When I Look At You escrita por Ana C Pory


Capítulo 2
II - Cacos de vidro.


Notas iniciais do capítulo

Olá! ô/
Um dia só, né? Como eu sou boa -qq
Agradeço á todo mundo que comentou o 1º capítulo, esse capítulo é de vocês. Estou chegando aqui com uma nova forma recheada de: Debbys depressivas, Amys sábias, Pietros bad boys e...
Tenho uma notícia! Personagem novo vai chegar no próximo capítulo...
Avisos Prévios: a Debby tá ferrada e o nome do novo personagem é B. C. (agora adivinhe :P)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/385667/chapter/2

Pietro se sentia um idiota.
Por que raios ele gritou aquilo? Que seu pai parecia dar mais atenção aos outros ele sabia, mas berrar que não queria Amanda ali, sabendo que ela poderia ouvir... argh! A coisa mais estúpida que ele já fez.
Acontece que ele realmente desejou que seus pais não tivessem adotado-a. Ela não era qualquer garota... era a garota do café.
Seu pai ainda ainda teve a ousadia de dizer “Eu te avisei”. Mas Pietro não o odiava... Só queria que ele morresse. Ou parece de se meter na vida dele.
Agora ele tinha magoado a garota. Deus, o que ela sabia podia levá-lo do hall da fama ao fundo do poço.
Ele tinha que ficar de bem com ela... urgentemente.

Amanda estimou que dormiu por cinco horas.
Ela acordou lá pelas oito horas e adivinhou que, na madrugada, tivesse acordado ás três. Quando saiu de seu sonho desagradável, percebeu que suas costas doíam. Foi lavar seu rosto e aí percebeu uma coisa, ao olhar para o seu reflexo encarando-a no espelho: ela havia chorado.
Não se lembrava, mas provavelmente chorou por quase uma hora inteira à noite. Caíra no sono, mas depois acordara e chorou. Ou dormiu por quatro horas, ou chorou enquanto dormia.
Como ela sabia disso? Ela já chorara durante uma hora inteira. Seus olhos estavam vermelhos, e ela se lembrou de seus primeiros dias no orfanato, quando conheceu Deborah.
Ao entrar naquele lugar imundo, uma moça atendeu-a.
– Olá, querida – disse uma mulher gentil, de cabelos castanho-escuros e de olhos cor de chocolate. – Nova aqui? Vou mostrar-lhe onde dormirá...
Aquela, segundo Amanda, era a melhor moça de lá. Era a única gentil e simpática, pelo menos.
– Aqui em cima – a mulher, soube-se depois que seu apelido era Dony, mostrou á Amanda o beliche. – Na cama de cima. Essa – e apontou para uma menininha que estava sentada na cama de baixo. – é a Deborah. Ela vai te mostrar o orfanato, não, Deborah?
– Claro! – a garotinha sorriu. – Podemos ser amigas.
Deborah mostrara á Amanda todo o orfanato imundo, apontando para tudo. Amanda ficava quieta.
– Como você pode ser feliz vivendo aqui? – havia perguntado.
– Eu não sou feliz... mas adoro conhecer pessoas novas. A Dony, moça que falou com você, é muito legal. Quer ser minha amiga?
Amanda sorriu. Aquela garota foi tão boa com ela que seria impossível não serem amigas.
– Claro!
E assim começou a amizade das duas.
Mas Amanda se lembrava de ter chorado na primeira noite. Chorado baixinho seu travesseiro. E foi Deborah que havia lhe ajudado.
– Não fique triste... – havia dito.
– Mas você foi abandonada por sua tia! – ela havia retrucado.
– Eu sei... eu também me sinto triste. Eu já chorei também, Amy. Posso te chamar de Amy?
– Pode. Eu nunca ganhei um apelido...
– Nossa! É sério? O Tomas já me deu um... todo mundo já me deu vários apelidos. Mas, voltando ao assunto, não chore.
– Mas... até você já chorou!
– Sim, eu choro. Já chorei muitas vezes aqui, inclusive noite passada. Mas aí conheci você e não tive motivos para ficar triste.
– Verdade?
Amanda levantou a cabeça. Deborah tinha se levantado e estava olhando-a.
– Sim. Você é muito legal. Ainda me sinto muito triste, mas agora tenho uma nova amiga para me reconfortar – brincou a menina.
“Amy” deu um sorrisinho. Bem difícil ela sorrir.
– Que tal fazermos alguma coisa para a tristeza ir embora? – perguntou ela.
– É uma ótima ideia...
E as duas brincavam em silêncio, juntas, toda à noite. Mesmo chorando de vez em quando, sempre tinham a outra

Uma lágrima escorreu pelo rosto de Amanda ao se lembrar disso. Deborah era tão feliz... por que mudou assim, de repente?
Ela se recordou que as brincadeiras infantis não ajudavam mais.
Lavou seu rosto com água gelada e tentou esconder o vermelho dos olhos. Só ficou satisfeita depois de ficar do contorno de seus olhos ficarem de um rosa razoável.
Vestiu um vestido branco médio e uma sapatilha branca da mesma cor, pois eram uma das únicas roupas que não eram extremamente exageradas do seu guarda-roupa, escolhido por Melissa.
Desceu as escadas e encontrou Pietro comendo salgadinho no sofá, enquanto via televisão. Tentou ignorar o fato que, se o salgadinho caísse, ia manchar o sofá branco...
A sala de estar estava conecta à cozinha, e tinha dois sofás brancos, quatro poltronas da mesma cor, uma televisão 3D e coisas tão modernas que a menina ficava tonta de ver. Foi até a cozinha, ignorando o garoto, e se serviu de torradas. Como achava apropriado, comeu na mesa.
No instante que mordeu um pedaço da torrada, Pietro percebeu que estava ali. Ele imediatamente se levantou, colocando o pacote de salgadinhos numa mesa de vidro entre o sofá e a TV, e foi até a mesa.
– Amy, eu queria...
Quando a garota o olhou, ele notou o quanto estava com raiva. Ela havia lhe dirigido um olhar mortal.
– Queria o quê? Fale rápido, vai manchar sua imagem falar com garotas estúpidas – disse.
E ele também notou o quanto queria se dar bem com ela.
– Olha, eu estava com raiva aquele dia, porque...
– Raiva de uma órfã morando sob seu teto? Desculpe, falou devagar demais, acho que  um de seus amigos bad boy estão na janela.
E sendo assim, Amanda se levantou, colocou o prato para lavar e deixou Pietro atônito. Ela foi até o jardim.
O jardim da mansão dos Thomson era uma das melhores partes da casa, perdendo para a sacada. Ao sair da casa, uma trilha de chão batido fazia voltas pelo local, artesanalmente decorado. A grama, os arbustos e as folhas das árvores eram incrivelmente verdes, bem podados e totalmente naturais. O único cheiro que se sentia era o da natureza, sem o uso de produtos industrializados.
Amanda caminhou até uma árvore, que dava sombra para um banco de madeira escura. Sentou-se lá e ficou admirando o jardim, que parecia mais uma mini floresta.
“Tudo que é bom dura pouco” pensou Amanda. “Mas nada na minha vida foi bom mesmo...”
Pietro se aproximou e sentou do lado dela. Sua roupa era uma blusa branca regata, jaqueta de couro, jeans escuros e tênis. Não estaria tão bad boy naquele dia, mas estava com um óculos de sol na blusa, o que impediu Amanda de tentar observar como ele era bonito. Ela até ficou feliz com isso.
– Cuidado, Rei da Fama. Não quero que você pegue minha doença – ela se afastou dele.
– Amy... olha, eu errei em te chamar de estúpida.
Amanda não estava ouvindo nada. Percebia cada detalhe do jardim: o canto dos pássaros, o cheiro das flores...
– Você não tem nada de estúpida, e...
A garota olhou-o séria. Pietro ficou com medo do que ela iria dizer.
– Só está fazendo isso por causa do segredo, não é?
O menino limpou a garganta.
– Bem...
– Eu sabia. Nunca deveria ter saído daquele orfanato. Fui tola em pensar que, pelo menos uma vez, podia ter uma vida normal.
E a menina saiu entrou para casa, com ele em seu alcance.
– AMANDA! Deus, o que eu fiz... ?
Ela estava na metade da escada. Virou-se para trás e apontou o dedo indicador para ele, acusando-o.
– Você não passa de um bad boy querendo pegar uma garota. Você não liga para o sentimento dos outros. Você não vê o quanto os outros sofrem por sua causa, e nas raras vezes que vê, não liga. E, o pior de tudo, você não tem coração. Realmente, será que se você fosse criado num lugar imundo e sujo, você sentiria compaixão pelos menos favorecidos? Mas acho que você nunca passou as noites tentando não pensar em quanto a sua vida poderia ser diferente, chorando de madrugada, completamente sem esperança de mudar de vida... e, acredito, você nunca teve que passar por uma mãe que diz que a agressão verbal e física é a melhor forma de ensinar crianças. Acho que deveria parar de ficar pensando somente na sua imagem, Pietro, e vê se me esquece, porque não quero ser uma vítima dos seus atos.
Então Amanda subiu as escadas rapidamente, batendo o pé com força no concreto, e se trancou no quarto novamente.
Pietro não sabia o quê fazer. Ele ficou ali, pensando nas palavras na garota.
Sentou-se no sofá, apoiou o braço no joelho e enterrou o rosto nas mãos.
– Eu sou um idiota.
A menina ouvira aquilo.
– Completo – gritou de seu quarto.


Deborah sentia muita falta de Amanda.
Sua melhor amiga fora adotada por um casal de ricos. Será que esqueceria dela? Imaginou a garota bebendo drinks com patricinhas e bad boys, dizendo, com uma voz bêbada “Amiga? Já tive uma amiga depressiva... ela era idiota demais”.
Deborah abriu os olhos. Não iria conseguir dormir. Saiu silenciosamente da cama e anou rumo ao seu tão conhecido armário.
Chegando lá, abriu-o. Tirou uma vassoura velha de palha, que mal era usada, de seu lugar. Um caco de vidro a esperava.
Ela o pegou com cuidado e fechou a porta do armário. Sob a luz do luar, encarou o pedaço de vidro. Ele parecia brilhar.
Deborah pensou seriamente em se cortar. Amanda havia lhe mandado uma mensagem, avisando que só ia visitá-la no dia seguinte. Mas ela se lembrava de seus conselhos.
– Você se corta para passar da dor emocional para a física – dissera Amanda. – Acontece, Debby, que você vai continuar triste. Vai ter cicatrizes e obter as duas formas de dores. Não sei explicar... você tem que se recuperar. Já passou. Sua tia é uma das piores pessoas do mundo, perdendo para minha mãe, e seus pais morreram num acidente de carro. Mas eles te amavam, Debby. Eles estão te vendo lá do céu e estão orgulhosos por tudo que você conquistou, mas se cortar por eles... – Amanda havia pegado sua mão. – Os deixe mais orgulhosos. Não se corte por eles... honre seus nomes. Eles não se sacrificaram suas vidas para você viver triste. Os homenageie.
Honre seus nomes...
Deborah respirou fundo.
“Você consegue, Debby. Largue o vidro” imaginou Amanda falando.
Ela suspirou. Com dificuldade, largou o vidro. Mas chorou a noite inteira, tanto que seus olhos ficaram vermelhos. Não encostou no vidro, por mais que parecia que ele lhe chamasse. Ela podia se cortar amanhã...
Deborah só pensava “Hoje não. Mostre á eles que hoje você não vai se cortar. Hoje não. Hoje não”
A menina já tivera noites como essa... não se cortava, mas chorava.
A influência de Amanda era tão forte que impediu Deborah de se cortar...
... aquele dia.
 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

~suspense~
Amanhã vai ter a festa do aniversário da Mari... #partiu #fazer #cartão #para #ela #e #homenagear #capítulo
E, Calanta (minha colega de nome exótico mas bonito =}), esse capítulo também é seu.
Beijos! Tenho, tipo, mais meia hora para ficar no PC, então fuuuuuuui! ♥
2bjs,
Je (: