Tempestade De Merda escrita por Outcape


Capítulo 8
O Maior Recreio de Todos os Tempos


Notas iniciais do capítulo

Obrigado aos que estão comentando, vocês são fodas.



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– Vocês não acham que esse ano tá passando muito rápido não? – comentou Pedro na hora do recreio.

– Sim, já estamos em Agosto, como pode? Lembro de Março como se fosse ontem. – disse Lívia

– Pra mim tá devagar pra caralho, quando 2012 vai acabar, hein? – João perdido no tempo.

– Não, sério, tem alguma coisa estranha acontecendo, e se o tempo realmente está passando mais rápido? Será que entramos em alguma realidade paralela ou coisa parecida? – disse Pedro.

– Mas que papo é esse, porra? – disse João confuso.

– Vocês não perceberam que quando vocês eram menores o tempo passava mais devagar? – falou Pedro.

– É, é verdade... – todos concordaram.

– Mas isso é normal, seu burro, você está crescendo e está tendo uma percepção melhor do tempo do que tinha quando você era criança. – explicou Lívia.

– P-p-posso me meter na conversa? – perguntou Tico com toda a educação.

– Não, sai daqui que ninguém te chamou, porra. – respondeu João.

– Deixa de ser babaca e deixa ele falar. – defendeu Lívia.

– E-eu percebi que o tempo passa mais rápido quando estamos fazendo algo que gostamos bastante – explicou Tico.

– O que você quer dizer com isso? – perguntou Lívia.

– Q-Que o tempo talvez esteja passando rápido para Pedro porque ele está gostando da escola neste ano.

– Impossível, esse está sendo um dos anos mais chatos da minha vida e ainda sim está passando rápido. – discordou Lívia.

– Acho que isso faz sentido. – concordou Pedro – Esse ano até que tá legal pra mim.

– Sério? Você deve ter tido uma vida escolar de merda no ensino fundamental pelo jeito – zombou Lívia.

– Tá, e aí? Essa é a nossa conversa do recreio? Ficar falando sobre tempo e o caralho a quatro? Ótimo, agora me expliquem, como isso vai fazer eu passar de ano, hein? Ficar falando de tempo e outras merdas vai me ajudar a passar em física? Acho que não, porra. Parem de ficar assistindo esses filmecos de ficção científica e vamos falar de algo que faça eu ganhar notas, falar de tempo rápido ou devagar vai fazer eu passar de ano? Eu acho que não, talvez na época em que as avós de vocês eram virgens sim, mas estamos em 2012 ou 2013, sei lá, eu não me importo em que maldito ano estamos, vão todos tomar no rabo, por que não falam sobre algo produtivo? Que se fodam vocês, vou para o banheiro bater uma pensando na professora de Química. – discursou João, deixando todos boquiabertos.

– Eu não faço ideia do que acabou de acontecer. – disse Lívia um pouco assustada.

– Parece que finalmente ele está querendo fazer algo da vida. – adivinhou Pedro.

– Tem certeza disso?

–... Não.

– Ouvi dizer que a Bruna deu um pé na bunda dele.

– O-o que? – perguntou Tico interessado.

– É, parece que eles terminaram, deve ser por isso que ele está meio irritadinho, na verdade ele tá assim sempre, mas hoje ele está mais do que o normal. – respondeu Lívia.

– Pessoal, já volto. – avisou Tico.

Tico procurou Bruna pelos cantos da escola até que ele a encontrou.

– É verdade que vocês terminaram? – perguntou Tico.

– Sim.

– B-bem...

– O que foi, Tico?

– Nada não, tchau Bruna.

– Tchau, Tico.

Tico sai de lá um pouco envergonhado e volta para seus amigos.

– Olha lá, Pedro, Tico está voltando.

– Será que Tico foi falar com a Bruna, Lívia?

– Sei lá, porra, acho que sim.

– Acha que o Tico gosta da Bruna?

– Isso é meio óbvio, mas realmente não me importo com isso, odeio romances.

– Eu também odeio romance.

– Sério? Difícil encontrar alguém assim.

– Pois é, sempre quando digo que não quero namorar e ficar sozinho, todos tiram sarro de mim.

– Eu também, Pedro, eu também.

– Já notou como nós temos tanta coisa em comum?

– Não.

– Ok.

– V-voltei, gente. – chegou Tico.

– E aí? O que você fez? – perguntou Lívia.

– Fui confirmar se a Bruna acabou com ele e sim, eles acabaram. – confirmou Tico.

– Legal, e daí?

– Nada, não, Lívia, só para confirmar seu boato.

– Hum.

– É...

– Não notaram que esse recreio tá passando devagar demais? – perguntou Pedro desconfiado.

– Notei sim, mas que dia estranho da porra. – respondeu Lívia.

– Eu tô dizendo, tem algo acontecendo nesse mundo, serão os Illuminati?

– Você acredita nessas merdas, Pedro? Por favor.

– Eu? Haha, claro que não, pff, que bobagem. – mentiu Pedro.

– Nossa, achei que você realmente acreditava, caí direitinho, você é um ótimo ator. – admitiu Lívia.

– Sou um ótimo ator?

– Não, na verdade não.

– P-pessoal, tenho certeza que estamos aqui há mais de 40 minutos, esse recreio já era para ter acabado. – percebeu Tico.

– Sei lá, o recreio deve estar tão chato que está passando devagar demais. – Lívia entediada.

– É-é isso que eu estou falando, o tempo passa devagar quando as coisas estão chatas. – disse Tico.

– Isso é óbvio, né, rapaz.

– Mas você disse que era impossível.

– Não, você falou outra coisa diferente, menino, pare de distorcer as coisas!

– Vocês não notaram que não tem praticamente ninguém na escola? Parece que estamos sozinhos. – Pedro ainda desconfiado.

– Acho que todo mundo está na quadra vendo os rapazes jogarem. – palpitou Lívia.

– Olhem lá, o João está vindo... E a professora de Química também. – notou Pedro.

– Cara, o que isso significa? – disse Lívia um pouco preocupada.

– Quais as chances dos dois terem feito algo no banheiro?

– Nenhuma, Pedro idiota.

– Olá, otários, parece que vocês se foderam legal. – falou João.

– Bem, matando aula novamente, crianças? – disse a professora de química.

– Como assim? – perguntou Lívia.

– O recreio já acabou há uns 40 minutos, estão de brincadeira comigo?!

– Não... Nós não ouvimos o sinal tocar. – explicou Pedro.

– É a mesma desculpa que todos dão, vão para a diretoria agora mesmo!

– Caralho! – pensou Tico.

– HAHAHAHAHA – riu João.

Todos chegam mais uma vez para a diretoria.

– Vocês matando aula novamente?! Nossa, obrigado por nos informar, João. – disse a diretora Paula.

– Sim, eles tiveram a cara de pau de fazer isso, diretora!

– Sim, João, agora volte para a sua aula que vou dar um jeito nesses aqui.

– O que vai fazer com a gente, senhora? – perguntou Lívia.

– Vou mandar mais um bilhete para os pais ou responsáveis assinar.

– Ok, tá bom.

– Não terminei ainda, se isso acontecer de novo, vocês serão todos expulsos! Não vou mais tolerar vagabundos na minha escola, não mais.

– Não vai acontecer outra vez, diretora, pode contar conosco. – disse Lívia.

– Espero que sim, agora podem ir para a casa, a aula já está quase terminando.

– Sério? – disse Lívia, se preparando para sair.

– Não! Vão ficar aqui, nessa sala, até a aula acabar! – gritou Paula. – Com exceção desse garoto aí, ele parece estar passando mal.

– Tico! Você está todo vermelho outra vez. – falou Pedro.

– E-e-e-eu estou b-b-bem.

– Por que você está assim? Achei que gostasse de castigos.

– E-e-eu sei, mas sou assim naturalmemente.

– Tá.

O grupo ficou lá até a aula acabar, depois todos saíram tranquilamente, exceto Tico, que foi para a casa com a cueca molhada.


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