Três Reis Contra O Tempo escrita por Lord Iraferre
A viagem estava tranquila até chegarem na torre, momento em que os problemas recomeçaram.
Ao sobrevoarem pela primeira vez sobre a grandiosa torre, que se encontrava a centenas de metros do chão, eles tiveram certeza que aquele era o quarto real.
Havia uma varanda na torre, muito mais majestosa do que a dos reis de Kinkow. Uma varanda que daria inveja em qualquer palácio da Disney.
A grande ave parecia perceber o perigo de descer na torre, e se recusava a pousar na varanda, mesmo sob o comando firme de Kayla.
— Teremos que pular! — diz Kayla, tendo que falar alto por causa da velocidade da ave que fazia círculos contínuos, uns cinco metros acima da varanda. — Um de cada vez!
— Eu não vou pular! — diz Boomer abraçado a Kayla como se ela fosse seu salva-vidas. — E nada que você fizer vai me fazer mudar de idei... AAAAAAAAAAAAAHHHHHH!!!!
Kayla agarrou Boomer pelo colarinho e o lançou para o piso da varanda.
— Exceto isso. — diz Brady olhando para baixo pesaroso.
Ao ver que Boomer se estatelou em segurança, Kayla se vira para Brady.
— Sua vez! — diz Kayla estendendo a mão para empurrá-lo.
Brady se afasta dos pequenos braços.
— Você não vai me derrubar! — ele tenta se afastar novamente dos braços de Kayla, mais acaba se atrapalhando e escorregando. — EU NAAAAAAAAAHHHHHH!!
Brady cai sobre Boomer, que já estava se levantando, os dois reis ficam como pizzas esmagadas no chão.
— Até que a queda não doeu muito. — diz Brady.
— Bom saber que eu sou confortável. — diz Boomer sem ar.
— YAAAAAHHHHHHHHHH!!!!! — diz Kayla em um salto marcial da ave.
Kayla cai nas costas de Brady, afundando Boomer ainda mais no piso de mármore.
Kayla se levanta e ajuda Brady e Boomer a se endireitarem.
— Sabe para uma garotinha tão nova você até que é bem pesada. — diz Brady endireitando a coluna, Boomer concorda com a cabeça.
A ave que os trouxe até ali se vira desesperada e parte para o horizonte sem ao menos dizer adeus.
— Ou aquele falcão navalha é muito mal educado, ou a ave estava com mais medo do que agente dessa torre. — diz Boomer se virando para o quarto real.
Uma enorme porta de vitral, com desenhos de Lanne'Ara com seu cajado Tempis Temporalis ,os impedia de ver o interior luminoso do quarto.
— Como nós vamos abrir essa porta? — diz Brady. — Deve estar muito bem trancada.
Kayla sem pedir permissão pega a cabeça dos dois reis e acerta na maçaneta da porta com toda a força. A porta não resiste à pressão real e se escancara.
Boomer e Brady nocauteados caem no chão novamente.
— Você tinha que abrir essa maldita boca! — diz Boomer para Brady, depois ele se volta para Kayla. — Menina você tem que parar de ficar pegando a cabeça das pessoas e jogando elas em direção as coisas! Vai acabar nos matando!
— Desculpe. — diz Kayla se sentindo culpada. — É que minha mãe vive dizendo para mim usar a cabeça para resolver meus problemas... E é melhor usar a cabeça dos outros do que a minha.
Diante do ótimo argumento os reis se voltam para o majestoso quarto real de Lanne'Ara.
O quarto era magnífico, seu tamanho era dez vezes maior do que o quarto dos reis de Kinkow. No centro do quarto havia uma cama onde caberia toda uma família de Mokoolas, incluindo os Pé Grande.
O piso assim como o da varanda era de mármore polido e brilhante, pelo quarto havia vários armários e cabeceiras todos dourados e resplandecentes, os reis tiveram que esconder bem a inveja que sentiram.
— Certo — diz Kayla chamando a atenção dos reis. — Temos que achar o meu relógio.
Os três começam a virar o quarto de cabeça para baixo, o tempo vai passando sem resultado.
Cansados de procurar, os três decidem fazer uma pequena pausa, Brady e Kayla se sentam na enorme cama, Boomer anda de um lado para o outro, seus bolsos cheios, tilintando.
— Não me diga que...? — diz Kayla iniciando a pergunta.
— Se essa tal de Linaldara pensa que vai destruir Kinkow e permanecer impune, não vai — diz Boomer apontando para os bolsos. — Vou levar o máximo de joias que eu puder.
— Droga, porque eu não pensei nisso antes? — diz Brady.
Nesse momento Kayla fica mais calma e se aproxima de Brady.
— Mudando de assunto — diz. — Por que você está evitando a m... Mikayla?
Brady suspira frustrado.
— Você não entenderia.
— Desabafe. — diz Kayla compaixão estampada em seu rosto.
— É mano, tente ao menos nos explicar — diz Boomer. — Nos revele os segredos que passam por esse cérebro de noz.
— Não precisa me bajular com elogios Boomer, ainda não é o Pakitaki — diz Brady. — Sabe quando você quer agradar alguém e tudo o que você faz parece não ser o suficiente?
— Não. — diz Boomer.
— Sei. — diz Kayla.
— Por vários anos eu tentei encantar a Mikayla com meu charme — Kayla lança um olhar irritado para Boomer impedindo ele de fazer qualquer comentário. — Agora que ela está comigo, eu não sei o que fazer... Eu tenho medo de que alguma coisa que eu fale, ou faça a afaste de mim para sempre... Eu tenho certeza do meu amor por ela, mais será que ela sente o mesmo por mim?
Brady se joga de costa na cama, cansado de pensar.
— Brady, se durante todos esses anos a Mikayla continua ao seu lado — diz Boomer, mais para por ai ao ver novamente o olhar mortal de Kayla.
— Escute, Brady — diz Kayla, soltando um risinho enquanto fala o nome do rei. — Esse tipo de medo é normal.
— É? — dizem Boomer e Brady ao mesmo tempo.
Brady se senta novamente, Kayla o olha nos olhos quando diz:
— Acredite em mim quando digo que Mikayla te ama, assim como você ama ela.
— Como você pode saber, você a conhece a pouco mais de dois dias.
— Intuição feminina — diz Kayla dando um sorriso tão radiante que Brady e Boomer sorriem também. — Meu pai e minha mãe são a prova de que esse tipo de amor existe.
Os olhos de Kayla se enchem de lágrimas, percebendo o perigo Boomer diz:
— Ok pessoal, fim do intervalo. De volta a pilhagem... Quer dizer, de volta a busca pelo relógio.
***
A busca mal recomeça quando se houve:
— ACHEI! — diz Kayla triunfante com o relógio na mão. — Estava na nossa cara o tempo todo!
— Mentirosa. — diz Boomer, os bolsos tão cheios de joias que mal conseguia se locomover.
— Estava na cabeceira de mesa da rainha, ao lado da cama! — diz Kayla triunfante.
— O que fazemos agora? — diz Brady, seus bolsos também cheios de joias.
— Vocês devem permanecer aqui eu vou para o limbo e volto rapidinho. — Kayla coloca o relógio no pulso e aperta o botão do meio, desaparecendo em meio a um grande clarão.
— AAAHHHHH!!! — gritam os reis assustados diante do sumiço da garota, metade das joias caindo de seus bolsos.
— Para onde ela foi? — diz Brady.
— Para um tal de lindo, o que quer que isso seja. — diz Boomer a mão no coração. — Ou será que nós apenas imaginamos ela esse tempo todo?
Brady se vira para Boomer os olhos arregalados.
— Não, não pode ser, Mikayla e os outros também interagiram com ela.
Os dois suspiram aliviados.
— Ela disse para nós esperarmos ela voltar... — diz Brady confuso.
— Será que ela estava apertada e foi no banheiro? — diz Boomer.
Nesse momento porém as portas do quarto se abrem, do corredor entra a poderosa Lanne'Ara com seu cajado na mão, um sorriso em seus lábios.
— Ai estão vocês, seus fujões.
Ela se aproxima dos reis de forma imperiosa. Pasmado com a beleza de Lanne'Ara, Boomer diz:
— Nossa como você é gata! Está livre hoje à noite, sei lá, nós podíamos pegar um cineminha...
— Não, obrigada — diz Lanne'Ara. — Eu tenho uma execução a comparecer essa noite, e adivinhem só, vocês queimando no magma é a atração principal.
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