Quem é o Pai da Minha Filha? escrita por Jessica_94


Capítulo 20
A cara do pai




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- Aqui está minha princesa – Mônica colocou Monique de banho tomado na cama – Depois dessa, acho que serei eu a ter dificuldade em dormir.

Mesmo toda arranhada e machucada, Monica não tinha soltado Monique um minuto sequer, até mesmo quando encontrou os amigos, voltou para casa, e viu o seu pai preocupado e ouviu o grito de sua mãe ao ver sua aparência, não o fez. Monique era sua filha, precisava dela mais do que nunca.

“Até quando der...” não pôde evitar o pensamento.

- Acho que não precisa de uma história esta noite, não é? – Monique sorriu – Chega de contos de fadas!

Monique engatinhou na cama, saindo de sua posição “pré-sono” e se aconchegou no colo de Mônica, se encolhendo toda, de forma que ficasse mais unida à mãe.

Mônica respirou lentamente para conter o soluço e as lágrimas, desceu a mão levemente até os cabelos de Monique para acaricia-los, mas o momento foi interrompido pelo celular de Mônica vibrando na mesinha do criado-mudo.

Mesmo relutante, o barulho do celular era perturbador demais para ignorá-lo, Mônica se esticou levemente para não incomodar Monique e pegar o celular.

Era uma mensagem, e Monica não gostou nada de recebê-la.

- Fique aqui docinho – Mônica falou enquanto colocava Monique na antiga posição para dormir – Mamãe vai voltar quando estiver dormindo.

Mônica desceu as escadas, mesmo atordoada e cheia de dores, pôde avistar o olhar dos mais, cobertos de preocupação com seus amigos do lado.

- Minha filha... Suas costas – Luíza fez menção de se aproximar.

- Eu estou bem, mãe – Mônica fez um sinal com a mão mostrando que não era necessário se aproximar. Mônica não precisava de nenhum contato físico naquele momento além do da filha.

- Estávamos preocupados – seu Sousa se encontrava visivelmente angustiado.

- Eu estou bem – Mônica insistiu – Monique já está dormindo.

- Realmente essa menina sofreu muito – Seu Sousa continuava – primeiro o caso da mãe, depois o sequestro... Essa menina vai precisar de um psicólogo!

- Ah, por falar nisso... – Mônica colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha, demonstrando hesitação – recebi uma mensagem da mãe dela... - apesar de estar visivelmente falando com os pais, olhava fixamente à mãe amanhã.

Os pais de Mônica pareceram contentes com a notícia, mas os amigos na sala sabiam o real sentido daquelas palavras: a máquina do tempo tinha sido consertada, Mônique voltaria para o seu tempo real.

- Isso é bom, finalmente uma alegria para essa menina – Seu Sousa exibia um grande sorriso – agora acho melhor você dormir um pouco, Mônica.

- Eu já vou, pai – Mônica engoliu o choro, não queria ter de explicar as lacrimas em um momento que deveria ser de alegria – Eu só vou... Me despedir de meu amigos.

- Ok, boa noite.

- Boa noite.

Assim que os pais da Mônica subiram as escadas, Mônica se aproximou do sofá e se sentou encolhida no canto, indefesa, vulnerável como nunca o fora. Cargo de mãe deveria ser mais valorizado.

- Será amanhã, no mesmo horário em que Monique apareceu.

- Você ainda tem tempo com ela – Magali tentou animá-la.

- Um tempo muito curto. – Mônica colocou a cabeça nos joelhos como forma de aplacar sua frustração – maldita Viviane, o pouco tempo com minha filha foi tomado por cauda dela! Eu a odeio!

O choro veio de forma incontrolável, quem teve a iniciativa de se aproximar foi Cebola. Ele tirou Mônica daquela posição e apoiou a cabeça dela em seu peito.

- Eu só queria mais tempo...

- Eu sei.

- Queria ter ficado mais tempo com ela.

- Eu sei.

Ninguém sabia, nem mesmo a Mônica, Mas Cebola se sentia meio responsável, ele tinha um pouco de remorso pelas vezes em que levou Monique para passear com ele, ele também tinha tirado o tempo dela com Mônica, também era responsável pela sua dor.

- A que horas? – Do Contra perguntou, dentre todos ali, ele era o único que não sabia a hora exata em que Monique chegou. Apesar de que ele parecia mais afim de “quebrar o clima” do que sua curiosidade.

- Às três horas - Mônica enxugou as lágrimas – Franja falou que tem de ser exatamente no mesmo horário, pois a máquina só pode ser programada por anos e dias, nunca por horas e minutos.

- Como assim? – Cascão perguntou.

- Quer dizer que Monique será enviada para 15 anos no futuro, mas para acertar a hora certa em que ela deixou o seu tempo, temos de enviá-la no exato horário em que ela saiu, temos que coloca-la na máquina no mesmo horário em que ela chegou aqui.

Mônica se levantou se afastando do Cebola.

- Tudo que eu quero agora, e aproveitar essas últimas horas que tenho com ela, eu acho melhor você irem, pessoal.

Depois de breves “boa noite” e “se cuida” todos foram embora, Monica subiu, e enquanto aria a porta do quarto, observava o seu anjinho dormir profundamente. Pegou uma muda de roupa na gaveta com cuidado para não fazer barulho, e se dirigiu ao banheiro.

A água do chuveiro caiu junto com suas lágrimas, as dores nas costas não machucavam tanto assim por serem superficiais, mas a dor do choro incontrolável e a da respiração desacelerada machucavam tanto quanto o seu interior.

Após o banho e estar bem vestida, Mônica seguiu para o quarto, que mesmo pouco iluminado, podia-se ver a sua garotinha sentadinha em perna de índio esperando por ela.

- Então você não dormiu, é? – tomou um tom de repreensão divertido.

Mônica se aproximou da cama e assim que se deitou, Monique se aconchegou nela, enquanto Mônica a abraçava.

As lembranças de seu pouco tempo com ela tomaram Mônica de forma a querer chorar de novo.

- Você sabe que temos pouco tempo, não é bonequinha? – algumas lágrimas já escavam dos olhos de Mônica enquanto Monique afirmava com a cabeça enquanto os olhinhos ficavam chorosos.

- Quero que saiba, que de todos os presentes, de todos os natais, aniversários, em vida, nada do que ganhei se compara a você – nem Mônica nem Monique disfarçavam a sua tristeza naquele momento, ambas sentiam o que aquele momento representavam – A única coisa que temo, é ficar tantos na os sem você – Mônica limpava suas lágrimas e as da filha – mas eu vou esperar, porque você é o meu maior presente, e quando você estiver aqui – tocou em seu próprio abdome – vou te sentir mais do tudo.

As duas dormiram em meio a lágrimas, era uma pena que ninguém tivesse tirado uma foto daquele momento, pois ação em que as duas se encontravam abraçadas era de pura emoção: Monique encolhida em forma de ovo, pressionada no abdome de Mônica, que a envolvia com os braços. Como se Monique fosse parte da barriga de Mônica.

- Chegou o dia – dona Luíza apareceu na cozinha, estranhando as marcas de choro nos olhos da filha – você deveria estar feliz.

- Eu gostaria de estar feliz – Mônica disse em tom frio, já estava cansada de tentar fingir que estava tudo bem de qualquer forma.

- Tem alguma coisa que você não me disse, Mônica? – Luíza perguntou de um jeito especulativo.

- Não – Mônica tomou um gole de seu café – por que eu esconderia alguma coisa?

- Porque eu sei anto é difícil nos separarmos de um pedaço de nós.

Mônica olhou para a mãe assombrada.

- Não me olhe assim, eu sou sua mãe, simplesmente sei, também sei que os seus amigos podem fazer coisas inexplicáveis.

Mônica fez apenas aquilo que seu coração mandou: correu para os braços da mãe.

- Eu a amo, mãe.

- Eu sei, eu também amo você e ela, mas deve deixa-la partir.

- Mas dói.

- Sim, sei que dói, mas não acha que em outro tempo, você também não sente essa dor?

Foi aí que Mônica percebeu, de um jeito ou de outro estaria sofrendo, não importava o tempo, só tinha que fazer o que era melhor para Monique.

- Vou ter de deixa-la partir.

- É, mas um dia ela volta, e eu vou adorar ficar ao sado quando esse dia chegar. E principalmente, te ensinar a ser mãe, com mais tempo é claro.

As duas riram, apesar de parecer um adeus, era apenas um “até daqui a 12, 13 anos”.

- Deixe-me ver... Roupas?! Ok. Sapatos?! Ok. Laço?! Ok.

Mônica conferia o visual de Monique, de acordo com Franja, ela deveria estar exatamente igual ao dia em que chegou.

- Será que estou esquecendo alguma coisa?...

- Pusela – Monique mostrou o pequeno pulso nu.

- Isso, a pusera - Monica pegou uma pulseirinha de coelhinhos de dentro de um porta-joias e pôs em Monique – Pronta!

Monica pegou Monique nos braços e a levou para o andar de baixo, nenhum dos seus amigos estava lá esperando, apenas Cebola, que se levantou do sofá assim que a viu descer as escadas.

- Como você está?

- Melhor, obrigada – o sorriso de Mônica era verdadeiro e isso acalmou o Cebola.

- Olha, Mônica, eu queria pedir desculpas.

Mônica deu um pulinho de surpresa, o Cebola não era de pedir desculpas, e se ele estava pedindo, ele só podia ter aprontado alguma.

- Pelo o quê?

- Por... tirar o pouco tempo que você tinha com a Monique, você sabe, quando levei ela para sair e tudo.

- Ah, isso – Mônica balançou a cabeça com a preocupação infundado do Cebola – Cê, eu consenti que você visitasse Monique, foi bom para ela, eu não me arrependo. E além do mais, eu vou ter muito tempo com ela sim, mas terão de serem adiados para uns 13 anos.

- Mesmo? Então está tudo bem entre a gente.

- Está, até você aprontar outra.

- Muito engraçado.

- Ok, máquina do tempo está pronta, programei para leva-la daqui a 14 anos e 47 semanas – Franja falava enquanto verificava uns ajustes na máquina do tempo - pode coloca-la na máquina Mônica.

Todos estavam ali, quer dizer, todos que importavam, Franja, DC, Cascão, Magali, Cebola, Mônica e claro, Monique.

Embora estivesse tudo pronto, Mônica não quis colocar Monique na máquina.

- Mônica... Você está bem? – Franja perguntou.

- Eu não posso.

- Mônica, você tem de coloca-la na máquina do tempo agora, as pessoas não podem perceber que ela sumiu.

- Eu preciso só de mais cinco minutos com ela, por favor.

- Franja – Cebola chamou – Ela é a mãe, não sabemos o que ela está passando.

Franja então concordou, Mônica levou Monique para fora do laboratório e se sentou na grama com ela.

- Essa é a nossa despedida, meu bem.

- Mamãe.

As mãozinhas pequenas acariciaram a face de Mônica, que aceitou o carinho fechando os olhos.

- Vou sentir muito a sua falta.

- Te amo.

- Eu também, meu amor, eu também.

Monique segurou o Sansão esticou os bracinhos na direção de Mônica.

- Está me devolvendo?

Monique assentiu.

- Você sabe que ele vai voltar a ser seu, não é?

Monique assentiu mais uma vez. Um último abraço foi dado antes de Monica entrar no laboratório e colocar Monique sentadinha na máquina.

- Caramba, eu pensei que ela fosse fugir com a criança – Cascão falou.

- Cala a boca Cascão – Magali disse.

Antes de ligar a máquina, todos se despediram de Monique, Cebola foi o último.

- Eu realmente não me importo se você é minha filha ou não –, sussurrou para que ninguém mais ouvisse – eu amo a sua mãe e você também, é isso que me importa.

Monique realmente pareceu compreender aquelas palavras, fez bico, não de uma forma zangada, mas como se estivesse fazendo força para alguma coisas. Logo depois ela mexeu os lábios, mas nenhum som saiu dela. Isso ascendeu uma luz para Cebola.

Logo em seguida, a máquina foi ligada e uma luz forte levou Monique.

- Vou sentir falta dela.

- Eu sei, Mônica – Magali envolveu os ombros da amiga com os braços e a conduziu para fora do laboratório.

-Droga – Do Contra falava enquanto saia do laboratório também – Eu nem pude cantar as minhas canções de ninar para ela.

Franja desligou a máquina do tempo e saiu do laboratório dizendo um “apaga a luz quando sair” para Cebola e Cascão.

- Sabe o que é mais frustrante? – Cascão perguntou – é que depois de tudo isso, ficamos sem saber quem é o pai dela.

- Mas eu sei quem é o pai dela – cebola se gabou com um sorriso.

- É mesmo? E só agora me fala?

- É que só agora eu descobri.

- E quem é? – Cascão perguntou nervoso.

Cebola sabia que não se livraria nunca dessa pergunta então respondeu.

- Você sabe que eu tive dislalia na infância.

- Todo mundo sabe.

- Acontece quando tentei fazer Monique dizer papai, ela travou, nem parecia ter conhecimento dessa palavra.

- Ai meu Deus, a Mônica é mãe solteira?

- Não cabeção, acontece que hoje mesmo Monique tentou dizer alguma coisa, mas não saiu som algum, mas consegui ler os lábios dela.

- E o que ela disse?

- Papai – Cebola estava comum sorriso verdadeiro no rosto.

- Quer dizer que a menina tem dislalia?

- Não, apenas outro problema qualquer para formular palavras.

- Ah saquei. Mas e a pistas sobre os outros caras?

Cebola franziu o rosto em irritação, aquele assunto não lhe agradava.

- A marca de nascença do Toni era falsa, Monique não patinou no naquele dia, ela apenas deslizou por causa da descida da rua, a gravida é quem fez tudo, e Monique tem a mesma linhagem japonesa que todo brasileiro tem.

- E sobre ela chamar o nome do DC ao contrário?

Cebola deu de ombros.

- No outro dia, Do Contra me prometeu que estaria sempre na cola da Monica, mesmo se ela estivesse casada e Monique fosse mesmo minha filha, talvez seja isso, Monique conhece Do Contra porque ele sempre esteve presente.

- Então, você nunca vai se livrar do Do Contra.

Cebola respirou com dificuldade.

- Não me lembre...


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Notas finais do capítulo

Team DC, sei de seus desejos de minha morte, mas segurem seu id, que ainda tenho muitas fic para escrever.
Bem gente, eu sei que não pude agradar a todos, hoje fiquei acordada até bem tarde para terminar isto, mas ainda não acabou.


Próximo Capítulo: Bônus - mostrando o futuro
Este vai ser curtinho, só para mostrar como a Monique sumiu e tudo.

Beijos e não me odeiem