Confiança escrita por Camila J Pereira


Capítulo 46
Medindo Forças


Notas iniciais do capítulo

Capítulo Difícil de escrever e sei que será para vocês leem também.
Muito ansiosa, imagine vocês.
Este é o penúltimo capítulo, espero que gostem de verdade.



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Edward

– Bella! – Fui atrás dela em direção a sala. – Eu te amo, mas não irei atrás de você. Não pode me impor isso.

– Que pena. – Bella se foi me deixando com o coração apertado.

Joguei-me no sofá colocando as mãos sobre a cabeça. Bella estava exigindo muito de mim, e querendo impor coisas as quais não podia aceitar.

No dia anterior depois de vê-la em carinhos com o ex tive que engolir. Ela veio com o seu sermão e com a decisão já tomada de que não iria se afastar dele. Tive que aceitar que Bella me tem nas mãos. Sobretudo confiava em minha noiva e sabia que ela não me trairia. Sobre isso, eu estava tranquilo. Mas mesmo assim o ciúmes me corroía.

Agora ela pede que eu aceite um encontro com aqueles dois e que os escute. Não pretendia fazer isso nem em um milhão de anos. Mas essa chantagem... Ela não vê que é demais para mim? Como pôde fazer isso comigo?

Procurei o celular no bolso e liguei para ela. Ela não atendeu, isso me deixou ainda mais desanimado. Não pretendia acreditar que ela seguiria o plano de se manter afastada. Emmet sempre complicando a minha vida! Como poderia aceitá-lo novamente? Em menos de 24 horas na cidade e já é a causa do afastamento da minha noiva.

A companhia tocou e imaginei que fosse ela novamente. Sim, Bella não seria tão cabeça dura. Nos amávamos e aquilo não era motivos para ficarmos afastados. Bella me entenderia, ela sempre me entendeu. Ao abrir a porta fiquei decepcionado. Era Jasper e não Bella.

– Que cara horrível! – Jasper entrou.

– Obrigado?

– Então, como vai meu ex colega de trabalho? – Jasper sentou onde eu estava antes.

– Profissionalmente estou ótimo.

– Olha, quem diria! Mas só profissionalmente? Está prestes a casar com a mulher da sua vida.

– O que quer beber?

– Uísque, sempre uísque. – Fui até a pequena adega e servi dois copos.

– Estaria muito feliz se Bella não insistisse em reavivar meus fantasmas do passado. – Entreguei um dos copos a ele e bebi um pouco do meu. Jasper esperou que eu continuasse. – Emmet e Rosalie estão na cidade. – Analisei o rosto do meu amigo e é claro, afirmei o que era óbvio. – E não vejo surpresa em seu rosto.

– Bem, Alice pediu segredo.

– Ótimo. – Bebi mais um pouco. – Não os verei. Não tenho nenhuma obrigação em fazer isso. Quero distância daqueles dois.

– Emmet pisou mesmo na bola. Mas você sabe como ele é desmiolado. – Jasper recuou diante do olhar que lancei para ele. Novamente joguei-me no sofá.

– Bella está irredutível quanto a ideia de me fazer ouvir o Emmet. Veja, ela apelou até para a chantagem. Não quer me ver até que eu aceite falar com ele.

– E o que você fará?

– Tentarei tirar da cabeça dela essa ideia absurda.

– Você mesmo cansa de falar que Bella é teimosa. – Jasper riu não acreditando que eu pudesse fazer isso. Nem eu acreditava muito, mas também não queria ceder.

– Ela não pode ficar longe de mim, assim como não posso ficar longe dela.

– Oi meu bem! – Alice apareceu vindo de seu quarto. Jasper levantou para cumprimentá-la. - Onde está a Bella? – Perguntou aproximando-se de mim.

– Ela foi embora.

– Então você não aceitou? – Olhou para mim em reprovação.

– Não começa você também.

– Ligarei para ela.

– Tenta, já fiz isso e ela não me atendeu. Esta zangada.

– Mas não comigo. Espera um pouco Jazz. – Alice empinou o nariz e voltou para o quarto.

– Você está com um problema. – Jasper concluiu e eu rolei os olhos.

– Não me diga.

Minutos depois Alice volta dizendo que Bella tinha atendido a sua ligação, mas não esperava saber que ela confirmaria uma saída já combinada com eles e os traidores.

– Espera. Está me dizendo que Bella saíra a noite com aqueles dois?

– E conosco também. – Alice falou como se não fosse nada demais.

– Não levarão a minha noiva grávida com vocês. Que tipo de lugares acha que o Emmet e a Rosalie costumam frequentar? – Falei quase histérico.

– Então o Edward Cullen preconceituoso ainda existe aí dentro? – Alice me acusou.

– Não me venha com essa. Sabe muito bem sobre as noitadas do Emmet.

– Ah que pena, mas por sua implicância não sabe o quanto o seu irmão mudou.

– Ah é mesmo? – Levantei para escutá-la de frente. – Diga qual o plano para hoje?

– Nós vamos jantar e depois quem sabe iremos dançar... – Ri cinicamente para ela.

– Edward pode ficar tranquilo, é um lugar legal e estarei de olho em sua noiva. Isso se você mesmo não querer fazer isso. – Jasper estava me saindo um péssimo amigo ajudando a Alice nesse plano ridículo.

– Jamais. – A minha indignação era tamanha que meus lábios estavam serrados quando falei. – Só espero que a desmiolada da minha noiva não exagere. Isso serve para você Alice. – Olhei para a minha irmã ameaçadoramente. – Lembre-se que Bella está no início de uma gravidez.

Não os vi saindo, voltei para o meu quarto e fiquei lá tentando imaginar o que eles fariam. Será que Bella estava pensando em mim? E quanto tempo mais ela pretendia agir daquela forma? Tentei me concentrar em algum programada de TV, mas aquilo estava me deixando mais nervoso. Logo desisti de tentar e coloquei uma música. Aquilo sim estava me fazendo sentir melhor estava cochilando quando o meu celular começou a tocar.

– Oi. – Atendi displicente.

– Edward, não se assuste, mas Bella teve um desmaio. – Ouvi a voz do outro lado atentamente.

– O que?! – Fiquei apavorado.

Estamos no hospital onde a Ângela trabalha.

– Estou chegando. – Desliguei o telefone e sem me preocupar com mais nada fui até o hospital.

Logo que cheguei procurei pela Ângela que foi me encontrar nos corredores do hospital. Eu estava desesperado, o coração aos pulos, não conseguia focar em nada.

– Está tudo bem Edward, foi só uma queda de pressão. Muitas gravidas têm esse sintoma. – Ângela tentava me acalmar enquanto eu caminhava em passos largos e ela tentava me acompanhar.

– Ela está bem mesmo?

– Posso garantir. É este quarto. – Sinalizou quando passava por uma porta.

Entrei imediatamente e dei de cara com uma jovem senhora que logo percebi se tratar da mãe de Bella e ao seu lado Rosalie e Alice. Engoli em seco, senti o coração oprimido e uma raiva cega. Era lógico que as culpava por aquilo.

– Meu amor. – Ouvi a voz de Bella e olhei em sua direção me sentindo feliz por vê-la.

– Bella! Meu bem. – Aproximei-me da cama tentando tocá-la e sentir que estava mesmo bem. – Você está bem?

– Estou sim Ed.

– O que aconteceu? – Beijei-a repetidas vezes no rosto.

– Foi um desmaio bobo, todos estão exagerando.

– Desmaio bobo? – Bella sempre querendo amenizar as coisas.

– Olá Edward. – Reneé sorriu de maneira apaziguadora aproximando-se de nós. Não pude deixar de notar que a minha sogra usava roupas sexys demais para uma avó.

– Olá. – Ergui-me para cumprimentá-la e apertar a sua mão.

– É realmente um prazer vê-lo depois de tantos anos.

– Igualmente.

– Bella teve uma queda de pressão e achamos que foi por estar em um ambiente com muitas outras pessoas. – Reneé tentou explicar enquanto Rosalie estava quieta um pouco afastada. Que permanecesse assim.

– Posso saber onde estavam? – Vi que Bella trocou um olhar com a mãe.

– Estávamos em uma boate.

– Boate? – Não acreditei.

– Ed, por favor, não começa com seu conservadorismo e pré-conceito. - Bella rebateu.

– Ela só precisa descansar agora Edward. – Ângela afirmou. – Bem, verei outro paciente, logo mais volto com a doutora para lhe dar alta Bella.

– Obrigada Âng. – Depois que ela se foi vi que Rosalie tentaria algo.

– Edward... – Ouvi-a dizer. Depois da sua traição, da sua fuga com o meu irmão há 4 anos, essa era a primeira vez que nos víamos.

– Não é uma boa ideia Rosalie. – Falei sem olhar para ela. – Gostaria de ficar a sós com a minha noiva.

– Tudo bem. – Ela assentiu.

– Vejo você daqui a pouco meu bebe. – Reneé falou beijando Bella no topo da cabeça.

Puxei a cadeira e sentei próximo a ela. Fitamo-nos, eu extremamente aliviado e ao mesmo tempo zangado por ela ter agido daquela maneira durante as últimas horas. Ela tinha mentido pra mim sobre ter ido buscá-los no aeroporto, tinha me chantageado e saído com aqueles dois loucos e agora estava na cama de um hospital.

– Eu sei o que deve estar pensando. Mas isso não tem nada a ver com a Rosie e o Emm. – Acariciei seus cabelos, queria que ela me entendesse, queria que parasse de defender aqueles dois. Nada a ver também era demais, jamais aqueles dois deveria ter voltado.

– Bella, quero que descanse agora. Amanhã falamos sobre isso. – Queria dar um basta naquilo tudo. Teria que ser muito sincero e claro com ela, de maneira que colocássemos um ponto final naquela história.

– Amanhã falamos então. – Concordou.

Minutos depois Bella pediu para que procurasse Ângela, pois queria ir para casa. Sai do quarto para ir atrás da Ângela ou da médica que ficou responsável por Bella. Encontrei com todos que tinham saído com Bella naquela noite, todos. Emmet olhou diretamente para mim, pareceu que prendeu a respiração. O meu coração voltou a disparar, uma raiva explodiu e caminhei em sua direção. Não sei se emiti um pensamento que antecedeu o ato, mas desferi um soco em seu rosto. Emmet curvou-se, colocando a mão no rosto, tinha sido pego de surpresa. Houve uma agitação com todos os presentes, estavam preocupados e tentavam me afastar dele.

– Agora canalha você pode voltar para onde esteve escondido esses últimos anos!

– Edward, é o suficiente cara. – Jasper me afastava dos outros.

– Pensei que tomaria conta dela!

– Não imaginei que ela passaria mal. Estava tudo indo bem, mas Emmet percebeu que Bella parecia um pouco pálida. Estávamos saindo da boate por sugestão dele quando ela teve o desmaio. A colocamos no carro e a trouxemos para cá. – Emmet sugeriu que saíssem da boate? Jasper percebeu a minha pergunta muda. – Ele parece mudado. Ainda brincalhão, mas está mais maduro.

– Preciso encontrar a Ângela. – Mudei de assunto repentinamente, não queria pensar em que aquilo significava.

– Te ajudarei.

Bella

Acordei de um sono gostoso, tinha dormido muito bem aquela noite a pesar de tudo. Acho que esse era o efeito de dormir ao lado do Edward. Depois do que aconteceu noite passada a chantagem tinha se dissolvido e estávamos juntos. Virei para abraça-lo, mas ele não estava mais na cama larga do seu apartamento. Deixei-me ficar por alguns minutos deitada, mas lembrei que teria uma sessão as 11hs. Uma das minhas clientes não pôde fazer as fotos durante a semana e me implorou esse horário. Sentei na cama ao mesmo tempo em que a porta abriu e Edward entrou.

– Oi. – Sorri para ele.

– Bom dia, amor. – Edward selou nossos lábios com um beijo doce. – O que faz acordada? Deveria dormir um pouco mais.

– Estou bem e além do mais tenho uma sessão hoje, esqueceu?

– É, acho que sim. – Edward franziu o cenho. – Não acha melhor cancelar e descansar um pouco mais? Ontem você desmaiou.

– Meu bem, não se preocupe com isso. Sinto-me ótima.

– De verdade?

– Sim. – Confirmei e novamente ele me beijou.

– Então, que tal levantar e tomar café comigo?

Alice já estava aposto na mesa. Sorrimos ao nos vermos.

– Sente-se bem?

– Muito.

Sentei ao lado do Edward e me servi de um refresco. Logo depois do delicioso café fui ao trabalho. Resolvi ligar para a minha irmã para que ela fosse ver o estúdio com os outros. Ontem não nos despedimos, ela se foi sem falar comigo e tinha certeza que teve a ver com Edward e o clima ruim entre eles. Tinha sido a minha mãe que foi dizer até logo para mim em nome de todos.

Fiquei surpresa quando Rosie disse que pretendia voltar para casa naquele mesmo dia, pois Emmet estava irredutível quanto a isso. Estranhei já que era ele o mais animado e esperançoso de todos. Insisti que ela me dissesse o que aconteceu, mas ela não me disse. Pedi que me esperassem e que não fizessem nada precipitado antes que eu chegasse ao hotel. Depois da sessão corri para lá e me assustei ao ver o nariz de Emmet.

– Edward fez isso?

– Ele tem os seus motivos, não é? – Emmet falou resignado. Aquilo me assombrou e fiquei ainda pior ao vislumbrar um futuro sem estar perto da minha irmã e do seu esposo que era tão legal.

– Ele tem os seus motivos, mas tem motivos ainda mais fortes para deixar tudo isso de lado.

– Bella, não precisa mais tentar convencê-lo a me escutar. Edward não me perdoará. Fui um canalha com ele. Ele tem toda a razão.

– Não fale isso Emm. Não desista. – Segurei as suas mãos para confortá-lo. – Dê-me mais um tempo, até amanhã. Por favor.

– Não sei como isso se resolverá.

– Por favor. – Pedi.

– Tudo bem. – Emm aceitou e me certifiquei com minha mãe que não os deixaria partir antes de Edward falar com eles.

Segui para o apartamento do meu noivo determinada. Nós teríamos aquela conversa que adiamos e seria definitiva. Edward estava deitado no sofá com as pernas totalmente esticadas e tinha fones nos ouvidos. Ao me ver ele pareceu se alarmar e levantou-se tirando os fones.

– O que houve?

– Você machucou o Emm. – Acusei. Não foi bem um bom início, mas saiu.

– Esteve com eles agora. – Ele afirmou. – Não teve sessão alguma, foi vê-los e confabular com eles.

– O que?! É claro que teve sessão, fui trabalhar. Porque isso agora?

– Porque? Talvez porque desde que eles chegaram você anda mentindo.

– Por que não pode me entender?

– Porque você não me entende? Quero aqueles dois longe de mim e não permitirei que estejam em nosso casamento. – Edward foi duro. – Não mudarei de ideia. Não os perdoei pela traição, não cogito fazer isso algum dia e muito menos quero que tente me fazer pensar diferente. A maneira que fui machucado por Emmet foi muito pior do que fiz com ele ontem.

– Não pode deixá-los fora do nosso casamento. Eles também fazem parte da família.

– Não da minha Bella.

– Se minha família não pode ficar para o meu casamento então não terá mais casamento!

– Não seja absurda Bella!

– Não seja você Edward! Pensei que tivesse mudado.

– Mudei sim, mas não quer dizer que virei um otário. Eles me traíram, agiram de má fé pelas minhas costas enquanto eu estava querendo o bem de todos.

– Eu entendo isso, mas existem coisas que devem ficar no passado. Ainda mais quando eles estão mesmo arrependidos de terem feito isso com você. Eles eram imaturos e não pensavam como você. As coisas mudaram.

– Mudaram mesmo Bella, ou o Emmet e a Rosalie continuam os mesmos cretinos de sempre?

– Edward Mansen Cullen se você não ouvir o que eles tem para lhes dizer eu saio da sua vida, desapareço pelo mundo e você não saberá mais nem de mim e nem dos meus bebes.

– Seus bebes? Eles são nossos! E você não faria isso. Escute o que está me dizendo. Pare um pouco e escute. Quer me manipular através de chantagem. Estamos há dias de nos casar e estou desesperado querendo a minha noiva de volta! – Aquilo me fez parar e escutá-lo.

– Eu sinto muito Ed, me desculpe. – Abracei-o arrependida de muitas palavras que disse. – Eu sei que sofreu com o que o seu irmão fez. – Afastei-me para olhá-lo, minhas lágrimas caiam sem que eu quisesse. – Mas é que quero poder convidá-los para o feriado ou visita-los, todos nós. Não quero ter que escolher entre vocês, porque quero estar com todos.

– Bella... – Edward acariciou o meu rosto e vi que também estava emocionado.

– Eu também sei que ainda sofre porque ama muito o seu irmão. Você confiava nele e ele te traiu, e por isso torna-se tão agressivo, porque sente-se humilhado com o que ele fez e por amá-lo ainda. – Edward estava prestes a se afastar de mim, mas o detive. Segurei-o carinhosamente pela nuca. – Sei que o ama Edward, porque você é um homem extraordinário. Não seria tolice escutar o que ele tem a lhe dizer, seria digno, seria a demonstração da força que você tem.

– Eu preciso... – Edward afastou-se me mim. – Preciso de um tempo. – Vi um Edward balançado ir para o quarto.

Durante o resto do dia Edward manteve-se calado, pensativo. No dia seguinte liguei para Rosie e estava sem esperanças, porque mesmo sentindo que Edward tinha ficado balançado naquele momento, parecia que não escutaria o irmão. Pedi que me encontrasse no estúdio com todos os outros para que vissem como tinha ficado. Lamentava ter que aceitar que aquelas eram as últimas horas deles ali.

– Me encontrarei com a Rosie e os outros no estúdio. – Avisei ao Edward.

– Tudo bem. – Beijei-o e sai.


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