Happy Birthday, Cap escrita por Kisa


Capítulo 1
Único




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Era uma manhã tranquila de verão. O sol dava as caras num céu sem nuvens, e Steve esticava o corpo sobre a cama, jogando o braço para o lado.

Estranhou o fato de não haver ninguém ali, ao lado dele. Abriu os olhos, sentando-se. Olhou ao redor e não viu ninguém. Pôs os pés no chão e andou pelo cômodo. Observou bem o ambiente, procurando algo de diferente na decoração. Nada.

Foi ao banheiro. Olhou no espelho, esperando ver algum recado descabido. Nada.

Fez a toalete e se dirigiu a cozinha. Sentou a mesa, procurando algo diferente. Nada.

Não havia nada de diferente no ambiente e também não havia Stark no ambiente. Tomou um café preto bem forte, sem açúcar. Ele sentia que precisava acordar, estar desperto. Olhou novamente em tudo pela casa e não havia nada novo, nada embrulhado num canto, nenhum recado num espelho.

Sentou no sofá branco da grande sala de estar da mansão de Stark em Malibu Point. Pegou o jornal do dia que repousava na mesinha de centro e folheou algumas páginas.

Era feriado nacional, o dia mais importante para os americanos. Dia da Independência dos Estados Unidos da América. Dia que os americanos saíram do julgo da Inglaterra.

Mas a data não era importante apenas por isso, era também o aniversário de Steve. Ele nem fazia ideia de quantos anos tinha, àquela altura do campeonato. Lembrou-se de uma conversa com Stark, e ambos decidiram continuar a contagem a partir da data que Steve foi encontrado congelado no Atlântico Norte, desconsiderando os anos que o loiro passou dormindo.

Então, aquele dia, Steve estaria completando vinte e seis anos.

Seria o primeiro aniversário que estaria comemorando com a pessoa que ele amava. Com quem estava agora compartilhando mais que uma residência.

Steve era completamente apaixonado pelo moreno de quarenta anos, rico, playboy e filantropo. Apesar da diferença de idade entre eles, ambos sentiam que não conseguiam viver distantes um do outro.

Steve sempre era claro nessa questão, sempre revelando o que sentia. Mas Stark, apesar de tudo, era mais comedido. Podia expor sua vida a todo mundo, mas era quase impossível fazê-lo dizer palavras como “eu te amo”.

Rogers cansou de olhar para o jornal e pensar em Tony, então jogou o jornal no sofá e desceu as escadas, indo em direção à oficina. Se Stark não estava em nenhum canto da casa, ele só poderia estar lá.

E Steve estava certo. Encontrou Stark trabalhando em sua nova armadura, Mark IX. Soldava algumas peças com a ajuda de seus robôs.

− Cap, já acordou?

− Eu é quem deveria dizer isso. Você sempre foi o atrasado dessa casa.

− Eu precisava terminar essa armadura. Falta pouco, mas preciso testar todos os componentes individualmente, depois que terminar essa parte da solda. Vai dar um pouco de trabalho, mas tenho tempo devido ao feriado.

Rogers olhou para Stark. Ele usava máscara de solda e um maçarico em uma das mãos. Parecia muito compenetrado no que estava fazendo.

− Eu achei que a gente ia... sei lá, aproveitar a folga?

− A gente aproveita em outra ocasião – respondeu Stark, desligando o maçarico um momento e levantando a máscara – você marca. Podemos ir até o Cipriani Downtown, aquele de New York que você queria ir a um tempo atrás.

Era inacreditável, Steve pensou. Ele não lembrava mesmo.

− Certo... eu... hã... vou dar uma volta, então. Até depois. – respondeu Steve, indo até onde estava estacionada sua Harley Davidson. Colocou o capacete e saiu.

Stark havia terminado de soldar todas as partes de sua armadura. Jarvis fazia a análise do trabalho. Olhou para o relógio, era meio dia. Deixou as ferramentas sobre a bancada de alumínio e subiu as escadas.

O almoço estava servido. Creme de castanhas com Pesto. Lagosta ao alho e óleo. Alguns legumes cozidos no vapor. Estava tudo ótimo, apetitoso. Ele queria comer, mas estava faltando alguma coisa.

Apertou um botão e Pepper apareceu ao seu lado.

− Pepper, você pode dizer o que há de errado com essa cena? – disse Stark, apontando para a mesa.

− Olhe sr., eu não sou uma especialista em culinária, mas essa lagosta não me parece nada bem. Vou mandar o chef preparar outras.

− Eu não estou falando da comida, Pepper. Mas já que tocou nesse assunto, faça isso. Eu estou falando de Steve. Onde ele está?

− Perdão?

− Onde está Steve? – repetiu Stark, impaciente.

− Eu não sei, senhor. – disse Pepper, mexendo em seu tablet. – Aqui diz que ele saiu cedo, de moto, mas ainda não voltou.

Stark parecia pensativo. Ele imaginou que Steve não fosse demorar, mas havia se enganado.

− Pepper, seja sincera comigo. Eu sinto que estou deixando algo passar. Leia a minha agenda.

A loira clicou algumas vezes na tela de seu tablete, até aparecer a janela que ela queria.

− Vamos ver, aqui diz: “Aproveitar a folga para terminar a armadura”.

− Apenas isso?

− Não. “Lembrar por si mesmo o que é importante, para não se achar um idiota depois”.

− Está escrito isso mesmo aí? – perguntou Stark, se levantando da mesa, querendo olhar a tela.

− Sim senhor. O senhor mesmo ditou para mim há quinze dias.

− Bem, eu não consigo lembrar essa coisa tão importante. Isso me faz um idiota?

− Quer realmente que eu responda essa pergunta, senhor Stark? – disse a ruiva, deixando o recinto.

Stark comeu algo rapidamente, pois não sentia mais fome. Voltou para a oficina. Não queria trabalhar mais também. Olhou para o acervo das suas armaduras, mas uma entre elas se distinguia das outras. Era o primeiro uniforme de Steve, que ele havia encontrado e guardado. Estava dentro de uma redoma, ao lado de Mark VIII.

Stark se aproximou do traje de Steve. Ele tinha feito até uma plaquinha para ela.

“Steve Rogers foi encontrado usando esse traje em vinte e um de julho de 2010. Ele nasceu em quatro de julho de 1918. Lutou na Segunda Guerra Mundial, onde sacrificou sua vida por uma nação inteira”.

Olhou de novo para a placa. E mais uma vez. Deu uma tapa na própria face.

− Cara, eu não sou idiota, eu sou um tremendo imbecil.

− Jarvis, me diga a que distancia Steve está daqui. – Stark disse dentro de seu Porshe Panamera vermelho 2011 para seu computador.

− Exatos vinte quilômetros, senhor.

Stark saiu cantando os pneus de seu Porshe pelas ruas de Malibu. Como ele podia ser tão imbecil, nem ele mesmo sabia. Ficava dando socos no próprio corpo, lembrando de não ser tão descuidado assim no futuro.

Era o primeiro aniversário de Rogers há o que? Setenta anos? E como ele não escreveu isso sério na agenda?

Lembrou que estava tentando parecer um namorado legal que se lembra das datas sem precisar escrever.

− É, muito legal mesmo. Mereço um prêmio pela intenção, pelo menos.

Passou em frente a uma doceria que, por milagre, estava aberta. Saiu de lá com um embrulho minúsculo, voltando para o carro e dirigindo feito um louco.

Se aproximou do local que Jarvis lhe indicara e reduziu a velocidade. Viu a moto de Steve estacionada. Agradeceu por ter tido a ideia de instalar um GPS na moto. Estacionou o carro, desligando o motor.

Olhou em volta, e num primeiro momento não avistou Steve. Viu o píer coberto e, bem na ponta, estava o loiro sentado, com os braços para trás apoiados no chão e as pernas penduradas.

Andou o mais depressa que pode e se jogou ao lado do loiro.

− Feliz aniversário. – disse Stark, meio sem fôlego, entregando o pequeno embrulho para Steve.

O loiro o olhou, meio infeliz, meio alegre e abriu. Era um cupcake e tinha o símbolo do escudo de Steve desenhado em chantilly por cima.

− Obrigado. – disse Steve, colocando o bolinho com embrulho e tudo no chão ao lado dele.

− Olha, eu sei que sou idiota. Pode me bater.

O loiro o olhou desanimado. Ele tivera muito tempo para pensar na relação deles, no que isso estava se transformando. O que o deixava triste nem era o fato de Stark ter se esquecido do aniversário dele. Tá que isso pesou um pouco para o lado do moreno.

Steve estava indeciso. Não tinha certeza mais do que queria.

− Steve, fala alguma coisa, você tá me deixando nervoso.

− Hum...

− Olha, eu sei que sou um traste inútil em noventa por cento das vezes. Talvez você devesse arrumar alguém mais normal pra você. – disse o moreno, tocando a mão de Steve. – Eu até entendo se você quiser sair dessa roubada que sou eu. Deus, eu fico me perguntando todos os dias como foi que eu ganhei você de presente na minha vida.

− Você nã... – Steve tentou falar, mas foi interrompido por Stark.

− Mas antes você precisa saber que eu te amo e que eu não consigo viver longe de você. – disse Stark, tirando uma caixinha de veludo preto do bolso.

Steve quase teve uma síncope quando viu um par de alianças brilhantes dentro daquela caixinha.

− A gente nem se conhece há tanto tempo assim e eu sei que pode ser precipitação da minha parte. Eu as comprei depois de nosso primeiro mês de namoro. Não sei o que me deu, acho que esses seus olhos de cãozinho abandonado me cativaram logo de cara, porque dói meu coração pensar na hipótese de te perder um dia.

Steve ficou sem palavras diante da cena que se desenrolava diante de seus olhos. Ele queria primeiro bater em Tony por ter esquecido seu aniversário e agora queria beijar ele sem parar até não poder respirar.

Ficou com a segunda opção.

Pulou no pescoço de Stark, que com seu peso sobre o corpo dele, deitou no chão do píer. Beijou Tony como se sua vida fosse se esvair se não o fizesse. Sua língua percorria toda a extensão da boca de Stark e o moreno retribuía apertando as costelas de Steve com a ponta de seus dedos, fazendo Steve gemer entre o beijo e o fôlego que tomava, pois começava a faltar ar em seus pulmões.

Steve passou a mão direita por baixo da cabeça de Stark e aprofundou mais o beijo, buscando cada canto ainda não explorado da boca do moreno, que apenas se rendia e se deliciava com tudo aquilo.

Deixou os lábios do moreno, respirando fundo, buscando o ar.

− Eu devo entender isso como um sim? – perguntou o moreno, ainda sob o corpo do loiro.

− Você não me deixa nem ter uma crise em paz. Por que faz essas coisas?

− Porque eu te amo. Porque eu quero você em cima de mim numa praia ao meio dia com todas as pessoas nos olhando.

Só quando Tony tocou no assunto que Steve se deu conta dos expectadores presentes assistindo a cena. Uns riam, outros batiam palmas e outros tiravam fotos.

Se endireitou, sentando novamente, puxando Stark do chão e o colocando ao seu lado. Pegou o cupcake que repousava no chão ao seu lado, intocado e deu uma mordida.

Agridoce.

− Sim. – respondeu o loiro, levando o bolinho até a boca do moreno, que tirava a aliança da caixinha e a colocava no anelar de Steve, gesto acompanhado pelo loiro logo depois.


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Notas finais do capítulo

STONY É VIDA, STONY É VIDA!!
Meu presente pro Cap lindo tesão bonito e gostosão *---*
Eu me atrasei, sorry Cap ç.ç
Obrigada por lerem o que eu escrevo.
Bjo =*