Tempestade De Merda escrita por Outcape


Capítulo 5
Matadores de Aula




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– Droga, aula de Sociologia outra vez, odeio essa merda. – Tico reclamando, como sempre.

– Então porque você não mata aula?! – pergunta Lívia.

– Tá louca? Nunca vou fazer isso.

– Como assim? Você nunca matou aula na vida?

– Não, nunca.

– Caramba, você é certinho demais.

– O que houve, Lívia? – chegou Pedro perguntando.

– Tico não quer matar a aula de Sociologia!

– Tenho medo que a professora passe algo importante, sabe como é.

– Não vai ter nada de importante não, tenho certeza, a professora provavelmente vai ficar fofocando sobre outros professores na aula, como ela faz. – responde Pedro.

– Aí ó, até ele concorda.

– M-mas como vamos matar aula? Já estamos dentro da escola e os portães devem estar fechados.

João chega acompanhado de Bruna.

– Portães? Hahahaha, seu burro do caralho. – João chegando.

– Já disse pra não falar assim com ele. – defende Bruna.

– Tá bom, porra...Tico! Agora a Bruna está permitida de falar com você, dê um oi para ela.

– Oi Bruna.

– EU TAVA MENTINDO, VOU ESFREGAR O TICO NA PAREDE ATÉ SANGRAR, PREPARE-SE SEU FILHO DA PUTA! – João gritando.

– M-ma-m-mas vo-você... – Tico com o cu caindo das calças.

– Ah, por favor, isso já tá ficando sem graça, você cai muito fácil! – João brincando.

O sinal da escola toca.

– Droga, nós demoramos demais para decidir, e aí, vamos matar aula ou não? Não vou aguentar aquela maldita aula – Lívia ansiosa.

– Por mim tudo bem, tenho educação física agora, não vim com a roupa adequada e aquela professora é um pé no saco. – Bruna aprovando a proposta.

– Ótimo, e o resto?

Todos concordam em matar aula, com exceção de Tico.

– Quatro contra um, vamos matar, ufa. – Lívia aliviada.

– A-acho que não deveríamos fazer isso. – diz Tico preocupado.

– Ok, para onde vamos? – pergunta João.

– Que tal a sala de informática? Podemos usar os computadores, eu e João sempre fizemos isso ano passado, os caras que trabalham lá são legais. – sugere Bruna.

– Ano passado? Vocês são repetentes? – disse Lívia de um modo bem folgado.

– Vou comer essa sua cara se rir da minha cara outra vez! – João irritado.

– Você se irrita muito fácil, amorzinho. – Bruna tentando acalmar João.

– Ain, você me chamou de amorzinho, você é um amor, amorzinho.

– Puta que pariu, já estou com ânsia de vômito com essa melação, vamos logo para a sala de informática. – Lívia desaliviada.

Todos vão para a sala de informática sem serem pegos, Tico está se mijando nas calças... LITERALMENTE.

– Mas que cheiro é esse esquisito é esse? Parece xixi. – Lívia sentindo o cheirinho.

– Tem ar condicionado na sala de informática, bate na porta aí. – disse Bruna.

– Ar condicionado pode tirar cheiros ruins? Não sabia dessa. – disse João

Lívia bate na porta e dois caras atendem.

– Pois não?

– Podemos ficar aqui? A aula de sociologia é super chata.

– Desculpe, mas não podemos deixar ninguém matar a aula aqui. – diz o rapaz.

– Por quê?

– São normas da escola... digo, nossas normas.

– É, não queremos ver mais gente matando aula por aqui, mas sugiro que vocês vão para a biblioteca, lá é o novo ponto de matança. – diz o outro cara.

– Ótimo, bom saber, vamos galerinha do barulho! – diz Pedro.

– Mas o que diabos? Galerinha do barulho? – João envergonhado – não nos chame mais assim seu nerd de merda.

– Desculpem, me empolguei.

– Tanto faz, vamos para a biblioteca. – diz Lívia – Lá deve estar com cheiro bom, sabe como é, bibliotecas são sempre limpas.

– Mas lá só tem livros e cadeiras, deve ser chato pra caramba. – João não gostando muito da ideia

– Prefiro ficar na biblioteca a ficar na aula de educação física, vamos. – Bruna querendo fugir da aula de qualquer maneira.

Todos chegam a Biblioteca sem serem pegos, Tico acaba dando uma passada no banheiro para tentar amenizar o cheiro passando um desodorante emprestado de João nas calças e chega alguns minutos depois.

– Tico, onde você estava? – perguntou Pedro

– Tô sentindo cheiro de veneno de barata vindo de você, seu nojento! – Lívia falando com Tico.

– O QUE? E-eu encontrei uma barata no caminho, amo baratas, hehe. – Tico apavorado.

– Pois não? – perguntou a Bibliotecária.

– Oi, precisamos fazer um trabalho de sociologia e temos que usar os livros! – responde Bruna.

– Ok, me mostrem suas autorizações.

– Autorizações?

– Sim, a partir desse ano os professores devem dar um papel com uma autorização assinada para cada aluno para entrarem na biblioteca, é para evitar que alunos usem a biblioteca como ponto de matança.

– Bem, vamos pegar as autorizações com a professora, vamos lá pessoal! – Bruna tentando disfarçar.

O grupo volta para a sala de informática para tirar satisfação com os rapazes, mas acabam encontrando um bilhete escrito na porta da sala.

“A sala de informática está fechada por alguns dias, nos encontre na sala 6 do outro prédio entre as 8:30 e 10:30”

– Bruna, essa sala 6 não é a sala da diretora? – João se lembrando da sala em que mais frequentava nos últimos anos.

– É sim, João, mas esse ano está tudo diferente mesmo, vamos dar uma olhada lá, deve ser o novo ponto de matança.

O grupo chega a sala 6, na porta está um bilhete escrito “PDM”.

– Isso deve significar “Ponto de Matança”, estou excitado. – diz João.

Bruna bate na porta e os dois caras atendem com apenas uma “fresta” da porta.

– Não tem nenhuma professora com você aí, certo?

– Não, óbvio que não. – responde Bruna.

– Então tá, entrem aí devagarinho.

O grupo entra na misteriosa sala e todos acabam recebendo uma grande surpresa, há uns 6 alunos sentados a frente de uma mesa junto com a diretora Paula de Medeiros.

– Olha aí, diretora, pegamos mais cinco! Haha! – um dos rapazes da informática.

– Nossa, vocês são eficientes mesmo, estou orgulhosa. – responde a diretora.

– O que diabos está acontecendo? – pergunta João.

– Eu e os rapazes fizemos essa armadilha para pegar os matadores de aula e estamos indo muito bem – diretora explicando a parada – estou decepcionada com vocês, especialmente João e Bruna, achei que vocês andariam na linha esse ano!

– O que você vai fazer com a gente? – pergunta Lívia.

– Vou mandar bilhetes para os seus pais assinarem e trazerem amanhã sem falta.

– Tudo bem. – responde Lívia.

– Tico... Você está chorando? – Pedro após ver Tico com a cara vermelha e cheia de lágrimas

– Bi-bi-bilhetes?! M-m-minha mãe vai me matar, caras o que eu faço me ajudem p-p-por favor. – Tico no momento mais desesperado de sua vida.

– O que? Você nunca recebeu bilhetes na vida? Puta merda, cara! – Lívia indignada.

– Nossa, cara, para de chorar, está me envergonhando, vou quebrar essa sua cara agora mesmo se não parar de chorar, puta merda, para com isso, seu retardado! – João falando normalmente com Tico.

– Bem, aqui estão os seus bilhetes, agora vamos leva-los para as suas aulas, ainda faltam uns 20 minutos para terminar.

– Tchau, amigos, vou para a aula de educação física. – diz Bruna. – Tico, fico feliz por ter feito mais amigos, estou orgulhosa de você, agora pare de chorar.

– P-p-pode deixar. – diz Tico enquanto seca o rosto com sua camiseta.

– Boa sorte, amorzinho. – João respondendo sua namorada.

O grupo chega em sua sala de aula e acabam tendo outra surpresa.

– Gente, cadê a professora? – pergunta Lívia os seus colegas.

– Ela não veio.

– MAS O QUE? – Lívia desapontada.

– Ótimo, Lívia, recebemos um bilhete para nada, palmas para você. – diz Pedro indignado.

– Vá pra puta que te pariu, Pedro, você foi o primeiro a concordar em matar! – responde Lívia.

– Tico está chorando?! – diz algum colega qualquer

– N-n-não!

– Chorão, chorão, chorão! – colegas gritando.

Tico começa a ficar nervoso pra caralho.

– Você não vai fugir dessa vez, seu merdinha! – João tentando impedir mais uma fuga.

– N-não, vou ficar aqui mesmo.

– Isso, chega de matar aula. – diz Pedro.

– Agora que eu estava pensando... Se o Tico fugia das aulas, isso significa que ele já matou aulas sim! – Lívia fazendo uma grande descoberta.

– Na verdade eu só... é verdade. – concorda Tico.

– Bem, não precisa chorar, sua mãe não vai te xingar por um bilhete.

– É você está certa. – Tico quase chorando novamente.

– Isso, fique calmo.

– Vou ficar... ou não.


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