Alarmes disparam, luzes vermelhas piscam e uma sirene estridente enche o ar. Quase não consigo pensar em como vamos sair dessa base. Olho para os lados e o que há alguns minutos atrás estava cheio de Mogs, está completamente vazio.

- Temos que sair daqui agora. – Diz John segurando a mão de Sarah. – Setrákus pode voltar a qualquer momento.

- Relaxa Johnny – geme Nove ainda se recuperando da ultima batalha – Se ele aparecer aqui de novo vou cortar a cabeça dele.

- John tem razão. – digo – Eu vi toda a batalha lá de cima, eu odeio admitir isso, mas ainda não estamos preparados.

Nove me olha com um olhar de desaprovação, mas se rende.

- Temos que ir por ali. – grita Oito apontando para uma porta destruída.

- Como você sabe novato? – pergunta Nove.

- É difícil explicar, eu só sei que temos que ir por ali – responde Oito. – É um Legado que tenho, é como se fosse um sexto sentido.

- Ele tem razão. – diz timidamente Marina. – Foi assim que ele nos encontrou na Índia.

- Então vamos. – diz John dando os primeiros passos. – Fiquem todos atentos.

Andamos em fila indiana John e Sarah na frente, seguidos por Oito, Marina e Ella, Bernie Kosar manca na frente de Nove e eu fico na retaguarda. Passamos pela porta destruída, o teto parece que vai cair a qualquer momento, vejo rachaduras nas paredes e no chão, parecia que tivesse acabado de acontecer um terremoto.

- O que foi aquela explosão? – pergunta Marina.

- Pelo estado das paredes foi bem forte. – diz Sarah andando com dificuldade pelos escombros.

É bom ver que Sarah sobreviveu, John apesar de parecer muito preocupado parece estar feliz em estar com ela. Até eu estou feliz dela estar aqui apesar de não gostar de vê-los de mãos dadas.

De repente um grande pedaço de concreto do teto se despega e vem na direção de Sarah.

- Cuidado! – grita Marina.

Levanto meu braço e com telecinese afasto o bloco de concreto.

- Obrigada, Seis – Diz Sarah com um sorriso.

- Não por isso. – digo devolvendo o sorriso. John me olha e também sorri.

Corremos por um corredor vazio. Onde estão todos? Setrákus? Os Mogs? Os agentes do FBI que estavam aqui? Continuamos correndo até entrar em uma sala que Oito pediu para que entrássemos. Será que podemos confiar nesse Legado do Numero Oito? Ele parece mais perdido que nós. Quando entramos na sala, parece que ali foi epicentro de toda a explosão. A grande estrutura que estava no teto está no chão, muitos escombros estão espalhados. Olho em baixo de algumas pedras e vejo algo que conheço muito bem. Cinzas Mogadorianas.

- Havia vários Mogs aqui. – diz John

- Trinta talvez. – Diz Nove passando a mão nas cinzas.

De repente algumas pedras rolam e vejo duas silhuetas.

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Todos ficamos em posição de ataque. A única coisa que consigo pensar é em manter Sarah longe do perigo, ela não pode se ferir novamente. Ela quase morreu na ultima batalha. Não suportaria se algo acontecesse com ela. As duas silhuetas começam a andar em nossa direção. Pelo que vejo não são mogadorianos, são humanos, talvez dois agentes do FBI. Nove levanta seus braços e com telecinese ele os trás até nós. Eles caem de costas.

- Rendam-se agora – grita Nove. – e deixaremos vocês viverem.

- Não somos inimigos – diz um garoto magro com uma voz muito familiar.

Aperto os olhos para ver melhor, não acredito em quem eu estava vendo.

- Sam? Saaaaaaaaaaaaaaam! – eu o levanto e o abraço com todas minhas forças. – Desculpa por ter te deixado pra trás.

- John – geme Sam – John, você está me sufocando.

Solto Sam e ele respira fundo. – É bom ver que você está bem.

Me sinto péssimo em ver o estado que ele está, mais magro do que normalmente, vários cortes em seus braços e pernas.

- Sam me perdoa, eu tentei voltar.

- Não precisa pedir perdão, eu sei que você tentou e eu sabia dos riscos.

- Oi Sam – Diz Seis com os olhos cheios de lagrimas.

- Seis! – Sam a abraça e recebe um beijo na bochecha.

– Pensei que tivéssemos te perdido.

- Vaso ruim não quebra. – responde Sam corado por causa do beijo. – Olhem quem eu encontrei! – Sam aponta para o outro homem que estava com ele.

- Quem é ele – pergunto.

- Ele me salvou John. Meu pai. Eu disse para você que ele estava vivo. Ele me encontrou.

Olho para o homem e ele está bem diferente da foto que Sam me mostrou, ele está mais magro e mais velho, mas lembra muito ao Sam.

- É uma honra conhecer o senhor, Sr. Malcolm.

- A honra é toda minha. É um prazer ver vocês todos. – diz Malcolm. – Onde está Henri?

Abaixo minha cabeça e Malcolm vem até mim e me abraça.

- Sinto muito Numero Quatro. Henri era meu amigo também. Porque não me apresenta seus amigos? – diz Malcolm tentando espantar a tristeza do ambiente.

- Bem, eu sou John, o Numero Quatro, aquela é a Numero Seis.

- Prazer Numero Seis. – diz Malcolm estendendo a mão para Seis.

- O prazer é meu. – ela responde.

- Aquela é a Marina, a numero Sete e a garotinha é Ella a numero Dez.

- Numero Dez? – Diz Sam e Malcolm com espanto.

- Eu vim em uma segunda nave. – Comenta Ella e Sam abre um sorriso.

- Outra nave saiu de Lorien? – pergunta Malcolm confuso. – Impossível.

- Sim, Crayton disse que quase não conseguimos escapar.

- Eu sou o Numero Nove – ele se apresenta estendendo a mão para Malcolm.

- Prazer Numero Nove.

- E aquele é o Numero Oito. – digo.

- Vocês não sabem como é bom ver vocês todos reunidos.

- Ainda falta mais um. – Diz Marina. – Numero Cinco.

- Não podemos mais ficar aqui. – Diz Seis. – É arriscado demais.

Começamos a sair da sala.

- Esperem. – Diz Malcolm – Preciso encontrar um amigo. Ele deve estar em algum lugar dessa sala. Por favor, me ajudem a procura-lo.

Imediatamente todos nos espalhamos pela sala e começamos a levantar varias pedras com telecinese.

- Aqui. – Grita Oito e todos corremos até ele e encontramos um garoto todo ensanguentado e com as duas pernas quebradas.

- Marina! – grito e ela se aproxima colocando as mãos sobre ele, mas no exato momento que ela coloca as mãos sobre ele, ela dá um pulo para trás.

- O que foi Marina? – pergunta Seis.

- Ele é Mogadoriano.

Todos olhamos para Malcolm sem entender nada.

- Você quer que salvemos um maldito Mogadoriano? – grita Nove.

- Eu explico depois, mas, por favor, confiem em mim. – diz Malcolm.

Marina me olha como se me pedisse autorização. Assento com cabeça. Marina estende suas mãos até o peito do garoto Mogadoriano que respira com muita dificuldade. Posso ver todos os cortes e feridas se fechando, Marina tem um Legado incrível. Será que eu posso fazer o mesmo? Quer dizer eu fiz isso, eu salvei Sarah e Ella da morte.

Agora Marina coloca suas mãos sobre as pernas quebradas do garoto Mog.

- Vocês estão loucos. – Grita Nove. – Marina pare com isso.

- Nove calma, temos que confiar no pai do Sam. - digo

- Confiar nesse cara que acabamos de conhecer? Perdeu o juízo Johnny?

- Ele é meu pai e confio minha vida a ele. – Esbraveja Sam. – E você só está vivo por causa dele.

- É o que, tampinha? – Nove fala levantando Sam com telecinese.

- Nove já chega. – digo o empurrando.

- Quem te promoveu a chefe, Sr. Pittacus?

- Quer parar vocês três. – Grita Seis. – Também não gosto da ideia de ajudarmos esse Mog, mas podemos retirar informação dele.

- Pronto. – Fala Marina aliviada.

O garoto apesar de estar completamente curado, parece muito cansado.

- Onde está Setrákus Ra? Mog maldito – Grita Nove levantando o garoto pelo colarinho.

- Ok macho alfa, você já mostrou pra todo mundo o quanto idiota você pode ser. – Diz Seis reprovando a atitude de Nove.

- Só eu tenho juízo aqui? – responde Nove. – A raça desse cara destruiu nosso planeta, nossas famílias, nossos Cêpans.

- Calma garotos, ele me salvou e também salvou o Sam. – Diz Malcolm.

- Salvou? Como assim? – pergunto.

- Adam é o primeiro Mogadoriano da história a se virar contra seu próprio povo. Ele é um Desertor. E luta do nosso lado.

- Do nosso lado? Acredito. – Diz Seis irônica.

Nove desce Adam e o olha como se o quisesse estrangular.

- Ele fez tudo isso. – Diz Malcolm abrindo os braços e mostrando a destruição.

- Como ele fez tudo isso? – pergunta Numero Oito confuso.

- Adam é impressionante, vocês vão ficar impressionados com sua história.

De repente tudo começa a tremer, parece que aquela explosão danificou todo o prédio e ele está desabando. Algumas pedras se desprendem do teto e nos defendemos com telecinese.

- Temos que sair daqui agora. – digo.

- Estamos muito longe da saída. – Diz Marina que já está curando as feridas de Sam e Malcolm. – Só temos uma opção. – Ela diz olhando para o Numero Oito.

- Sem chance. – Reclama Oito. – É muito perigoso. Nunca levei tantas pessoas comigo, da ultima vez perdemos a Seis. Não podemos se separar agora que nos encontramos.

Marina vai até Oito e levanta a cabeça dele e olha em seus olhos.

- Eu confio em você. Sei que você pode.

- Não temos nenhuma pedra de Loralite aqui. – Insiste Oito.

- Você consegue. – Marina fala segurando a mão de Oito.

- Eu não tenho certeza se ira funcionar, todos deem as mãos.

Todos nos damos às mãos e Bernie Kosar se transforma outra vez em uma lagartixa e entra em meu bolso.

- Você está bem?- pergunto por telepatia animal.

- Estou, não se preocupe comigo. – Responde BK

Quando Nove depois de muito esforço segura a mão de Adam, sinto uma energia me envolver, olho para os outros e sei que eles estão sentindo o mesmo. Estamos conectados. JUNTOS SOMOS MAIS FORTES. Nossos colares brilham intensamente.

-Preparados? – grita Oito e tudo fica preto.