POV: Diana.

Esse foi o primeiro casamento em que eu não chorei.

Certo, vocês vão achar que estou exagerando, então vou começar do começo. O começo mesmo. Nós comprando roupas.

Estávamos indo em lojas ultracaras, porque Louise disse que íamos ao casamento de dois dos mais importantes e poderosos Caçadores de Sombras do mundo e precisávamos estar bem-vestidos. E quatro de nós éramos damas de honra, então realmente precisávamos estar no mínimo apresentáveis.

Veja bem, você pode ser um mundano comum, um poser bem descarado ou um fã com um péssimo senso de observação e memória, então saiba que Caçadores de Sombras se vestem de preto. Mais bonitos de preto que as viúvas de nossos inimigos desde 1234, é uma frase que nos define [N/Brandon: Já perceberam que esse ano é na ordem? 1, 2, 3, 4!]. Brandon, saia do meu POV [N/Brandon: Bleeh]!

Enfim, branco é uma cor de luto para nós, e não tivemos tempo de ir até Idris procurar roupas, então tivemos que nos virar em lojas mundanas. Estou imaginando como Clary se viraria se tivesse que procurar o vestido de noiva aqui. Caçadores de Sombras casam de dourado, pois é. Ela ia parecer uma baladeira.

Acabamos com vestidos coloridos e diversos, e não faço ideia de como é a roupa dos meninos, porque eles foram procurar separadamente. Espero que não seja como das últimas vezes que eles foram fazer algo sozinhos.

~Le flashback em terceira pessoa~

– Meninos, tomem a lista de compras e vão no supermercado por mim, ok? Não demorem! - Louise pediu, entregando a lista à Nick.

*Duas horas depois*

– Voltamos! - Antony cantarolou.

– Ótimo! Compraram tudo o que eu queria?

Os meninos se entreolharam.

– O que foi?

– Hum... - Scott fez.

– Deixa eu ver essas compras.

Louise pegou as sacolas do supermercado.

– VOCÊS GASTARAM DUZENTOS REAIS EM SORVETE DE CHOCOLATE?

~Le outro flashback~

– Nós vamos ver uma comédia romântica divertida para garotas, fiquem no Instituto e não quebrem nada! Voltamos já, já! - Louise anunciou.

*Duas horas depois*

As meninas voltaram para casa, conversando e felizes. Felizes até entrarem no Instituto.

Papel higiênico. Eram essas as palavras que descreviam o lugar.
Cobrindo os móveis, na escada, no chão. O próprio Brandon apareceu sem ver que elas haviam voltado parecendo uma múmia.

– QUE MERDA É ESSA?

– A festa do papel higiênico.

~Mais um flashback, porque flashbacks são legais~

– Vão dar uma voltinha – Angel pediu durante um passeio no shopping. - Vamos olhar coisas que não interessam para vocês. E vocês, estranhos como são, acabariam com a nossa reputação e dignidade.

*Dez minutos depois*

– Essas crianças estão sob sua responsabilidade? - um segurança perguntou à Louise, os quatro atrás dele.

– Adolescente! - Nick protestou.

– O que eles fizeram?

– O baixinho colocou a máscara do Homem de Ferro na loja de brinquedos e começou a subir nas prateleiras e atirar em tudo com armas Nerf – Brandon, claro. - O loiro entupiu a fonte tentando achar moedas e alagou a praça de alimentação, e quando foi justificar disse que era para seu para-qualquer-coisa jogar caça níquel – Antony. - Esse rasgou bichos de pelúcia da loja de brinquedos enquanto gritava “seus recalcados, o Totó é muito melhor que vocês!” - Nick. - E esse outro foi no cinema e escreveu “lindão, parece até eu!” num cartaz do filme Cidade dos Ossos – Scott, escrevendo coisas na foto de Alec.

– Nesse caso, nunca vi esses garotos na minha vida – ela sorriu amarelo.

~Flashbacks off~

Acho que deu pra entender.

POV: Faith.

Certo, minha parabatai estava enrolando demais mostrando os flashbacks, então vamos direto ao ponto: alugamos vestidos caríssimos, e felizmente os meninos não causaram nenhum problema muito grande, então voltamos para o Instituto.

Então surgiu o que nós, meninas, batizamos de o problema: não dominávamos a tão misteriosa arte de andar de salto alto.

– Ei... - Tiffany disse, lembrando de algo. - Sophie pode nos ensinar a andar de salto. Ela tem alguns, embora nunca use.

– Parece uma boa ideia – Emily apoiou. - Onde ela está?

– Em um necrotério (mas hein?). Já volto!

Ela foi embora.

POV: Sophia.

– Certo. Seu nome é Chad – disse, batizando o defunto01. -, e você era um lobisomem que morreu de depressão porque sofria bullyng, porque você tinha câncer e teve que raspar o cabelo, então quando se transformava virava um lobo careca. Você – apontei para o defunto02. - se chama Godofredo, seu apelido é Good e você morreu de tristeza, porque leu A Culpa É Das Estrelas. Defunto03, você é agora o Peseu, ou Percy, porque esse é um nome legal, e você morreu de - parei e pensei: qual doença? leishmaniose é legal, eu gosto de falar isso. Minha voz interior respondeu, me contrariando como sempre: não, é chata. Ele morreu de peste negra. ELE MORREU DE LEISHMANIOSE! PESTE NEGRA! Ah, fuck você. - leishmaniose, porque eu gosto de falar isso e NÃO PESTE NEGRA, tome essa, voz interior, tome essa. E, por fim, defunto04, você a partir de agora é o, hum, Fulaninho Stark, e morreu simplesmente por sofrer de mal de Stark e para seguir o padrão, porque George R. R. Martin é mau. Agora nós podemos conversar e trocar...

– SOPHIE! - me virei e vi Tiff correndo em minha direção. - Não sabemos andar de salto alto e necessitamos de sua sabedoria!

Fiquei olhando para ela em silêncio por alguns momentos.

– Tá. Tchau Chad! Tchau Good! Tchau Percy! Tchau Fulaninho! - me despedi de meus amigos e voltei para o Instituto com ela.

POV: Suzanah.

Tiffany voltou com Sophia uns 45 minutos depois, segurando pacotes de batata frita do McDonald's e conversando.

– Vocês passaram no McDonald's e não trouxeram nada pra mim? - Angel perguntou, indignada.

– Pois é – Sophia sorriu.

– O casamento é amanhã! - Charlotte lembrou. - É melhor vocês aprenderem rápido. - Como ela era mais feminina, fofa e tudo o mais, também sabia andar de salto, mas achou que não conseguiria ensinar todas nós 6 sozinha.

– Não deve dar muito trabalho, a gente aprende rapidinho – Faith fez um gesto de indiferença.

POV: Emily.

Acho que Faith mudou de ideia depois de uma meia hora. Quem teve melhor progresso com isso foi Diana, mas ela estava segurando na parede. Todas nós andávamos desengonçadas e caímos algumas vezes. Tiffany desistiu depois dos primeiros cinco minutos e decidiu que iria roubar um banco e comprar botas.

Acabou que lá estávamos nós, em uma praia, em Miami (transportados por um Portal de Magnus, claro), no meio da noite, cheias de símbolos de invisibilidade. Por que na praia? Sophia tem medo de parquinhos, e o salto do sapato afundava na areia e facilitava o equilíbrio, e nos equilibrarmos seria o nosso primeiro passo, segundo Charlotte, que alegou ter aprendido a andar de patins daquele jeito.

– É muito complicado – Suzanah resmungou. - Não podemos ir de sapatilha? Ou com algo com salto menor?

– Não. Louise não deixou – Charlotte lembrou-a.

– Podemos ir de botas também? Quer dizer, eu tenho botas – Angel comentou.

– Suas botas são coturnos desgastados, não servem para um casamento – argumentei. Ela me mostrou a língua.

– Sophia, me ajude aqui, vou tentar andar da calçada – Diana pediu, com os braços abertos para se equilibrar.

– Certo...

POV: Antony.

As meninas sumiram ontem à noite, e ainda não voltaram. Louise tinha ido para Idris ver umas coisas do casamento, então foi a noite dos homens.

A noite dos homens = nós quatro vendo TV e comendo a noite inteira.

Nem vimos filmes pornôs ou coisas assim. Foi só Bob Esponja mesmo.

Enfim.

As meninas só apareceram novamente quando faltava meia hora para o casamento, mas pelo menos estavam vestidas, e não tropeçaram >muito< andando de salto. Estavam, hum, bonitas. Pude ver que Scott observava Sophia... e eu ainda vou apanhar por dizer isso. Mas ele também vai apanhar se ela perceber. Certo. Angel parecia uma gótica com um vestido azul-marinho, tipo, você tem essa oportunidade para NÃO se vestir como gótico mas se veste assim do mesmo jeito. Tá. E Charlotte estava bem o contrário, parecendo uma princesa (não gosto dela naquele sentido. Ela estava com vestido rosa e cabelo cacheado e maquiagem rosa e sapato rosa e TODA ROSA, não tem outro jeito de descrever isso).

Certo. Nós fomos ao apartamento de Magnus, porque Louise ainda estava em Idris e não sabíamos onde o casamento iria acontecer. Ok. Entramos no Portal. Tá. Surgimos no estacionamento de um supermercado. Sem problemas... não, pera.

Achei que Magnus pudesse ter se confundido na hora de criar o Portal ou algo assim, mas o lugar estava completamente arrumado para um casamento, e o povo todo tava lá.

– Mas hein? - Nick perguntou.

– Eles não acharam nenhum lugar melhor - Magnus explicou.

Demos de ombros e o seguimos até o local. Nos sentamos e ficamos conversando, enquanto Emily, Sophia, Angel e Charlotte iam se preparar, já que iam ser dama de honra. O normal é as daminhas serem criancinhas fofinhas, mas casar em um estacionamento é igualmente anormal.Talvez até um pouquinho mais estranho.

POV: Scott.

– AH, O MALUCO QUE ODEIA LOBISOMENS! ELE VAI ME MATAR! RAPHAEL, ME AJUDE! - Jordan gritou quando nos viu, e começou a correr, então pulou no colo de Raphael e ficou abraçado nele.

— Saia de cima de mim, criatura pulguenta! - Raphael o soltou, espanando o terno com a mão como se algum pelo pudesse ter ficado grudado nele. 

Jordan se levantou, trêmulo.

— Tenha piedade! - ele pediu, quase chorando

– Não vou te machucar - Antony disse.

– Ah, você está no modo legal? Está de anel?

– Hum, sim.

– VIVA! LOBISOMENS, PODEM APARECER! - uns 20 lobisomens surgiram de trás das cadeiras e de todos os lugares possíveis. Eu nunca imaginaria que um lobisomem conseguiria se esconder dentro de um jarro de plantas.

– VAI COMEÇAR A CERIMÔNIA! CALEM A BOCA E SE ACALMEM! - Magnus gritou. Estranho, ele estava no altar. Só se... mas não, isso não poderia ser possível. Se bem que com todas essas loucuras...

As daminhas entraram saltitantes, jogando pétalas de flores no caminho e no cabelo de todo mundo. As pétalas de Emily haviam acabado, então ela deu de ombros e jogou a cesta, que atingiu Brandon, e ele desmaiou [N/Angel: Brandon saindo no meio do capítulo? Conta a novidade].

Aí entrou Clary, que estava de dourado e estava como Diana previu: parecendo uma baladeira. O engraçado mesmo era Jace, que também estava de dourado, e, acredite, existem ternos dourados.

E, veja só: eu também previ o futuro. Isso mesmo, Magnus era o padre.

– Vou começar a faladeira. Se alguém tiver algo contra a união de Clary e Jace e blá-blá-blá, fale agora ou cale-se para sempre. Ou até o final da cerimônia. Não vou forçar ninguém a ficar calado.

Faith levantou a mão imediatamente.

– O que você tem contra?

– Jace, você é um gostoso, case comigo, deixe a Clary pra lá!

– Hum, não - Jace respondeu. - Desculpe.

Faith mostrou a língua para ele.

– Mais alguma coisa?

Suzanah estava com a mão levantada.

– Sim?

– Onde fica o banheiro? - ela perguntou.

– Tem um no supermercado, mas está fechado. Pode tentar alguma Marca de abertura se quiser.

Suzanah pegou sua estela e foi para o supermercado.

– Algo mais?

Diana levantou a mão.

– Por que você é padre se é filho de um demônio?

– Algumas perguntas não foram feitas para serem respondidas. Mais alguma coisa?

Agora sim, ninguém tinha mais nada para falar. Magnus se virou para Clary e Jace.

– Clarissa Fray Morgenstern, você aceita Jonathan Christopher sei-lá-o-nome-do-meio-dele Herondale como seu marido na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, na *meia hora depois* - Magnus bocejou e se espreguiçou. - Enfim, aceita? É bom que aceite, só falar isso já deu um trabalho danado.

Isabelle, que era madrinha junto com Maia, revirou os olhos, como se já esperasse brincadeirinhas.

– Aceiiitooooo! - Clary respondeu com um monte de vogais, super animada.

– Jonathan Christopher sei-lá-seu-nome-do-meio Herondale, você aceita Clarissa Fray Morgens...

– Aceito. Não teria pagado essa cerimônia se fosse recusar, oras.

– Então eu os declaro marido e mulher, podem se beijar, só que nada de ter filhos aqui, sim? Max está assistindo isso.

POV: Emily.

Vou pular direto pra parte da festa. Estava superlegal, até que descobriram que a coisa mais importante disso tudo, vulgo o bolo, tinha sumido. Dez minutos depois, encontraram Nick e Antony trancados no banheiro do supermercado comendo sozinhos. Depois ficam gordos e reclamam, afz. Por sorte, Magnus, com todas as suas macumbas de feiticeiro, conseguiu que um novo bolo surgisse. Simon comeu a cabeça do Jacezinho do bolo.

Vamos direto à parte chocante da coisa: festas tem música. Músicas vem de cantores e bandas. Contrataram uma banda para essa festa. Não poderiam ter feito escolha pior.

– Essa é para Faith Carstairs, que ameaçou me matar se não cantasse isso até o fim do mês! - Joffrey piscou para ela, que quase vomitou. Então eles começaram a cantar. O pior de tudo era de longe a coreografia deles, mas a música estava relativamente ruim.

Joffrey: Pre

Draco, Jonathan, Octavian: Para

Draco: Que agora

Jonathan, Octavian: É a hora

Joffrey, Draco, Jonathan, Octavian: Do show das poderosas

Joffrey: Que descem

Jonathan: E rebolam

Draco, Octavian: Afrontam as fogosas

Jonathan: Só as que incomodam

Octavian: Expulsam as invejosas

Draco: Que ficam de cara

Joffrey: Quando toca

Jonathan: Pre

Joffrey, Draco, Octavian: Para

Octavian: Se não tá mais à vontade

Joffrey, Draco, Jonathan: Sai por onde entrei

Jonathan: Quando começo a dançar eu te enlouqueço

Draco: Eu sei

Octavian: Meu exército é pesado

Joffrey, Jonathan: A gente tem poder

Octavian: Ameaça coisas do tipo

Jonathan, Draco: Você vai

Draco: Solta o som, que é pra me ver

Jonathan, Joffrey: dançando

Jonathan: Até você vai ficar

Draco, Octavian: Babando

Draco: Pare o baile pra me ver

Jonathan, Octavian: Dançando

Joffrey: Chama atenção à toa

Jonathan: Perde a linha, fica louca

Joffrey: Pre

Draco, Jonathan, Octavian: Para

Draco: Que agora

Jonathan, Octavian: É a hora

Joffrey, Draco, Jonathan, Octavian: Do show das poderosas

Joffrey: Que descem

Jonathan: E rebolam

Draco, Octavian: Afrontam as fogosas

Jonathan: Só as que incomodam

Octavian: Expulsam as invejosas

Draco: Que ficam de cara

Joffrey: Quando toca

Jonathan: Pre

Joffrey, Draco, Octavian: Para

Octavian: Se não tá mais à vontade

Joffrey, Draco, Jonathan: Sai por onde entrei

Jonathan: Quando começo a dançar eu te enlouqueço

Draco: Eu sei

Octavian: Meu exército é pesado

Joffrey, Jonathan: A gente tem poder

Octavian: Ameaça coisas do tipo

Jonathan, Draco: Você vai

Draco: Solta o som, que é pra me ver

Joffrey, Jonathan: Dançando

Octavian: Até você vai ficar

Joffrey, Octavian: Babando

Draco: Pare o baile pra me ver

Jonathan, Octavian: Dançando

Joffrey: Chama atenção à toa

Jonathan: Perde a linha, fica louca.

Enfim. Concordo com Diana. Não chorei nesse casamento.