The World Can Be Wonderful escrita por Miyuki Yagami


Capítulo 9
Chapter 8


Notas iniciais do capítulo

*OOOOOOOOOOO*
Muito obrigada a todos!!!!!!!!
Aqui está mais um.
Boa leitura.



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No dia seguinte, iria ser Clara, a personagem do Quebra Nozes. Sempre recebi destaque, pois me esforçava arduamente. Ensaiava todos os dias, pelo menos uma hora e meia. Sem descanso.

Foi assim que consegui o papel de Clara.

Dividido em dois atos, o Quebra Nozes era a minha peça favorita. Talvez porque sempre gostei de balé e isso me permitia ver peças e mais peças. Talvez porque mamãe tivesse sido uma bailarina esplêndida, e foi Clara também, com a mesma idade que eu tenho. 

E foi no Quebra Nozes que papai conhecera mamãe. De acordo com a história que li no diário da mamãe (que roubei do escritório do meu pai), ela estava perto de finalizar a peça quando caiu. 

Ela caíra.

Mas, como era estabanada, planejava sempre fazer algo se por acaso caísse. E ela fez. Ficou no chão e foi se levantando aos poucos. Dançou suavemente, como uma bailarina deve fazer. 

Todos acharam que era parte da peça.

Papai então, assistindo a peça graças a minha vó falecida, se levantou e começou a aplaudir, sem a peça ter terminado. Ele aplaudia pois sabia que aquela garota caíra e fora forte e esperta o suficiente para se levantar e continuar com classe.

Mamãe corou, mas continuou dançando. 

Encontrou-o no final da peça. Fizeram amizade e trocaram cartas por muitos anos, até que finalmente começaram a namorar e se casaram. 

Foi assim que tudo começara. Eu estava viva graças ao Quebra Nozes e a minha vó.

Meu pai não iria para a peça. Eu até entendia. Depois que mamãe morrera, ele nunca mais escutara música clássica (de acordo com a mamãe, no diário dela, ele escutava muita música), nem nenhum outro tipo de música. E desprezava ao balé.

Se ele não tivesse conhecido mamãe naquele dia, talvez hoje em dia fosse feliz.

Acordei adiantada. Acordara muitas vezes naquela noite. Precisava me concentrar.

Não comi nada, fiquei ensaiando sem parar até Leonard trazer alho poró.

Eu tinha que comer ou não conseguiria dançar.

Depois de comer dancei mais um pouco.

Estava cansada.

Ofegava.

Faltava três horas para o espetáculo  quando comecei a me arrumar. Não foi depressa. Tomei um banho na banheira e me ajeitei. Coloquei calça jeans, uma camiseta simples e a roupa do balé estava lá no local.

Leonard entrou em meu quarto e começou a tagarelar falando de como arrasaria e conseguiria "bofes" e que era uma pena ele não poder ir, mas eu iria bem e blá blá blá.

Parei de ouvi-lo por um instante.

Comecei a me lembrar de umas coisas que nunca vira. 

Voltei ao presente.

Aquilo estava me deixando assustada.

- Leonard, por favor, me responde. Meu pai não virá, não é? - perguntei.

Leonard negou com a cabeça e me deu um abraço. Sai.

- Eu... Eu não quero que ele vá.

- Ele não vai, fique calma Miku-hime. - me joguei em minha cama. Peguei a maleta de maquiagem que Leonard trouxera.

Sai de casa correndo. Atravessei o gramado extenso e entrei no carro.

- Yuki. - pedi. - Preciso sair daqui.

O problema não era com ninguém. Era comigo. Eu não sabia o que faria. 

Estava perdendo o controle.

- Me leve ao Teatro, por favor.

Yuki arrancou o carro. Fechei os olhos por um segundo. Tudo aquilo voltou.

Eu o vi. Eu já tinha visto Shion uma outra vez, quando muito pequena. 

Ele era filho de um dos grandes empresários com quem meu pai competia. 

"- Você sabe tocar piano? - perguntei, deveria ter seis anos, mas já fazia balé, sabia ler, tocar (escondida), entre outras coisas.

O mini Kaito estava lá, assentindo.

- Toque pra mim. - Pedi. 

Na casa dos Hatsune tinha um enorme piano em uma das salas. Ninguém de casa poderia tocar. Esse piano pertencera à minha mãe. Era o "filho "do meu pai.

Ele nunca tocava. Não sabia.

Porém, quando convidados apareciam e sabiam tocar piano, papai permitia que tocassem.

Quase ninguém o fazia.

Me surpreendi quando o garoto assentiu.

Ele começou a tocar pra mim. Era um prodígio, até melhor do que eu. Tudo bem, muito melhor do que eu.

A melodia ecoava sem parar.

Desejei que não parasse.

Ele terminou de tocar e saiu de perto do piano.

- Você toca muito bem! - falei, sonhadora.

Ele agradeceu baixinho.

- Essa música tem nome? - perguntei.

- Tem sim. - respondeu. - Se chama Fur Elise."


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Notas finais do capítulo

O que acharam?



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