Três Reis Contra O Tempo escrita por Lord Iraferre


Capítulo 18
O Glorioso Quarto de Lanne'Ara




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A viagem estava tranquila até chegarem na torre, momento em que os problemas recomeçaram.

Ao sobrevoarem pela primeira vez sobre a grandiosa torre, que se encontrava a centenas de metros do chão, eles tiveram certeza que aquele era o quarto real.

Havia uma varanda na torre, muito mais majestosa do que a dos reis de Kinkow. Uma varanda que daria inveja em qualquer palácio da Disney.

A grande ave parecia perceber o perigo de descer na torre, e se recusava a pousar na varanda, mesmo sob o comando firme de Kayla.

— Teremos que pular! — diz Kayla, tendo que falar alto por causa da velocidade da ave que fazia círculos contínuos, uns cinco metros acima da varanda. — Um de cada vez!

— Eu não vou pular! — diz Boomer abraçado a Kayla como se ela fosse seu salva-vidas. — E nada que você fizer vai me fazer mudar de idei... AAAAAAAAAAAAAHHHHHH!!!!

Kayla agarrou Boomer pelo colarinho e o lançou para o piso da varanda.

— Exceto isso. — diz Brady olhando para baixo pesaroso.

Ao ver que Boomer se estatelou em segurança, Kayla se vira para Brady.

— Sua vez! — diz Kayla estendendo a mão para empurrá-lo.

Brady se afasta dos pequenos braços.

— Você não vai me derrubar! — ele tenta se afastar novamente dos braços de Kayla, mais acaba se atrapalhando e escorregando. — EU NAAAAAAAAAHHHHHH!!

Brady cai sobre Boomer, que já estava se levantando, os dois reis ficam como pizzas esmagadas no chão.

— Até que a queda não doeu muito. — diz Brady.

— Bom saber que eu sou confortável. — diz Boomer sem ar.

— YAAAAAHHHHHHHHHH!!!!! — diz Kayla em um salto marcial da ave.

Kayla cai nas costas de Brady, afundando Boomer ainda mais no piso de mármore.

Kayla se levanta e ajuda Brady e Boomer a se endireitarem.

— Sabe para uma garotinha tão nova você até que é bem pesada. — diz Brady endireitando a coluna, Boomer concorda com a cabeça.

A ave que os trouxe até ali se vira desesperada e parte para o horizonte sem ao menos dizer adeus.

— Ou aquele falcão navalha é muito mal educado, ou a ave estava com mais medo do que agente dessa torre. — diz Boomer se virando para o quarto real.

Uma enorme porta de vitral, com desenhos de Lanne'Ara com seu cajado Tempis Temporalis ,os impedia de ver o interior luminoso do quarto.

— Como nós vamos abrir essa porta? — diz Brady. — Deve estar muito bem trancada.

Kayla sem pedir permissão pega a cabeça dos dois reis e acerta na maçaneta da porta com toda a força. A porta não resiste à pressão real e se escancara.

Boomer e Brady nocauteados caem no chão novamente.

— Você tinha que abrir essa maldita boca! — diz Boomer para Brady, depois ele se volta para Kayla. — Menina você tem que parar de ficar pegando a cabeça das pessoas e jogando elas em direção as coisas! Vai acabar nos matando!

— Desculpe. — diz Kayla se sentindo culpada. — É que minha mãe vive dizendo para mim usar a cabeça para resolver meus problemas... E é melhor usar a cabeça dos outros do que a minha.

Diante do ótimo argumento os reis se voltam para o majestoso quarto real de Lanne'Ara.

O quarto era magnífico, seu tamanho era dez vezes maior do que o quarto dos reis de Kinkow. No centro do quarto havia uma cama onde caberia toda uma família de Mokoolas, incluindo os Pé Grande.

O piso assim como o da varanda era de mármore polido e brilhante, pelo quarto havia vários armários e cabeceiras todos dourados e resplandecentes, os reis tiveram que esconder bem a inveja que sentiram.

— Certo — diz Kayla chamando a atenção dos reis. — Temos que achar o meu relógio.

Os três começam a virar o quarto de cabeça para baixo, o tempo vai passando sem resultado.

Cansados de procurar, os três decidem fazer uma pequena pausa, Brady e Kayla se sentam na enorme cama, Boomer anda de um lado para o outro, seus bolsos cheios, tilintando.

— Não me diga que...? — diz Kayla iniciando a pergunta.

— Se essa tal de Linaldara pensa que vai destruir Kinkow e permanecer impune, não vai — diz Boomer apontando para os bolsos. — Vou levar o máximo de joias que eu puder.

— Droga, porque eu não pensei nisso antes? — diz Brady.

Nesse momento Kayla fica mais calma e se aproxima de Brady.

— Mudando de assunto — diz. — Por que você está evitando a m... Mikayla?

Brady suspira frustrado.

— Você não entenderia.

— Desabafe. — diz Kayla compaixão estampada em seu rosto.

— É mano, tente ao menos nos explicar — diz Boomer. — Nos revele os segredos que passam por esse cérebro de noz.

— Não precisa me bajular com elogios Boomer, ainda não é o Pakitaki — diz Brady. — Sabe quando você quer agradar alguém e tudo o que você faz parece não ser o suficiente?

— Não. — diz Boomer.

— Sei. — diz Kayla.

— Por vários anos eu tentei encantar a Mikayla com meu charme — Kayla lança um olhar irritado para Boomer impedindo ele de fazer qualquer comentário. — Agora que ela está comigo, eu não sei o que fazer... Eu tenho medo de que alguma coisa que eu fale, ou faça a afaste de mim para sempre... Eu tenho certeza do meu amor por ela, mais será que ela sente o mesmo por mim?

Brady se joga de costa na cama, cansado de pensar.

— Brady, se durante todos esses anos a Mikayla continua ao seu lado — diz Boomer, mais para por ai ao ver novamente o olhar mortal de Kayla.

— Escute, Brady — diz Kayla, soltando um risinho enquanto fala o nome do rei. — Esse tipo de medo é normal.

— É? — dizem Boomer e Brady ao mesmo tempo.

Brady se senta novamente, Kayla o olha nos olhos quando diz:

— Acredite em mim quando digo que Mikayla te ama, assim como você ama ela.

— Como você pode saber, você a conhece a pouco mais de dois dias.

— Intuição feminina — diz Kayla dando um sorriso tão radiante que Brady e Boomer sorriem também. — Meu pai e minha mãe são a prova de que esse tipo de amor existe.

Os olhos de Kayla se enchem de lágrimas, percebendo o perigo Boomer diz:

— Ok pessoal, fim do intervalo. De volta a pilhagem... Quer dizer, de volta a busca pelo relógio.

***

A busca mal recomeça quando se houve:

— ACHEI! — diz Kayla triunfante com o relógio na mão. — Estava na nossa cara o tempo todo!

— Mentirosa. — diz Boomer, os bolsos tão cheios de joias que mal conseguia se locomover.

— Estava na cabeceira de mesa da rainha, ao lado da cama! — diz Kayla triunfante.

— O que fazemos agora? — diz Brady, seus bolsos também cheios de joias.

— Vocês devem permanecer aqui eu vou para o limbo e volto rapidinho. — Kayla coloca o relógio no pulso e aperta o botão do meio, desaparecendo em meio a um grande clarão.

— AAAHHHHH!!! — gritam os reis assustados diante do sumiço da garota, metade das joias caindo de seus bolsos.

— Para onde ela foi? — diz Brady.

— Para um tal de lindo, o que quer que isso seja. — diz Boomer a mão no coração. — Ou será que nós apenas imaginamos ela esse tempo todo?

Brady se vira para Boomer os olhos arregalados.

— Não, não pode ser, Mikayla e os outros também interagiram com ela.

Os dois suspiram aliviados.

— Ela disse para nós esperarmos ela voltar... — diz Brady confuso.

— Será que ela estava apertada e foi no banheiro? — diz Boomer.

Nesse momento porém as portas do quarto se abrem, do corredor entra a poderosa Lanne'Ara com seu cajado na mão, um sorriso em seus lábios.

— Ai estão vocês, seus fujões.

Ela se aproxima dos reis de forma imperiosa. Pasmado com a beleza de Lanne'Ara, Boomer diz:

— Nossa como você é gata! Está livre hoje à noite, sei lá, nós podíamos pegar um cineminha...

— Não, obrigada — diz Lanne'Ara. — Eu tenho uma execução a comparecer essa noite, e adivinhem só, vocês queimando no magma é a atração principal.


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