Quem é o Pai da Minha Filha? escrita por Jessica_94


Capítulo 2
Mamãe




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Não tinha jeito, Franja tinha que ir falar com a Mônica, afinal ele poderia ser o responsável pelo que houve, mas não era responsável pelo que chegou. Resolveu dar mais uma olhada no serzinho inquieto no chão do laboratório, só para ter absoluta certeza de sua maternidade. Não tinha dúvidas, e nem mesmo jeito, tinha de buscar a mãe!

Discou o número que mais parecia servir para uma emergência, que no caso era. No terceiro toque ela atendeu:

– Alô...

– Mônica, fiz uma burrada.

Não precisou dizer mais nada, ele sabia que ela estaria ali o mais rápido possível, só esperava que tivesse tempo para prepará-la.


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Franja não a teria chamado ali se não fosse grave, mas precisava mesmo barrar a porta do laboratório e recebe-la com tantos sorrisos forçados?

– Oi Mônica!

– Franja, o que é que está havendo? - Mônica sempre tratou de ser direta, sabia que quando alguém tentava lhe enrolar, era porque a coisa era séria, e ela detestava enrolação, cheirava a plano infalível.

– Bem, Mônica... É que tive um probleminha com uma das minhas invenções...

– Invenção nova? O que explodiu dessa vez?

– Antiga, mas nada explodiu, ainda...

– Olha, Franja. Eu estou aqui para ajudar, mas não posso ajudar se você fica aí me barrando, deixa eu ver o tamanho do estrago.

– NÃO! Digo... Eu tenho de lhe preparar. Sabe...

Um gemido de pré-choro infantil soou de dentro do laboratório, e Mônica percebeu, e não gostou. Isso também não agradou a Franja, era como se o serzinho soubesse quem estava com ele, e quisesse sinalizar a sua localização.

– Franja, o que tem lá dentro?

– Sabe que eu disse que a invenção em questão é antiga?

– Sei.

– Você não consegue pensar em qual? - Talvez adivinhando ela não ficasse tão irritada do que se contasse diretamente.

– Escuta aqui, Franja. Você conseguiu me irritar sem ao menos dizer a merda que você fez, é melhor contar logo se não quiser que fique pior pro seu lado.

Franja respirou fundo, contaria com calma, explicaria todos pontos em detalhes, sem assustar...

– Eu acionei a Máquina do Tempo!

O susto não poderia ter sido maior, nem para Mônica nem para Franja que foi lançado ao gramado logo em seguida, e Mônica abria a porta, parando logo diante desta aberta, olhando para o pequeno ser de lacinho no chão, todo sorridente como se a esperasse.

– Mamãe!


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Naquele mesmo dia foram enviados quatro SMSs, todos falando a mesma coisa "Emergência no Laboratório do Franja". E logo o quarteto estava completo, mas não estavam normais, principalmente o Cebola.

– O que... O que é isso?

– Isto - Mônica começou enquanto pegava o bebê no colo - é minha filha, Cebola.

– Isso todo mundo notou - Cascão era o que mais parecia normal, naquele momento.

– Ela é tão parecida com você - Magali foi a primeira a dizer um dos principais fatos que ligava a criança à Mônica, mas havia outro, e vinha do próprio bebê:

– Mamãe!

O estado da Mônica era indecifrável, mas dava para ver o medo e a preocupação no olhar, parecia tão mãe naquele momento, que ninguém seria capaz de dizer que aquele serzinho não era fruto seu.

– Como você pôde, Franja? - Foi a primeira vez que ela lhe dirigia o olhar desde que pregou os olhos no bebê.

– Me desculpe, Mônica - Franja parecia realmente envergonhado - eu não sei o que deu em mim... Foi impulso!

– Esse impulso acabou envolvendo uma criança, uma pobre criança que não tem culpa de nada!

Cebola parecia alheio àquela discussão, ele apenas olhava para a criança nos braços da Mônica como se ela lhe pudesse dizer o futuro, seu futuro.

– Franja, você tem de levá-la de volta - Mônica só poderia pensar no sofrimento que estaria passando no futuro sem a sua filha.

– Me desculpe, Mônica. Mas eu não liguei o fato dela ser sua filha penas pela aparência, ela quebrou a máquina!

– Desculpe, está dizendo que o problema da máquina não funcionar é culpa de uma criança de... Sei lá, dois anos?

– Mônica, ela atirou uma chave de fenda nas engrenagens, deu curto, levarei semanas para consertar!

– Semanas? - Mônica olhou para a sua recém chegada, o que faria?

– Olha, eu posso fazer em menos se você ficar cuidando dela.

– É claro que vou cuidar dela, acha mesmo que ia deixar minha filha para você cuidar? Você nem consegue manter os quatro elementos em um cofre, e pode ter certeza, depois que minha filha voltar para o futuro, eu mesma irei destruir essa máquina!

Mônica saiu do laboratório com a criança no colo, não sabia direito o que ia acontecer, só sabia que teria de aprender a ser mãe, e não teria os nove meses de treino para isso.


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