Estou no Acampamento Meio-Sangue com a espada que Poseidon me deu de presente na mão, rodeado pelos campistas, mas nenhum deles é capaz de notar a minha presença. Eu dizia “Oi” ou “Como vão”, mas só recebia vácuo depois disso, então avistei o garoto ruivo que apareceu em meu sonho ao lado da irmã gêmea de Louise, Diana. Corri atrás dele, para obter informações, ele nada fez para fugir. Estava com um manto de capuz, mas seus cabelos laranja e olhos negros com o ódio podiam ser vistos com facilidade. Porém quando o segurei pelos ombros, balançando-o, ele diminuiu de tamanho e quando lhe arranquei o capuz do rosto, ali estava uma garota, com os mesmo cabelos, mas possuía olhos lilases, aparentava ter 15 anos, não passava disso. Ela apenas me olhava com olhos confusos e foi quando notei que um colar pendia de seu pescoço, com uma runa como pingente. Ela notou que eu observava o colar e sorriu:

   _É a runa de Sigel, ela significa sol, representa a saúde, o sucesso e a vitória. Minha mãe deixou-me com este colar quando nasci, no colo de meu irmão. Você sabe onde ele está, Perseu?_perguntou ela, esperançosa. “Perseu? Por que ela me chamou assim? Eu sou o Noah!” pensei, então olhei para a minha espada, mas ela já não estava mais lá e no lugar dela, jazia uma caneta esferográfica. Deixei-a cair, perplexo, e olhei novamente para a garota, que segurava na mão um arco e flecha maravilhoso: o dourado do arco era estonteante, poderia cegar uma pessoa com tanta beleza. Todo o seu comprimento era repleto de desenhos perfeitos, mas o que se destacava era o sol, tão chamativo, tão belo! Notei que havia gravado nele a palavra grega ήλιος, sol. A aljava se encontra cheia de flechas reluzentes, também douradas, e ela era branca com as bordas douradas.

  “Você é um herói, Noah, você é o herdeiro de Percy Jackson. Encontre essa garota...” uma voz masculina e poderosa soou em minha mente. Era Poseidon, eu posso sentir quando ele se comunica comigo.

  Olhei em volta, e tudo havia sumido, eu estava cercado pelo nada, que era cinzento e parecia não ter fim.

   “Como a acharei?” gritei. Do nada, um pequeno pedaço de papel surge aos meus pés com as letras SFMOMA.

   “O que é isso?” perguntei, sem nada entender.

   “Siga essas letras, e achará a garota, mas tem que ser rápido, o exército vem atrás dela, e o seu semelhante é quem comanda a busca.”

   “Meu semelhante?”

   “Não, filho. O da garota.” Ouvi alguns gritos e sons de explosões no fundo, e do nada, ele ficou apressado.

   “Guie o seu sol, Noah. Guie-o até o presente de Apolo.” Disse novamente o deus dos mares, ou como costumo chamá-lo, pai.

   “Que sol?” eu apenas sabia fazer perguntas no momento, não conseguia acompanhar o que estava acontecendo. Olhei para a minha mão que segurava a caneta que uma vez foi a minha espada, mas ela tinha voltado a ser uma espada novamente.

   _Noah, onde está meu irmão?_ disse a garota dos olhos lilases, aparecendo, um pouco distante, do nada.

   _Eu... eu não sei._respondi, de cabeça baixa. Quando levantei a minha vista de volta para a garota, ela já não estava mais ali. Eu jazia sozinho naquele lugar estranho. Peguei o papel que estava no chão, analisando aquelas letras aleatórias._ Mas que diabos isso significa?_ perguntei em voz alta.