais amável, porque apesar de todas as suas idiotices, que são muitas por via das dúvidas, você tem sido o melhor namorado que eu poderia ter... E você salvou minha vida, ontem a noite, obrigada.

Mikayla tirou o chapéu da frente e beijou o que pensou ser o rosto de Brady.

Na entrada da caverna surgiu uma sombra.

— Por que você está beijando meu bandolim? — diz Brady. — E por que eu estou com ciúmes?

— O que? — diz Mikayla chocada.

Mikayla sai para fora da caverna chingando Brady.

— Você não ouviu nada do que eu disse? — diz Mikayla furiosa, saindo para a água rasa do rio, tentando esganar Brady.

— Eu só ouvi você agradecendo ao bandolim por ter salvado sua vida. — diz Brady escapando de Mikayla, grato por ela estar com o tornozelo machucado.

— As palavras que eu disse na caverna, foram uma das coisas mais difíceis que eu já fiz na vida — diz Mikayla indignada. — E você não ouviu nada? Por que você saiu da caverna, não sabe que é perigoso andar por ai sozinho?

— Eu não sou idiota — diz Brady. — Bem pelo menos não por completo, eu acho... A questão é que eu levei seu machado comigo.

— Você levou meu machado? — diz Mikayla gritando. — Explique-se!

— É que eu acordei bem sedo — diz Brady coçando a nuca. — Na verdade eu não consegui dormir, estava muito quente na caverna, e era apertado e... E eu não confiei em mim mesmo, porque estava sozinho, com uma garota desacordada dentro de uma caverna escura... Daí eu decidi fazer algo de útil, e eu pensei: caçar seria uma boa ideia.

Brady falou tudo isso em um fôlego só. Mikayla se sentou em uma rocha, seu tornozelo estava bem melhor, e naquele momento ela percebeu que sua perna estava enfaixada.

— Você enfaixou minha perna? — diz Mikayla o coração amolecendo.

— Foi, eu usei a grande pluma do meu chapéu, e parte de minha calça medieval, e uns pedaços de madeira que eu encontrei por ai, não foi um trabalho cirúrgico, mais foi o máximo que eu consegui. — diz Brady sem perceber a brandura de Mikayla. — E foi até bom, porque agora eu estou usando uma bermuda medieval, o que é muito mais confortável. Fiz isso antes de ir caçar.

— Você foi caçar? — diz Mikayla a raiva tornando a tomá-la. — Você mal consegue ir no banheiro sozinho sem se machucar, e do nada você pega o meu machado, e sai por ai em uma área hostil, para caçar. Você poderia ter morrido! E se o pior tivesse acontecido, o que eu faria hein? O que eu faria?

Após dizer isso Mikayla dá as costas para ele, irritada. Brady fica em silêncio, finalmente compreendendo a raiva dela.

— Me perdoe, eu só quis... — diz Brady. — Esqueça o que aconteceu, tá legal, você só está emburrada porque está com fome.

Dizendo isso Brady tira do bolso da bermuda, uma enorme coxa de peru assada.

— Eu estava guardando essa coxa para mais tarde mais pode comer ela. — diz Brady oferecendo a carne para Mikayla. — Está sem sal, mais tem um gosto melhor do que a comida dos pés do Boz.

— Você caçou um peru? — diz Mikayla impressionada. — Com o meu machado?

— Não — diz Brady. — Eu me cortei com seu machado, ai deixei ele para trás, eu peguei o peru com as mãos nuas. E não só um peru, mais também, dois patos, e um treco gordo que eu acho que era um porco... Porque tinha gosto de bacon. Vem que eu te mostro.

Brady ajudou Mikayla a subir até um esconderijo, onde no chão, havia os restos de um peru e um porco assado, também havia dois patos assados, ainda intactos.

— Você matou todos esses animais?

— Não, mais é claro que não! — diz Brady. — Eu simplesmente cacei eles. Eles estavam espalhados pela campina.

Mikayla olhou para campina e compreendeu o que Brady quis dizer. Tudo estava queimado, o dragão havia incinerado o campo inteiro. Brady estava se sentindo um Rambo, caçando a própria comida, e Mikayla decidiu não estragar a alegria dele, dizendo que o dragão tinha feito o serviço.

Depois de Mikayla comer, e Brady comer mais um pouco...

— Bem vamos voltar, pegar seu bandolim e ir embora, Boz precisa de nós. — diz Mikayla olhando para o redor. — Nós perdemos muito tempo com o dragão.

— E para onde nós vamos? — diz Brady.

— Para lá. — diz Mikayla apontando para a enorme montanha que havia no horizonte. — É de lá que a água do rio vem, portanto a nascente deve estar lá.

A montanha cinzenta no horizonte parecia ameaçadora.

— Oh claro — diz Brady indignado. — A nascente não podia estar em um oásis paradisíaco, não, ela tem que ficar em uma montanha sinistra e horripilante onde provavelmente muitos perigos e monstros nos aguardam.


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